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1 Os epitélios são formados por células justapostas que se mantêm coesas pelas junções celulares, apresentam pouca matriz extracelular e por não possuírem um suprimento sanguíneo e linfático, sua nutrição ocorre por difusão a partir do tecido conjuntivo. Essas células epiteliais são poliédricas (várias faces), apresentam muito citoplasma, citoesqueleto desenvolvido e polaridade. Por serem células justapostas, pode ser difícil a visualização dos limites entre uma célula e outra. Desse modo, a identificação da morfologia é realizada mais corretamente pelo aspecto do núcleo que acompanha o formato geral da célula. Nosso corpo ainda é formado para outros 3 tipos de tecido: tecido muscular (responsável por contrair, refletir os estímulos do sistema nervoso e alterar de tamanho), conjuntivo (que dá sustentação, preenchimento e transporta substâncias) e nervoso (formado pelos neurônios, transmite os impulsos nervosos). FUNÇÕES O tecido epitelial é responsável por diversas funções, como proteção, absorção, secreção e excreção. Além disso, também tem como função a formação das glândulas. • Revestimento de superfícies: essa função é de extrema importância, pois é o tecido epitelial que protege a superfície revestida de choque mecânicos. É ele, também, que como uma barreira, é capaz de separar compartimentos no corpo. Nessa mesma função de barreira, o tecido epitelial funciona como a região de absorção das moléculas. • Secreção: a secreção e o transporte de moléculas são também funções do tecido epitelial. Essas funções consistem em agrupar pequenas moléculas e fazer a síntese das moléculas maiores que serão secretadas das células. A partir da retirada, adição ou substituição de componentes das moléculas, o tecido epitelial também consegue secretá-las em um grupo menor de casos. • Transporte: o transporte de moléculas, íons e partículas entre os vasos sanguíneos e o tecido conjuntivo (exclusivo quando as células revestem vasos sanguíneos e linfáticos internamente.) Tecido Epitelial 2 CARACTERÍSTICAS • Células muito próximas, com pouco material extracelular entre elas; • Células unidas de forma bem organizada; • Possui suprimento nervoso; • Não possui vasos (avascular); • Alta capacidade de renovação (mitose) e regeneração; • Nutrição e oxigenação por difusão pela lâmina basal. TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO Os epitélios são constituídos por uma ou mais camadas de células com diferentes formas, com pouco ou quase nenhum fluido intersticial (substância entre as células) e vasos entre elas. Porém, todo epitélio está situado sobre uma malha glicoproteica denominada lâmina basal, que tem a função de promover a troca de nutrientes entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo adjacente. De acordo com as camadas celulares, os epitélios podem ser classificados em: • Epitélio Simples: são formados por uma única camada de células; • Epitélio Estratificado: possuem mais de uma camada de células; • Epitélio Pseudoestratificado: são formados por uma única camada de células, mas possui células com alturas diferentes, dando a impressão de ser estratificado. O tecido epitelial da pele humana apresenta células bastante unidas, sendo este um epitélio estratificado. Isso porque a função da pele é evitar a entrada de corpos estranhos no organismo, agindo como uma espécie de barreira protetora, além de proteger contra o atrito, raios solares e produtos químicos. Já o tecido epitelial que cobre os órgãos é simples, pois o tecido não pode ser tão espesso devido à necessidade de trocas de substâncias. Os epitélios também são classificados quanto à forma das células: • Epitélio Pavimentoso: possui células achatadas; 3 • Epitélio Cúbico: as células apresentam-se em forma de cubo; • Epitélio Prismático: as células são alongadas, em forma de coluna; • Epitélio de Transição: a forma original das células é cúbica, mas ficam achatadas devido ao estiramento provocado pela dilatação do órgão. TECIDO EPITELIAL GLANDULAR As células do tecido epitelial glandular possuem as mesmas características do epitélio de revestimento, no entanto, ao contrário delas raramente são encontradas em camadas. Portanto, suas células são muito unidas e geralmente dispostas em uma única camada. Os epitélios glandulares são tecidos com função secretora, que constituem órgãos especializados chamados glândulas. As células epiteliais secretoras são capazes de sintetizar moléculas, a partir de moléculas precursoras menores, ou modificá-las. As células de secreção também podem estar isoladas entre as células do epitélio de revestimento, ou formando esse epitélio. Por exemplo, revestindo a cavidade do estômago ou parte do aparelho respiratório. CLASSIFICAÇÃO DO EPITÉLIO DE REVESTIMENTO Quanto