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Infecção Urinária - APG 15 O sistema urinário consiste em dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra. RIM Os rins filtram o plasma sanguíneo, devolvendo a maior parte de água e dos solutos a corrente sanguínea. A água e o soluto que restaram constituem a urina, que passa pelos ureteres e é armazenada na bexiga urinária até ser eliminada do corpo pela uretra. Os rins realizam a principal função do sistema urinário: ● Auxilia na regulação de vários íons no sangue, como os íons de sódio, potássio, cálcio, cloreto e fosfato. ● Auxilia na regulação do pH do sangue; ● Eliminam ou conservam a água na urina, ajustando o volume sanguíneo, onde o aumento deste eleva a pressão arterial e a diminuição reduz a pressão arterial. ● Ajudam a regular a pressão arterial por meio da secreção da enzima renina, ativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona. ● Regula o nível sanguíneo de glicose a excreção de escórias metabólicas e substâncias estranhas; ● Produz hormônios como o calcitriol, a forma ativa da vitamina D, auxiliando na homeostase do cálcio e a eritropoetina, estimulando na produção de eritrócitos. Os rins estão localizados logo acima da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome, sendo considerado retroperitoneais. No adulto normal possui 10 a 12 cm de comprimento, 5 a 7 cm de largura e 3 cm de espessura, possuindo massa de 135 a 150g. No lado direito, o rim está um pouco mais abaixo do que o esquerdo por conta que o fígado ocupa um espaço considerável superior ao rim. Possui a margem medial que está voltada para a coluna e ao centro da margem côncavo possui o hilo renal, local em que liga o ureter, junto com os vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Possui três camadas de tecido, a cápsula fibrosa (mais profunda) de tecido conjuntivo denso não modelado, servindo como barreira a traumatismos e manter a forma do rim, a cápsula adiposa, uma massa de tecido adiposo que circunda a cápsula fibrosa, também protegendo o rim contra traumas, e por fim, a camada superficial, a fáscia renal, de tecido conjuntivo denso não modelado, que ancora o rim a estruturas vizinhas e à parede abdominal. URETERES Tubos que drenam a urina dos rins até a bexiga. Contrações peristálticas das paredes musculares dos ureteres empurram a urina para a bexiga, mas a pressão hidrostática e a gravidade também ajudam. Tem de 25 a 30cm de comprimento. A medida em que a bexiga se enche de urina, a pressão no seu interior comprime as aberturas para os ureteres, impedindo o refluxo da urina, e quando essa válvula fisiológica não está funcionando de forma correta, é possível que microorganismos presentes na bexiga passem para os ureteres, gerando infecção no rim. Histologicamente, possui 3 camadas. Mucosa que é de revestimento e é contínuo com o da pelve renal na parte superior e com o da bexiga na parte medial, contém células caliciformes que secretam muco e impede que as células entrem em contato com a urina. A intermediária é a muscular composta por 2 lâminas de músculo liso: uma longitudinal interna e outra circular externa, o peristaltismo é sua principal função. A túnica adventícia é composta por tecido conjuntivo fibroso, com vasos sanguíneos e linfáticos. Exerce papel ativo no transporte da urina. Sua entrada distende o ureter e estimula sua musculatura a contrair, propelindo urina para dentro da bexiga. A força e a frequência das ondas peristálticas são ajustadas pela taxa de formação da urina. Cada ureter é inervado por fibras simpáticas e parassimpáticas, porém o controle neural da peristalse parece insignificante quando comparado com o modo como o músculo liso responde ao estiramento. BEXIGA É um saco muscular colabável, oco, que armazena temporariamente a urina. Localizada retroperitonealmente no assoalho pélvico, posterior a sínfise púbica. Nos homens, está anterior ao reto. Nas mulheres, fica anterior a vagina e inferior ao útero. É menor. Seu interior possui abertura para os dois ureteres e para a uretra. A região lisa e triangular da base delimitada por essas aberturas é o trígono da bexiga (infecções recorrentes). A parede possui 3 camadas: uma