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Fichamento Detalhado - Da divisão do trabalho social, CAP. V Livro I - DURKHEIM, Émile

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Giovanna Claudino de Almeida Silva - N° USP 12656474 07/06/2022 
Disciplina FSL0102 - Sociologia II – Professor Ricardo Musse 
PLEA (Práticas de Leitura e Escrita Acadêmica) 
Fichamento Detalhado – Durkheim, Émile. Da divisão do trabalho social. Livro I, cap. V. 
1ª PARTE – Predominância do direito cooperativo sobre o direito repressivo e sua 
consequência na coesão social (§§ 1 – 8) 
A predominância do direito cooperativo sobre o direito repressivo nas sociedades mais 
complexas é resultado da preponderância progressiva da solidariedade orgânica. Para 
Durkheim, essa tendência é mais clara à medida que uma sociedade se assemelha aos tipos 
sociais ditos superiores, o que prova que tal tendência não é ocasional, e sim resultado da 
natureza desses tipos. A propensão da solidariedade orgânica altera também a forma da coesão 
social. Os vínculos sociais relacionados ao direito cooperativo são derivados da divisão do 
trabalho, e tais vínculos são mais numerosos e mais fortes em relação aos vínculos derivados 
das similitudes sociais. Essa disparidade de força e quantidade de vínculos se dá pela própria 
natureza de suas bases. 
A) Menciona a reduzida importância do direito repressivo ocupa em relação ao direito 
cooperativo (§ 1): Os vínculos sociais que advêm das crenças e dos sentimentos 
coletivos são menos numerosos que os que se originam da divisão do trabalho social. 
B) Explica o porquê ocorre uma diferença quantitativa de vínculos nos diferentes tipos de 
coesão social (§ 2): As relações de dependência resultantes da divisão do trabalho são 
mais numerosas do que as regras relacionadas ao direito repressivo porque elas são tão 
diversas quanto as próprias funções sociais. 
C) Defende essa preponderância como uma tendência natural (§ 3): Tal fato está ligado à 
estrutura social, pois ele se desenvolve à medida que a sociedade se define. 
D) Afirma que os vínculos derivados da divisão do trabalho são mais fortes que os vínculos 
por similitudes (§ 4 - 8): A força relativa dos vínculos sociais se baseia na facilidade 
com a qual se rompem. Para Durkheim, os vínculos sociais entre os que ele define como 
povos inferiores são mais frouxos, pois a tendência a naturalização e a falta de 
interdependência tornaria mais fácil a incorporação de estrangeiros. Ao contrário dos 
vínculos na divisão do trabalho, que, por serem interdependentes, não conseguem retirar 
ou adicionar um elemento sem perturbar o funcionamento do todo. 
 
2ª PARTE - Condições necessárias para o vigor da solidariedade mecânica (§§ 9 – 15) 
Além dos vínculos da solidariedade mecânica serem naturalmente menos fortes do que os da 
solidariedade orgânica, eles também se enfraquecem à proporção da evolução social. As 
condições necessárias para a permanência da solidariedade mecânica se baseiam na relação de 
prevalência da consciência coletiva sobre a consciência individual, a intensidade média dos 
estados da consciência, e no grau médio de determinação. Conforme a consciência particular 
ganha força pela especialização criada na divisão do trabalho social, a consciência coletiva - e 
consequentemente a solidariedade mecânica - tornam-se mais fracas. Durkheim agrupa as 
regras do direito repressivo em diferentes categorias de sentimentos coletivos para provar o 
enfraquecimento da solidariedade mecânica, pois no geral, as quantidades de regras 
diminuíram, e enfraqueceram esses estados fortes e definidos da consciência comum. 
A) Declara que a solidariedade mecânica se afrouxa à medida da evolução social (§ 9). 
B) Distingue as condições que definem a força dos vínculos sociais pela solidariedade 
mecânica (§10 - 13). 
b.1) A primeira condição é a relação entre a porção da consciência comum e o da 
consciência coletiva (§ 11). 
b.2) A segunda condição é a intensidade média dos estados da consciência comum, que 
age tanto mais sobre o indivíduo quanto maior for a sua vivacidade (§ 12). 
b.3) A terceira condição é a extensão da determinação desses estados, pois quanto mais 
definidos são, menos deixam espaço para divergências individuais, gerando assim 
consenso e uniformidade (§ 13). 
