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SEMIOLOGIA NEUROLÓGICA ANAMNESE · Identificação. · Queixa principal. · História da doença atual. · Dor – ILICIDPFFF. · Revisão dos sistemas. “Sente perda de força ou alteração da sensibilidade em alguma parte do corpo?” “Como está seu humor?” “Como está seu sono?” · Desmaios. · Convulsões. · Paralisia ou plegia. · Parestesia. · Perda de sensibilidade (hipoestesia). · Tremores. · Automatismos. · Amnésia – caracterizar. · Disfonia. · Uso de andadores, bengalas ou cadeira de rodas; fisioterapia. · Antecedentes pessoais fisiológicos. · Antecedentes pessoais patológicos. · Antecedentes familiares. · Hábitos e condições socioeconômicas e culturais. ECTOSCOPIA · Estado geral do paciente. · Hidratação. · Sinais de insuficiência de órgãos ou sistemas. · ATITUDE, POSTURAS, MOVIMENTOS ANORMAIS-INVOLUNTÁRIOS: hemiplégica-parética (deitado: rotação lateral do MI), cerimoniosa, opstótono, decorticação, descerebração, tirsmo, gatilho de fuzil, desvio do olhar e da cabeça, nistagmos, espamos, torcicolo, distonias e discinesias, tiques, atetose, coréia, balismo, tremores, fasciculações, miocinia, mioclonias e convulsões (tônica, clônica). · ALTERAÇÕES DA PELE E DOS FÂNEROS: mancha café com leite, hemangioma, adenomas, vitiligo, distrofia das unhas, aspecto dos cabelos, fácies. EXAME NEUROPSICOLÓGICO · ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO: encefalopatias tóxico-metabólicas, disfunção do lobo frontal caracterizada por distúrbios da personalidade, do comportamento e da atenção. · ORIENTAÇÃO NO TEMPO E ESPAÇO: data, dia da semana, questionar sobre partes de seu próprio corpo (disfunção no lobo parietal direito: paciente sofre de anosognosia – não reconhece que está com o lado paralisado e mesmo assim tenta andar e acaba caindo, por exemplo), copiar desenhos previamente feito (apraxia construcional – lesão nas áreas motoras secundárias). · MEMÓRIA: · Memória imediata/operacional (diz um número e imediatamente pergunta-se qual número foi dito – alterações de lobo frontal). · Recente/curto alcance: armazenada no hipocampo. Afetada na doença de Alzheimer. · Tardia/longo alcance: dificilmente será afetada – já está concretizada em toda expansão do neocórtex e hipocampo. Estágio mais avançado da demência. · CAPACIDADE DE CALCULAR: · Resultado de 100 – 7; 93 – 7 e sucessivamente. Para após cinco resultados. Discalculia = lesão do lobo parietal dominante, especialmente giro angular. · Paciente com incapacidade de realizar cálculos: soletrar a palavra MUNDO de trás para frente ou contagem reversa (5 até 1). · LINGUAGEM: comprometimento da linguagem falada ou escrita, ou ambas. · Linguagem falada: repetir uma frase. Disfonia (mudança na tonalidade da voz – paralisia das cordas vocais ou lesão do nervo craniano), afasia (incapacidade de construir os fonemas), disartria (dificuldade na articulação das palavras). Doenças afetando a língua, faringe, laringe, doenças da junção neuromuscular, envolvimento de núcleo ou do nervo periférico, disfunção cerebelar, disfunção dos gânglios da base. · Linguagem escrita: alexia (dificuldade de ler = lesão do giro angular) e agrafia (dificuldade de escrever – lesão do centro de Exner). · Afasia de Broca (de expressão): lesão na área de Broca (parte triangular e opercular do giro frontal inferior esquerdo). Incapaz de falar ou apresenta uma fala não fluente, restrita a poucas sílabas ou palavras curtas sem verbos. · Afasia de Wenicke: lesão na área de Wernickie (porção posterior da circunvolução temporal superior do córtex cerebral esquerdo). Afasia de compreensão – emite respostas verbais sem sentidos, incompreensão do que é dito, uso de palavras e frases desconexas. · PENSAMENTO ABSTRATO: teste elementar da função do lobo frontal. · Descrever semelhanças e diferenças e interpretar provérbios e aforismos: “Não chore o leite derramado”. · Stroop test: avaliação da capacidade do indivíduo de inibir respostas automáticas. Escrever a palavra VERMELHO de caneta AZUL perguntar ao paciente que cor está escrita. · “INSIGHT” E JULGAMENTO (JUÍZO CRÍTICO): teste do córtex orbitofrontal. · MINI EXAME DO ESTADO MENTAL. IDENTIFICAÇÃO E DATA Máximo normal Orientação Ano, mês, dia do mês e da semana, hora aproximada. 