a classificação, o epitélio de revestimento podem ser divididos em três categorias principais com base no número de camadas celulares e no formato das células da camada mais externa: 1. Número de camadas: epitélio simples, estratificado e pseudoestratificado ➢ Epitélio simples Formado por uma única camada de células. O termo endotélio é usado para designar o epitélio simples pavimentoso que reveste os vasos sanguíneos e linfáticos. O mesotélio é o epitélio simples pavimentoso que reveste todas as cavidades corporais (cavidade 4 peritoneal, cavidade pericárdica e cavidade pleural). ➢ Epitélio Estratificado Composto por duas ou mais camadas de células. Os epitélios estratificados pavimentosos são os mais frequentemente encontrados e podem ser subdivididos em queratinizados e não- queratinizados. O epitélio estratificado pavimentoso queratinizado é encontrado normalmente em superfícies secas, como a pele, as células da camada mais superficial não apresentam núcleo, contêm abundante quantidade de queratina, de modo a prevenir a perda de água e a penetração de agressões químicas e físicas. Já o epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado é encontrado em superfícies úmidas, como por exemplo, na mucosa de revestimento da cavidade bucal, no esôfago e na mucosa vaginal. ➢ Pseudoestratificado Sua denominação se dá́ pela falsa impressão visual da existência de várias camadas de células, pois os núcleos encontram-se em alturas diferentes. 5 Todas as células apoiam-se na lâmina basal, mas possuem diferentes tamanhos: células baixas, que são as basais, e células mais altas, colunares. Os núcleos estão, portanto, em diferentes alturas, lembrando o epitélio estratificado. São exemplos de localização desse tecido a cavidade nasal, a traqueia, os brônquios e o epidídimo. Trata-se de um epitélio pseudoestratificado colunar. Fica evidente que parecem duas camadas de núcleos, os das células basais e os das células colunares. Entretanto, todas as células repousam sobre a membrana basal; por conseguinte, o epitélio é pseudoestratificado. 2. Formato das células: Epitélios pavimentosos, cúbicos, cilíndricos ➢ Pavimentoso Utiliza-se o termo pavimentoso pois o aspecto das células assemelha-se ao pavimento com ladrilhos achatados. Formado por células com núcleo basofílico morfologicamente achatado e citoplasma discreto. A mínima espessura das células epiteliais pavimentosas em uma única camada reflete sua função primária nas rápidas trocas de substâncias entre o sangue e os tecidos. ➢ Cúbico Formado por células com altura e largura semelhantes, dando a célula um formato cúbico. Os núcleos se encontram centralizados e apresentam formato arredondado característico. As células cúbicas são altamente polarizadas e participam na absorção, na secreção (glândula tireoide), e no transporte ativo de íons (rim). 6 ➢ Colunar/Cilíndrico Formado por célulasem que a altura é maior que a largura e o comprimento. Os núcleos basofílicos são ovais, longitudinais em relação ao longo eixo celular e polarizados (situados no mesmo polo ao longo da faixa de tecido). O citoplasma é eosinofílico e mais volumoso nesta célula quando comparado às epiteliais pavimentosas e cúbicas, devido a presença de um maior número de organelas para exercer atividade de secreção, de absorção ou de transporte de íons. ➢ Epitélio de Transição O urotélio (epitélio de transição) reveste as estruturas das vias urinárias: pelve renal, ureter, bexiga e parte superior da uretra. É formado por dois tipos celulares que variam de acordo com o estado fisiológico do órgão: células cilíndricas que se estendem da lâmina basal até a superfície; células basais próximas a lâmina basal. Essencialmente, o urotélio é um epitélio pseudoestraficado, embora ele tenha aparência de um epitélio estratificado. O epitélio da bexiga é denominado epitélio de transição, um epitélio pseudoestratificado cuja morfologia se modifica de acordo com o grau de distensão da bexiga. No estado não distendido, como aqui, esse epitélio parece ser formado por mais camadas. As células dos núcleos mais superficiais são grandes e têm formato de cúpula (asteriscos). 