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Crimes contra a Administração Pública: Peculato

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Crimes contra a administração 
Peculato 
Intraneus- É o funcionário público. 
Extraneus- Não funcionário público. 
Art.312: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, 
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, 
de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em 
proveito próprio ou alheio: 
 Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
→ O dano, é moral, político. 
→ O caput do artigo, trata de peculato próprio, 
constitui em apropriação ou desvio. 
 
PATRIMÔNIO DA ADMINISTRAÇÃO 
 FIDELIDADE DE FUNCIONÁRIOS 
→ Sendo o peculato, um crime contra a 
administração e não contra o patrimônio, o dano 
a ser causado é o de violação do dever de 
fidelidade. 
→ Crime exclusivo causado por funcionário 
público, se for feito por outra pessoa, chama-
se outro crime, que será comum. Estelionato, 
furto, apropriação indébita etc. 
O artigo 552, equiparou o crime de peculato aos 
praticados em detrimento de patrimônio das 
associações sindicais, assimilados aos delitos contra a 
economia popular. 
→ O bem jurídico protegido é a honestidade para 
com a administração pública. Os funcionários 
públicos, tem a obrigação de zelar o patrimônio 
público. 
→ É um crime com pluralidade de bens 
jurídicos tutelados, tanto o patrimônio quanto 
a honestidade. 
→ O termo detenção abrange o artigo, ou seja, 
configura os crimes também: detenção, 
depósito, arrecadação, administração, exação, 
custódia etc., de coisas alheias. 
Dolo Dolo específico- vontade de transformar 
a posse em domínio, como ocorre na 
apropriação indébita. 
Objeto jurídico Administração pública seu patrimônio. 
Sujeito ativo Funcionário público (crime próprio) 
Sujeito passivo Estado, e o particular proprietário do 
bem apropriado ou desviado que se 
encontrava na posse, guarda, custódia 
etc. 
Consumação Consuma-se quando ocorre, a 
apropriação, quando o funcionário 
público, torna seu, a coisa, em razão do 
cargo. 
-No desvio, ocorre quando o funcionário 
dá a coisa, destino diverso, não tendo 
necessidade de ser alcançado o fim. 
Tentativa Admissível- na hipótese de o tesoureiro 
saber a senha do cofre, ir pegar o 
dinheiro e quando saia da sala com o 
mesmo, foi interrompido, por exemplo. 
 
PECULATO APROPRIAÇÃO: 
No delito de apropriação, é igual no crime de 
apropriação indébita, o agente se dispõe a 
fazer sua a coisa de que tem posse. Atuando 
o agente como se dono fosse. Ex: tem a posse o 
funcionário a quem incumbe receber, guardar, ou conferir 
a coisa, como também seu chefe, que dela pode dispor 
mediante ordens ou requisições. 
→ O objeto material do crime pode ser dinheiro, 
valor ou qualquer bem móvel, público ou 
particular. Não abrangendo apenas os bens 
públicos, mas também os particulares. 
 Ex: prática peculato, o policial que se apropria dos bens 
do preso. 
PECULATO DESVIO: 
Desviar a coisa, mudar sua direção, alterar o destino. 
 Ex: o empréstimo pelo funcionário de dinheiro 
que tem a guarda. 
→ Deve se tratar de posse lícita, ou seja, 
que a entrega da coisa resulte de mandamento 
legal, não seja proibida por lei, e a posse seja em 
função do cargo. 
→ Quando a entrega da coisa ao apropriante, 
sujeito ativo, for viciada por fraude, erro ou 
violência, não ocorrerá a posse lícita, assim, 
não existirá o peculato desvio, mas outro 
delito, como o peculato mediante erro de 
outrem, roubo etc. 
→ Pelo princípio da moralidade, não importa o 
valor, e sim o gesto de deslealdade. Muitos 
doutrinadores, entendem que NÃO se aplica o 
princípio da insignificância nos crimes contra a 
administração pública. Com base na votação do 
STJ, se decidiu que o princípio da insignificância 
deve se aplicar em todos os crimes. 
O princípio da insignificância tem base doutrinaria e base 
no habeas corpus julgado pelo ministro celso de melo, 
número 84412 STF, que apresenta os requisitos para que 
incida o princípio: 
1. Mínima ofensividade da conduta da agente 
2. Nenhuma periculosidade social da ação 
3. Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do 
comportamento 
4. Inexpressividade de lesão jurídica provocada. 
-Não existe peculato de uso. Existe excepcionalmente 
para o prefeito 
 Ex: pegar a viatura e se apropriar, e ir para casa, sem 
realizar a atividade. Seria fato atípico. 
Peculato desvio Peculato apropriação 
Desvio, mudança de 
destinação do produto 
que está sobre a guarda 
do funcionário público. 
Ex: Policial que apreendeu 
dinheiro de traficante, e 
dele se apropriou. 
Pegar o objeto e fazer dele 
seu. Ele não está sob 
minha guarda, mas está 
de fácil acesso. 
 
