Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LÓGICA Por Lucas d’Ávila Tipos de Orações Coordenadas Sindéticas ADITIVA: A e B A nem B A também B A bem como B A como também B Não só A, mas também B Não só A, como também B Não só A, mais ainda B Não somente A, mas também B Não somente A, como também B Não somente A, mas ainda B ADVERSATIVA: A, mas B A, porém B A, contudo B A, todavia B A, senão B A, entretanto B A, no entanto B A, não obstante B A, ainda assim B A, apesar disso B A, mesmo assim B EXPLICATIVA: Identifica premissas A desde que B A pois que B A como B A tanto mais que B A pela razão de que B A pois + verbo B A porque B A que + verbo no imperativo B A dado que B A uma vez que B A visto que B A já que B A porquanto B A segue-se do fato de que B A a razão é que B B em primeiro lugar, em segundo lugar B A pode ser inferido do fato de que B A ou seja B A isto é B A na verdade B A à saber B CONCLUSIVA: Identifica conclusão B daí A B segue-se que A B podemos inferir A B podemos concluir A B verbo + pois A B logo A B portanto A B então A B assim A B por isso A B por conseguinte A B por consequência A B consequentemente A B de modo que A B desse modo A B dessarte A B destarte A B dessa forma A B o que prova que A B justifica a crença de que A B concluo que A B o que implica que A B o que nos permite inferir que A B deduz-se disso que A B estabelece o fato de que A B demonstra que A ALTERNATIVA: A ou B Ou A, ou B Ora A, ora B Quer A, quer B Seja A, seja B Nem A, nem B Já A, já B Talvez A, talvez B Agrupamento de Conectivos de Acordo com Critérios Meus SEQUÊNCIA: (1)Por conseguinte (2)Segue-se que Nos lembram os argumentos em que as premissas antecedem a conclusão MODO: (1)Assim (2)De modo que (3)Desse modo (4)Dessa forma Nos lembram que o modo ao qual a inferência é feita não pode falhar DEMONSTRAÇÃO: (1)O que demonstra que (2)O que prova que Nos lembram que uma dedução válida deve demonstrar por meio de provas a sua conclusão. IMPLICAÇÃO: (1)Logo (2)O que implica que Nos lembram que a conclusão é uma implicação natural das premissas quando é feito de modo correto. MOTIVO: (1)Por isso (2)Daí Nos lembram que a premissa é a razão para a existência da conclusão e o lugar de onde ela veio. AUTORIZAÇÃO: (1)Podemos concluir (2)Podemos inferir Nos lembram que em um raciocínio correto as premissas autorizam a chegada da conclusão. COMUNS: (1)Portanto (2)Então São um dos mais utilizados. Poema das Premissas Como surgiram as premissas? Porque eu fico me perguntando Isto é algo importante? O visto que os anos dão em nosso boletim? Desde que o mundo é mundo é assim Não seja ou seja mundo Pois que, o dado rolar dos dias Dado que não tem importância Porquanto tempo for preciso Por duas ou uma vez que ficamos ao acaso Eu na verdade Verdade que é importante Tanto mais que o raciocínio Ou será que os dois estão interligados? Pela razão de que não os conhecemos? Poesia da Conclusão Portanto sal que eu bote Então to pouco peixe Nada me faz acertar a receita Assim de cara, como um chefe Logo irei aprender a cozinhar De modo queijo parmesão ou cheddar Por conseguinte ou por requinte Eles preferem o queijo mais caro Por isso insisto no queijo minas Daí da minha terra natal Podemos inferir ou podemos sentir O cheiro da estrada real Que segue-se queijo pelos montes E dessa forma tão passageira Demonstra queijo e devora queijo Podemos deixar essa viagem em aberto ou podemos concluir o percurso Desse modo ou de outro O seu José, o que prova queijo É o que implica que eu não deixe Minas Gerais Introdução LÓGICA: Estudo dos métodos e princípios usados para distinguir o raciocínio correto do incorreto. →Não é a ciência das leis do pensamento pois nem todo pensamento é um raciocínio. PREMISSAS E CONCLUSÕES: Conclusão de um argumento é aquela proposição que se afirma com base nas outras proposições desse mesmo argumento, e, por sua vez, essas outras proposições que são enunciadas como prova ou razões para aceitar a conclusão são as premissas desse argumento. Só é premissa quando ocorre como pressuposição num argumento ou raciocínio. Só é conclusão quando ocorre num argumento em que se afirma decorrer das proposições pressupostas nesse argumento. SITUAÇÕES SEM IDENTIFICADORES DE PREMISSA OU CONCLUSÃO Identificar a Conclusão (1)Frases que sugerem qual é o problema central É necessário um raciocínio obtuso para injetar qualquer questão do "livre exercício" de religião no presente caso. Ninguém é obrigado a assistir às aulas de religião e nenhum exercício ou instrução de caráter religioso é levado para as aulas das escolas públicas. Um estudante não precisa receber instrução religiosa. Está entregue aos seus próprios desejos, quanto à maneira ou tempo que reputa apropriado às suas devoções religiosas, se as tiver. Nos sugere que a questão central da discussão é determinar se o “livre exercício” de religião possui ou não relação com o caso que está sendo discutido. E, pela própria frase, já percebemos que a conclusão do autor é que não possui relação. Mais a frente(no trecho) encontramos as premissas pelas quais ele sustentou sua conclusão. Identificar as Premissas (1)Proposições formuladas em termos axiomáticos* É necessário um raciocínio obtuso para injetar qualquer questão do "livre exercício" de religião no presente caso. Ninguém é obrigado a assistir às aulas de religião e nenhum exercício ou instrução de caráter religioso é levado para as aulas das escolas públicas. Um estudante não precisa receber instrução religiosa. Está entregue aos seus próprios desejos, quanto à maneira ou tempo que reputa apropriado às suas devoções religiosas, se as tiver. *Axioma premissa considerada necessariamente evidente e verdadeira, fundamento de uma demonstração, porém ela mesma indemonstrável, originada, segundo a tradição racionalista, de princípios inatos da consciência ou, segundo os empiristas, de generalizações da observação empírica [O princípio aristotélico da contradição ("nada pode ser e não ser simultaneamente") foi considerado desde a Antiguidade um axioma fundamental da filosofia.]. (2)Proposições enunciadas na forma de perguntas retóricas Se o código penal proíbe o suicídio, isso não constitui um argumento válido na Igreja; e, além disso, a proibição é ridícula; pois que penalidade poderá assustar um homem que não teme a própria morte? A pergunta em retórica em negrito já possui resposta e é uma afirmação de que “nenhuma penalidade pode assustar um homem que não teme a própria morte”. Essa afirmação é uma premissa. PARA NÃO CONFUNDIR (1)Quando um trecho é apenas uma introdução e não faz parte da premissa ou da conclusão Se o código penal proíbe o suicídio, isso não constitui um argumento válido na Igreja; e, além disso, a proibição é ridícula; pois que penalidade poderá assustar um homem que não teme a própria morte? O trecho em negrito, apesar de ser um enunciado condicional, não é premissa nem conclusão no argumento que o trecho quer demonstrar(é uma introdução). A conclusão aqui, é a parte tachada “a proibição é ridícula”, mas sem a introdução em negrito não saberíamos de qual proibição o texto quer dizer e não extrairíamos o significado completo da conclusão: “a proibição de suicídio do Código Penal é ridícula”. Obs: A pergunta retórica(abordada no tópico anterior) é a premissa. Ponto importante: Nós só percebemos que aqui não há dois argumentos onde a conclusão de um é a premissa