mucosa, com epitélio de transição, uma muscular espessa (músculo detrusor da bexiga), e uma adventícia fibrosa. É muito distendível, quando está vazia suas paredes ficam grossas e se dobram em rugas. Quando a urina se acumula, desloca-se superiormente na cavidade abdominal e fica em formato de pêra. Possui 12cm de comprimento e 500mL de urina, que pode chegar a 1000 mL e estourar. URETRA É um tubo muscular de parede fina que drena a urina da bexiga e a conduz para fora do corpo, e vai do óstio interno da uretra até o exterior. O epitélio de revestimento é cilíndrico pseudo-estratificado. Perto da bexiga se torna epitélio transicional, e próximo a abertura para o exterior se transforma em epitélio pavimentoso estratificado de proteção. Na junção entre a bexiga e uretra há o esfíncter interno da uretra que é involuntário e mantém a uretra fechada e evita que haja vazamento entre as micções. O esfíncter externo da uretra é formado por músculo esquelético e é voluntário. O músculo levantador do ânus também serve como um constritor voluntário da uretra. Nas mulheres, possui 3 a 4cm de comprimento e é ligada firmemente à parede vaginal anterior por tecido conjuntivo fibroso. A abertura externa, o óstio externo da uretra fica anterior a abertura vaginal e posterior ao clitóris. Nos homens, mede 20cm de comprimento e tem 3 regiões: parte prostática com 2,5cm e que passa por dentro da próstata, parte membranácea que passa através da membrana do períneo e tem 2 cm e a parte esponjosa com 15 cm que passa através do pênis e se abre no óstio externo da uretra. Tem dupla função: carrega tanto o sêmem como a urina para fora do corpo. MECANISMO DE DEFESA BIOLÓGICA Valéria Oliveira 2022.2 As barreiras do trato geniturinário são constituídas pelo comprimento da uretra (20 cm), maior fluxo urinário e fator antimicrobiano prostático nos homens, pela acidez do pH vaginal nas mulheres, pela hipertonia da medula renal e pela concentração de ureia na urina. Os rins também produzem e excretam grandes quantidades da mucoproteína de Tamm-Horsfall, que se liga a certas bactérias, facilitando sua remoção inofensiva e inibindo a aderência bacteriana. Com a retenção da urina, estase ou refluxo urinário para o trato urinário superior podem promover crescimento bacteriano, levando a infecção, consequentemente, qualquer alteração na anormalidade anatômica ou funcional do trato urinário, impedindo o fluxo da urina, pode deixar o indivíduo suscetível ao hospedeiro da infecção urinária. Em resposta às bactérias presentes, as células que revestem o trato urinário secretam substâncias quimioatrativas como a interleucina 8, ocorrendo o recrutamento de neutrófilos até a área e limitar essa invasão tecidual. Além destes, o rim sintetiza anticorpos séricos e urinários específicos para auxiliar na eliminação e a fagocitose bacteriana e inibindo a aderência bacteriana. A presença da deficiência funcional de linfócitos B ou T não aumenta a frequência e nem a alteração do curso da ITU. Estudos demonstram que mulheres com ITU’s recorrentes possuem maior aderência de bactérias em suas células mucosas, em comparação a mulheres que nunca tiveram infecção. Outro fator é a flora normal periuretral ou da próstata, e a presença de vesicouretra. Em mulheres, a flora normal da área periuretral serve como defesa contra a colonização de bactérias uropatogênicas. A alteração no ambiente, como do pH ou uso de antibióticos, podem lesar a flora periuretral, permitindo que essas bactérias colonizem e infectem o trato urinário. INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO Epidemiologia Durante toda a vida a prevalência global de ITU em homens é de 14 mil a cada 100 mil e mulheres: 53 mil a cada 100 mil. Crianças com 1 a 5 anos H: 0.5% e M: 4,5%. A maioria está associada a anomalias congênitasdo trato urinário como refluxo vesicoureteral ou obstrução. Na adolescência, M: 20% Mulheres com 16 a 35 anos, o principal fator de risco é a relação sexual e uso de diafragma. 