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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Aloimunização ou Doença Hemolítica Perinatal Definição Aloimunização = Doença hemolítica perinatal = Eritrobastose fetal. Destruição das hemácias fetais por anticorpos anti-eritrocitários maternos em decorrência da incompatibilidade sanguínea materno-fetal. Normalmente, não há troca de sangue materno-fetal, pois a placenta funciona como uma barreira. Porém, se houver contato entre o sangue dos dois e, se a mãe for Rh – e a criança Rh +, o organismos materno irá produzir anticorpos, que irão destruir os eritrócitos fetais. IgM é uma molécula grande e não atravessa a placenta; já o IgG é pequeno e consegue atravessar. Etiologia Incompatibilidade do sistema Rh – 98% dos casos. Incompatibilidade do sistema ABO. Incompatibilidade de sistemas menores: Kell, Duffy, MNS. Fisiopatologia Feto: hemácias com antígenos eritrocitários = sangue positivo (Rh +). Gestante: hemácias sem antígenos eritrocitários = sangue negativo (Rh -). Passagem de sangue fetal para corrente sanguínea materna = sangramento feto-materno. Produção de anticorpos anti-eritrocitários maternos = Aloimunização materna. Anticorpos anti-eritrocitários maternos atravessam a barreira placentária e destroem hemácias fetais = DHPN. O processo inicia-se com a penetração de hemácias Rh+ na circulação de mulheres com Rh negativo, determinando a produção de anticorpos específicos. A resposta imune primária é lenta, levando de seis semanas até seis meses para acontecer. Resulta na produção de imunoglobulina do tipo M (IgM) que não cruza a barreira placentária e, portanto, não agride o feto. Em uma subsequente exposição da mãe ao antígeno Rh, uma rápida resposta celular e humoral se deflagra, com produção especificamente de anticorpos anti-Rh do tipo IgG, que são moléculas pequenas que cruzam a placenta, indo aderir à membrana do eritrócito Rh positivo e causando hemólise fetal. Alcançada a circulação fetal, os anticorpos ficam adsorvidos à superfície das hemácias portadoras de seu antígeno específico. O feto procura compensar a destruição de suas hemácias pelo incremento na eritropoiese medular. Isso VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C leva à hepatoesplenomegalia e ao aparecimento de células imaturas, principalmente reticulócitos e eritroblastos, circulando no sangue periférico, justificando o termo eritroblastose fetal. Quando o processo atinge intensidade suficiente para a velocidade de hemólise superar a de formação de novas células sanguíneas, instala-se a anemia. A pequena faculdade de transporte de oxigênio pelas hemácias imaturas e a destruição das células sanguíneas mais velhas levam à anoxia anêmica. O outro efeito da hemólise é o aumento na produção da bilirrubina (Bb) do tipo não conjugado. Repercussões fetais Anticorpos anti-eritrocitários maternos destroem hemácias fetais. Hemólise no baço fetal = anemia fetal. Produtos da hemólise sobrecarregam o fígado = insuficiência hepática e hiperbilirrubinemia. Hemólise ativa eritropoiese fetal = eritrócitos jovens na corrente sanguínea. Anemia fetal grave = hipóxia e insuficiência cardíaca = ascite, derrame pericárdico e pleural, alteração da circulação placentária e, por fim, óbito fetal. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Rastreamento Toda gestante deve ser submetida à investigação do tipo sanguíneo Rh. Nas gestantes com Rh negativo, o risco de sensibilização ocorre quando o pai é Rh positivo. Coombs indireto pesquisa anticorpos, se for positivo significa que a mulher já foi sensibilizada previamente. PAI: Pesquisa de anticorpos irregulares (exame caro e pouco disponível). Diagnóstico Coombs indireto ou pesquisa de anticorpos irregulares: presença de anticorpos anti-eritrocitários no sangue materno. Coombs indireto ou PAI positivo = significa aloimunização materna. Coombs indireto ou PAI negativo = significa que não houve sensibilização materna. Titulação do Coombs indireto indica risco de desenvolver DHPN (quanto maior a titulação = pior o prognóstico). VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Seguimento Atenção: imunoglobulina anti-D é para evitar que a gestante produza anticorpo anti-eritrocitários, sendo assim, o anti-D deve ser dado com 28 semanas apenas para mulheres que ainda não foram sensibilizadas (Coombs indireto NEGATIVO). A imunoglobulina anti-D também deve ser dada no pós-parto. A condição para a aplicação da imunoglobulina anti-D na profilaxia da aloimunização na gestação é que a mulher seja Rh negativa, não possua anticorpos anti-D (teste de Coombs indireto negativo). Com 28 semanas e após o parto PVS VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Tratamento Transfusão intraútero: entre 18 e 35 semanas, sangue O Rh negativo irradiado. Anemia fetal: Hb dois desvios padrões abaixo do esperado para a idade gestacional. Sobrevida fetal: 90% fetos não hidrópicos e 75% fetos hidrópicos (edemaciados). Prevenção Imunoglobulina anti-D / Rhogam (em paciente NÃO sensibilizadas, sendo administrada com 28 semanas e após o parto). Dose recomendada: 300 mcg intramuscular (1 ampola). Dose extra ou na suspeita de hemorragia feto-materna abundante: fazer o teste de Kleihauer (ver se precisa complementar a dose do Rhogam). Cada 10 mcg de imunoglobulina é capaz de suprimir 1 ml de sangue fetal. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Os títulos de anticorpos ficam positivos por 12 semanas após administração da imunoglobulina anti-D. Não se deve dosar Coombs indireto após a administração de imunoglobulina: Coombs indireto falso positivo. Imunoglobulina com 28 semanas de gestação: Coombs indireto falso positivo no momento do parto (não solicitar Coombs no momento do parto) e a profilaxia pós-parto deve ser mantida. Imunoglobulina há menos de 30 dias e apresentou complicação que aumenta o risco de sangramento materno fetal, não necessita repetir a imunoglobulina nesse período.
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