5 Nome do estado, cidade, andar/setor, local em que se encontra 5 Retenção de dados Repetir os nomes de 3 objetos 3 Memória Repetir os nomes de 3 objetos já referidos. 3 Atenção e cálculo Diminuir 7 de 100, 5x seguidas ou soletrar a palavra mundo na ordem inversa 5 Linguagem Nomear caneta e relógio 2 Repetir nem aqui, nem ali, nem lá 1 Prova dos 3 comandos 3 Ler e executar FECHE OS OLHOS 1 Escrever uma frase 1 Função visuoespacial Copiar um desenho 1 Total 30 Notas de corte do MEEM Escolaridade Nota de corte mínima considerada normal Analfabetos 14 4 anos 18 4-7 anos 20 Ensino fundamental completo (8 anos) 21 Ensino médio completo (11 anos) 23 Ensino superior completo 26 NERVOS CRANIANOS NERVO EXAME I – OLFATÓRIO (sensorial) · Olhos fechados. · Cada narina separadamente. · Odores conhecidos. · Não usar irritativos (álcool, amônia) que estimulem o trigêmeo. II – ÓPTICO (sensorial) · Acuidade visual: cartão de Rozembaum (35 cm do paciente) ou de Snellen (6m) – testar olhos separadamente. · Campimetria visual (comparativa) – separadamente e depois simultaneamente. · Fundo de olhos. · Exame das pupilas. III – OCULOMOTOR (elevador da pálpebra superior, reto superior, reto medial, reto inferior e oblíquo inferior) + IV – TROCLEAR (oblíquo superior) + VI – ABDUCENTE (reto lateral) (motores) · II + III: exame das pupilas: - Tamanho: normal, midríase x miose. - Comparação: isso x anisocoria. - Forma: eucoria x discorria. - Motilidade ocular intrínseca (reflexos pupilares – fotomotor direto, fotomotor consensual (indireto), acomodação, convergência e visopalpebral (II + VII). · Motilidade ocular extrínseca: - Diplopia. - Movimento nas oito direções. - Pálpebra superior. V – TRIGÊMEO (sensorial – parte oftálmica, maxilar e mandíbular da face; inervação exteroceptiva da língua – térmica e dolorosa) (motor – nervo mandibular – músculos da mastigação). · Sensibilidade (três ramos): - Diferir na face e no couro cabelo a inervação do trigêmeo daquela das raízes espinhais (auricular magno – C2/C3 e occipital maior – C2/C3). - Reflexos: palmo-mentoniano, córneo-palpebral. · Musculatura da mastigação: - Abrir a boca contra resistência. - Didução da mandíbula contra resistência. · Neuralgia do trigêmeo: avaliar salivação, secreção nasal e sudação da face. VII – FACIAL (raiz motora – n. fácil pp dito – mímica da face) (raiz sensorial e visceral – n. intermédio – inervação das gd. Submandibular, sublingual e lacrimal e inervação da sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua) · Mímica facial: - Franzir a testa (sem e contra a resistência). - Fechar os olhos (sem e contra resistência) – verificar a presença do sinal de Bergara-Wartenberg (perda/diminuição vibração palpebral) e os cílios de Barrè. - Verificar a simetria dos sulcos naso-genianos, sorriso. Diferenciar o déficit motor de outras condições que causam assimetrias na região. - Fazer bico. - Inflar as bochechas com ar, percuti-las. - Contrair os platismas. · Sensorial (corda do tímpano): - Gustação dos 2/3 anterior da língua (doce/salgado). Descrever ageusia. · Diferenciar paralisia central da periférica (periférica: pcte é incapaz de fechar o olho ipsilateral ou de enrugar a testa no lado afetado. Ao tentar fechar as pálpebras, os globos oculares viram para cima = fenômeno de Bell. VIII – VESTIBULO-COCLEAR (sensoriais – componente n. coclear – audição - e componente n. vestibular - equilíbrio). · Componente vestibular: - Marcha e estática. - Indicadores de Bàràny (induz nistagmo) – com o paciente sentado, o examinador gira a cabeça e o deita para trás, com a cabeça levemente estendida para provocar o nistagmo rotatório característico. - Queixa de vertigem apenas ao modificar a posição da cabeça ou ao deitar-se em