de outro ou as conclusões são independentes; quando percebemos que o “pois que” está colado na premissa da pergunta retórica e não no consequentedo condicional da introdução. O consequente do condicional da conclusão é apenas o consequente do condicional da conclusão e não possui uma premissa para sustentá-lo, seu antecedente não é uma premissa, ele apenas diz que “o código penal proíbe o suicídio”. A localização dos indicadores é de extrema importância para diferenciar introdução de parte integrante do argumento. (2)Quando a conclusão de um argumento é a premissa de outro(e o trecho contém dois ou mais argumentos) Como não existe resistência elétrica na bobina condutora de eletricidade de um magneto supercondutor, nenhuma energia é dissipada como calor, e fortes campos podem ser mantidos sem, praticamente, qualquer consumo de energia. Aqui, tudo que está sublinhado é premissa do que vem depois no texto e, tudo o que está em negrito é conclusão do que veio antes. Assim observamos que ao mesmo tempo que “nenhuma energia é dissipada como calor” é conclusão de “não existe resistência elétrica na bobina condutora de eletricidade de um magneto supercondutor” ao mesmo tempo que a mesma frase (nenhuma energia é dissipada como calor) é premissa de fortes campos podem ser mantidos sem, praticamente, qualquer consumo de energia. Ponto importante: Só sabemos que a conclusão de um é premissa de outro, pois eles se ligam de forma que um precisa do outro e não possuem indicadores de premissa ou conclusão que em locais diversos para nos confundir. (3)Quando o trecho apenas contém dois ou mais argumentos Não é necessário - nem de muita conveniência - que o legislativo esteja sempre em atividade; mas é absolutamente necessário que o poder executivo esteja, pois não há uma necessidade permanente de elaboração de novas leis, mas é sempre imprescindível a execução das leis promulgadas. Ao contrário do tópico anterior, aqui, observamos claramente que o autor quer nos convencer de duas coisas que não necessitam uma da outra(duas conclusões). Uma é de que “não é necessário que o poder legislativo esteja em sessão permanente” (1 Conclusão) e a outra é de que “é absolutamente necessário que o poder executivo esteja em exercício contínuo”(Outra conclusão que não precisa da primeira) OUTRAS DEFINIÇÕES INFERÊNCIA: Processo pelo qual se chega a uma proposição, afirmada na base de uma ou outras mais proposições aceitas como ponto de partida do processo. →O lógico não está interessado no processo de inferência em si, mas nas proposições que são os pontos inicial e final desse processo, bem como as relações entre elas. FRASE: Todo enunciado linguístico de sentido completo, capaz de estabelecer comunicação, de acordo com a situação em que se acham os interlocutores.(ERNANI) →Enunciado: Frases que ocorrem em textos com a condição de fazerem parte de eventos comunicativos concretos em situações de interlocução.(ERNANI) →Oração declarativa(sentença): O correto é frase declarativa. Segundo a O Curso Prático de Gramática de Ernani Terra: Frases declarativas são utilizadas para afirmar ou negar algo de forma objetiva. O enunciado dá como certo o que declara.(ERNANI) PROPOSIÇÃO: Significado de uma sentença ou oração declarativa que só pode ser verdadeiro ou falso →Uma sentença(oração declarativa). Pode ter mais de um significado e portanto, mais de uma proposição. RECONHECENDO ARGUMENTOS ARGUMENTO: Em cada argumento, uma ou mais premissas e uma conclusão são afirmadas. →Pretensão da verdade: Para que um argumento esteja presente, uma dessas proposições afirmativas(a conclusão) deve decorrer de outras proposições declaradas como verdadeiras(as premissas), as quais se apresentam como base para a conclusão - ou como razões para se acreditar na conclusão. CONDICIONAL: Em cada condicional, a implicação entre a primeira e a segunda proposição é que é afirmada mas, as proposições em si, não. Portanto, podem ser falsas. Falsos Amigos ao Reconhecer Argumentos ORDEM: (portanto): Pode usar de um indicador de conclusão, mas não é um argumento, é apenas uma ordem, dado que, uma ordem não pretende ser verdadeira ou falsa. Os sinônimos são bons servos, mas âmos ruins; portanto, escolham-nos com cuidado NOÇÃO DE TEMPO: (desde que): Quando a expressão "desde que" é usada muito mais para indicar uma noção de tempo(a partir de) do que uma premissa. desde que Henry se diplomou em medicina houve muitas mudanças nas técnicas médicas EXPLICAÇÃO: (porque): Não está preocupado em provar a conclusão e sim explicar a premissa. o Império Romano desmoronou e pulverizou-se,· porque lhe faltava o espírito de liberalismo e livre iniciativa. Que o Império Romano desmoronou e pulverizou-se todos sabemos, era mais fácil essa falsa conclusão ser usada como premissa em um argumento. Mas o autor não está preocupado em provar essa falsa conclusão e sim em explicar algo que já sabemos que é verdade. C porque P C porque P Argumento: Quando estamos interessados em estabelecer a verdade de C e oferecemos P como prova dela. Explicação: Quando a verdade de C já é evidente e o autor não está preocupado em prová-la, e sim, explicar porque C é o caso. DEDUÇÃO VS INDUÇÃO DEDUÇÃO:Váli do e inválido INDUÇÃO: verossimilhança e probabilidade Impossível as premissas serem verdadeiras se a conclusão não for verdadeira Possível as premissas serem verdadeiras se a conclusão ser falsa Pretensão de demonstrar como as premissas sustentam a verdade da conclusão. Pretensão de que suas premissas proporcionem apenas algumas provas de que sua conclusão é provável ou aproximada da verdade. DEDUÇÃO PRETENSÃO DE PROVA: Somente um raciocínio dedutivo envolve a pretensão de que suas premissas fornecem uma prova conclusiva. (Ou seja, somente as premissas de argumentos dedutivos permitem que ele gere uma conclusão) VERDADE INEVITÁVEL: é absolutamente impossível as premissas serem verdadeiras se a conclusão tampouco for verdadeira. (Ou seja, ao analisarmos um raciocínio, temos de considerar que as premissas são verdadeiras. Se a partir dessa verdade, a conclusão for inevitável, é dedutivo REQUISITO PARA VALIDADE: Um raciocínio dedutivo é válido quando suas premissas, se verdadeiras, fornecem provas convincentes para sua conclusão, isto é, quando as premissas e a conclusão estão de tal modo ) Mas ainda assim, ele pode ser inválido, dedutivo, mas inválido. INDUÇÃO ALGUMAS PROVAS: Envolve a pretensão, não de que suas premissas proporcionem provas convincentes da verdade de sua conclusão, mas de que somente forneçam algumas provas disso. (Ou seja, a partir da verdade de suas premissas, não necessariamente a conclusão será inevitável, apenas de alguma probabilidade) VERDADE OU VALIDADE Verdade ou falsidade: Validade ou invalidade: Proposições Argumentos Proposições Argumentos Exemplos de argumentos VÁLIDOS QUE CONTÉM APENAS PROPOSIÇÕES VERDADEIRAS: Todas as baleias são mamíferos. Todos os mamíferos têm pulmões. Portanto, todas as baleias têm pulmões QUE CONTÉM EXCLUSIVAMENTE, PROPOSIÇÕES FALSAS: (mas não deixa de ser válido) Todas as aranhas têm seis pernas. Todos os seres de seis pernas têm asas. Portanto, todas as aranhas têm asas Exemplos de argumentos INVÁLIDOS QUE CONTÊM APENAS PROPOSIÇÕES VERDADEIRAS: Se· eu possuísse todo o .ouro do Forte Knox, seria muito rico. Não possuo todo o ouro do Forte Knox. Portanto, não sou muito rico QUE CONTÊM PREMISSAS VERDADEIRAS E CONCLUSÃO