C) Argumenta que os estados fortes e definidos da consciência comum enfraqueceram (§14 
- 15): A especialização se desenvolveu mais do que a consciência comum, por 
conseguinte, a intensidade média e o grau médio de determinação dos estados coletivos 
diminuíram. Ou seja, houve um enfraquecimento de duas condições necessárias para a 
força da solidariedade mecânica. Para futuramente analisar esses estados coletivos que 
se enfraqueceram, Durkheim cria um quadro agrupando tipos criminológicos aos seus 
sentimentos coletivos relativos. 
3ª PARTE – O desaparecimento de tipos criminológicos como prova do enfraquecimento 
da consciência coletiva (§§ 16 – 39) 
O autor analisa a dissolução progressiva de vários tipos criminológicos comuns aos estados 
fortes e definidos da consciência comum. A regulamentação da vida doméstica e as regras 
relacionadas as tradições são exemplos de crimes que estão desaparecendo do direito penal. 
Durkheim afirma que a perda mais significativa do direito penal são os crimes religiosos, pois 
eles demonstram um acentuado enfraquecimento da consciência coletiva. 
A) Confirma que um grande número de tipos criminológicos desapareceu 
progressivamente (§ 16): A partir da análise do quadro sobre regras que proíbem atos 
contrários a sentimentos coletivos. 
B) Discorre sobre o desaparecimento da regulamentação penal da vida doméstica (§ 17 - 
20): O autor compara as atuais leis penais relacionadas a vida doméstica com as 
legislações de Atena e Roma, e com o Pentateuco. Tal análise demonstra que os deveres 
dos membros da família não possuem mais sanção repressiva, com exceção do adultério 
e da bigamia. Os sentimentos domésticos só tem efeito no direito penal quando há uma 
ofensa pública, ou em um indivíduo incapaz de se defender. 
C) Discorre sobre o desaparecimento da regulamentação penal de tradições diversas (§ 21): 
Nas sociedades simples, as tradições são onipotentes e se tornam deveres imperativos. 
A ausência dessa homogeneidade nas sociedades complexas faz essa categoria 
criminológica desaparecer. 
D) Expõe a ausência de crimes religiosos e a gravidade de tal fato para a consciência 
comum (§ 22-39): Comparando a quantidade e a gravidade de crimes religiosos em 
Atenas, Roma, no Pentateuco e no cristianismo com a sociedade atual, o autor confirma 
que houve um desaparecimento quase total dessa categoria. Durkheim afirma que esse 
é um exemplo importante sobre o enfraquecimento da consciência comum, pois uma 
quantidade enorme de sentimentos coletivos intensos desaparecera. 
4ª PARTE - Predominância da esfera individual no direito repressivo em detrimento da 
esfera coletiva (§§ 40 – 45) 
As variedades criminológicas que desapareceram progressivamente não foram substituídas por 
novos tipos criminológicos. Atualmente, o direito penal situa a maioria de suas regras nos 
objetos individuais, pois os únicos sentimentos coletivos que se tornaram mais intensos foram 
os relacionados a objetos. Durkheim não considera isso uma compensação, já que tais regras 
existiam anteriormente, ao contrário da tese de Lombroso, a qual sustentava que o crime era a 
regra geral entre os selvagens. Apesar disso, o autor reconhece que tais direitos adquiriram mais 
força à medida que a personalidade individual se tornou um elemento importante na vida social, 
e independente da consciência coletiva. 
A) Informa que inúmeras variedades criminológicas desapareceram sem compensação (§ 
40): Não se constituíram outros tipos criminológicos absolutamente novos. 