7 LÂMINA BASAL E MEMBRANA BASAL A lâmina basal é uma camada de proteínas (colágeno do tipo IV, laminina e entactina) e proteoglicanas secretadas pelas células epiteliais, que, como o nome diz, se situa na base do tecido. Pode estar associada a fibras reticulares (lâmina reticular) produzidas por células do tecido conjuntivo. A lâmina basal tem papel estrutural na união entre epitélio e conjuntivo, controla o transporte de moléculas, influencia a polaridade celular, participa da proliferação e da diferenciação celular, direciona novas células para seus locais corretos durante o desenvolvimento embrionário e nos processos de cicatrização. Lâminas basais não existem apenas nos tecidos epiteliais, mas onde outros tipos de células entram em contato com tecido conjuntivo, como ao redor de células musculares, células adiposas e células de Schwann. A lâmina basal forma uma barreira que limita ou controla a troca de macromoléculas entre essas células e o tecido conjuntivo. Os componentes das lâminas basais são secretados pelas células epiteliais, musculares, adiposas e de Schwann. Em alguns casos, fibras reticulares (produzidas por células do tecido conjuntivo) estão intimamente associadas à lâmina basal, constituindo a lâmina reticular. Os termos lâmina basal e membrana basal podem gerar confusão, mas usaremos o termo de lâmina basal referindo-se a camada de macromoléculas não visível ao microscópio óptico. Já para membrana basal, consideraremos a camada formada pela fusão de duas lâminas basais ou associação da lâmina basal com a lâmina reticular, tornando-se assim visível ao microscópio óptico na coloração de PAS. CLASSIFICAÇÃO DO EPITÉLIO GLANDULAR Os epitélios glandulares são responsáveis pela produção de substâncias úteis ao organismo (secreções). De acordo com o destino das secreções, temos dois tipos 8 fundamentais de tecidos glandulares: exócrino e endócrino. 1. GLANDULAS EXOCRINAS: Desenvolvem-se como invaginações de uma membrana epitelial que lança sua secreção numa superfície interna ou externa do corpo através de ductos. Suas porções secretoras podem ser chamadas de adenômeros. Exemplo: glândulas sudoríparas, sebáceas, mamárias, lacrimais e salivares. O parênquima é a porção do órgão responsável por sua função, já o adenômero é a unidade morfofuncional das glândulas. Geralmente, ao redor da porção secretora há células mioepiteliais (contração), que auxiliam na expulsão, bem como também se encontra ácinos, a porção secretora. Secreções são armazenadas em vesículas: grânulos de secreção. Além disso, existem as glândulas com uma organização bem específica e dentro da composição de sua estrutura temos o parênquima e o estroma. O parênquima tem a função de constituir as unidades secretoras e ductos do próprio epitélio, enquanto o estroma é formado pelo tecido conjuntivo, atuando com vasos sanguíneos e fibras nervosas. 2. Glândulas endócrinas: As glândulas endócrinas não contem ductos como as glândulas exócrinas, sendo glândulas de secreção interna que liberam sua secreção diretamente no sangue. Suas secreções denominam-se hormônios, mas não são apenas as glândulas endócrinas que produzem hormônios. Exemplos de glândulas endócrinas: tireóide, paratireóide, adrenais. 9 • Tireóide: produz os hormônios: tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), responsáveis por controlar a taxa de metabolismo do corpo. • Ilhotas de Langerhans do pâncreas: produzem insulina (diminui a taxa de glicose no sangue) e glucagon (aumenta a taxa de glicose no sangue). • Adrenais: Sintetiza e secreta catecolaminas, especialmente a adrenalina e a noradrenalina. Esses hormônios regulam o sistema nervoso autônomo, que controla importantes funções do corpo humano como frequência cardíaca, respiração, digestão, entre outras. • Hormônios do córtex: Em sua maioria são esteroides. Segundo suas ações fisiológicas dividem em três grupos: glicocorticoides (agem no metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídios), mineralocorticoides (atuam nos rins, mucosa gástricas, glândulas salivares e sudoríparas) e andrógenos (tem ação de hormônio sexual). • Medula Adrenal: Seus hormônios são Epinefrina e Noradrenalina, atuam na circulação e em situações de emergências. CLASSIFICAÇÃO DAS GLÂNDULAS EXÓCRINAS E ENDÓCRINAS ✓ EXOCRINAS 1) Quantidade de células: -Unicelular: célula caliciforme (traquéia e intestino). - Multicelular: parótida. 2) Formato e disposição dos ductos 10 3) Quanto ao produto de secreção: - Serosa: secreção aquosa, rica em água e proteínas (enzimas). - Mucosa: secreção viscosa com muco glicoproteíco. - Mista: ambos de maneira regulada (glândula mamária). 4) Quanto ao modo de eliminação das secreções: - Merócrina: sem prejuízo celular. Há liberação por exocitos. EX: Glândula sudorípara. - Holócrina: com prejuízo celular. Produto liberado com a célula destruída. EX: Glândula sebácea. - Apócrina: O produto de secreção é liberado com pequenas porções do citoplasma. EX: Glândula mamária. ✓ Endócrinas: - UNICELULAR: Glândula formada por uma célula. EX: célula caliciforme - PLURICELULAR: Glândula endócrina cordonal A porção secretora é formada por cordões celulares, como a hipófise, paratireoide e suprarrenal. - GLÂNDULAS MISTAS: possuem ambos os tecidos, tanto endócrino, quanto exócrino. O pâncreas, por exemplo, apresenta os ácinos pancreáticos (produzem suco pancreático – secreção exócrina) e as ilhotas pancreáticas (produzem insulina e glucagon – secreção endócrina).