FALSA: Se Rockefeller possuísse todo o ouro do Forte Knox, então Rockefeller seria muito rico. Rockefeller não possui todo o ouro do Forte Knox. Portanto, Rockefeller não é muito rico O que DEFINE um raciocínio VÁLIDORELAÇÃO ENTRE PREMISSAS E CONCLUSÃO: Quando é impossível que as premissas desse raciocínio sejam verdadeiras e a conclusão falsa. →Exemplo de argumento válido com conclusão falsa: Quando ao menos uma das premissas apresentadas para ele é falsa. Argumento Sólido Quando o argumento é válido + todas as suas premissas são verdadeiras = Conclusão verdadeira. (Link com argumentos dedutivos) Um argumento dedutivo só pode nos impor uma conclusão verdadeira, quando todas as suas premissas são verdadeiras, ou seja, quando ele é um argumento sólido + quando ele além de sólido é válido. USOS DA LINGUAGEM 3 FUNÇÕES BÁSICAS DA LINGUAGEM TRANSMITIR INFORMAÇÃO: usado para descrever o mundo e raciocinar sobre ele(Pode ser verdadeiro ou falso) EXPRESSIVA: comunicar os sentimentos do orador e/ou despertar certos sentimentos no leitor. DIRETIVAS (Ordens e Pedidos): Quando a intenção é causar uma ação específica (diferente de emoção) ou impedir uma ação específica. Obs:Não resumi o resto do capítulo pois o resto só fala que essas funções podem se misturar. Palavras Emotivas BUROCRATA: Ressentimento e/ou reprovação do cargo pelo locutor. FUNCIONÁRIO DO GOVERNO: Neutro SERVIDOR PÚBLICO: Honra, simpatia e aprovação em relação ao cargo, pelo locutor. ACORDOS E DESACORDOS TIPOS DE DESACORDO CONVICÇÕES: Divergir se a coisa aconteceu ou não ATITUDES: Divergir sobre a aprovação do que aconteceu. →É possível concordar nos dois e discordar nos dois. Também é possível concordar em um e discordar em outro, seja esse um as convicções ou as atitudes. FORMA DE RESOLVER DESACORDOS NA CONVICÇÃO: (1)Investigação →Testemunhas →Documentos →Arquivos (2)Investigação Científica NAS ATITUDES: (1)Fazer referência a outras questões de fato (2)Análise de implicações e consequências da ação Inclusive substituindo hipoteticamente se o sujeito tivesse tomado uma ação diversa. (3)Motivo e intenção (4)Persuasão (5)Palavras de advertência (6)Retórica Copi considera a última pouco eficiente Obs: Segundo Copi, 1,2 e 3 são questões de fato mas nenhuma é idêntica à que resultaria se o desacordo fosse nas convicções. FALÁCIAS NÃO- FORMAIS (1)Relevância: Suas premissas são logicamente irrelevantes para provarem suas conclusões. Argumento: Pretensão(Informativa):Mostrar como a sua conclusão está logicamente sustentada, uma vez que, utiliza das devidas premissas/provas. (Apresenta provas) Falácia Informal De Relevância: Pretensão(Expressiva): a) Causar certas emoções no leitor para que ele aceite a conclusão, uma vez que, fez uma conexão psicológica entre a premissa e a conclusão que o fez ter a ilusão da conexão ter sido, em verdade, lógica. b) Aproveitar-se de um estado do leitor(cansaço, preguiça e/ou desconhecimento por exemplo) para fazê- lo aceitar determinadas conclusões. (Foge das provas) QUE APROVEITAM DE EMOÇÕES: FOGEM DAS PROVAS GERANDO EMOÇÕES Medo: Ad Baculum Aproveita do medo dos ouvintes(sentimento primitivo) para por meio de uma sutil/"discreta" ameaça de força ou o próprio uso da força, gerar a aceitação da conclusão. Geralmente, passa a ideia de que só os providos igualmente de força, podem opinar. Desprezo: Ad Hominem ofensivo →Falácia Genética: O demagogo foge da produção de provas atacando o lógico de modo que, o interlocutor passa a considerar falso o que o que o lógico diz pois emotivamente o desvaloriza como pessoa. Obs: Em algumas circunstâncias, o Ad Hominem ofensivo pode não ser considerado falaz. Como é o caso em que foi provado que uma testemunha é mentirosa e o advogado quer impedi-la de testemunhar. Afinal de contas, por mais que o caráter de uma pessoa não implica na falsidade de suas conclusões, não podemos descartar que ele gera uma suspeita. Ódio + Desprezo: Ad Hominem circunstancial: →Acusação de Incoerência: Foge da produção de provas ao acusar o lógico de incongruência entre a sua conclusão e a sua vida pessoal. Ignorando que o que sustenta uma conclusão são provas/premissas e não exemplos de vida. →Envenenar o Poço: Foge da produção de provas ao acusar o lógico de ter chegado na conclusão por egoísmo e interesse. Assim, o demagogo faz com que o ouvinte "jogue no lixo" sem nem analisar, todas as premissas levantadas pelo lógico. Compaixão: Ad Misericordiam Foge das provas apelando para sentimentos de piedade ou compaixão dos ouvintes, de modo que, a vontade dos que são influenciados é jogar as provas contrárias ao demagogo fora e aceitar sua conclusão sem qualquer fundamento. Aprovação e Grandeza: Ad Populum: O público alvo é o povo ou um grupo específico. →Expressões Patriotas: O ouvinte tende por "amor ao povo" ou necessidade de aprovação social, a concordar com aquilo que vai contra o que é apresentado como mal para o povo e aquilo que é a favor do que é apresentado como benéfico para o povo. →Apelo para o Esnobismo: Joga com o delírio de grandeza do ouvinte, de modo que, ao aceitar a conclusão ele receberá mais que uma aceitação social, mas um status elevado. →Argumento Eleiçoeiro: Aceitar uma conclusão porque todo mundo concorda com ela. Identificação/Repulsa: Ignoratio Elenchi Quando um argumento utilizado para provar A, é utilizado para fingir provar B porque as pessoas tendem a concordar facilmente com A. →Aprovação da Figura do Orador: A ou as premissas de A são tão desejáveis pelas pessoas, que o orador provoca um sentimento de identificação nelas unido a uma aprovação da figura do orador que as faz aceitar a conclusão de B com a ilusão de que está sustentada por premissas de B. →Repulsa: Quando A é facilmente indesejável pelas pessoas e o orador aproveita disso para intensificar a repulsa do auditório e colocar a negação de B como conclusão das premissas de A. Respeito: Ad Verecundiam: Aproveita do sentimento de respeito que as pessoas nutrem sobre uma determinada autoridade, para citá-la em função de sustentar uma afirmação que não diz respeito ao campo da própria autoridade. (Semelhante ao Ad Populum nesse aspecto) Incômodo/Entusiasmo: Acidente convertido: O demagogo direciona a atenção o interlocutor para casos atípicos de uma discussão, a fim de mexer com o ouvinte para que ele seja persuadido a generalizar apressadamente o caso. (Fulano bebeu tanto que entrou em coma alcoólico. Portanto, bebidas são nocivas a todos) → Misto de emoção e distração. Figuras Mistas: Figuras que misturam duas ou mais falácias em sua estratégia.