36 a 65 anos é cirurgia ginecológica e prolapso da bexiga. H: obstrução/ hipertrofia da próstata, cateterismo e cirurgia. Naqueles com menos de 1 ano e mais de 65 o risco de morbidade e mortalidade são maiores. A infecção do trato urinário (ITU) compreende a fixação e a multiplicação bacteriana neste trato, podendo ser localizada ou acometer sua totalidade. Chama-se de infecção urinária baixa (ou cistite) quando o acometimento está localizado na bexiga, e de pielonefrite quando está no parênquima renal. ETIOLOGIA Valéria Oliveira 2022.2 As infecções do trato urinário não complicadas superior e inferior são mais frequentemente causadas por E. coli, presente em cerca de 70 a 95%, e Staphylococcus saprophyticus, Klebsiella spp., Pseudomonas aeruginosa. FISIOPATOLOGIA NÃO COMPLICADA Quando está restrita a bexiga ou rim, ocorre em um hospedeiro normal, sem anormalidades estruturais ou funcionais do trato urinário. A interação entre a bactéria infectante e as características do epitélio urinários é a base da doença, incluindo os fatores de colonização periuretral e virulência da bactéria. As bactérias uropatogênica derivadas da microbiota fecal apresentam características que permitem a aderência destas, o crescimento e a resistência às defesas do hospedeiro, resultando na colonização de bactérias e infecções. Ou seja, a ITU tem origem da colonização com infecção ascendente (via mais comum da infecção), disseminação hematogênica e via linfática. As enterbacteriáceas são originadas da microbiota fecal, colonizando as regiões perineal, periuretral e uretral distal, facilitadas pela turbulência do jato urinário, localizando e se multiplicando na bexiga. Além dos fatores bacterianos e do hospedeiros, possuímos os fatores genéticos, biológicos e comportamentais que influenciam nesse processo. ● Fatores genéticos: observou a capacidade da proteína Tamm-Horsfall e de receptores uroteliais celulares de impedir a aderência da E. coli tipo fimbrada, sendo eficiente na defesa contra ITU causada por bactérias uropatogênicas. Pacientes não secretores de antígenos do ABO apresentam cistite recorrente. Além disso, mulheres e crianças com fenótipo do grupo sanguíneo P1 apresentam risco aumentado para pielonefrite recorrente, já que as células uroepiteliais exibem o aumento da aderência da ECUP (E. coli uropatogênica) em relação às não secretoras, com reações inflamatórias e imunológicas. ● Fatores biológicos: os fatores protetores como IGA secretora, pH ácido, concentração de ureia, osmolaridade e vários ácidos orgânicos evitam a multiplicação dessas bactérias. Além disso, anormalidades hormonais e metabólicas representam maior incidência. Gravidez e parto, e nascimento prematuro traz consequências para o futuro dessas crianças, aumentando o risco de hipertensão e doença renal crônica. COMPLICADA Causas obstrutivas (hipertrofia benigna de próstata, tumores…), anatomofuncionais (bexiga neurogênica..)., metabólicas (insuficiência renal, diabetes..), uso de cateter, derivações ileais. Os microorganismos uropatogênicos como Escherichia coli, colonizam o cólon, região perianal, e nas mulheres o introito vaginal e a região perianal. Depois ascendem para a bexiga/rins. QUADRO CLÍNICO CISTITE É a infecção urinária no trato urinário inferior, principalmente na bexiga. É mais comum em mulheres e o modo principal da infecção é a proliferação dos microorganismos das floras periuretral, vaginal e fecal. Valéria Oliveira 2022.2 O apresenta sintomas de irritação durante a micção, como disúria, polaciúria e urgência. Além destes, apresenta dor na parte baixa das costas e na região suprapúbica, hematúria e urina turva com odor fétido. O tratamento é realizado através de antibióticos orais como a nitrfurantoína e trimetoprim-sulfametaxazol, sendo mais baratos. Contagens maiores ou iguais a 10 4 UFC/ml pode sugerir ITU. CISTITE RECORRENTE É causada pela persistência bacteriana ou por reinfecção com outro microorganismo. Se a ITU for persistência bacteriana, a remoção da fonte será curativa, enquanto a terapia preventiva será eficaz no tratamento de reinfecção. O tratamento irá depender, por exemplo, se tiver cálculos urinários, faz a retirada cirurgicamente e faz o uso de antibióticos profiláticos. URETRITE É uma infecção ou inflamação na uretra que podem ser classificadas por Neisseria gonorrhoeae e por outros microorganismos, como a Clamydia, Ureaplasma e Trichomonas, sendo na