Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO HOSPITALAR UNIVERSIDADE PAULISTA Edilelson Batista de Sena RA: 0587333 HOSPITAL DE AMOR - MACAPÁ Macapá- AP 2022 CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO HOSPITALAR UNIVERSIDADE PAULISTA Edilelson Batista de Sena RA: 0587333 HOSPITAL DE AMOR - MACAPÁ Projeto Integrado Multidisciplinar IX para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Hospitalar, apresentado a Universidade Paulista– UNIP Orientador (a): Prof.ª Valdice Polvora Macapá- AP 2022 RESUMO Em 24 de março de 1962, surgiu, no centro da cidade de Barretos, no interior de São Paulo, um hospital geral cujo nome homenageava São Judas Tadeu. Na época, a população da região tinha que viajar centenas de quilômetros para buscar tratamento oncológico, mas muitas dessas pessoas tinham dificuldades de fazer esse percurso até a capital, por falta de recursos, receio das grandes cidades, além da imprevisibilidade de vaga para internação. Devido a isso, esse pequeno centro de saúde, na época com pouco mais de 2 mil metros quadrados, começou a receber muitos desses pacientes, que, em sua maioria, eram previdenciários, com poucos recursos e com alto índice de analfabetismo. Com o aumento da demanda e desse acolhimento com o passar dos anos, em 1967, foi instituída a Fundação Pio XII, entidade que se tornou a mantenedora da instituição, que passou a atender apenas pacientes portadores de câncer. Em Macapá, capital do estado do Amapá, a inauguração do Instituto de Prevenção aconteceu no dia 15 de dezembro de 2018. O instituto tem capacidade para realizar 500 procedimentos por dia para detecção de câncer de mama e colo de útero, considerados de maior incidência no Amapá. Além disso o Hospital de Amor pretende habilitar outras ações para o rastreamento do câncer de próstata, pele, boca, entre outros. O Proposito deste trabalho acadêmico é a realização de um diagnostico na instituição municipal (Pessoa Jurídica), a identificação de práticas executadas na organização estabelecendo relações com as disciplinas praticadas no curso de Gestão Hospitalar, com base nas matérias: Estrutura e funcionamento do sistema de saúde pública e privada, Gestão de planos de saúde e auditoria hospitalar e Metodologia do trabalho acadêmicoobjetiva-se compreender a satisfação dos usuários com acesso e acolhimento, direitos e deveres destes, fazendo uso das ferramentas disponibilizadas pela UNIP, para apresentação de técnicas que favoreçam excelência na tomada de decisão. Palavras chave: Hospitalar, Hospital do Amor, Macapá. ABSTRACT On March 24, 1962, a general hospital was created in the center of the city of Barretos, in the interior of São Paulo, named after São Judas Tadeu. At the time, the population of the region had to travel hundreds of kilometers to seek cancer treatment, but many of these people had difficulties making this journey to the capital, due to lack of resources, fear of large cities, in addition to the unpredictability of vacancies for hospitalization. Because of this, this small health center, at the time with just over 2 thousand square meters, began to receive many of these patients, who, for the most part, were social security workers, with few resources and with a high rate of illiteracy. With the increase in demand and this reception over the years, in 1967, the Pio XII Foundation was established, an entity that became the institution's maintainer, which started to serve only cancer patients. In Macapá, capital of the state of Amapá, the inauguration of the Prevention Institute took place on December 15, 2018. The institute has the capacity to perform 500 procedures a day for the detection of breast and cervical cancer, considered to have the highest incidence in the world. Amapa. In addition, Hospital de Amor intends to enable other actions for the screening of prostate, skin, mouth cancer, among others. The purpose of this academic work is to carry out a diagnosis in the municipal institution (Legal Person), the identification of practices performed in the organization, establishing relationships with the disciplines practiced in the Hospital Management course, based on the subjects: Structure and functioning of the health system public and private, Management of health plans and hospital auditing and Methodology of academic work.... the objective is to understand the satisfaction of users with access and reception, their rights and duties, making use of the tools made available by UNIP, for the presentation of techniques that favor excellence in decision making. Keywords: Hospital, Hospital do Amor, Macapá. 