Ex: Prendo alguém, e as 
coisas dele estão 
guardadas em um 
armário, eu vou e pego o 
celular do preso. 
 
No caso do peculato-apropriação, basta a vontade, 
intenção de não restituir a coisa. No peculato-desvio é 
necessário, o elemento subjetivo do tipo que consiste na 
finalidade de obter proveito próprio ou alheio, se o 
desvio for para terceiro, é necessário que haja a vontade 
de desviar de forma que o terceiro tenha proveito desse 
desvio do bem. 
Não exclui o crime, pela compensação do dinheiro 
desviado. 
→ Ex: um tabelião, uma parte tem que ser recolhida 
para o fundo de desenvolvimento judiciário 
nacional, e cada ato feito, o dono do cartório se 
apropriava desse valor, ao invés de repassar o 
valor, ele pegou para ele. Possui resultado 
naturalístico. Possui valor tributário. Nesse caso 
é peculato, mas foi suspenso o processo, por ter 
feito parcelamento do valor no administrativo, 
então ele não foi preso, por conta do 
parcelamento. 
→ Pelo art.327 os funcionários do tabelião são 
como funcionários públicos. 
→ Normalmente apenas prova documental, é 
suficiente. 
CRIMES PRÓPRIOS QUE SUBSTITUEM O PECULATO: 
a) Se tratando de prefeito municipal, o peculato é 
previsto como crime de responsabilidade. 
b) Se tratando de militar, ele é previsto no artigo 303 CPM: 
- Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público 
ou particular, de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou 
comissão, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de três a quinze anos. 
PECULATO FURTO 
Parágrafo 1°: Aplica-se a mesma pena (do peculato 
próprio), se o funcionário público, embora não tendo a 
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre 
para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, 
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade 
de funcionário 
→ Nessa conduta, o sujeito não tem a posse da 
coisa, e nem o crime ocorre em virtude da sua 
função, mas o funcionário se aproveita da sua 
facilidade de acesso que a condição de 
funcionário público lhe dá, para praticar a 
conduta. O objeto precisa ser necessariamente 
PÚBLICO, ou que seja particular sob guarda da 
administração. 
→ Ausente essa facilidade criada pelo exercício do 
cargo e função, não ocorre peculato, mas simples 
furto. 
→ O funcionário que concorre para a subtração de 
terceiro, CONSCIENTEMENTE, responde por 
peculato, e o terceiro mesmo que não sendo 
funcionário público, também, responde por 
peculato. 
→ ADMITE tentativa, quando perfeitamente 
caracterizado o iter criminis. 
→ Se consuma com a efetiva subtração. 
→ O agente pratica com dolo, com vontade de 
praticar uma dessas ações, visando o agente 
proveito próprio, com a consciência de que se 
prevalece de condição de funcionário. 
Exemplos: 
1) O funcionário subtrai dinheiro do cofre da 
repartição em que trabalha por encontrar aberta 
a porta. 
2) O policial subtrai peças de uma motocicleta 
furtada que arrecadou em razão de suas funções. 
3) O policial subtrai cheque assinado pela vítima de 
crime ao proceder investigações para apurá-lo. 
4) O policial subtrai cédulas do porta-notas de uma 
pessoa na qual se dava uma busca pessoal. 
 
