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RELATO DE OBSERVAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA CELSO RAMOS Modalidade: (X ) Ensino ( ) Pesquisa ( ) Extensão Nível: ( ) Médio (X ) Superior ( ) Pós-graduação Área: (X) Química ( ) Informática ( ) Ciências Agrárias ( ) Educação ( ) Multidisciplinar Autores: ALEX RODRIGUES¹, ANELISE GRÜNFELD DE LUCA² Identificação autores: 1 ACADÊMICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA, 2 PROFESSORA E OREINTADORA DO ESTÁGIO. Introdução O Estágio é o primeiro contato que o licenciando tem com seu futuro campo de atuação, sua definição conforme a Lei 11.788 (BRASIL, 2008, art. 1). Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. A escola proporciona ao futuro docente por meio da observação, da participação em atividades do cotidiano escolar, experiências significativas que quando socializadas com seus pares, produz reflexão, e estimula uma identidade de professor, a partir do Estágio de Observação. Ao tratarmos do caso específico da formação inicial de professores de química, nos apropriamos das ideias de Silva e Schnetzler (2008) que sinalizam que: O Estágio Supervisionado se constitui em espaço privilegiado de interface da formação teórica com a vivência profissional. Tal interface teoria-prática compõe-se de uma interação constante entre o saber e o fazer, entre conhecimentos acadêmicos disciplinares e o enfrentamento de problemas decorrentes da vivência de situações próprias do cotidiano escolar. (SILVA e SCHNETZLER, 2008) Sendo assim, o Estágio de Observação tem como objetivo a possibilidade de o aluno da Licenciatura vivenciar situações reais de ensino e aprendizagem e investigar as condições do seu exercício profissional, de maneira crítica. Gauche afirma que: A proximidade do futuro professor com a realidade cotidiana vivenciada na atividade docente dos que já atuam no ensino de Química, problematizando-a e fundamentando ações e estratégias de intervenção pedagógica, permite-nos esperar sempre uma melhor formação do professor de Química (GAUCHE et al. 2008, p. 29). Desta forma, o Estágio Supervisionado I, que no Curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari, é o estágio de observação, oportunizou um olhar mais próximo e reflexivo, proporcionando vivenciar a teoria e a prática. Neste contexto faz-se necessário a reflexão dos diagnósticos e das vivências experimentadas durante o período do estágio, que conforme Pereira e Baptista (2009), é imprescindível, pois a reflexão dos dilemas encontrados na prática pedagógica em sala de aula, vivenciada pelo licenciando, tende a levar em consideração a caracterização física da escola: instalações, funcionários, corpo docente, estudantes e a comunidade envolvida com a instituição. A formação docente como função social contribui para que os licenciandos em química vivenciem situações de ensino e aprendizagem na escola, local de aplicação do estágio, promovendo momentos de apropriação dos saberes escolares em constante relação com os saberes científicos, visando à formação dos cidadãos envolvidos nessa prática. O presente trabalho objetiva relatar as experiências vivenciadas no Estágio Supervisionado I, buscando refletir sobre o que foi observado e encontrando possíveis implicações para o Estágio Supervisionado II, qual seja: a elaboração de um projeto de pesquisa para a intervenção pedagógica que proponha atividades para a melhoria do ensino e aprendizagem da química no Ensino Médio. Caminhos percorridos O Estágio Supervisionado I foi realizado numa escola estadual situada na cidade de Joinville. A escolha deu-se a partir do conhecimento e da proximidade com a Instituição. Considerando que em outro momento foi possível lecionar nesta escola, como professor em caráter temporário e criou-se um vínculo entre os funcionários, direção e alunos. Seguindo as orientações exigidas para a realização do estágio, as indicações de leituras que possibilitaram reflexões e discussões sobre o ato de estar e ser professor, os enca- minhamentos foram: anexar documentação exigida para a realização do estágio junto a escola e Instituto Federal Catarinense, fazer um diário de bordo, observação da escola e a análise do Projeto Político Pedagógico da escola. Em sequência apresenta-se o plano de atividades reali- zado na escola. DATA C/H ATIVIDADE DESEMPENHADA Campo de Estágio 25/03/2016 5 h Identificação da Escola. Caracterização da escola. Escola 04/05/2016 5 h Observação e conversa com a Direção, Professores e Funcionários da escola. Escola 05/04/2016 5 h Entrevista com alunos do ensino médio de séries aleatórias. Escola 15/04/2016 5 h Projeto Político Pedagógico, observação das aulas de química