1.INTRODUÇÃO................................................................................................06 1.2 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA............................................................07 1.3 DADOS RELEVANTES DA ORGANIZAÇÃO E SEUS FUNDAMENTOS...07 2. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICA E PRIVADA...........................................................................................................08 2.1 CONCEITO DE SAÚDE E DOENÇA (HISTÓRICO)...................................08 2.2 SAÚDE NO PERÍODO COLONIAL.............................................................09 2.3 INSTITUCIONALIZAÇÃO DA MEDICINA NO BRASIL IMPERIAL.............10 2.4 TRAJETORIA DA SAÚDE PREVIDENCIARIA BRASIL.............................,12 2.5 CONCEITO DE SUS...................................................................................12 3. GESTÃO DE PLANOS DE SAÚDE E AUDITORIA HOSPITALAR...............14 4. METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO...........................................16 4.1METODOLOGIA: A LINGUAGEM DA PESQUISA........................................17 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................18 6. REFERÊNCIAS..............................................................................................20 1. INTRODUÇÃO Neste Projeto Integrado Multidisciplinar-PIM IX, referente ao 4º semestre de 2022, do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar, apresento um diagnóstico da empresa Hospital do Amor - Macapá, identificando suas práticas de gestão baseadas nas disciplinas de: Estrutura e funcionamento do sistema de saúde pública e privada, Gestão de plano de saúde e auditoria hospitalar e Metodologia do trabalho acadêmico. Através de pesquisa e coleta de dados realizados em visita presencial na empresa, conhecendo os setores, as informações foram colhidas com o responsável técnico e funcionários da instituição. Em 24 de março de 1962, surgiu, no centro da cidade de Barretos, no interior de São Paulo, um hospital geral cujo nome homenageava São Judas Tadeu. Na época, a população da região tinha que viajar centenas de quilômetros para buscar tratamento oncológico, mas muitas dessas pessoas tinham dificuldades de fazer esse percurso até a capital, por falta de recursos, receio das grandes cidades, além da imprevisibilidade de vaga para internação. Devido a isso, esse pequeno centro de saúde, na época com pouco mais de 2 mil metros quadrados, começou a receber muitos desses pacientes, que, em sua maioria, eram previdenciários, com poucos recursos e com alto índice de analfabetismo. Com o aumento da demanda e desse acolhimento com o passar dos anos, em 1967, foi instituída a Fundação Pio XII, entidade que se tornou a mantenedora da instituição, que passou a atender apenas pacientes portadores de câncer. Em novembro de 2017, a instituição assumiu como nome o apelido pelo qual já era conhecido entre seus pacientes, familiares, médicos e parceiros,passando a se chamar "Hospital de Amor". O Hospital de amor de Macapá é a porta de entrada dos atendimentos na comunidade que atua 24 horas. A inauguração do Instituto de Prevenção aconteceu no dia 15 de dezembro de 2018. O instituto tem capacidade para realizar 500 procedimentos por dia para detecção de câncer de mama e colo de útero. A implantação do ‘Hospital de Amor Macapá’ só foi possível graças a uma articulação do governo com o HA e a bancada federal. A importância da nova unidade no estado com possibilidade de identificação precoce dos cânceres de mama e colo de útero mais facilmente para essa população. “Há 95% de chance de cura para os tumores de mama, quando descobertos em estágios iniciais, e quase 99% para os de colo de útero”. A entidade busca a excelência no atendimento médico hospitalar, através de ações humanizadoras, constante aperfeiçoamento técnico e profissional, divulgação científica do ensino e pesquisa, o que nos permite absorver a crescente demanda e com isso realizar o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. 