(Eu que identifiquei) →Compaixão + Grandeza: Ad Misericordiam + Ad Populum O demagogo pode se aproveitar do ouvinte que se sente responsável por salvar todo mundo, uma vez que, tal ouvinte se deixa levar pela dó(primeiramente) e vê na estratégia de bancar o herói, uma forma de se engrandecer. →Desprezo e ou Ódio + Aprovação: Ad Hominem + Ad Populum O demagogo pode aproveitar do ouvinte que tem um grande medo de reprovação social para por meio de um Ad Hominem causar um repúdio a um terceiro, de modo que, se o ouvinte concordar com a negação do terceiro(ou da conclusão do terceiro), ele estará fugindo de uma forte reprovação social da maioria(Ad Populum) QUE APROVEITAM DA PREGUIÇA DE RACIOCÍNIO DO INTERLOCUTOR PERGUNTA COMPLEXA: Pergunta complexa, cuja a escolha de respondê-las implica em dar ao demagogo a afirmação que ele queria, seja ela pura e simples ou apropriada para fazer a inferência que lhe é interessante. (1) Perguntas que supõem resposta à pergunta anterior(Você parou de bater na sua esposa?) São desmontadas respondendo a pergunta anterior que se encontra implícita assim como todos os outros tipos são desmascarados ao dividira questão para que seja respondida. (2)Conjunção de perguntas(Você quer ser um bom menino e ir para a cama?) EXTRAIR RESPOSTA DE AMBAS: Geralmente o demagogo usa uma pergunta com a intenção de receber uma resposta X atrelada a uma outra pergunta que ele sabe que o interlocutor se sentirá desconfortável em não responder X. TRAZER A IDEIA DE UMA FALSA E NECESSÁRIA IMPLICAÇÃO ENTRE ELAS: Dado que uma conjunção necessita de mesma qualidade em seus dois conjuntivos para ter uma qualidade(seja falsa ou verdadeira/ afirmativa ou negativa), a conjunção de duas perguntas diferentes, induz o interlocutor a enxergar uma implicação entre elas que não existe. (3)Significar a resposta ADJETIVOS: Atrelar adjetivos que interessam ao demagogo à resposta esperada do interlocutor.(Você é um conservador irracional ou um radical fanático?) ATRELAMENTO DE CONSEQUÊNCIAS FALACIOSAS: Fazer uma pergunta atrelando uma consequência(que interessa ao demagogo) ao acontecimento em discussão.(Suas vendas aumentaram em consequência da sua publicidade equívoca?) IGNORATIO ELENCHI: Quando um argumento utilizado para provar uma conclusão, é utilizado para tentar sustentar uma conclusão diferente. Seja simplesmente trocando a conclusão, ou desviando do assunto que está sendo discutido. (Como o caso do deputado que diz que é a favor da política habitacional pois quer proporcionar uma moradia decente para todos) FALSA CAUSA: Argumento que tenta erroneamente estabelecer uma conexão causal. (Tambor que faz aparecer o sol e fulana que tomou a planta X e em 2 semanas tava curada da doença) (1)Atribuir a um evento, causa diversa (2)Considerar como causa e consequência apenas porque o primeiro precedeu o segundo PETIÇÃO DE PRINCÍPIO: Utilizar como premissa sua própria conclusão só que escrita de um jeito diferente. É falacioso pois: Não nasceu derivado de um propósito de provar a conclusão, mas apenas de fazer um raciocínio circular. Característica comum: O demagogo tende a querer mostrar que sua premissa e sua conclusão são aceitas pelas pessoas(Ad Populum). Mas, algo que é aceito não necessita de criar um argumento para ser provado, o que já um suspeita direcionada para esse argumento não possuir provas. ARGUMENTO PELA IGNORÂNCIA: Afirmar que: (1)Uma tese é verdadeira porque ainda não foi provado que é falsa ou que (2)Outra tese é falsa porque ainda não foi provado que é verdadeira Ad Ignorantiam depois do Ad Hominem: Dizer que podemos ter a falsidade segura, de tudo que a testemunha X apresentar(Ad Ignorantiam) pois ela foi desqualificada como mentirosa(Ad Hominem). Obs: O Ad Ignorantiam é utilizar a ignorância como premissa para uma conclusão. Se o FBI(que tem uma investigação criteriosa) resolver investigar se um sujeito é comunista e não conseguir provas disso, concluir que ele não é comunista não é extrair uma conclusão da ignorância. Afinal de contas, os agentes saíram da ignorância quando foram investigar. Obs 2: Lembre-se que não podemos considerar Ad Ignorantiam tudo que acontece no direito, afinal de contas, somos inocentes até que se prove o contrário. AD VERECUNDIAM: Não se sustenta uma conclusão com argumento de autoridade. Citação é algo apenas para dar mais força ao seu discurso. ACIDENTE: (É a exceção do Geral → Particular/ Onde o Pós- positivismo se faz necessário) Utilizar das circunstâncias e limitações do caso concreto para aplicar uma regra geral que, devido à situação específica do caso(acidente), não pode ser aplicada. Circunstâncias Acidentais(Explicação): São as circunstâncias que a regra geral parece abranger,(e o demagogo quer que você pense que abrange) mas não abrange de fato. Como por exemplo a condição (crua ou cozida) da carne em: → O que* eu compro ontem eu vou comer hoje. Eu comprei carne crua. Portanto, eu vou comer carne crua. *o que: Veja que "o que" já mostra que a referência em questão, é do objeto e não do objeto + sua condição. ACIDENTE CONVERTIDO: (Particular → Geral/ que não seguiu o método científico) O demagogo direciona a atenção o interlocutor para casos atípicos de uma discussão, a fim de mexer com o ouvinte para que ele seja persuadido a generalizar apressadamente o caso. (Fulano bebeu tanto que entrou em coma alcoólico. Portanto, bebidas são nocivas a todos) → Misto de emoção e distração. (2)Ambiguidade: Utilizar-se de palavras ou frases ambíguas para cometer uma falácia. EQUÍVOCO: (1)Significado Literal: Utilizar-se de palavras de significados literais diversos (que não estão com o mesmo significado na frase) e extrair uma inferência que necessitava de um significado único para ser extraída. (Pena) (2)Termos Relativos: Utilizar-se de termos cujo significado só é legítimo e completo quando considerado em relação a um contexto específico ao qual deve estar inserido, e, retirá-los do contexto como se não fosse mudar nada. (Elefante Animal Pequeno) (Bom) ANFIBOLOGIA: Quando a estrutura gramatical do enunciado permite diversas interpretações e o demagogo trata duas(ou mais) interpretações diferentes como se fossem uma só.(Marido que gosta mais de dinheiro do que a mulher) ÊNFASE: (1)"Vírgula": Mudança do significado original de um enunciado ao enfatizar palavras específicas (Woman without her man would be lost) (2)Citação Fora de Contexto: Citar o que alguém falou, mas retirando do contexto original e enfatizando palavras que não estavam enfatizadas. COMPOSIÇÃO: Conferir as propriedades das... (1)partes para o todo: Se as peças dessa máquina são leves, a máquina é leve. Se cada cena dessa peça teatral, é artística, a peça teatral como um todo, é artistica. (2)dos elementos para a coleção de elementos: Se um ônibus consome mais gasolina que um carro, todos os ônibus consomem mais gasolina que todos os carros. DIVISÃO: Conferir as propriedades… (1)do todo para as suas partes: Se a empresa X é muito importante, o Sr. Alfredo que trabalha na empresa X, é muito importante. (2)da coleção de elementos para os elementos: Se os estudantes universitários estudam Medicina, Direito, Nutrição etc. Então, cada estudante universitário, estuda todas essas matérias. FALÁCIAS FORMAIS Por Lucas d’Ávila Distribuição: Algo feito pela proposição quando ela se refere a todos os membros da classe designada pelo termo em questão. A: Todo S é P Refere-se a todos os membros S, mas nada diz sobre todos os membros P. E: Nenhum S é P Se o todo de S está excluído de P, o todo de P está excluído de S. I: Algum S é P Nada diz sobre a totalidade de S, nem sobre a totalidade de P O: Algum S não é P Quando alguma coisa é excluída de uma classe, a referência é sobre a totalidade dessa classe no que diz respeito àquela coisa. Ex: Se eu estou excluído de uma classe, eu estou excluído dela como um todo e não apenas de uma parte dela. 2º Ex: Se alguém está proibido de entrar no país, está proibido de circular em qualquer parte daquele país. Portanto, o país inteiro. Falácias "Formais" De "Negativas" Falácia das premissas exclusivas: Quando o silogismo apresenta 2 premissas negativas. Extrair conclusão afirmativa de premissa negativa: Quando o silogismo apresenta uma premissa negativa, mas a conclusão