determinadasposições. · Componente coclear: - Vias aéreas e ósseas. - Surdez de condução (patologia de orelha média – condução óssea > condução aérea) X surdez neurossensorial (conduções aérea e óssea estão diminuídas, mas a condução aérea > condução óssea). - Tinido (zumbido). - Inspeção (volume e timbre da voz do examinado, ocorrência de leitura labial, falar tampando os lábios). - “Tic-tac” do relógio, aferir o alcance da audição. - Provas de Weber, Rinne e Schwabach. IX – GLOSSOFARÍNGEO (motor – motricidade dos músculos da deglutição, sensorial – inervação da glândula parótida e sensibilidade gustativa para o 1/3 posterior da língua) + X – VAGO (motor, sensitivo, sensorial e autônomo) · Motor: - Disfagia, disfonia, disartria (IX, X). Disfonia sem disfagia (laríngeo recorrente – ramo do X). - Motilidade do palato mole, desvios da úvula (IX, X). condições diferentes do déficit motor que provocam desvio da úvula. · Sensibilidade/sensorial: - Geral do palato mole e orofaringe (IX, X). - Especial (sensorial): gustação azedo-amargo no 1/3 posterior da língua (IX). · Reflexos: - Vômito e tosse (IX, X). XI – ACESSÓRIO (motor – trapézio e esternocleidomastoideo) · Inspeção: atrofia, distonias – torcicolo. · Força dos trapézios (extensão da cabeça e elevação dos ombros). · Força dos esternocleidomastoideos (flexão da cabeça, rotação e flexões laterais). XII – HIPOGLOSSO (motor – musculatura da língua) · Disfagia, disartria. · Inspeção: atrofia, miofasciculações, trissulcada (dentro e fora da boa). · Força: dentro e fora da boca. · Diferenciar lesão central e periférica. MARCHA · Observar na entrada ao consultório. · Solicitar ao paciente que deambule descalço de forma normal, na ponta dos pés, apoiando-se nos calcanhares e pé-ante-pé. · CLASSIFICAÇÃO DA MARCHA: · Normal. · Hemiplégica ou hemiparética: caminha mancando, arrastando o membro inferior parético e, muitas vezes, com o membro superior nromal recoclido ao corpo. Movimento de circundução ao redor da coxa (ceifante ou helicópode). · Paraprética (espástica, em tesousa, flácida): encontrada na paralisia cerebral ou enfermidade de Little. Hipertonia extensora dos membros pélvicos, com acentuada hipertonia dos músculos adutores, fazendo com que as coxas se unam e os membros inferiores se cruzem para o lado oposto, conferindo à deambulação alternância cruzada em cada passo. · Escarvante: paciente com paralisa do movimento de flexão dorsal do pé. Ao tentar caminhar, toca com a ponta do pé no solo e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior. · Anserina (miopática): oscilações do quadril, com pernas afastadas. Há hiperlordose lombar, como se o paciente tentasse manter o corpo em equilíbrio, em posição ereta, apesar do déficit muscular. Inclinação do tronco para um lado e para o outro. Fraqueza dos músculos pélvicos, como polineuropatias pseudomiopáticas, miosites e polimiosites. Distrofia muscular de Duche (crianças do sexo masculino). · Atáxica vestibular (em estrela): Ocorre lateropulsão quando solicitado a andar em linha reta. Se solicitado a deambular para frente e para trás, num ambiente plano, com os olhos fechados, o trajeto percorrido será similar ao desenho de uma estrela. Aumento da base de sustentação, desvios e tendências a quedas. · Ebriosa ou atáxica cerebelar: aumenta a base de sustentação para poder fiar de pé. Pode haver oscilações para os lados e tendência a quedas. É difícil a marcha em linha reta (há desvio para o lado do hemisfério cerebelar afetado). Marcha em ziguezague, com a impressão de que o paciente se encontra embriagado. · Talonante ou tabética: ocorre perda das informações sensoriais dos MMII. O paciente mantém um olhar fixo no solo, elevando e abaixando os pés abrupta e pesadamente. Ocorre na neuropatia periférica sensorial (indica perda proprioceptiva por lesão raquimedular). · Parkinsoniana: tremores mais evidentes nos MMSS. Paciente apresenta uma marcha lenta e hesitante, pendendo, geralmente, para o lado que não apresenta