1.2 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA Figura 01- Fachada do Hospital de Amor Macapá, no estado do Amapá 1.2 DADOS RELEVANTES DA ORGANIZAÇÃO E SEUS FUNDAMENTOS O objetivo da administração, de forma geral, é de tomar decisões sobre a definição de objetivos e a atualização dos recursos organização. O administrador tem as seguintes etapas: 1. Planejamento; 2. Organização: determinar responsabilidades; 3. Direção: aptidão, treinamentos, liderança, disciplina e orientação; 4. Controle: com comparação de desempenho, analise, ações corretivas e determinar padrões aceitos. No Hospital, existe esta organização, com uma liderança transformacional, o líder busca constantemente uma mudança em busca de uma melhor qualidade do trabalho executado. Estes fundamentos são: Visão: torna-se referência como a melhor unidade básica de saúde municipal do baixo amazonas. Missão: proporcionar atendimento de alto nível de forma eficiente, de modo a contribuir para uma consulta precisa e um tratamento que garanta o bem-estar dos pacientes. Valores: respeito ao paciente, funcionários e médicos. Eficiência, confiabilidade e qualidade nos serviços prestados. 2. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICA E PRIVADA 2.1 CONCEITO DE SAÚDE E DOENÇA (HISTÓRICO) O conceito de saúde reflete o contexto social, econômico, político e cultural. Em outras palavras, saúde não significa a mesma coisa para todos. Vai depender da época, lugar e da classe social. Dependerá também de valores pessoais, de conceitos científicos, religiosos e filosóficos. O mesmo ocorre ao conceituar doença. O que é considerado uma doença varia muito (SCLIAR, 2007). Conforme demonstrado em estudos paleontológicos, as doenças, especialmente as infecciosas, são antigas companheiras da humanidade. Portanto, múmias egípcias apresentam sinais de doença (por exemplo: varíola do Faraó Ramsés V). Não é de admirar que os humanos, desde muito cedo, tenham tentado enfrentar essa ameaça de várias maneiras, com base no conceito de doença (e saúde). Portanto, a ideia mágica religiosa originou-se do princípio de que a doença, resulta da ação de forças introduzidas no organismo, devido ao pecado ou maldição. (SCLIAR, 2007). Segundo Scliar (2007), para os antigos hebreus, a doença não era necessariamente causada por demônios ou maus espíritos, mas, em qualquer caso, representava um sinal da ira divina, diante do pecado humano. Deus também é O Grande Médico: “Eu sou o Senhor e trago-vos saúde” (Êxodo 15:26); “Toda a cura vem de Deus” (Eclesiastes, 38, 1-9). A palavra saúde, em português, deriva do latim salus (salutis), que significa salvação, conservação da vida, cura, bem-estar. Em francês, santé (saúde) provém de sanitas (sanitatis), designando no latim sanus, que significa “são”, o que possui saúde. Conforme já mencionado, na concepção grega, higiene, está relacionada a deusa Hygea, chamada de Salus pelos romanos, a Deusa da Preservação da Saúde, Limpeza, Higiene. Há um plural idiomático para o termo saúde, logo, ele representa a afirmação positiva da vida, o estado positivo do viver. Desse modo, pode-se dizer que, saúde é, em sua origem etimológica, um “estado positivo do viver”, cabível a todos os seres viventes, em especial aos humanos (PEREIRA, 2008). A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, evita debater o conceito de saúde, porém afirma: "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação". Este é o princípio que norteia o SUS - Sistema Único de Saúde. E é o princípio que contribui para desenvolver a dignidade aos brasileiros, como cidadãos e como seres. 