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O Poder da Educação Iluminista

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BOTO, Carlota. A educação no debate iluminista. In: A escola do homem novo: entre o Iluminismo e a Revolução Francesa. São Paulo: Editora UNESP, 1996.
1) O poder da educação na profecia iluminista
· A educação teria o poder de promover transformações sociais.
2) A instrução como dispositivo de aperfeiçoamento social: entre Diderot e Helvetius
· Helvetius:
· A educação tem um forte poder de moldar o homem.
· Dor e prazer seriam aquilo que norteariam a ação humana.
· Os talentos seriam obra do acaso, e podem ser guiados por meio da educação.
· Todo homem nasce com o espírito justo.
· Diderot:
· Questiona se a educação pode mesmo moldar o indivíduo tão facilmente, não acredita que a educação tenha um poder ilimitado sobre o homem.
· O diferencial do homem em relação aos outros animais é o fato dele conseguir julgar, de ter poder de escolha.
· Os talentos de cada um seriam dados ao nascer, de forma que a educação não pode realmente mudar algo que é intrínseco ao homem.
· O espírito é socialmente construído.
3) Nas pegadas do Emílio
· Rousseau defende que a educação deve pensar na criança, na infância e em suas especificidades.
· A educação, junto da política e da ética, seria responsável por formar o bom indivíduo do futuro, de forma que, mesmo ele crescendo dentro de um sistema corrompido, a educação o daria ferramentas para driblar esses problemas e transformar tal sistema. Assim, ele garantiria o progresso da civilização.
4) Enciclopédia: prospecto e discurso preliminar
· Objetivos: exposição (divulgação), classificação e sistematização do conhecimento e a delimitação dos princípios norteadores das ciências.
· Simbolizou a tentativa humana de alcançar a genealogia do saber, visto que todos os conhecimentos estariam interligados, dentro de um contexto marcado pela crença no aperfeiçoamento humano e no progresso da civilização.
· Seu conteúdo foi divulgado e popularizado por meio de artigos, panfletos, cartazes, o que a tornou mais acessível às camadas populares, causando uma maior visibilidade acerca dos novos ideais, visões de mundo, etc.
· A Enciclopédia também representava uma luta contra os ideais do Antigo Regime: seu autoritarismo, dogmatismo, censura, estagnação. Buscava-se um reordenamento social baseado na razão e nos ideais ilustrados.
· Os iluministas não foram revolucionários, mesmo propondo certas mudanças radicais, na prática, elas não levaram a uma ruptura total com as estruturas anteriores. Suas propostas tinham um caráter mais reformador do que revolucionário.
5) O alcance político da obra pela sigla dos verbetes
· A existência desses verbetes permitia a difusão de ideais, conceitos, modelos políticos e econômicos, os quais permitiam o questionamento acerca da realidade social vivida:
· A “propriedade privada”, em Locke, seria um direito inalienável, além de ser o alicerce da sociedade civil; O “Estado”, também em Locke, serviria para garantir a segurança e a felicidade da sociedade civil; o “homem” era pautado no princípio de igualdade ao nascer, daí deriva a ideia de “igualdade política”; esta se baseia na ideia de distribuição e equilíbrio dos poderes do Estado (defesa de um sistema de contrapesos). Os conceitos de “nação”, “pátria” e “povo” também são contemplados.
· Os verbetes sobre economia oscilam entre o mercantilismo e o livre mercado.
· Em relação aos costumes, o texto toma como base os princípios ilustrados.
· Há também o apontamento para a questão da participação popular no mundo político e a necessidade da sua representação, visto que antes, como é ressaltado nos verbetes, apenas o clero e a nobreza tinham esse privilégio.
· Essa liberdade de pensamento, pregada pela Enciclopédia, serviria como um meio de enfrentar o imaginário dogmático do Antigo Regime.
6) Educação, ensino e colégio: relação entre mestre e discípulo
· A pedagogia jesuítica, muito criticada pelo Iluminismo, construiu a base do que seria conhecido como ensino tradicional. No século XVIII, a pedagogia tomaria uma conotação muito atrelada ao ramo das ciências, além de se ver cada vez mais associada ao Estado, o qual teria um papel civilizador e moralizador da sociedade. 
· Cabe ressaltar que o papel do Estado no meio educativo ainda era questão de debate e resistência por parte de alguns iluministas.
· Havia uma crença no progresso da civilização humana muito atrelada à educação das crianças, que personificariam a esperança de um futuro melhor (idealizado sob os ideais iluministas). Nesse sentido, haveria uma necessidade de universalizar a instrução infantil, contudo, grande parte dos filósofos iluministas hesitavam em estender a educação a todas as camadas populares, com o medo de desviar os indivíduos dos seus “ devidos lugares na sociedade”.
· No verbete sobre educação, esta seria encarregada por cuidar da saúde do corpo, além de garantir a “retidão” do espírito. Assim, os mestres deveriam ser capazes de encaminhas seus discípulos em direção ao pensamento ilustrado, além de mostrar como a “vida adulta” funcionaria, fornecendo bons exemplos a serem seguidos.
· A pedagogia francesa, junto da Enciclopédia, pretendia ao universalismo, definir o homem universal, extrapolando as épocas e as localidades e via na educação a ferramenta para tornar isso uma realidade.
7) Da enciclopédia a revolução
· O movimento enciclopedista teve influência sobre a Revolução Francesa quando se fala em romper com algumas estruturas do Antigo Regime. Contudo, no que tange à educação, a Revolução radicalizou e rejeitou certos pontos do pensamento iluminista. 
· Muitos teóricos ilustrados da educação hesitavam diante do debate de universalizar o ensino e da determinação da instrução como uma questão de interesse público, responsabilidade do Estado, além de mais criticarem a ortodoxia das escolas religiosas ao invés de proporem modelos para o ensino. 
· É a Revolução Francesa que vai garantir a escola universal, laica, gratuita, obrigatória e sob a tutela do Estado. Por causa dessa relação entre instrução e Estado, o fazer pedagógico passa a se voltar para a formação cívica.

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