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Clínica de Ruminantes Na biopsia pode-se observar o crescimento excessivo das células basais. Ademais, para fins diagnósticos ainda pode-se avaliar o vírus pela microscopia eletrônica ou realizar ELISA. Normalmente é autolimitante. Mas pode-se realizar o tratamento com vacinas autógenas, entretanto os resultados dependem da preparação adequada da vacina, estágio de evolução da enfermidade e o tipo envolvido. As vacinas comerciais também podem ser utilizadas, entretanto, nem sempre as cepas são homólogas. Ainda pode-se empregar a criocirurgia, extirpação cirúrgica, clorobutanol em 2 doses 50 mg/kg, SC, papilomax (seca lesões e permite regeneração tecidual) ou levamisol (em doses inferiores ao uso habitual como anti-helmintíco, tem efeito de diferenciação e proliferação dos linfócitos T. Subgrupo A: BPV -1; BPV-2; BPV-5. Subgrupo B: BPV-3; BPV-4; BPV-6. PAPILOMATOSE: A papilomatose é uma enfermidade transmissível pela pele e mucosas, caracterizada pelo crescimento excessivo das células basais. É causada por um vírus da família Papovaviridae, gênero Papillomavirus. É um vírus de DNA, que possuí 6 tipos diferentes, dividido em dois subgrupos: O subgrupo A, originam os fibropapilomas, e o subgrupo B os papilomas epiteliais. A papilomatose ou fibropapilomatose é uma doença de distribuição mundial, com morbidade normalmente baixa, assim como a mortalidade. Pode ser transmitida pelo ambiente, através de bretes, comedouros, correias de pescoço, arames, pregos, tesouras e laços. Os sinais clínicos podem ser locais ou generalizados pelo corpo, normalmente são verrugas cinzentas de base larga e chata. Podem ser classificados ainda em arborescentes (formato de couve- flor) ou filamentosos (aspecto filiforme). O BPV-4 (1 e 2 também), pode contribuir para formação de tumores vesicais nos animais que ingerem samambaia (carcinógena), durante o pastejo – Casos de Hematúria Enzoótica. O diagnóstico é realizado através da visualização dos papilomas e da biópsia. A F E C Ç Õ E S D E R M A T O L Ó G I C A S Clínica de Ruminantes É uma enfermidade de distribuição mundial, porém comum em climas tropicais e temperados (áreas quente e úmidas). Acomete diversas espécies. A imaturidade sexual está relacionada com a enfermidade, pois os hormônios liberados após a maturidade sexual diminuem o pH da pele, o que impede a fixação e germinação dos dermatófitos. Os animais contaminados apresentam áreas alopécicas de bordos regulares, com descamação e formação de crostas de coloração acinzentada. O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos, raspado das lesões, culturas e dermatohistopatologia (dermatite hiperplásica supurativa, foliculite supurativa, hiperqueratose e acantose da epiderme). O tratamento é baseado no isolamento dos animais doentes, desinfecção local (Biocid 1:250), tratamento tópico com hipoclorito de sódio 0,5%, iodófors 1% e pomadas antimicóticas. Também pode-se utilizar antifúngico de uso agrícola Captan® em banhos de aspersão – Captano a 3% em diluições l:300 a l:400, 4-7 litros da calda por animal, em 2 aplicações em intervalo de 2 semanas. CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS (CCE): O CCE está entre os tumores cutâneos malignos mais comuns dos bovinos leiteiros. São caracterizados por uma massa infiltrativa, destrutiva e proliferativa. Os fatores predisponentes são a exposição a luz solar, idade, genética e infecções pelo BPV. Surgem a partir de ferimentos cutâneos cronicamente irritados através de metaplasia tecidual. Normalmente ocorrem em junções mucocutâneas não pigmentadas, como pálpebras e vulva, ferimentos cutâneos e em bovinos idosos no úbere e ponta das orelhas. Cerca de 10% dos carcinomas de células escamosas fazem metástase. Seu tratamento pode ser realizado por meio da criocirurgia, excisão cirúrgica e imunoterapia. DERMATOFITOSE: É zoonose, causada por fungos dermatófitos, como o Microsporum e Trichophyton, sendo a T. verrucosum e a T. equinum as principais espécies em bovinos e equinos. São resistentes a cicloheximida e sensíveis a área de intensa inflamação. São queratinofílicos, estando condicionados ao extrato córneo da pele e anexos, afetando pelos, unhas, cascos, penas e células queratinizadas da pele. Estresse e alterações na barreira mecânica, flora microbiana e pH da pele são fatores predisponentes. A F E C Ç Õ E S D E R M A T O L Ó G I C A S Clínica de Ruminantes LINFADENITE CASEOSA: Causada pela Corynebacterium pseudotuberculosis, uma bactéria gram positiva, intracelular facultativa que produz