2.2 SAÚDE NO PERÍODO COLONIAL A escravidão e a matança, iniciadas com a apreensão ou desocupação de terras, e seu impacto na história, foi menor do que o de doenças estrangeiras, para o que é chamado de desastre demográfico para a população indígena, pela historiografia. Os índios foram vítimas de diversas doenças, trazidas pelos colonos europeus, doenças para as quais eles não tinham defesa genética, como por exemplo: • Sarampo; • Varíola; • Rubéola; • Escarlatina; • Tuberculose; • Febre tifoide; • Malária; • Disenteria; e • Gripe. A saúde da população negra também era muito ruim. Embora existisse diversas situações e atividades realizadas pelos escravos africanos, bem como formas de tratamento recebido por parte dos senhores, os cronistas do período colonial enfatizam que os negros que trabalhavam na terra, quase não tinham descanso, além de serem bastante açoitados e em sua maioria, mal alimentados. O sistema de trabalho nas minas era completamente diferente do trabalho nos engenhos de açúcar (EDLER, 2018). Quanto à saúde da população branca, é impossível generalizar, pois se encontravam em situações variadas naquele período. Nobres ou plebeus, os que viviam nos grandes centros ou refugiados nos engenhos ou fazendas; mercadores, médicos, advogados, pertencentes ao clero regular, vivendo em mosteiros ou aldeias do interior, assentados em áreas de mineração, liderando tropas do gado, todos estes têm o ritmo de vida afetados, quanto aos hábitos alimentares e padrões de salubridade, independentemente da classe social que ocupe. (EDLER, 2018) 2.3 INSTITUCIONALIZAÇÃO DA MEDICINA NO BRASIL IMPERIAL O exercício da medicina no Brasil, até a criação da Junta do protomedicato no reinado de d. Maria I, em 1782, era facultado apenas à físicos e cirurgiões portando de atestado de habilitação, e certificados pelos comissários das duas autoridades médicas dominantes (o cirurgião-mor e o físico-mor). Os representantes diretos do poder real residiam, de início, somente nas povoações maiores, mas a partir do séc. XVIII, os regimentos sanitários passaram a receber mais observações, com a presença de comissários em um número maior de cidades e vilas. (EDLER, 2018) Os físicos operavam como médicos da Coroa, da Câmara e das tropas nas principais cidades e vilas, sendo numericamente pouco expressivos. Ainda no século XVIII, em cidades como Recife, Salvador e Rio de Janeiro, apenas três ou 10 quatro físicos desempenhavam suas atividades. Os exames, diagnósticos e o receituário para os pacientes, eram suas responsabilidades. Os cirurgiões eram responsáveis pelos ofícios manuais, e eram considerados socialmente inferiores, que exigiam o uso de ferros de lancetas, de tesouras, de escalpelos, de cautérios e de agulhas. A atuação dos cirurgiões estava limitada às sangrias, à cura de feridas e de fraturas, à aplicação de ventosas, sendo-lhes proibida a administração de medicações internas, pois este era um privilégio dos médicosformados em Coimbra. (EDLER, 2018) Em 1808, quando criadas as escolas de medicina, houve o rompimento da prática de cerceamento feita pela metrópole, o que possibilitou a formação de médicos no país. 89 boticários prestaram exames no Brasil entre 1707 e 1749. No período de d. Maria I, foram registrados 14, enquanto no período joanino (1808 - 1821) 148 boticários foram examinados pela Fisicatura-mor. Com a criação da primeira organização nacional de saúde pública do Brasil (1808), foi instituído o cargo de Provedor-Mor de Saúde da Corte e do Estado, em 27 de fevereiro, embrião do Serviço de Saúde dos Portos, com delegados nos estados. O Alvará sobre regimentos e jurisdição do Físico-Mor e Cirurgião-Mor e seus delegados foi autorizado em 23/11/1808 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017). De acordo com Ministério da Saúde (2017), em 1878 foi determinado, através do Decreto n.º 7.027 6/9/1878 e à critério das autoridades de saúde (sanitárias), que, após as mortes por doenças infecciosas, fossem realizadas a desinfecção terminal das casas e estabelecimentos, sejam eles públicos ou particulares. 2.4 TRAJETORIA DA SAÚDE PREVIDENCIARIA BRASIL 2.5 CONCEITO DE SUS SUS é considerado um grande sistema público de saúde. Está amparado pela Constituição Brasileira de 1988, que o criou, cujo artigo 196 deixa claro que saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Além disso, é um sistema que trabalha com um conceito ampliado de saúde, pois seus serviços contemplam desde Unidades Básicas de Saúde com ações de promoção à saúde até procedimentos de alta complexidade em unidades hospitalares. (VALERO, 2016). O texto constitucional demonstra de forma clara que a concepção do SUS foi baseada em um modelo de saúde voltado para as necessidades da população, reafirmando o compromisso do Estado com o bem‑estar social, principalmente no que se refere à saúde coletiva, como um dos direitos da cidadania. Esse texto define