tremores. Em fases mais avançadas da doença, o paciente anda com passos extremamente curtos. A marcha se faz em bloco, pois o paciente encontra-se rígido. · Em pequenos passos: passos curtos, arrastando os pés. Comum na atrofia cortical da senilidade e na paralisia pseudobulbar. · Claudicante: paciente manca para um dos lados quando apoia o membro inferior acometido. Ocorre na insuficiência arterial periférica e em lesões musculoesqueléticas dos MMII. ESTÁTICA/EQUILÍBRIO · Reconhecer o sintoma: tonteira. · Realizar subclassificação: vertigem, ataxias, síncopes, etc. · Equilíbrio pode estar afetado em três condições: lesões cerebelares, vestibulares e do cordão posterior. · Pesquisa do Sinal de Romberg: simples. · Se necessário, sensibilizar o Sinal de Romberg. · Período de latência (vestibular – demora a pender após fechar os olhos x propriocepção – tende a cair assim que fecha os olhos). · Lesão cerebelar: tende a cair tanto de olhos abertos quanto de olhos fechados. TÔNUS MUSCULAR · Paciente deitado. · Tranquilizá-lo. · Temperatura da sala adequada (baixa temperatura tende a promover contração muscular). · Comparar um lado com o outro. · Diferir alteração central da periférica. · Inspeção: influência das variações individuais. · Exame da movimentação passiva: examinador realiza movimentos passivos no nível das articulações, avaliando a resistência oferecida. A amplitude do balanço passivo dos pés e das mãos é um dado útil. · Verificar presença de clono de mão, patela e pé. Se houver presença, verificar se é esgotável ou inesgotável. · Principais alterações: · Hipotonia, atonia ou flacidez: quando qualquer parte do arco reflexo monossináptico de estiramento é interrompida. Também ocorre na doença cerebelar como resultado de influência diminuída do cerebelo sobre os neurônios gama. Segundo neurônio motor. · Hipertonia: quando as lesões existentes atingem os centros supra-espinhais ou seus tratos descendentes. Pode ocorrer também no nível segmentar medular local, sendo produzida pela excitação local do reflexo de estiramento, por irritação sensorial. - Hipertonia elástica: espasticidade: em canivete = lesão piramidal. - Hipertonia plástica: rigidez: cano de chumbo, roda denteada = lesão extrapiramidal IRRITAÇÃO MENÍNGEA E RADICULAR · IRRITAÇÃO MENÍNGEA: paciente deitado. · Rigidez de nuca. · Sinal de Kernig. · Sinal de Brudzinski. · IRRITAÇÃO RADICULAR: paciente deitado e sentado. · Sinal de Làsegue: dor lombar irradiada para a face posterior do membro inferior quando este é elevado passivamente da cama pelo examinador, que, com a outra mão, impede que o joelho seja fletido. Hérnia de disco lombar, por exemplo · Sinal de Bragard: teste de Làsegue positivo tem seu valor aumentado quando a dor é agravada pela dorsiflexão do tornozelo. FORÇA MUSCULAR · Estabelecer uma rotina: 1. Manobras antigravitacionais: MMSS e MMII. 2. Examinar a força contra a resistência (MS de distal para proximal e MI de proximal para distal). · Avaliação de forma comparativa de um lado com o outro. · Neuroanatomia e neurofisiologia da força: Lobo frontal – homúnculo motor; via córtico-espinal → piramidal, primeiro neurônio motor, decussação das pirâmides → ponta anterior da medula espinal: corpo do segundo neurônio motor → raiz, plexo, nervo → axônio do segundo neurônio motor → placa motora → miótomo. · MÚSCULOS DO PESCOÇO: · Flexores do pescoço: encostar o queixo no tórax e aplica-se força de resistência em sua fronte. · Extensores do pescoço: força de resistência na região occipital. · Rotação: trapézio e ECM contralaterais. · MÚSCULOS ESCAPULARES: · Romboides: paciente com a mão sobre o quadril deve retrair o ombro. Examinador aplica força sobre o cotovelo para impedir o movimento. · Trapézio: teste para as diferentes partes: - Descendente: aplicar força contra a tentativa do paciente de elevar a escápula (encolhimento). - Transverso: paciente deve retrair escápula contra a resistência. · MMSS – ANTIGRAVITACIONAIS: Manobra de Mingazzini para