PECULATO CULPOSO 
art. 312, § 2º: Se o funcionário concorre culposamente 
parao crime de outrem: 
Pena – detenção, de três meses a um ano. 
→ O funcionário com negligência, 
imprudência ou imperícia, permite que haja 
apropriação ou desvio, subtração. 
→ Em caso de conduta culposa do 
funcionário de subtração praticada por estranho 
sem colaboração dolosa de outro funcionário, é 
furto comum, o que não caracterizaria em nada o 
funcionário. 
→ Não basta apenas a inobservância pelo agente, 
necessita da comprovação da falta de cautela 
ordinária a que estava obrigado o funcionário, na 
guarda e preservação da coisa, que lhe foi 
confiada, pela função pública que desempenha. 
Exemplo: 
Quem, deixa a serventia de cartório por conta de outrem, 
irregularmente, sem conhecimento oficial de autoridade 
superior, cria culposamente condições favoráveis à 
prática de ilícitos administrativos. 
 
ATO DO FUNCIONÁRIO AÇÃO DOLOSA DO AGENTE 
 NEGLIGÊNCIA 
 IMPERÍCIA 
 IMPRUDÊNCIA 
 
 
 
EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE E ATENUAÇÃO DA PENA 
Parágrafo terceiro: No caso do parágrafo anterior, a 
reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, 
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de 
metade a pena imposta. 
→ A reparação do dano para dar causa à extinção de 
punibilidade deve ser anterior ao trânsito da 
sentença. 
→ Para reduzir a pena, a extinção de punibilidade 
deve ser posterior a sentença irrecorrível. 
→ Em ambos os casos, deve ser completa e não 
exclui eventual sanção administrativa. 
→ CRIME EXCLUSIVAMENTE CULPOSO. 
→ No crime doloso, pelo artigo 16, a restituição 
anterior ao recebimento da denúncia constitui 
causa de diminuição da pena. 
→ A reparação do dano ou a devolução do produto 
do ilícito para o condenado por crime contra a 
administração pública, constitui requisito de 
progressão de regime. 
 
Peculato mediante erro de outrem 
 
Art. 313: Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade 
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
→ A doutrina qualifica como crime de peculato-
estelionato, mas a infração se aproxima mais da 
apropriação por erro. 
 
 
→ Aqui a posse do agente decorre de erro daquele 
que fez a entrega. 
→ Esse erro pode versar sobre a coisa que é 
entregue, sobre a obrigação que deu causa a 
entrega, sobre a pessoa a quem faz a entrega, ou 
mesmo sobre a quantidade da coisa devida. 
→ Esse erro na entrega pode ser do particular ou da 
administração. 
→ Só se enquadra nesse artigo, se foi erro 
espontâneo, se foi por indução que o agente caiu 
em erro, configura-se ESTELIONATO. 
→ Só se substancia o peculato mediante erro de 
outrem por parte de quem os recebeu, se este se 
recusa a devolver. Descoberto o engano e ele não 
devolve, temos peculato. 
→ PRECISA ocorrer quando o sujeito ativo está no 
exercício do cargo, em função do exercício do 
cargo, se não configura apropriação por erro. 
Ex: o escrivão de Cartório de Notas que, tendo recebido 
dinheiro de partes para pagamento de sisa e lavratura de 
escritura, se apropria do numerário deixando de praticar 
Dolo Dolo- vontade de se apropriar do 
dinheiro ou de outra coisa móvel, que 
recebeu por erro de outrem. Existe 
quando o sujeito ativo, verificando que 
houve engano, não o desfaz, tornando 
seu o objeto. 
Objeto jurídico Administração pública- aspecto moral e 
patrimonial 
Sujeito ativo Funcionário público, mas nada impede a 
participação de um particular 
Sujeito passivo Estado- mas também um extraneus ou 
outro funcionário público que entregam 
a coisa por erro ou são dela proprietários 
Consumação Quando o funcionário, ciente do erro de 
outrem, torna a coisa sua, agindo como 
se dono fosse. 
Tentativa Admissível, quando o funcionário receber 
por erro um valor de que não consegue 
se apropriar por intervenção de seu 
superior hierárquico. 
OUTRO FUNCIONÁRIO 
PRAITICA PECULATO 
DOLOSO 
os referidos atos. Isso porque a vítima entregou o dinheiro 
da sisa ao serventuário por manifesto erro, supondo fosse 
ele o encarregado de receber o imposto.

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