Capítulo 7

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Capítulo 7
A pedagogia realista
1
Contexto histórico: 
Ascensão da burguesia
Com a ascensão da burguesia.
Com o crescimento do capitalismo. 
Com o aumento do comercio.
A colonização assumia características empresariais, enquanto a Europa era inundada pelas riquezas extraídas da América.
Sec. XVII
Mercantilismo
Aumento do comércio
Desenvolvimento do capitalismo
O crescimento das manufaturas alterou as formas de trabalho.
Os artesãos de produção doméstica perderam seus instrumentos de trabalho para os capitalistas e passaram a receber salário.
Essa nova ordem consolidou-se com o mercantilismo (o controle da economia pelo Estado) e que resultou da aliança entre reis e burgueses.
Politicamente, o século XVII caracteriza-se pelo absolutismo real, e entre os teóricos que defendiam esse tipo de poder absoluto, o mais conhecido é o filósofo inglês Thomas Hobbes.
Liberalismo econômico e político
À medida que a burguesia se fortalecia, tomava forma a teoria do liberalismo:
Revolução Gloriosa acabou com absolutismo e começou com a monarquia constitucional na Inglaterra. 
O principal intérprete das ideias políticas liberais foi o filósofo inglês John Locke.
O liberalismo opunha-se ao absolutismo dos reis, fazendo restrições à interferência do Estado na vida dos cidadãos, em defesa da iniciativa privada. 
Locke desenvolve a hipótese do ser humano em “estado de natureza”, em que todos seriam livres, iguais e independentes. 
Uma das características do pensamento liberal consiste na origem democrática e parlamentar do poder político, determinado pelo voto e não mais pelas condições de nascimento, como na nobreza feudal.
Revolução Gloriosa (1688)
Crise da Consciência Europeia
À teoria geocêntrica contrapôs-se a teoria heliocêntrica, alterando a concepção humana do Universo.
As transformações na ciência geraram descompassos em outros setores, e a ordem econômica também se ressentiu.
Configurou-se o processo de formação da família nuclear, típica da sociedade burguesa.
O indivíduo não mais se contenta em apenas “saber por saber” deseja “saber para transformar”
A Educação Religiosa: 
No século XVII, os esforços para institucionalizar a escola aperfeiçoou com a legislação que considerou tópicos referentes à obrigatoriedade, aos programas, níveis e métodos. 
Os jesuítas representavam o ensino tradicional mais conservador.
Tomavam por base a Escolástica medieval e a ciência aristotélica.
Desprezavam o ensino de ciências e filosofia modernas, além de enfatizarem o ensino do latim e da retórica.
Companhia de Jesus
Os oratorianos foram opositores constantes do sistema jesuítico e substituíram a Companhia de Jesus quando, esta, foi dissolvida.
Acolheram as novas ciências e a filosofia cartesiana.
Ensinavam o francês e outras línguas modernas, além do latim
Estudavam história e geografia com o uso de mapas.
Encorajavam a curiosidade científica e utilizavam um sistema disciplinar brando.
Congregação do Oratórios
Os jansenistas se opuseram aos jesuítas.
Inspirados por Anésio, consideravam a natureza humana interior má.
Consideravam que o número de alunos em cada classe deveria ser pequeno, para que a vigilância fosse constante e segura.
Só passavam para o desconhecido por meio do já conhecido e nada ensinavam que não pudesse ser compreendido pela mente em formação da criança.
Usavam com frequência ilustrações e mapas. 
Aplicavam o método fonético na aprendizagem da leitura, ensinando as crianças a conhecer as letras somente pela sua pronúncia real e não com os nomes pelos quais são designadas.
Criticavam o verbalismo, a memorização e a erudição estéril, em franca oposição aos métodos dos jesuítas.
Jansenistas 
No Renascimento, por inspiração da Reforma, as escolas da Alemanha buscavam a universalização do ensino elementar como forma de propagar a fé religiosa.