ainda o conceito de saúde, incorporando novas dimensões, pois para se ter saúde é preciso que haja acesso a um conjunto de fatores como alimentação, moradia, emprego, lazer e educação. (VALERO, 2016). Os princípios doutrinários, também considerados princípios ideológicos do SUS, incluem a formulação e execução de ações voltadas para garantir o acesso dos indivíduos às ações e serviços de saúde, pois são propostas sistematizadas como programas e projetos que visam a assegurar a universalização do acesso e a integralidade das ações. Segundo a Lei nº 8.080/90, esses princípios são: Universalidade: é a garantia de atenção à saúde a todo e qualquer cidadão. Com o princípio da universalidade, todo cidadão brasileiro tem o direito de acesso a todos os serviços de saúde, sejam públicos ou contratados/ conveniados pelo serviço público. Assim, a saúde é um direito do cidadão e dever das três esferas do governo: municipal, estadual e federal. É um direito de todos, de todo cidadão, onde a população tem direito de acesso. Equidade: é a garantia de que todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido nos serviços de saúde em qualquer nível de complexidade de assistência, independentemente de seu local de moradia. Significa também tratar “desigualmente os desiguais”, é prover e alocar recursos onde as necessidades são maiores. Integralidade: a compreensão de que o homem é um ser integral e deverá ser atendido por um sistema integrado pelas ações que visam promover, proteger e recuperar a saúde. A atenção inclui atendimento tanto preventivo quanto curativo, individual e coletivo, em todos os níveis de complexidade, sendo desde a atenção básica em saúde, assistência especializada e assistência hospitalar. Os princípios organizativos do SUS orientam como este deve funcionar. São eles: Regionalização e Hierarquização: os serviços de saúde devem ser organizados de acordo com seu nível de complexidade tecnológica e de forma crescente. Devem ainda estar dispostos em uma área geograficamente delimitada, definindo muito bem a população a ser atendida. O acesso aos serviços deverá se dar no nível primário através da atenção básica em saúde, e seguir a hierarquia dos níveis de atenção segundo a necessidade de resolução do problema. Uma rede de serviços deverá ser organizada de forma hierarquizada e regionalizada para permitir um conhecimento maior dos problemas de saúde a serem enfrentados na sua área de abrangência. Resolubilidade: capacidade dos serviços de enfrentar e resolver os problemas de saúde utilizando sua capacidade instalada. Descentralização: redistribuição de responsabilidades nas três esferas de governo, municipal, estadual e federal, com o objetivo de se buscar o compromisso de todos na solução dos problemas de saúde da população. Participação dos cidadãos: garantia constitucional de que a população, através de suas entidades representativas e de classe, participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da execução destas em todos os níveis de governo, desde o federal até o local. Esta participação deverá se dar através dos conselhos de saúde, com representação paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviço. Outra forma seria através da participação nas conferências de saúde, periódicas que definiriam as políticas de saúde e as prioridades. Outro ponto a ser destacado é que o processo participativo pode ocorrer em atividades onde os serviços esclarecem a população quanto à ocorrência dos agravos à saúde e, assim, esta poderá se posicionar frente às questões relativas ao agravo. Complementariedade do setor privado: a Constituição definiu que, quando, por insuficiência do setor público, for necessária a contratação de serviços privados através de contratos, conforme as normas de direito público, o interesse público prevalece sobre o particular. Intersetorialidade: a atual legislação brasileira ampliou a definição de saúde, considerando‑a resultado de vários fatores como alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, transporte, lazer, acesso a bens e serviços essenciais. Com isso, as gestões municipais do SUS devem desenvolver ações conjuntas com outros setores governamentais, como meio ambiente e educação, que possam contribuir, direta ou indiretamente, para a promoção de melhores condições de vida e da saúde para a população (BRASIL, 1990b). 