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AULA 04- DCNT - Doença crônica não transmissível

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Saúde Coletiva | Aula 04
Doenças crônicas não-transmissíveis
● DCNT
Característica principal:
É grave porque não percebemos que a doença está acontecendo; só percebemos
quando ela já está presente
Geralmente denominadas como doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT)
Condições
● Fatores causais
◘ Agentes
- Resultam de um processo multifatorial, em geral, gradativo e cumulativo → explicado por uma inter relação complexa
entre fatores hereditários e não-hereditários
- Para algumas DCNT, existe agente etiológico conhecido como o vírus da hepatite B associado ao hepatocarcinoma;
- Outros exemplos são o fumo, o álcool, os pesticidas, os fertilizantes, o monóxido de carbono e as radiações;
- No entanto, a maioria das DCNT não tem agente responsabilizado como etiológico — o que não significa que ele não
exista.
A maioria das DCNT não tem agente causador, por isso falamos de fatores de risco
◘ Exposição a fatores de risco
FATOR DE RISCO = PROBABILIDADE
Fator de risco não é determinante, ele só aumenta a probabilidade da pessoa ficar
doente
- A ausência de um agente conhecido, no complexo causal das DCNT,
dificulta as pesquisas sobre o assunto;
- O objetivo das pesquisas passou a ser, não a identificação de agentes,
como se faz nas doenças infecciosas, mas os fatores de risco associados ao
aparecimento da doença;
- Intensidade da exposição aos agentes e fatores de risco, para produzir um dano à saúde = único contato ou
contato frequente (trabalhadores de industrias, tabagismo, etilismo...).
- Mas os fatores de risco informam a ocorrência da doença em termos de probabilidade, e não de certeza, de modo
que não explicam convenientemente o aparecimento da doença.
Exemplo:
Doença cardiovascular no sexo feminino
A mulher hipertensa, que fuma e usa anticoncepcional, é séria candidata a sofrer de doença cardiovascular. Mas haverá
mulheres, provavelmente a maioria, que, possuidoras dos mesmos fatores de risco, não sofrerão consequências
detectáveis destas exposições sobre o sistema circulatório.
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
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Saúde Coletiva | Aula 04
◘ Predisposição do organismo
- A hereditariedade tem importante papel na explicação de diferenças de frequências de danos à saúde na população;
- As pessoas variam nas respectivas cargas genéticas que recebem de seus familiares — aí incluída a maior ou menor
suscetibilidade (ou resistência) às agressões externas;
→ HEREDITARIEDADE É O FATOR MAIS IMPORTANTE EM DCNT
● Modelos de organização dos fatores causais
- Cadeia de eventos
- Há uma série única de eventos, de modo a espelhar sinteticamente a história natural da DCNT – simplificação da
realidade;
- Múltiplas causas e efeitos
- Um fator de risco pode estar associado a mais de uma doença crônica. Ex: a obesidade é fator de risco tanto para a
doença coronária como para o diabetes;
- Dupla, tripla ou mais vinculação — O modelo de múltiplas causas e múltiplos efeitos reproduz a situação da doença
crônica ainda com maior exatidão.
Isso é linear para doença transmissível; para doença não
transmissível eu tenho um modelo de múltiplas causas e efeitos; por
isso é comum nas DCNT as pessoas falarem que tem comorbidade
(que são doenças simultâneas e que potencializam outras)
- As DCNT estão muito associadas à idade, ao processo de envelhecimento e ao modo de vida das pessoas.
● Curso da doença
- As DCNT se exteriorizam e progridem com sintomatologia permanente ou fases assintomáticas entremeadas de
exacerbações clínicas.