MMSS. · MMII – ANTIGRAVITACIONAL:Manobra de Mingazzini para os MMII e de Barrè. · CLASSIFICAÇÃO DA FRAQUEZA MUSCULAR: · Local: MMSS, MMII, proximal, distal. Monoparesia(plegia), diparesia(plegia), paraparesia(plegia), hemiparesia(plegia). · Ação: abdução, adução, rotação lateral, rotação medial, extensão, flexão. · Intensidade: ESCALA DE FORÇA MUSCULAR DO MEDICAL RESERACH COUNCIL 0 Ausência de contração 1 Tremor ou esboço de contração muscular 2 Movimento ativo com eliminação da gravidade 3 Movimento ativo contra gravidade 4- Movimento ativo contra gravidade e resistência leve (1 dedo) 4 Movimento ativo contra gravidade e resistência moderada (3 dedos) 4+ Movimento ativo contra a gravidade e resistência forte (5 dedos) 5 Força normal SENSIBILIDADE · DOR SUPERFICIAL: · Instruir o paciente a manter os olhos fechados e avaliar se o estímulo de um lado parece tão aguçado quanto o do outro. “Este parece igual ao outro?” · “Algesia” = sensibilidade à dor. · Hipoalgesia: diminuição; analgesia: ausência; hiperalgesia: aumento. · DOR PROFUNDA: · Avaliada mediante compressão moderada de massas musculares e tendões, o que, normalmente, não desperta dor. Se o paciente acusar dor, é sinal de que há neurites e miosites. De modo contrário, os pacientes com tabes dorsalis não sentem dor quando se faz compressão, mesmo forte, de órgãos habitualmente muito dolorosos, como é o caso dos testículos. · TATO: · Idealmente realizado com chumaços de algodão ou gaze. · Olhos fechados. · PROPRIOCEPÇÃO/ CINÉTICO-POSTURAL OU ARTROCINÉTICA: · Capacidade de percepção do movimento dos segmentos corporais. · Teste da integridade: movimentação passiva dos dedos dos pés (geralmente o hálux) e das interfalangianas proximais (geralmente do 2º dedo). A partir de um exame alterado nessas topografias, progride-se para as articulações mais proximais. · Técnica: movimentação passiva do segmento avaliado → estabilização da articulação envolvida. · Paciente, incialmente, de olhos abertos, sendo ensinado o que será chamado de “cima” e o que será chamado de “baixo”, sempre com orientação específica de não fornecer respostas a esmo. · Com os olhos fechados, realizar movimentos sequenciais parando-se em uma das posições e solicitando-se ao paciente que diga para onde aquele segmento está apontando. A repetição faz com que respostas ao acaso sejam facilmente detectadas. · Cuidado: preensão dos dedos durante o teste deve ser feita na sua porção lateral a 90º do sentido do movimento (evita-se que o paciente se utilize das diferenças de pressão inerentes a uma preensão feita na regiões dorsal e ventral). · VIBRAÇÃO: · Avaliação feita com diapasão com frequência de 128Hz e que possua percussores em suas extremidades. · Inicialmente: diapasão percutido e colocado, geralmente, sobre a fronte ou esterno do indivíduo para que o mesmo compreenda o que será avaliado. · Paciente deve entender as diferenças entre a vibração do diapasão e sensação do toque propiciado pelo cabo do instrumento. · Solicita-se que o paciente informe ao examinador o momento exato em que a vibração não é mais detectada. Para isso, o examinador deve periodicamente interromper a vibração do diapasão para verificar se o paciente informa que sentiu a interrupção do estímulo. · Proeminências ósseas sugeridas: dorso do hálux, maléolo medial, tuberosidade da tíbia, espinha ilíaca anterossuperior, interfalangiana distal, processo estiloide da ulna, epicôndilo lateral, acrômio, esterno e mento, sempre de maneira comparativa. · TESTE DE ROMBERG: · Informações sobre a sensibilidade profunda. · Cuidado na interpretação: respostas anormais são erroneamente encaradas como sinal de cerebelopatia. · Diferenciação entre envolvimento vestibular ou proprioceptivo: alteração do sentido de queda de acordo com a posição do segmento cefálico, presente nas vestibulopatias. Além disso, há uma latência entre o fechamento dos olhos e o início do desequilíbrio nas vestibulopatias. · TEMPERATURA: · Não é realizada rotineiramente. · Em indivíduos com sensibilidade intacta, pequenas diferenças de temperatura (2ºC) são passíveis de reconhecimento. · PRESSÃO: · Paciente de olhos fechados. · Verificada mediante compressão digital ou manual em qualquer parte do corpo, especialmente de massas musculares. · MODALIDADES SENSORIAIS SECUNDÁRIAS OU CORTICAIS: depende não somente da recepção de estímulos na periferia com posterior integração no córtex sensorial, como também de áreas sensitivas associativas. A preservação das modalidades primárias é condição fundamental para o teste das modalidades secundárias. 