3. GESTÃO DE PLANOS DE SAÚDE E AUDITORIA HOSPITALAR O objetivo principal da auditoria em saúde é melhorar o processo de atendimento do paciente. É primordial para garantir uma assistência de qualidade e com preço justo. Para tanto, emprega‑se uma análise sistemática, que examina e compara se os procedimentos prestados aos pacientes estão de acordo com o que foi contratado. (VIEIRA, 2016) De acordo com Costa et al. (2004), o processo de auditoria ocorre em todas as instituições prestadoras de serviços de saúde dos setores público e privado conveniadas ao SUS. As estratégias de ações são utilizadas de forma contínua sobre as estruturas organizacionais e funcionais com o intuito de dimensionar a eficácia e a eficiência das atividades de saúde, cujos resultados são apresentados à administração do sistema de saúde. Ao lado dessas organizações burocráticas funcionais da produção de serviços e controle do equilíbrio financeiro, os auditores executam em seus planos a avaliação do desempenho na rede de serviço para obter um feedback do usuário e da sociedade de um modo geral. De acordo com o Ministério da Saúde, o SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Ele abrange desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do País. Auditoria em saúde pode ser considerada como uma avaliação sistemática e formal de umprocedimento feita por um profissional que não esteja envolvido diretamente na execução da atividade, com o objetivo de determinar se a atuação está sendo realizada de acordo com seus objetivos definidos (KURCGANT, 1991). A auditoria é um instrumento de gestão para fortalecer o SUS, contribuindo para a alocação e a adequada utilização dos recursos, bem como para a garantia do acesso e da qualidade da atenção à saúde oferecida aos cidadãos. Conceitualmente, é o conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública, de forma preventiva e operacional, sob os aspectos da aplicação dos recursos, dos processos, das atividades, do desempenho e dos resultados mediante a confrontação entre determinada situação e um específico critério técnico, operacional ou legal. De acordo com o Ministério da Saúde (2011a), a auditoria do SUS é um dos instrumentos que podem ser considerados como de controle interno, o qual é estabelecido na avaliação da gestão pública da saúde e em sua capacidade de articulação setorial. Essa auditoria fiscaliza as ações e os serviços oferecidos, seus processos e resultados, condições de acolhimento, informação, comunicação em saúde e aplicação dos recursos públicos, por meio de comparação entre o que está sendo feito e os critérios técnicos, operacionais e legais. Essa medida tem como objetivo propiciar ao gestor dados necessários ao exercício de um controle efetivo e contribuir para o planejamento e aperfeiçoamento das ações de saúde. 4.0 METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO O conhecimento começa a ser obtido a partir da leitura, da convivência com amigos, da escola e dos grupos sociais dos quais fazemos parte. A observação, os sentidos, o raciocínio, a tradição e, por que não dizer, a família também são fontes de conhecimento. Nossas relações sociais são ainda uma excelente fonte de informação (por exemplo, o convívio familiar, afetivo, nas relações de trabalho, nos bancos escolares, nos bate-papos informais com amigos). (FELIPPE, 2020). De acordo com Santos (1989), o conhecimento comum é elaborado a partir das nossas opiniões e daquilo que os nossos sentidos captam, não estando sujeito a qualquer tipo de crítica ou verificação. Quando alguém diz: “Acho que vai chover”, não há nesse enunciado qualquer força de verdade, qualquer compromisso com a verdade. Quando alguém diz: “Aquela estrada parece perigosa”, tampouco há nessa fala qualquer indício de certeza; aliás, o que é perigoso para mim, pode não o ser para outra pessoa. Em contrapartida, a ciência busca romper com o distanciamento entre o que é dito e a realidade à qual o dito se refere. Como afirma Santos (1989, p. 35), “o abandono dos conhecimentos do senso comum é um sacrifício difícil. A observação científica é sempre uma observação polêmica e, por isso, a teoria [é construída] contra um conhecimento anterior”. (FELIPPE, 2020). Segundo Santos (2008), o