uma toxina termo lábil dermonecrótica que causa aumento da permeabilidade vascular. Ocorre em todas as regiões brasileiras e acomete principalmente ovinos e caprinos. Sua transmissão ocorre por via cutânea pela pele integra ou pelas vias digestiva e respiratória , podendo permanecer no ambiente entre 4 a 8 meses. Seu desenvolvimento é favorecido por confinamento com ausência de condições adequadas de higiene, feridas de tosquia, castração e corte de causa. Causa abcessos nos linfonodos regionais. O diagnóstico é realizado através dos sinais clínicos e isolamento de agente (por meio de biópsia ou aspirado) ou via sorológica (por soro-aglutinação, imunodifusão, fixação do complemento, hemaglutinação e ELISA). O tratamento consiste na drenagem dos abcessos, remoção do conteúdo caseoso, formol 2 a 10% intralesional em lesões superficiais e limpeza de estábulos com cal 1 kg/10l, formol 2% e hipoclorito de sódio 1%. DERMATOFILOSE: É zoonose, causada pela bactéria Dermatophilus congolensis. É caracterizada por dermatite hiperplásica ou exsudativa, causa erupções cutâneas crostosas e escamosas (lesões circunscritas). Possui evolução aguda ou crônica, é uma bactéria comensal da pele integra, em condições favoráveis de temperatura e umidade acaba proliferando-se e produzindo a enfermidade. É uma doença de distribuição mundial, observada em áreas tropicais e subtropicais. Após períodos de chuvas pode afetar muitos animais trazendo prejuízos econômicos. Sua transmissão ocorre por contato direto, indireto e através de vetores biológicos. Animais contaminados apresentam aglutinação dos pelos, alopecia, erupções cutâneas crostosas e escamosas, de aparência circunscrita e bem delimitada. O diagnóstico da enfermidade ocorre por meio da avaliação dos sinais clínicos, da presença de pus junto a tufos de pelos e pelo esfregaço com coloração de gram (+). Deve-se isolar os animais contaminados e realizar a desinfecção de materiais e instalações, além de controlar a umidade, a fim de efetuar o controle e profilaxia na propriedade. A F E C Ç Õ E S D E R M A T O L Ó G I C A S Clínica de Ruminantes pática interfere no metabolismo da filoeritrina (pigmento fluorescente formado a partir da clorofila nos pré- estômagos dos ruminantes), que em condições normais é absorvida pela mucosa intestinal e eliminada pelo fígado através da bile. Quando há lesão hepática, a filoeritrina pode não ser metabolizada e passar à circulação sanguínea alcançando finalmente a pele, onde então causa sensibilidade exagerada aos raios solares. Os animais apresentam anorexia, depressão, baixa de movimentos ruminais, fezes ressequidas, dor, icterícia, edemas localizado, sialorreia, urina escura e fotossensibilização. Seu diagnóstico é baseado na avaliação clínica e exames laboratoriais (AST, GGT, FA e albumina). Deve-se tratar a causa primária e controlar a infeção secundária, pode-se empregar tratamento tópico com soluções ou pomadas anti-sépticas, protetores hepáticos. O controle deve ser feito através da remoção dos animais das forrageiras, pastejo somente à noite ou em horários de menor insolação. FOTOSSENSIBILIZAÇÃO PRIMÁRIA: Nesse caso, a planta possui um pigmento que é absorvido pela mucosa intestinal, atravessa a barreira hepática e cai na circulação geral, indo, também à pele, onde então causa sensibilidade exagerada aos raios solares. As principais plantas que causam fotossensibilização são Ammi majus (comum no RS, ocorre na primavera e verão, morbidade de 100% e mortalidade quase nula) e Froelichia humboltiana (comum no nordeste,ocorre em março e maio, é mais comum em equinos e animais brancos, e mortalidade e morbidade equivalentes a Ammi majus). Os animais apresentam dermatite em áreas pouco pigmentadas, lacrimejamento, ceratoconjuntivite, exsudação, descamação e crostas. O diagnóstico é baseado na epidemiologia (identificação da presença das plantas na propriedade e manifestação dos sinais clínicos). Como tratamento deve-se retirar os animais do local ou suspender alimentação contaminada, retirar da luz solar (as lesões tendem a regredir em 7-10 dias), evitar a contaminação dos pastos, tratar as lesões com repelentes (para evitar miíase) e antibioticoterapia sistêmica (em casos de dermatite bacteriana). FOTOSSENSIBILIZAÇÃO SECUNDÁRIA: Nesse caso, a planta possui uma substância hepatotóxica e a lesão he- A F E C Ç Õ E S D E R M A T O L Ó G I C A S Principais plantas: Lantana camara; Brachiaria spp.; Panicum spp.; Myoporum laetum; Enterolobium spp.; Stryphnodendron spp.;
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