é afirmativa. De Distribuição Termo médio não distribuído: Quando o termo médio não está distribuído em na premissa maior nem na menor. Ilícito maior: Quando o termo maior está distribuído na conclusão mas, não está na premissa maior. Ilícito menor: Quando o termo menor está distribuído na conclusão mas, não está na premissa menor, Informais Falácia existencial: Quando o silogismo apresenta uma conclusão particular mas,duas premissas universais. Dos 4 Termos: Quando o argumento possui mais de 3 termos ou um dos termos é usado em sentido diferente do já colocado. Costuma ser o termo médio. PRINCÍPIOS LÓGICOS APLICADOS AO DIREITO Por Lucas d’Ávila Princípio da Identidade Antes de começar citando Dantes, gostaria de fazer um retorno a Irving Copi. Em seu capítulo Lógica Simbólica, da obra Introdução à Lógica, Copi afirma que ser aqueles que definiram a Lógica como ciência das leis do pensamento, sustentaram que existem “três leis fundamentais do pensamento, as quais são necessárias e suficientes para que o pensar se desenvolva de maneira correta”. Assim, o enunciado que traduz o Princípio da Identidade(entendido como uma das leis do pensamento) é: “Se qualquer enunciado é verdadeiro, então ele é verdadeiro”, traduzido para a lógica simbólica como p ⊃ p. Onde, caso verificado a verdade de p, teremos como implicação o próprio p. A Princípio da Identidade afirma que p ⊃ p é verdadeiro. Portanto, esse enunciado condicional é entendido como uma tautologia onde sua forma só tem exemplos de substituição verdadeiros(se fomos transferir para uma tabela de verdade). Passando para o livro verdadeiramente indicado para o assunto, segundo Dantes: “Uma coisa é o que ela é”. Tal proposição pode ser apoiada na afirmação de Platão: “uma ideia é igual a ela mesma”. Sua aplicação no mundo jurídico, pode ser traduzida para: todo objeto de conhecimento do mundo jurídico é igual a ele mesmo. Sabemos que o objeto da ciência jurídica é a norma jurídica. Assim, a melhor aplicação do princípio da identidade no direito é o reconhecimento de que uma norma jurídica é idêntica a ela mesma. Sabemos, também que a conduta humana, segundo Kelsen, somente se enquadra como norma jurídica se estiver determinada nestas como pressuposto ou consequência. Assim, o que é proibido é proibido, e o que não é proibido está permitido. Norteado por esse mesmo princípio estão as normas que definem termos, de forma que, não se pode deles, conceber significado diferente do que são. O artigo 121 do Código Civil dispõe que, “Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.” Assim, a condição é o que está descrito no artigo 121 e nada além disso. Observa-se aqui que a delimitação do termo condição nos permite analisar um objeto e, ao perceber que ele destoa do descrito no artigo 121, não é condição. Condição é condição, toda condição é idêntica a ela mesma. O mesmo ocorre no artigo 538 do Código Civil ao descrever doação: “Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.” Assim, qualquer situação que destoa da redação do artigo 538, (como um contrato onde uma pessoa não transfere seu patrimônio bens ou vantagens para a outra) não pode ser considerado doação. Doação é doação, precisamos ter isso muito bem delimitado. Por último, é possível citar o art 1.172 que define gerente: “Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência.” Nem preciso repetir que gerente é gerente. O artigo 1.172 é de suma importância para afastarmos os não-gerentes da definição de gerente. A = A e não A = não-A. Gerente = Gerente. Princípio da Não Contradição Segundo Copi, o princípio da Contradição, também chamado de Princípio da Não Contradição é expresso pelo imperativo de: “Nenhum enunciado pode ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo”. Tal princípio, portanto é mesmo que afirmar a falsidade do enunciado p.~p. Afinal de contas, sabemos que para um conjunção ser verdadeira, é necessário que ambos os termos nela encontrados se mostrem verdadeiros. Se, um só termo do enunciado conjuntivo for falso, já é o suficiente para constatar a falsidade do enunciado p.~p por completo. Sabemos que, ao fazer a tabela de verdade deste enunciado constatamos que ele só possui exemplos de substituição falsos. Afinal, sendo p verdadeiro, a negação de p será falsa e, sendo p falso, a negação de p será verdadeira. Não encontramos em momento algum, uma situação em que ambos os termos desse enunciado conjuntivo de mostram verdadeiros ao mesmo tempo. Portanto, todo e qualquer enunciado desse tipo se mostrará contraditório. Afinal, sendo p verdadeiro, a negação de p será falsa e, sendo p falso, a negação de p será verdadeira. Ao aplicarmos tal princípio no direito podemos entender cada um dos termos como normas que obviamente se mostram contraditórias. Assim, a afirmação de validade conjunta de duas normas contraditórias é falsa. Afinal de contas, se uma norma contradiz a outra, não podem ambas possuírem validade. Dantes afirma que “Duas normas de Direito contraditórias não podem ser ambas válidas”. A contradição de normas, segundo Dantes, geralmente é afastada de acordo com a aplicação da regra lex posteriori derrogat priori (lei posterior derroga lei anterior). No entanto, vou me concentrar aqui apenas em mostrar leis que se contradizem entre si, de forma que o entendimento é que ambas não podem possuir validade conjuntamente. Há também uma outra manifestação de contraditório no direito quando nos deparamos com normas constituídas de uma proposição E(negação universal) seguidas de uma proposição I (afirmativa particular). Ora, o que eu nego do todo, eu nego das partes (isso nos leva a outro princípio que será analisado mais adiante), todavia, normas como essas estão negando todas as partes ao mesmo tempo que afirmam uma dessas mesmas partes. Sem sombra de dúvidas, uma contradição evidente mas que é aceita por Dantes afirmar que se trata no plano da lógica “do possível e do impossível” Um exemplo desse tipo de contradição (negação universal e afirmativa particular) pode ser observado no inciso VIII do Art. 5º da Constituição Federal: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:” mais adiante “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei” Ora, quando a Constituição diz que “ninguém será privado de direitos” ela está negando tal tipo de privação a todos os cidadãos brasileiros por qualquer um dos motivos elencados. Ao negarmos para o todo, negamos para as partes (dito de nenhum, mas esse princípio não é o princípio em questão aqui). Assim, ao afirmar uma possível situação onde há é possível privar alguém de direitos se evocar esses motivos para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei, a lei está se mostrando contraditória. Entre esses dois “termos” contraditórios, pelo princípio da não contradição teríamos certeza que não poderiam ambos serem válidos conjuntamente. No entanto, tais esses tipos de contradição no direito, são admitidos, pois, como Dantes afirma, se trata na lógica do possível e do impossível. Sob mesmo raciocínio segue o inciso XI do artigo 5º da Constituição: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;” O artigo nega qualquerpossibilidade de alguém penetrar em casa alheia sem o consentimento do morador e logo após valida uma situação de praticar tal conduta quando em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. Por último, e seguindo o mesmo raciocínio, inciso XII