→ PERÍODO DE LATÊNCIA
- Semelhantemente às doenças infecciosas, onde há um período de incubação — limitado entre a exposição ao agente
e o aparecimento de manifestações — nas DCNT, aceita-se a existência de um “período de latência” ou “pré clínico”,
ou “subclínico” de idêntico significado;
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
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Saúde Coletiva | Aula 04
- Procura-se identificar sinais que auxiliem o diagnóstico das pessoas afetadas ainda neste estágio “pré-clínico”. Ex:
busca de lesões pré-cancerosas, através da colpocitologia
- O início insidioso da doença no organismo e o longo período de latência que precede as manifestações clínicas fazem
com que a fase patogênica seja de difícil delimitação.
- A detecção de estados subclínicos das DCNT é menos exata do que nas infecciosas, já que para estas dispõe-se de
numerosos marcadores biológicos como os testes cutâneos e os sorológicos que denunciam a presença da infecção;
- A identificação de uma doença crônica geralmente ocorre por ocasião de exacerbação aguda. Ex: o infarto agudo
do miocárdio que evidencia um caso crônico de aterosclerose = as exteriorizações clínicas representam uma ou mais
fases agudas de um processo crônico subjacente.
Período de latência = período subclínico
É difícil na DCNT identificar a fase patogênica
• Fatores prognósticos
- O curso da doença pode ser previsto a partir de um melhor conhecimento dos fatores prognósticos;
- Ex: o coma prevê um mau prognóstico para o acidente vascular cerebral, ao passo que a manutenção da consciência
indica melhores possibilidades de recuperação;
- Pesquisas epidemiológicas em ambiente clínico são realizadas para completar o conhecimento sobre a evolução das
doenças – Identificação de fatores presentes no momento do diagnóstico que possam ser preditivos do curso da
doença.
● Medidas de prevenção
- Controle das DCNT
◘ PREVENÇÃO PRIMÁRIA
Objetivo: consiste em manter o indivíduo sadio o maior tempo possível.
As medidas para lidar com as DCNT não têm a mesma eficácia, comparadas às disponíveis para lutar contra as infecções
devido:
- Falta de agentes conhecidos, no complexo causal da maioria das DCNT;
- Características das DCNT: início insidioso, assintomático ou de exteriorização clínica inespecífica, aliado à evolução longa
e vagarosamente progressiva;
→ Atuação através de fatores de risco
Fator de risco – base do raciocínio causal das DCNT;
Muitos fatores de risco já foram identificados no aparecimento
das DCNT:
- Modificáveis: são manejáveis pelo próprio indivíduo ou com
auxílio profissional;
- Não-modificáveis: não são passíveis de mudança.
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
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Saúde Coletiva | Aula 04
→ Fator de risco e causalidade
- Fator de risco não determina, mas é muito importante
- Fatores de risco podem estar apenas associados ao aparecimento
da doença, e não estarem causalmente relacionados a ela;
- Somente quando a relação é causal, a eliminação dos fatores
de risco diminui a frequência da doença;
- A presença de um fator informa o risco de maneira probabilística e não de certeza
absoluta – muitos indivíduos, apesar de possuírem o fator de risco, jamais se tornarão portadores da doença a ele
associada.
- Não se tira fator de risco de uma pessoa, se minimiza
• Nível individual de atuação
→ Mudança de estilo de vida
- A ênfase atual de prevenção primária da maioria das DCNT está na modificação do estilo de vida, se ele é considerado
risco para a saúde;
- As decisões para estas mudanças são dos indivíduos que apresenta os fatores de risco para determinada doença;
- São fornecidos informações de alerta sobre riscos e também sobre as estratégias de como anular ou minimizar os
seus efeitos. Ex: parar de fumar, reduzir o nível de colesterol sérico ou o mínimo de exercício físico a ser estimulado;
- Necessita de esforço individual.
Nível individual, depende do indivíduo
• Nível coletivo de atuação
→ Educação para a saúde
Objetivo: capacitar ou reforçar atitudes individuais ou coletivas que conduzam à saúde – preparar as pessoas, em
diferentes contextos socioculturais, para serem capazes de decidir as suas ações, em direção a uma melhor saúde
pessoal, familiar e coletiva;
“O indivíduo mais bem informado está mais protegido”;
Alteração dos fatores de risco + diagnóstico precoce + tratamento oportuno;
Comunicação de massa;
→ Saneamento ambiental
O homem criou ecossistemas diferentes dos naturais;
Efeitos positivos, mas também deletérios como: poluição atmosférica, desmatamento, contaminação da água, solo e
alimentos...