senso comum é, essencialmente, um saber prático, que é gerado no fazer e que necessita ser pragmático. Ele serve para que possamos dar sentido às situações que nos são apresentadas a todo momento e agir diante delas. Assim, ele resulta das experiências da comunidade – ou dos grupos sociais –, que lhe dão corpo e significado. Europeus e brasileiros têm opiniões diferentes a respeito da educação dos filhos. No Brasil, os hábitos e costumes diferem de estado para estado, de cidade para cidade. Em consequência, o senso comum não é universal, e depende das condições sociais e históricas de cada grupo social. (FELIPPE, 2020). A teologia é o estudo da natureza do divino, dos atributos do divino e das relações entre o homem e o divino. Em geral, está associada à cristandade, mas pode aplicar-se a qualquer religião. Assim, podemos falar de uma teologia cristã da mesma forma que de uma teologia judaica ou uma teologia budista. Segundo Stigar, Torres e Ruthes (2014, p. 143), a teologia problematiza o fenômeno religioso, analisa o caráter histórico do tema da construção do humano – dos valores, do sagrado e do discurso teológico – a partir de uma fundamentação baseada nos referenciais teóricos do dogma e da fé (vínculo do homem com o sagrado ou transcendente). (FELIPPE, 2020). Antes do surgimento da filosofia, o ser humano, já em busca de explicações a respeito do mundo que o cercava, interpretava a realidade a partir de elaborações míticas, ou seja, elaborações mágicas que tinham força de verdade pela sistematicidade com que eram utilizadas e pela autoridade das vozes que as declaravam. A repetição e a memória estabeleciam os critérios de verdade, independentemente do quanto essa narrativa aderia à realidade. O historiador e antropólogo francês Jean-Pierre Vernant (1914-2007), no livro O universo, os deuses, os homens, resgata parte da tradição mítica que buscou compreender o mundo com base nas forças divinas e nas relações entre essas forças. Como costumava fazer ao contar essas histórias aos seus netos, ele nos traz uma interpretação da origem do mundo extremamente interessante a partir das narrativas mitológicas gregas. (FELIPPE, 2020). O conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da realidade. Utilizando-se do intelecto, o homem procura respostas para as causas dos fatos; a partir de classificações, comparações e análises – enfim, de métodos –, pode chegar a leis gerais que os regem. O processo de investigação, descoberta e expansão do conhecimento faz do ser humano sujeito ativo em relação a fatos e objetos (MARTINS; THEÓPHILO, 2009). A ciência se apresenta como uma maneira uniforme de achar alguma razão na observação dos fatos. Sua estrutura permite a acumulação do conhecimento de forma organizada e fundamentada em sistemas lógicos, sempre sob a direção de um elenco de procedimentos da metodologia científica. A classificação das diversas ciências é importante porque é uma preocupação que, ao longo do tempo, tem se tornado uma problemática intelectual do ser humano (FACHIN, 2003, p. 15). A ciência é uma parte da cultura dos povos modernos, como a religião, a arte, a literatura etc. Mas nem sempre a palavra “ciência” é usada com um único significado. Frequentemente, entende-se por ciência a atividade científica em geral. Eis alguns exemplos desse uso: sociedade científica, homem de ciência, visão científica da vida […]. Outras vezes, “ciência” tem o significado mais específico de conhecimento científico. […] Ainda, a ciência é usualmente identificada com o conjunto ou sistema organizado de conhecimento científico. […] A ciência, considerada como conhecimento, tem forte relação com métodos e técnicas de descoberta […]. Considerada como teoria, sua relação mais importante é com a estrutura lógica e linguística. (FELIPPE, 2020). A metodologia do trabalho acadêmico envolve regras e normas que são comuns a todas as universidades, tanto no Brasil quanto no restante do mundo. Há particularidades, evidentemente, mas elas não impedem que um trabalho acadêmico seja reconhecido como tal na Austrália ou no Brasil. (FELIPPE, 2020). A metodologia do trabalho acadêmico envolve, então, regras, normas e procedimentos em relação à linguagem – como o discurso científico deve ser produzido, ou seja, como devem ser elaborados os textos