do mesmo artigo 5º da Constituição “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”. O artigo nega qualquer violação ao sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas e logo após valida uma situação de praticar tal conduta quando em último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Antes de passar para a os próximos exemplos de Princípio da Não Contradição, gostaria de introduzir o Princípio da Exclusão do Meio, afinal de contas, os exemplos que usarei para o princípio da exclusão do meio são exemplos de contradição onde há a exclusão do meio. Assim, peço para que além dos exemplos citados acima de contradição, os que citarei abaixo sejam entendidos tanto como princípio da não contradição quanto como princípio da exclusão do meio. Princípio da Exclusão do Meio O princípio da exclusão do meio é entendido pela afirmação de que: “Ou um enunciado é verdadeiro ou ele é falso” é uma afirmação verdadeira. Ou seja, todo enunciado disjuntivo da forma p v ~p é verdadeiro. Assim, temos por consequência que todo enunciado dessa forma é uma tautologia(forma de enunciado que só possui exemplos de substituição verdadeiros). Como já se sabe, uma disjunção, seja em significado velt ou em significado aut, carrega em que comum que se verdadeira, então ao menos um de seus termos é verdadeiro. Portanto, ao substituirmos p por uma norma e ~p por uma norma que contradiz a primeira norma, temos que, entre duas normas contraditórias, ao menos uma será válida. Isso é de fundamental importância para distinguir o que diz o princípio da contradição com o que diz o princípio da exclusão do meio. Enquanto o primeiro afirma que a afirmação conjunta de da validade de duas normas contraditórias é falsa, o segundo diz que entre essas duas normas contraditórias, é verdadeira afirmação de que ao menos uma delas será válida. Assim, podemos entender que o Princípio da Contradição se manifesta quando deparamos com duas normas contraditórias e temos ciência de que elas não podem ser válidas conjuntamente. Enquanto que, o princípio da exclusão do meio nos dá a certeza de que ao menos uma dessas normas contraditórias será válida. A concretização da validade de ao menos uma dessas normas(Exclusão do meio) e a consequente negação de que ambas podem ser válidas conjuntamente(Não Contradição) pode ser verificada na aplicação da regra lex posteriori derrrogati prori onde lei anterior que versar sobre mesmo conteúdo que que a lei posterior de forma contraditória, prevalece a lei posterior. Assim, entendemos que a lei posterior é a “ao menos uma das normas” que será válida no princípio da exclusão do meio e a revogação da lei anterior retira do mesmo plano a afirmação de duas leis contrárias conjuntamente(o que sabemos que é falso: Princípio da Não Contradição). Assim irei mostrar em cada um dos exemplos leis contraditórias entre si onde a “ao menos uma que será válida” é a lei mais nova, portanto a lei posterior: LEI N o 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a alegação de http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument prescrição, salvo se favorecer a absolutamente incapaz. LEI Nº 11.280, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2006. Art. 3º O art. 219 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 219. ........................................................ .......... ............................................. ..................... § 5º O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. ............................................. ....................." (NR) Aqui temos uma primeira lei que afirma que o juiz não pode suprir, de ofício, a alegação de prescrição e depois coloca uma exceção para essa afirmação(mas isso agora, não nós é relevante). O ponto é que, temos conjuntamente uma outra lei que o juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. Ora, ou o juiz pode se pronunciar de ofício quanto a prescrição ou ele não pode. Estamos evidentemente diante de duas normas contraditórias. O princípio da não contradição nós garante que ambas não podem ser válidas e, o princípio da exclusão do meio que dessas duas, ao menos uma é válida. Assim, essa dúvida é afastada pela regra lex posteriori derrrogati prori. Onde a lei posterior(LEI Nº 11.280, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2006.) revoga lei anterior (LEI N o 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002). Portanto, O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. A mesma lógica serve para os seguintes exemplos retirados do Pacote Anti Crime: DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. Art. 75 – O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. LEI Nº 13.964, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2019 Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos. Ora, ou o limite da pena é 30 anos, ou o limite da pena é quarenta anos, não podemos afirmar os dois conjuntamente. Portanto, estamos diante de normas que se contradizem entre si .O princípio da não contradição nós garante que ambas não podem ser válidas e, o princípio da exclusão do meio que dessas duas, ao menos uma é válida. Assim, essa dúvida é afastada pela regra lex posteriori derrrogati prori. Onde a lei posterior(LEI Nº 13.964, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2019) revoga lei anterior (DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940). Portanto, o limite da pena é 40 anos. Art. 51 – Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. Aqui, entendo estar diante de duas normas contraditórias entre si, pois a primeira não diz que a multa será executada perante o juiz da execução penal enquanto que a segunda diz. Então, ou temos a ausência da execução da multa perante o juiz da execução penal ou temos a execução da multa perante o juiz da execução penal ambos são contraditórios entre si. A explicação para esse exemplo segue a mesma lógica da explicação dos exemplos anteriores. São artigos de leis diferentes, de forma que o segundo é do pacote anti crime, portanto mais novo e revoga o anterior. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.280-2006?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.280-2006?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.bak2#art219%C2%A75 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.280-2006?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.280-2006?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.964-2019?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.964-2019?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.964-2019?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.964-2019?