1. Esterognosia: · Ao final do exame da sensibilidade, avalia-se o fenômeno esterognóstico, que significa a capacidade de reconhecer um objeto com a mão sem o auxílio da visão. · É a função tátil discriminativa ou epicrítica com componente propiroceptivo. · Coloca-se um pequeno objeto comum (chave, botão, grampo de cabelo) na mão do paciente, o qual, com os olhos fechados, deve reconhecer o objeto apenas pela palpação. Quando se perde essa função, diz-se astereognosia ou agnosia tátil, indicativa de lesão do lobo parietal contralateral. 2. Grafestesia: · Capacidade de identificar formas traçadas sobre as mãos com um objeto de ponte romba. · Agrafestesia é a impossibilidade de descrever as formas testadas. 3. Discriminação entre dois pontos: pode ser estática ou dinâmica. Para ambas é necessário um instrumento em forma de “V” com distância entre as duas hastes passível de mensuração (estesiômetro). a. Estática: os dois pontos são deixados em contato com a pele do paciente e o examinador deve identificar a menor distancia em que o paciente é capaz de identificar o contato dos dois pontos. b. Dinâmica: fixa-se um dos pontos e move-se o outros, tendo o paciente que identificar a distância em que percebe os dois estímulos. · Medidas de referência: variando de 1mm na ponta da língua até 40mm no dorso dos pés. · As polpas digitais, em geral, são os locais mais comumente avaliados e uma distância de 2-4mm é considerada como normal. 4. Localização tátil: paciente deve informar em que parte do corpo está sentindo ser estimulado e qual estímulo está sendo oferecido. Desafiar o paciente com estímulos aleatórios e, às vezes, simultâneos. · Extinção sensorial ou intenção: incapacidade de perceber dois estímulos iguais aplicados em regiões homólogas de maneira simultânea. Presente em pacientes com lesões parietais no hemisfério não dominante (ex: infartos corticais parietais direitos, em que o paciente de olhos fechados é incapaz de identificar estímulos sensitivos no braço ou perna esquerdos, quando se estimula simultaneamente os MMSS). REFLEXOS · REFLEXOS SUPERFICIAIS: · Cutâneos abdominais: Superiores T6, T7, T8 Médios T9, T10 Inferiores T11, T12, L1 · Cutâneo plantar: normal, hiperestesia plantar, patológicos: - Indiferente. - Sinal de Brissaud (tensor da fáscia látea). - Sinal de Babiski. · Cremastérico: L1-L2 · Anal. · REFLEXOS PROFUNDOS: realizar manobras de sensibilização dos reflexos (provocar distração, método de Jendrassik para o reflexo patelar e posição de joelhos para o reflexo aquileu). · Membros superiores: REFLEXO RAIZ NERVO Biccipital C5/C6 Músculo-cutâneo Triccipital C6/C7/C8 Radial Estilo ou braquirradial C5/C6 Radial Flexor dos dedos C8 Ulnar · Membros inferiores: REFLEXO RAIZ NERVO Patelar L2/L3/L4 Femoral Aquileu L5/S1/S2 Tibial COORDENAÇÃO · Importância da integração dos movimentos entre músculos agonistas, antagonistas e sinergistas. · Realizar as manobras primeiro de olhos abertos e depois de olhos fechados (exceto de Holmes e da sinergia do tronco). · Determinar em todas as manobras quando a alteração é cerebelar e quando é proprioceptiva. · Membros superiores: - Dedo-nariz (sensibilizado: dedo-nariz-dedo). - Manobra de Holmes (manobra do rechaço ou do rebote). - Diadococinesia. · Do tronco (Sinergia): - Levantar do leito sem o auxílio dos braços. · Membros inferiores: - Calcanhar-joelho.
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