e as comunicações referentes à ciência de forma geral – e em relação aos métodos. Nesta disciplina, interessam‑nos, em especial, as condições da linguagem: quais requisitos devem ser atendidos pelo texto acadêmico? Quais critérios devem ser respeitados ao elaborar um relatório ou uma monografia? Quais fontes devem ser utilizadas quando da produção acadêmica? Há diferenças entre um artigo que é publicado numa revista de massa de grande circulação e uma revista acadêmica? Podemos utilizar quaisquer fontes de informação da internet? Esses tópicosserão discutidos adiante. (FELIPPE, 2020). De maneira simples, o trabalhoacadêmico é aquele que é realizado no âmbito da academia, ou seja, da universidade. Todo e qualquer trabalho realizado por um aluno é, a princípio, um trabalho acadêmico. No entanto, o trabalho acadêmico é, em geral, associado aos trabalhos escritos pelos alunos. Artigos, resenhas, relatórios e monografias são exemplos típicos de trabalhos acadêmicos. Evidentemente, como a universidade é o espaço onde se produz e reproduz conhecimento científico, o trabalho acadêmico costuma envolver elementos da investigação científica. Descrevendo, relacionando e analisando variáveis de sua área específica do conhecimento, o aluno está fazendo ciência no âmbito da academia. Por isso, em razão de a ciência ser produzida a partir de determinados métodos e normas, o trabalho acadêmico também tem seus métodos e normas. (FELIPPE, 2020). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este projeto integrado multidisciplinar tem como objetivo principal observar o quanto é importante a relação que a associam as disciplinas incluídas, Estrutura e funcionamento do sistema de saúde pública e privada, Gestão de planos de saúde e auditoria hospitalar e Metodologia do trabalho acadêmico. A viabilização da otimização dos recursos disponíveis com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento prestado à população. Fortalecendo espaços de troca e de produção de conhecimento, voltado para uma melhor qualidade de trabalho e saúde. O Hospital de Amor busca a excelência no atendimento médico hospitalar, através de ações humanizadoras, constante aperfeiçoamento técnico e profissional, divulgação científica do ensino e pesquisa, o que nos permite absorver a crescente demanda e com isso realizar o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. Por fim, consideramos o comprometimento da equipe no atendimento aos usuários em uma instituição pública que disponibiliza atendimento universalizado Hospital de Amor conta atualmente com mais de 5.300 colaboradores atuando em suas dezenas de unidades de tratamento, prevenção, reabilitação e pesquisa, relacionadas à área oncológica. Todas as formas e situações descritas validaram os conceitos teóricos ensinados pela UNIP, inserindo-me para assimilação do conteúdo ensinado pelas disciplinas em questão. 6. REFERÊNCIAS COSTA, M.S. et al. Auditoria em enfermagem como estratégia de um marketing profissional. Rev Bras Enferm., v.4, n.57, p.497-9, 2004. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080623420120002 00017&lng=pt&nrm=is. Acesso em: 13 abr. 2022. EDLER, Flavio Coelho. Saúde e Higiene Pública na Ordem Colonial e Joanina. O Arquivo Nacional e a História Luso-Brasileira, Brasil, 22 fev. 2018. FELIPPE, Manzalli, Maurício. Metodologia do Trabalho Acadêmico / Maurício Felippe Manzalli Adilson Rodrigues Camacho, Ivy Judensnaider. – São Paulo: Editora Sol, 2020. KURCGANT, P. et al. Administração em enfermagem. São Paulo: E.P.U., 1991. MINISTÉRIO DA SAÚDE (BRASIL). FUNASA - Fundação Nacional de Saúde. Cronologia Histórica da Saúde Pública. Uma Visão Histórica da Saúde Brasileira, [S. l.], p. 1-1, 7 ago. 2017. PEREIRA, Isabel Brasil.; LIMA, Júlio César França. Dicionário da Educação profissional em Saúde. 2ª. ed. rev., e aum. Rio de Janeiro: EPSJV, 2008. 478 p. ISBN 978-85-987-36-6. SCLIAR, Moacyr. História do conceito de saúde. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 1-1, Jan./Apr. 2007. Valero, Lourdes Aparecida Galego. Estrutura e funcionamento do sistema de saúde pública e privada. – São Paulo: Universidade Paulista - UNIP, 2016. VIEIRA, Caputo, Bruno. Gestao de Plano de Saude e Auditoria Hospitalar. / Bruno Vieira Caputo. – Sao Paulo: Editora Sol, 2016. .
Compartilhar