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument Princípio da Razão Suficiente: Segundo Dantes “Todo juízo verdadeiro precisa de uma razão suficiente”. De modo que “A razão é suficiente quando basta por si só para servir de apoio completo ao juízo a fim de torná-lo plenamente verdadeiro”. Como defende Leibniz: “todas as coisas devem ter uma razão suficiente pela qual são o que são, e não são outra coisa”. Ao passarmos para o cenário do Direito, notamos que as “coisas” pelas quais Leibniz falava são as normas, e a motivo pelo qual estas são e não são outra coisa são as normas hierarquicamente superiores às primeiras. Sabemos que na atual configuração do ordenamento jurídico brasileiro, a norma de hierarquia mais alta é a Constituição Federal. Sendo esse, o motivo pelo qual surgem as demais normas de hierarquia inferior e ela. Ora, todo o nosso ordenamento, se constrói a partir de uma interpretação à luz da Constituição. Assim, de modo breve e resumido, temos que razão suficiente de qualquer norma é sua norma hierarquicamente superior. A seguir, apresentarei algumas normas(“coisas”) e sua norma hierarquicamente superior (seu fundamento, a “razão pela qual elas são e não são outra coisa”): Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1 o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. Assim, percebemos que a razão suficiente para o artigo 1.228 prever que, o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais, está no Art. 5º - XXIII da constituição que prevê que a propriedade atenderá a sua função social. XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Da mesma forma, podemos dizer que a LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 que dispõe sobre a proteção do consumidor tem o seu fundamento no incíso XXXII do mesmo artigo 5º da Constituição que prevê que o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. XXII - é garantido o direito de propriedade; Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; Afirmação semelhante pode ser feita do artigo 1.225 que define a propriedade como um direito real. Onde sua razão suficiente, o motivo pelo qual ele é o que é e não é outra coisa está na garantia do direito de propriedade pelo inciso XXII do artigo 5º da Constituição. Princípio da Causalidade: O princípio da causalidade, segundo Dantes, é enunciado por: “A todo evento, corresponde um evento anterior, ao qual está ligado de tal maneira que se um não ocorre o outro não se verifica”. Assim tomei a liberdade para tentar http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument expressar esse princípio por meio da lógica simbólica onde sei que posso estar correndo o risco de estar enganado: p ⊃ q. De forma que o antecedente(“evento anterior”) é representado por “p” e o consequente(evento no qual Dantes fala em sua frase citada) representado por “q”. Ora, sabemos que esse enunciado se trata de um enunciado condicional e, todo enunciado condicional se trata de uma afirmativa de: caso p se verifique, então q. Desse princípio tiramos duas consequências. A primeira diz que desaparecida a causa(“evento anterior”), desaparece o efeito (“evento”). A partir daí tiramos a segunda consequência segundo Dantes: “Todo objeto que não pode ser afastado sem que o efeito cesse deve ser considerado como causa ou parte da causa”. Sabemos que a natureza é regida por essa lei de causa e efeito e, no direito, o princípio da causalidade se verifica no fenômeno da imputação: “Se A, então B dever ser.” Segundo Kelsen, a imputação não consiste noutra coisa senão a conexão entre o ilícito e a consequência do ilícito. Assim, podemos dizer que a causa (aqui no fenômeno da imputação) descrita como o antecedente em p ⊃ q e o “evento anterior” no enunciado de Dantes, é o ato ilícito, a conduta que vai contra o ordenamento jurídico. E, a consequencia descrita como o consequente em p ⊃ q e “evento” na frase de Dantes, é a consequência do ilícito, portanto a sanção correspondente à conduta contrária ao ordenamento jurídico que “deve ser” aplicada. Assim, toda e qualquer norma que descreve uma uma conduta contrária ao ordenamento jurídico e a ela impõe uma sanção deve ser entendida como um exemplo do princípio da causalidade no direito. Assim, o artigo do Código penal que define o homicídio(Art. 121) pode ser entendido como um exemplo de princípioda causalidade no direito a partir do fenômeno da imputação. “Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos.” Aqui temos a descrição de uma conduta que contraria o ordenamento jurídico(matar alguém). Portanto, se essa conduta se verificar, reclusão de 6 a 20 anos deve ser a sanção. Veja que esse artigo nada mais é que um exemplo do “Se A é, B deve ser” onde matar alguém é a conduta antecedente, que causará a reclusão de 6 a 20 anos consequente. Assim, afastada a causa(a conduta do homicídio), são afastados os efeitos(a pena de 6 a 20 anos). Do mesmo modo podemos dizer do artigo 129 CP que define o crime de Lesão Corporal: “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.” Onde temos a descrição de uma conduta que contraria o ordenamento jurídico(Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem). Portanto, se essa conduta se verificar, detenção de três meses a um ano deve ser a sanção. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem é causa para a detenção de três meses a um ano. Onde afastada a causa(ofensa à integridade corporal ou a saúde de outrem), são afastados os efeitos(detenção de três meses a um ano). Para finalizar, temos o artigo 147(também do Código Penal) que define o crime de ameaça “Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.” Onde temos a descrição de uma conduta que contraria o ordenamento jurídico(Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave). Portanto, se essa conduta se verificar, detenção, de um a seis meses, ou multa deve ser a sanção. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave é a causa para detenção, de um a seis meses, ou multa. Onde afastada a causa(a conduta da ameaça), são afastados os efeitos(detenção, de um a seis meses, ou multa). Princípio da Tríplice Identidade: O princípio da Tríplice Identidade, segundo Dantes, dispõe que “Duas coisas idênticas a uma mesma terceira(coisa) são idênticas entre si” da mesma afirmativa podemos tirar uma forma negativa: “Duas coisas das quais uma é idêntica e a outra não é idêntica à mesma terceira são diferentes entre si”. Esse princípio é conhecido na matemática e pode ser expresso por: A = C B = C A = B Onde as “coisas idênticas” (A e B) a uma “terceira coisa” são iguais entre si. Já a forma negativa que deriva desse princípio, tomei a liberdade de representar de tal forma: A = C B ≠ C A ≠ B Onde as coisas das quais uma(A) é idêntica(=) a uma terceira(C) e a outra(B) não é idêntica(≠) a uma mesma terceira(C), são diferentes entre si (A ≠ B). Verificamos portanto, que precisamos que essa terceira coisa seja a mesma coisa tanto no primeiro enunciado (A = C) quanto no segundo enunciado(B = C ou B ≠ C) afinal de contas, se C for empregado em um sentido no primeiro enunciado e em outro sentido no segundo enunciado, o terceiro enunciado (A = B ou A ≠ B) não se verifica. Assim, podemos dizer que, empregar a Lei C sobre B pois A é igual, sob certo aspecto, a B e à A se aplicou a lei C, é uma aplicação do princípio da Tríplice Identidade. Do mesmo modo, podemos dizer que, não é possível aplicar a lei C à B pelo simples fato de à A ter se aplicado a lei C, pois lei A e lei B são diferentes entre si. Interessante observar, que sempre é repetida a mesma expressão: “sob certo aspecto”. Esse aspecto foi definido pelo CPC em seu artigo 377, parágrafo segundo: § 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. Assim, o tão citado “aspecto” da tríplice identidade, no direito processual civil(para definir uma ação idêntica) é descrito pelas “mesmas partes, mesmas causa de pedir e mesmo pedido”. Assim, podemos dizer que o primeiro exemplo citado(artigo 377 § 2º) é o pontapé inicial para elencarmos os próximos dois exemplos: Ementa: COISA JULGADA. "TRÍPLICE IDENTIDADE". Conforme dispõe o art. 337, §§ 1º e 2º do CPC, ocorre coisa julgada quando repetida