B) Refuta a tese de Lombroso (§ 41 - 44): De acordo com Durkheim, Lombroso acredita 
que os crimes contra a pessoa individual não existiam nas sociedades mais simples, 
logo, a existência desses crimes atualmenteseriam uma compensação aos tipos 
criminológicos que desapareceram. Durkheim afirma que a concepção que serve de base 
para tal tese é inválida, pois afirma que os povos primitivos são destituídos de 
moralidade. Essa afirmação não poderia proceder, pois assim que os homens formam 
uma sociedade, cria-se regras, e, portanto, uma moral. 
C) Reafirma o enfraquecimento da consciência coletiva (§ 45): Houve um pequeno 
crescimento na consciência coletiva, mas somente relacionado ao próprio indivíduo. A 
consciência particular, além de ter se desenvolvido mais que a consciência coletiva, 
também se livrou da influência que sofria dela. 
 
5ª PARTE - Diminuição da influência religiosa como prova do enfraquecimento da 
consciência coletiva (§§ 46 – 57) 
Durkheim indica que é possível - apesar de pouco aprofundado - analisar o fenômeno da 
preponderância da solidariedade orgânica por meio da religião. Quando os estados da 
consciência comum se tornam muito fortes, eles inevitavelmente adquirem um aspecto 
religioso. Logo, é provável que a religião represente uma parte central da consciência comum. 
Essa demonstração torna possível analisar a regressão da consciência comum no seu elemento 
afetivo, indo além do elemento representativo, presente na análise sobre tipos criminológicos. 
Outro exemplo da regressão da consciência comum em seu aspecto afetivo é a diminuição de 
provérbios, pois tais são a expressão condensada de uma ideia ou de um sentimento coletivo. 
Apesar de seu enfraquecimento, a consciência comum não está fadada a desaparecer, mas a se 
tornar muito geral e indeterminada. Diante disso, a divisão do trabalho social se torna cada vez 
mais responsável por manter a coesão social. 
A) Anuncia que indicará um outro método - menos aprofundado - para constatar o 
enfraquecimento da consciência coletiva (§ 46) 
B) Define a religião como parte da consciência coletiva (§ 47 - 48): A religião vai além da 
relação do homem com o divino, ou seja, é social. Um estado forte e definido da 
consciência coletiva adquire uma característica religiosa, pois inspira tanto respeito 
quanto as crenças religiosas. Logo, o autor afirma que é muito provável que a religião 
seja uma parte central da consciência coletiva. 
C) Analisa a atual falta da influência religiosa nas sociedades (§ 49): Cada vez mais diminui 
o número de crenças e sentimentos coletivos fortes o suficiente para adquirirem um 
caráter religioso. Portanto, o domínio da religião não aumenta ao mesmo tempo que o 
da vida temporal, e está se retraindo cada vez mais. 
D) Constata a possibilidade de analisar o enfraquecimento da consciência coletiva por um 
novo elemento (§ 50 - 52): A mesma lei de regressão aplicada para o elemento 
representativo da consciência coletiva pode ser aplicada ao elemento afetivo. As ideias 
e doutrinas coletivas estão enfraquecendo, e isso pode ser provado pela religião, mas 
também por provérbios, já que eles são a expressão condensada de uma ideia ou de um 
sentimento coletivo, e estão desaparecendo por completos. 
E) Formula o destino da consciência coletiva (§ 53 - 54): A consciência comum progride 
menos que as consciências individuais, e se torna mais fraca e vaga. Tal 
desenvolvimento, apesar ser progressivo, não é retilíneo. Apesar dessa tendência, a 
consciência coletiva não deixará de existir, só se tornará mais geral e indeterminada. 
Sendo assim, ela não será capaz de manter a coesão social. 
F) Afirma a importância da divisão do trabalho para a coesão social (§ 55 - 57): À medida 
que a solidariedade mecânica vai enfraquecendo, ou a vida social em si se enfraquece, 
ou outra solidariedade avança. Mas, quanto mais as sociedades se desenvolvem, mais 
elas criam um profundo sentimento de si e de unidade, logo o enfraquecimento da vida 
social não seria possível. A divisão do trabalho cumpre a função outrora cumprida pela 
consciência coletiva, que é a coesão social. Tal fato comprova que a preponderância da 
solidariedade orgânica é uma tendência inevitável ao desenvolvimento das sociedades.

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