maioria das vezes, adquiridos na relação sexual. Apresenta corrimento uretral e disúria, podendo ser corrimento em abundância ou escasso. O tratamento é através de fluoroquinolonas ou ceftriaxona. Se for uretrite não gonocócica, é através da tetraciclina ou eritromicina. PIELONEFRITE AGUDA É uma inflamação do rim e da pelve renal. Pacientes apresentam calafrios, febre e sensibilidade nos ângulos costovertebrais, apresentando disúria, polaciúria e urgência. O tratamento é feito a depender da gravidade da infecção. Pode ser utilizado aminoglicosídeos intravenosos e ampicilina. Como alternativa, também usa a amoxicilina com clavulanato. PIELONEFRITE ENFISEMATOSA É uma infecção necrosante com presença de gás no interior do parênquima renal ou no tecido perinéfrico. PIELONEFRITE CRÔNICA São repetidas infecções renais, provocando formação do tecido cicatricial, atrofia do rim e insuficiência renal como consequência. - - - - - - - - - BACTERIÚRIA DE BAIXA CONTAGEM Pode significar contaminação, ou germes típicos como E. coli, gram negativos ou Staphylococcus saprophyticus. Também pode ser fase precoce de ITU, diluição urinária devido a alta ingesta líquida, crescimento lento de certos uropatógenos ou síndrome uretral. BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA Deve estar presente em pelo menos 2 uroculturas com o mesmo germe, e com contagem maior ou igual a 10 5. SÍNDROME URETRAL Sintomas de disúria e maior frequência urinária são exuberantes, acompanhadas de sedimento urinário normal e leucocitúria estéril. Pode ser consequente de: infecções por germes não habituais como Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, abcesso renal sem drenagem pro TU, tuberculose do TU, amostra urinárias obtidas durante tratamento ou uso de agentes antissépticos. Valéria Oliveira 2022.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os sintomas característicos de cistite são disúria, polaciúria ou aumento da frequência urinária, urgência miccional, dor em baixo ventre, arrepios de frio ou calafrios, com ou sem dor lombar. Podem fazer parte do quadro clínico mal estar geral e indisposição. No indivíduo idoso é comum dor abdominal ou distúrbio de comportamento na ITU. Em crianças o principal sintoma pode ser dor abdominal. Em recém nascidos, o diagnóstico clínico de ITU se torna suspeito quando na presença de icterícia fisiológica prolongada associada ou não à perda de peso, hipertermia, complicações neurológicas, diarreia, vômitos ou cianose. No entanto, a febre e a dor lombar são muito mais comuns na pielonefrite, que se acompanha também de toxemia e queda do estado geral. ETIOPATOGENIA A causa depende de onde foi adquirida a infecção, intra ou extra hospitalar. Os mais incidentes são os germes gram-negativos entéricos, E. coli, Klebsiella spp, Enterobacter spp. Staphylococcus saprophyticus está em segundo lugar na não complicada. FATORES DE VIRULÊNCIA DA BACTÉRIA Eles influenciam o grau de acometimento na infecção. As enterobactérias se caracterizam pela presença ou não das seguintes estruturas: (1) flagelo ou antígeno “H”,responsável pela motilidade da bactéria; (2) cápsula ou antígeno “K”, que confere resistência à fagocitose; (3) polissacarídios ou antígeno “O” sempre presentes na membrana externa da bactéria, que são determinantes antigênicos de anticorpos específicos, sendo, portanto, úteis na tipagem sorológica, e na discriminação entre relapso e reinfecção; (4) fímbrias ou pili ou adesinas, responsáveis pela adesão da bactéria ao urotélio e transmissão de informação genética a outras bactérias via DNA dos plasmídeos. FATORES PREDISPONENTES DO HOSPEDEIRO -Obstrução do trato urinário: A estase urinária acarreta condições propícias de proliferação bacteriana -Refluxo vesicoureteral: Inserção lateral do ureter na bexiga, sem constrição adequada durante a contração do detrusor, possibilitando refluxo de urina durante a micção e manutenção de posterior volume residual, propício à proliferação de bactérias. -Cateterização urinária: Cateteres de demora predispõem à bacteriúria significante (em geral assintomática), especialmente em condição de drenagem aberta (ITU em 48 h), e o risco de bacteremia por Gram negativo, que já é