ação já decidida por sentença de que não caiba recurso, com as mesmas partes, causa de pedir e pedido, chamada de "tríplice identidade". Configurada a tríplice identidade de partes, impõe-se o reconhecimento da coisa julgada. (TRT-4 - ROT: 00217207620175040006, Data de Julgamento: 10/03/2020, 2ª Turma) Observamos aqui que a própria ementa cita o princípio da tríplice identidade para identificar uma ação idêntica e por consequência dá-la por repetida. Ter bem delimitado que a ação é repetida, por sua vez, é o que nos possibilita definir coisa julgada. Sob mesma lógica, opera a ementa seguinte: AÇÃO RESCISÓRIA - OFENSA À COISA JULGADA - ERRO DE FATO - INOCORRÊNCIA - O inciso IX do artigo 485 do CPC contempla não erro de direito, mas erro de fato, que decorre de inadvertência do Juiz, que deixa de examinar aspecto relevante da causa. - Para que se configure a coisa julgada, é indispensável que haja identidade da lide, o que ocorre quando são os mesmos sujeitos que contendem a respeito do mesmo bem da vida e pela mesma causa. Há, por conseguinte, exigência de uma tríplice identidade: identidade de sujeitos, identidade do pedido e identidade da causa de pedir. Inexistindo a necessária identidade de parte (eadem personae) entre a ação originária e anterior ação indenizatória proposta contra o mesmo réu, não há que se reconhecer configurado o pressuposto de rescisão previsto no inciso IV do artigo 485 do CPC. (TJ-MG 200000030448550001 MG 2.0000.00.304485-5/000(1), Relator: BEATRIZ PINHEIRO CAIRES, Data de Julgamento: 14/03/2002, Data de Publicação: 19/04/2002) Tal ementa deixa claro: “Para que se configure a coisa julgada, é indispensável que haja identidade da lide, o que ocorre quando são os mesmos sujeitos que contendem a respeito do mesmo bem da vida e pela mesma causa” Inclusive, a ementa se utiliza disso para afirmar que não há como reconhecer pressuposto de rescisão entre a ação originária e anterior ação indenizatória proposta contra o mesmo réu. Assim, podemos dizer que a constatação de ação idêntica se dá da seguinte forma: (de acordo com o princípio da tríplice identidade) Partes da ação A = Partes da ação B Causa de pedir da ação A = Causa de pedir da ação B Pedido da ação A = Pedido da ação B Ação A = Ação B Onde partes, causa de pedir e pedido, operam como se fosse o “C” do primeiro exemplo que dei para definir o princípio da tríplice identidade. Bom, encerro os exemplos da tríplice identidade por aqui. Ainda que todos versem sobre ações idênticas, são diferentes entre si em suas aplicações. Portanto, entendo que completei os 3 exemplos. Dictum de Nullo: O Dictum de Nullo, ou mesmo Dito de Nenhum, dispõe que tudo que eu nego a uma classe inteira ou grupo de objetos(portanto uma negação universal) eu estou negando de cada um dos objetos pertencentes àquela classe ou grupo. Por isso que podemos afirmar que uma negação universal(E) seguida por uma afirmativa particular(I) em normas jurídicas é uma contradição. Ora, como afirmo algo de uma parte logo após negar tudo do grupo do qual aquela parte pertence? Todavia, como já afirmou Dantes: “A circunstância de existirem prescrições contraditórias não destrói o princípio,” (da não contradição) “pois no plano da Lógica se cuida do possível e do impossível”. Assim, exemplos de Dito de Nenhum são verificados em normas jurídicas quandoessas deixam claro que ao negarem do todo estão negando também das partes. Tal situação pode ser verificada no artigo 19 da Constituição Federal: Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná- los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Assim, o artigo deixou claro que todas as condutas presentes em seus incisos são negadas para o todo(União) e consequentemente são negadas para as partes(Estados, Distrito Federal e Municípios). Mesma lógica ocorre em no artigo 150 da Constituição Federal, observe: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; III - cobrar tributos: …. Cortei o restante do artigo e coloque reticências, pois o ponto em questão aqui é o caput do artigo, pois apenas nele, já observamos que todas as condutas citadas posteriormente abaixo, serão vedadas ao todo(União), portanto vedadas às partes (Estados, Distrito Federal e Municípios). O Código Tributário também possui um artigo que opera sobre mesma lógica: Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça, ressalvado, quanto à majoração, o disposto nos artigos 21, 26 e 65; II - cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei posterior à data inicial do exercício financeiro a que corresponda; III - estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais; … Também cortei o final do artigo pois o ponto em questão aqui é o caput do artigo, onde, apenas nele, já observamos que todas as condutas citadas posteriormente abaixo, serão vedadas ao todo(União), portanto vedadas às partes (Estados, Distrito Federal e Municípios). Dictum de Omini: O Dictum de Omini ou mesmo Dito do Todo, em português, se afirma a partir de um enunciado muito simples. “Tudo que é verdadeiro de uma classe inteira de objetos, é verdadeiro de todos os objetos pertencentes a essa classe”. Assim, tudo que eu afirmo que uma classe ou grupo de objetos(portanto, de forma universal), eu estou afirmando de cada um dos objetos pertencentes a essa classe. Dessa forma, o Dito do Todo também pode mostrar enunciados contraditórios quando eu afirmo de uma grupo ou classe inteira de objetos(portanto de forma universal: A) e nego de uma parte dessa mesma classe ou grupo de objetos(de forma particular: I). Ora, como posso negar algo de um particular que já foi afirmado de todos os integrantes da classe a qual ele pertence? Mas como já discorremos no princípio anterior, prescrições assim no Direito não ferem o princípio da Não Contradição. Exemplos de dito do todo podem ser verificados em todas as normas que deixam claro que ao afirmarem do todo, estão afirmando das partes: Art. 20. São bens da União: ... § 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. Observe que o legislador dispõe “É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios” portanto independente das condutas posteriormente citadas, já sabemos que ao serem asseguradas para o todo(União) são também asseguradas para as partes(Estados, Distrito Federal e Municípios). Art. 77. Até o exercício financeiro de 2004, os recursos mínimos aplicados nas ações e serviços públicos de saúde serão equivalentes: ... § 4º Na ausência da lei complementar a que se refere o art. 198, § 3º, a partir do exercício financeiro de 2005, aplicar-se-á à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o disposto neste artigo. Aqui, o legislador também decidiu por deixar claro que na ausência da lei complementar a que se refere o art. 198, § 3º, a partir do exercício financeiro de 2005, os dispositivos daquele artigo serão aplicados para o todo(União) e portanto, para as partes(Estados, Distrito Federal e Municípios) Por último, cito um artigo com elementos diferentes dos citados anteriormente: Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Aqui, o todo são Poderes da União, de modo que dentro desse conjunto estão: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário(Suas partes). Independência e co-harmonia que é afirmada para o todo(Poderes da União), também é afirmada para cada uma de suas partes: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.
Compartilhar