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CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: Editora UNESP, 1999, p. 195-219.
1) A modernidade como revolução pedagógica
· Ruptura com as estruturas da sociedade medieval: seu caráter estático, opressor das liberdades, de forte presença das autoridades políticas e religiosas. Há uma separação do mundo religioso da vida prática.
· Revoluções geográficas (Grandes Navegações, protagonismo ocidental), econômicas (desenvolvimento do capitalismo), políticas (criação do Estado Moderno, de instituições conformadoras), sociais (ascensão da burguesia), ideológicas (Iluminismo) e pedagógicas. 
· A questão da pedagogia se volta para a formação do homem enquanto parte de uma vida em sociedade, a qual o torna conectado ao Estado. Dessa forma, a educação busca a formação de um indivíduo ativo na sociedade, um bom cidadão.
· A educação assume um papel de controle e conformação social, ela se torna uma ferramenta essencial para a consolidação da ideologia predominante (influenciada pelo Estado), relacionada à ordem e à produtividade, entre as massas populares.
2) Estado moderno, controle social, projeto educativo
· Por um lado, clama-se pela liberdade do indivíduo e da sociedade, por outro, busca-se modelar o indivíduo segundo modelos de comportamento, integrando-o perfeitamente ao corpo social.
· Há uma forte influência do conceito de “microfísica do poder” de Foucault sobre o texto: a modernidade exerce um controle social minucioso e rigoroso sobre os comportamentos dos indivíduos por meio de instituições (como as escolas), as quais ou buscam integrar os sujeitos à sociedade ou separá-los. O agente central desse processo é o Estado.
3) Institucionalização educativa e escola moderna
· A família e a escola se mostram como elementos centrais na formação (e conformação) das crianças e dos adolescentes segundo o modelo comportamental dominante. 
· A disciplina é valorizada, principalmente, pela eficácia e pela ordem que ela garante dentro das esferas do trabalho e da educação.
· Reorganização das disciplinas e dos métodos das escolas, buscando uma racionalização do ensino, uma eficácia do ensino.
· Foucault, em “Vigiar e Punir”, mostra como as escolas praticam o controle minucioso do corpo, conformando-o ao modelo comportamental esperado pela ideologia dominante, além de estabelecerem uma divisão produtiva do tempo. Assim, seria garantido um aprendizado eficiente, além da interiorização da necessidade do uso produtivo do tempo em todas as esferas da vida. 
· Contudo, a escola também foi um local de emancipação dos indivíduos, em especial das classes populares. 
4) Uma nova cultura para a instrução
· Transformação no currículo dos estudos: retomada dos conteúdos clássicos e introdução da filosofia humanística. Uma mentalidade mais científica, técnica e pragmática começa a surgir.
· Nas escolas voltadas aos grupos privilegiados, há uma ênfase na formação política dos jovens.
· Mudança nos objetivos da educação: de formar o bom súdito e o bom cristão, ela passa a buscar formar o bom cidadão, um indivíduo ativo na sociedade, ciente de seus deveres e direitos.
5) Aventuras do saber pedagógico
· Novas formas da pedagogia, que seguem modelos sociopolíticos e científicos, passam a protagonizar o cenário educativo em detrimento do modelo metafísico. Buscava-se uma base racional, científica para a pedagogia.
· As pedagogias emergentes eram plurais, complexas, descentralizadas. 
· Estava ocorrendo uma transformação na visão de mundo relacionada ao homem e à sociedade, de modo que pretendia-se formar um homem social, ativo e útil para a vida em sociedade.
6) A pedagogia entre conformação e emancipação 
· A educação da modernidade transitava entre a contradição da educação como instrumento conformador ou emancipatório. Essa contradição seguiu em aberto e não foi solucionada.
· Rousseau propõe duas pedagogias: a do “Contrato Social” (conformadora) e a do “Emílio” (libertária).

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