Educação Publica: 
Em 1619, o Ducado de Weimar regulamentou a obrigatoriedade escolar para todas as crianças de 6 a 12 anos. 
Em 1642, o duque de Gotha estabeleceu leis para a educação primária obrigatória, definindo os graus, as horas de trabalho, os exames regulares e a inspeção.
Na França, destacou-se o trabalho do abade Charles Démia, que publicou um livro defendendo a educação popular. 
Sob sua influência e direção foram fundadas diversas escolas gratuitas para crianças pobres e um seminário para a formação de mestres.
Na França, outra tentativa importante de instrução elementar gratuita para os pobres foi levada a efeito por São João Batista de La Salle, que em 1684 fundou o Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs.
La Salle privilegiava o francês em vez do latim e preferia lições práticas para os alunos, agrupados em classes e por níveis de dificuldade.
ACADEMIAS
Visavam atender aos interesses da nobreza, na formação cavalheiresca dos seus filhos.
Transição dos padrões conservadores de ensino.
Devido ao progresso da ciência, surgiram as academias científicas, às quais os cientistas se associavam para a troca de experiências e publicações. 
Tornaram-se importantes a Academia de a Real Sociedade de Londres e a Academia de Berlim.
Se ocuparam com o problema do conhecimento:
Descartes – Racionalista
Francis Bacon e John Locke – Empirismo
Filosofia moderna:
Essas orientações irão marcar as maneiras de pensar na pedagogia. 
Locke
Afirma que nada está no espírito que não tenha passado primeiro pelos sentidos. Locke critica a teoria das ideias inatas de Descartes, afirmando que a alma é como uma tábula rasa (tábua sem inscrições), por isso o conhecimento só começa após a experiência sensível. 
Descartes - o Pai da Filosofia Moderna
Possuia 4 princípios:
Jamais tomar alguma decisão sem conhecê-la evidentemente como tal
Dividir todas as dificuldades quantas vezes forem .necessárias antes de resolve-las
Organizar os pensamentos começando pelas mais simples até as mais difíceis.
Fazer uma revisão geral para não omitir nada.
Francis Bacon
Valoriza a indução e insiste na necessidade da experiência, dividia as ciências e ainda dizia que saber é poder sobre tudo. 
O realismo na pedagogia
Contrariava a educação antiga, excessivamente formal e retórica.
Preferia o rigor das ciências da natureza, buscando superar a tendência literária e estética própria do humanismo renascentista.
Considerava que a educação devia estar voltada para a compreensão das coisas e não das palavras.
Locke: a formação do gentil - homem
Desenvolve uma concepção da mente infantil e da educação, enfatizando o papel do mestre ao proporcionar experiências fecundas para auxiliar no uso correto da razão.
Representante dos interesses burgueses, valoriza o estudo de contabilidade e escrituração comercial, numa preparação mais ampla para a vida prática. 
Para Locke, os fins da educação concentram-se no caráter, muito mais importante que a formação apenas intelectual.
Propõe o desenvolvimento físico, moral e intelectual.
Locke não defende a universalização da educação. Para ele, a formação dos que irão governar e a daqueles que serão governados deviam ser diferentes, configurando-se assim o caráter elitista da sua pedagogia.
Comênio: ensinar tudo a todos
O maior educador e pedagogo do século XVII.
Pretendia tornar a aprendizagem eficaz e atraente mediante cuidadosa organização de tarefas. 
O ensino devia ser feito pela ação e estar voltado para a ação: “Só fazendo, aprendemos a fazer. 
Fénelon: a educação feminina
Estabelecer novas diretrizes para a educação feminina.
Educação com base mais no prazer do que no esforço.
Instrução geral. Gramática, poesia, história, leituras clássicas e religiosas. 
Só as moças excepcionais seriam encorajadas a seguir nos estudos, às menos qualificadas era reservada a educação moral e religiosa, vida de mãe e esposa.
Conclusao:
Apesar da sociedade aspirar à educação realista, a Europa ainda se encontrava em uma situação de contradição, com as novas ideias e discussões dos filósofos – teóricos da educação.