de cinco vezes, é proporcional ao tempo de cateterização. -Gravidez: As alterações mecânicas e fisiológicas da gravidez que contribuem para ITU incluem: (1) dilatação pélvica e hidroureter, (2) aumento do tamanho renal (1 cm); (2) modificação da posição da bexiga que se torna um órgão abdominal e não pélvico; (3) aumento da capacidade vesical em consequência de redução do tônus vesical hormônio mediado; (4) relaxamento da Valéria Oliveira 2022.2 musculatura lisa da bexiga e ureter progesterona mediados. -Diabetes mielito: Existem várias alterações nos mecanismos de defesa do hospedeiro diabético que o tornam mais suscetível às complicações decorrentes de ITU, tais como defeito no poder quimioterápico e fagocítico dos leucócitos polimorfonucleares em razão do ambiente hiperosmolar; doença microvascular levando à isquemia tecidual local e fraca mobilização leucocitária e, por fim, a neuropatia vesical (bexiga neurogênica). A infecção iatrogênica decorre da necessidade frequente de hospitalização e cateterização nesses pacientes. -Relação sexual/ métodos contraceptivos: O uso do diafragma e geléia espermicida como métodos contraceptivos também tem sido considerado fator predisponente à ITU. A presença do diafragma pode provocar discreta obstrução uretral que não se associa a maior risco de infecção. No entanto, quando da associação com a geléia espermicida, ocorrem alterações do pH e da flora vaginal (perda dos lactobacilos que mantêm a acidez do pH vaginal), e pode favorecer a ascendência de germes ao trato urinário. O uso de preservativos só propicia ITU quando contém espermicidas. -Prostatismo: hipertrofia prostática benigna ou carcinoma de próstata traduz situação de obstrução ao fluxo urinário com consequente esvaziamento vesical incompleto. Nesses casos, a ITU decorre da presença de urina residual e também da necessidade mais frequente de cateterização urinária. -Menopausa: O estrogênio estimula o crescimento e a proliferação da mucosa vaginal, facilitando a remoção de bactérias. A falta de estrogênio na menopausa expõe a mulher a um maior risco de bacteriúria e ITU sintomática, pela redução do glicogênio, ausência de lactobacilos e elevação do pH vaginal. -Idade avançada: H: estreitamento uretral. M: além da menopausa, alterações anatomofuncionais da bexiga relacionadas ou não à multiparidade, como cistocele etc., o próprio acúmulo de infecções recorrentes também aumenta a incidência de ITU nesta faixa etária. -Transplante renal: após transplantes é de 35 a 80%, sendo mais comum nos primeiros 3 meses após o transplante. A maioria é assintomática. Os agentes infecciosos podem ser adquiridos a partir do rim do doador, da ferida cirúrgica, do uso de cateteres urinários e do ambiente hospitalar. DIAGNÓSTICO Fitas reagentes: As fitas detectam esterase leucocitária (indicativa de piúria) ou atividade redutora de nitrato. O pH urinário superior a 7,5, detectado por fitas reagentes, também sugere fortemente ITU. Urinálise: proporciona avaliação rápida. Busca leucócitos e bactérias após a centrifugação. Quando a contagem de baterias excedam 100 ml UFC/ml, podem ser detectados no microscópio. É um teste específico, mas sem grande sensibilidade. Sedimento urinário: são avaliados: Leucocitúria, proteinúria, hematúria, pH, bacteriúria, cilindros leucocitários. Valéria Oliveira 2022.2 Urocultura: superior a 10 5 colônias/mℓ de urina. Ultrassonografia: está indicado nos casos de ITU complicada ou recorrência elevada para identificar anormalidades que predisponham à ITU. Útil para identificar cálculos, coleções, abcessos e rins policísticos. TRATAMENTO ● Fluoroquinolonas: interferem no DNA gira-se bacteriana, impedindo a replicação dos microorganismos. Não deve ser utilizado em pacientes grávidas e em crianças. ● Nitrofurantoína: possui boa atividade contra a maioria das bactérias gram-negativas. Esse medicamento inibe a atividade de enzimas e do DNA das bactérias. ● Aminoglicosídeos: inibem a síntese do DNA e RNA bacteriano. Quando associados a ampicilina, são eficazes ao enterococos. ●Cefalosporinas: Inibem a síntese da parede celular bacteriana. ●Penicilinas Valéria Oliveira 2022.2
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