Sociedadecriou normas a serem cumpridas por todos, sob a fiscalização das autoridades para minimizar esse impacto
ambiental e efeitos negativos para a coletividade;
As normas e rotinas, para controle ambiental, advêm de estudos epidemiológicos de avaliação e monitorização de riscos =
teste de relações causais.
→ Saúde do trabalhador
A saúde relaciona-se estreitamente com a ocupação e as condições de trabalho = doenças profissionais/ocupacionais
clássicas;
Notificação de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho – Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) Vigilância
epidemiológica destas condições;
Outros danos relacionados ao trabalho que a relação causal não é tão evidente – investigações especiais. Ex: nervralgias,
ansiedade, síndrome de Burnout;
Saúde coletiva: comunicação em massa é o que mais vezes atualmente no país
◘ PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
→ Diagnóstico precoce
- O diagnóstico advém de dados obtidos na história e no exame clínico e laboratorial. Três estratégias são
principalmente utilizadas com a finalidade de diagnosticar os agravos à saúde em início de evolução.
os 3 já estão doentes
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
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Saúde Coletiva | Aula 04
- Auto-observação
- Ao indivíduo são fornecidas as informações e as técnicas para que ele próprio reconheça os sintomas e sinais precoces
ou de alarme. Se um deles está presente, a pessoa é orientada para procurar auxílio especializado;
- Ex: a mulher que rotineiramente observa e palpa os próprios seios, à busca de nódulos;
- Rastreamento em massa
- Empresas públicas e privadas organizam programas de triagem para a identificação de indivíduos, aparentemente
sadios, com alto risco (fatores de risco) de serem portadoras de uma dada condição;
- Aferição de sinais vitais + Questionário simples e rápido;
- Pessoas positivas à triagem: enviadas a investigações diagnósticas (exames complementares).
- Exame periódico de saúde
- Por decisão pessoal, por recomendações técnicas ou por imposição institucional, muitas pessoas se submetem
periodicamente a exames para diagnóstico precoce;
- Exames recomendados em base periódica, em função do risco, para detectar uma ou mais doenças em fase precoce,
ainda em evolução subclínica;
- Identificação precoce da doença.
→ “Tempo ganho” pelo diagnóstico precoce
- O diagnóstico precoce, feito em fase de evolução subclínica da doença, permite um ganho de tempo, de modo que o
tratamento possa ser também iniciado precocemente;
- Este “tempo ganho” é o intervalo entre o diagnóstico feito, em um rastreamento, e quando ele teria sido feito
pelo aparecimento de sintomatologia típica - Influência positiva sobre o curso da doença.
tratamento na DCNT é prevenção secundária
→ Recuperação da saúde
- Uma vez o diagnóstico tenha sido estabelecido, segue-se o tratamento e também uma estimativa de prognóstico;
- O tratamento tem dois componentes:
- Combater o processo da doença e as manifestações já presentes no momento do diagnóstico;
- Evitar um mal futuro, identificado como provável por estudos anteriores sobre prognóstico da afecção — um exemplo é
a prescrição de anticoagulantes em infarto agudo do miocárdio.
→ Tratamento das DCNT
- Em geral, menos eficaz do que o existente para a maioria das enfermidades infecciosas = falta de intervenções
inteiramente satisfatórias como vacinas e antibióticos em doenças infecciosas;
- Não tem o objetivo de cura definitiva por impossibilidade de consegui-la — mas sim de aumentar a sobrevida, evitar
as complicações e melhorar a qualidade de vida;
- Necessário: ser de fácil acesso, ser abrangente, contínua, coordenada e com equipe multiprofissional;
Não é eficaz no sentido de ser resolutiva, mas ela faz controle
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
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