I. Escola 09/05/2016 5 h Projeto Político Pedagógico, observação das aulas de química II. Escola 09/05/2016 5 h Orientação e Planejamento do relatório. Instituto Federal Total de Horas 30 h Resultados e discussão A dinâmica observada nas aulas de uma turma de 3º ano 1 regular do Ensino Médio obedeceu a seguinte trajetória: a professora de química entra na sala apresenta o estagiário e inicia sua aula com a chamada dos alunos. Após distribui as apostilas sobre o assunto a ser trabalhado, a aula segue de forma tradicional. A metodologia utilizada são aulas expositivas e dialogadas, tendo momentos onde ocorre a correção de exercícios da aula anterior, observa-se que a professora está sempre pronta para tirar dúvidas dos alunos. Em outra aula observada, no 2º ano Inovador do Ensino Médio, a professora repete as ações demonstradas na turma anterior, contudo com esses alunos modifica sua metodologia, formando grupos de trabalho, para resolverem os exercícios com supervisão da professora, olhando os cadernos e atribuindo um visto. Dando sequência nas observações das aulas, os alunos se mostram atentos, com poucas possibilidades criadoras, de interações e momentos de discussões sobre o conteúdo, até mesmo nas resoluções dos exercícios, as dúvidas que apareceriam, logo eram respondidas de forma repetitiva, evidenciando o professor como o centro do processo de ensino e aprendizagem. Segundo (Saviani 1991) é o professor que domina os conteúdos logicamente organizados e estruturados para serem transmitidos aos alunos. A ênfase do ensino tradicional, portanto, está na transmissão dos conhecimentos. As observações da dinâmica das aulas evidenciadas durante o estágio I contrariam o Projeto Político Pedagógico da Escola (2015, p. 2) que preconiza “[...] educar o adolescente/jovem para a vida, capaz de refletir e considerar as possibilidades de transformação de suas próprias perspectivas de vida e da realidade social do país”. Acreditamos que a escola deveria priorizar a formação social, promovendo reflexões e discussões pertinentes sobre as mudanças que ocorrem no mundo: conflitos sociais, econômicos e científicos. De acordo com as observações realizadas pode se constatar as dificuldades que o professor enfrenta ao longo de seu dia de trabalho a escolha do conteúdo de acordo com o regimento da escola, a preparação da aula e sua aplicação, que pode sofrer intempéries, devido a essas condicionantes, a mediação do professor deve acontecer na intenção de favorecer o aprendizado, possibilitando a curiosidade, transformando a motivação na promoção do prazer e agindo sobre os interesses dos alunos. ConsideraçõesFinais O Estágio Supervisionado I do curso de Licenciatura em Química proporcionou momentos ímpares para o estagiário como futuro docente, efetivando o processo de ensino e aprendizagem um crescimento profissional e pessoal que se dá na sua aproximação e caracterização da escola, nos diálogos onde acontece as trocas de experiências com seus pares, na leitura e na análise do Projeto Político Pedagógico, discutindo e entrevistando os funcionários, os professores, os alunos, nas observações das aulas e encontros seguidos de orientações no Instituto Federal Catarinense. Portanto na soma dos vetores para o próximo semestre o Estagio Supervisionado II, segundo as observações e as análises, pretendemos desenvolver um projeto que contribua para alfabetização cientifica dos alunos, pois é inegável a contribuição da ciência e da tecnologia no nosso dia a dia transformando a sociedade contemporânea, refletindo nas mudanças em níveis econômicos, políticos e sociais. Referências ALMEIDA, M. E. B. de. Informática e Formação de professores. Brasília: Ministério da Educação, 2000. BARROS, J. D. S.; SILVA, Ma. F. P.; VÁSQUES, S. F.; A Prática docente mediada pelo estágio supervisionado. 2011. FREIRE, P. Educação e mudança. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. BRASIL. Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977. Diário Oficial da União, Brasília, DF. ______. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Diário Oficial da União, Brasília, DF. GAUCHE, R. et al. Formação de Professores de Química: Concepção e proposições. Quim. Nova, n. 27, p. 26-29, 2008. PEREIRA, Helenadja Mota Rios; BAPTISTA, Geilsa Costa Santos. Uma reflexão acerca do Estágio Supervisionado na formação dos professores de Ciências Biológicas, In: VII ENPEC, 2009, Florianópolis. Não paginado PIMENTA, S. G; LIMA, M. S. L. Estágio e docência. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2009. SAVIANI, D. Escola e democracia. 24. ed. S„o Paulo: Cortez, 1991 SILVA, R. M.; SCHNETZLER, R. P. 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