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Escola Polo de Araranguá 
Componente curricular: História 
Professora: Carolina Porto 
Turma: 3º ano Ensino médio 
 
Nome: 
Escola de origem: 
Data: 
 
Ocupação Pré-colonial em Santa Catarina 
 
 
 
O que você sabe sobre a pré-história local? 
Você conhece algum sítio arqueológico na região do extremo sul catarinense? 
Já visitou algum desses sítios? 
 
 
Quais populações indígenas você acha que já viveram aqui na nossa região? 
E quais ainda vivem? 
 
Vamos conversar sobre arqueologia! 
 
 
 Você certamente já ouviu falar em algum desses filmes e séries: Indiana Jones, 
Tomb Raider, As aventuras de Jackie Chan, A Múmia. Essas produções são 
baseadas no trabalho do arqueólogo que é reproduzido de uma forma 
aventureira, com muita fantasia e tesouros. 
 A palavra Arqueologia é formada por duas palavras da língua grega: Archaios, 
que significa Antigo, e Logos, que significa Estudo, assim “estudo do que é 
antigo”. A arqueologia busca compreender as sociedades do passado e a nossa 
sociedade atual através de todo artefato, vestígios de alimentação, fogueiras, 
habitação, rituais funerários entre outras marcas humanas registradas no 
ambiente que possam auxiliar para montar as peças de um grande quebra-
cabeça que é a história da humanidade. 
 
 
O Estado de Santa Catarina possui uma história de longa duração, resultado de 
ocupações de povos que manifestavam diferentes culturas, dentre eles os 
grupos que habitaram por milênios o território, os povos indígenas, com 
datações que chegam há 11 mil anos atrás. 
Esse período de ocupação das terras catarinenses resultou em um rico e 
singular patrimônio cultural. Entretanto, esse Patrimônio muitas vezes fica a 
margem da população, desvalorizados, sendo esquecido e depredado. 
 
 
 
Os povos indígenas com datações mais antigas de Santa Catarina são os grupos 
caçador-coletores que se distinguem em duas tradições tecnológicas: Umbu e 
Humaitá. Os grupos caçadores-coletores são reconhecidos no campo da 
arqueologia como grupos indígenas não-ceramistas ou pré-ceramistas, pois não 
se encontra vestígios de cerâmica nesses sítios arqueológicos. A tradição 
Humaitá tem como característica a presença de 
artefatos bifaciais de grande porte, mais robustos e com morfologia 
variada, como bumerangues, raspadores, lascas retocadas, entre outros. 
Enquanto a tradição Umbu se caracteriza principalmente pelas pontas de projétil. 
A terminologia ‘tradição’ na arqueologia é voltada a “grupo de elementos ou 
técnicas que se distribuem com persistência temporal”, sendo então essas 
divisões de tradições marcadas pela presença ou ausência em sítios 
arqueológicos de artefatos (ou fósseis) guias. (ALVES, 2008, p. 64-65). 
 
Ocupando as regiões litorâneas, arredores de rios, mares e lagoas habitavam os 
povos pescadores-caçadores-coletores, sendo eles conhecidos por serem os 
construtores de sambaquis. Sambaqui é uma palavra que origem Tupi, que 
significa, de acordo com DeBlasis et al. (2007, p. 30), "monte de concha", uma 
característica marcante desse tipo de sítio arqueológico. 
 
Os Sambaquis são sítios arqueológicos que possuem uma forma montícular, no 
sul do estado de Santa Catarina foram encontrados sítios com datações a partir 
de 7 mil anos atrás e tinham principalmente a função ritualística, encontra-se 
pequenos montes de conchas conhecidos por serem os sambaquis tardios, 
como também os sambaquis monumentais com registro que ultrapassam 30 
metros de altura (DEBLASIS et al., 2007; GASPAR, 2000; KNEIP; FARIAS; 
DEBLASIS, 2018). 
 
O processo de construção dos sambaquis se dá através do acondicionamento 
de materiais de origem animal, como: peixes, moluscos, mamíferos, aves. 
Resultantes da ação humana, que formam as camadas estratigráficas, essas 
camadas podem estar ligadas a contextos ritualísticos como sepultamentos, com 
presença de fogueiras, apresentar sementes carbonizadas, artefatos feitos de 
pedra, osso e concha. Dessa forma, a matriz de um sambaqui é formada por 
vestígios diretos de escolha e ação humana que contém elementos que poderão 
informar sobre a sociedade, a cultura e o ambiente em que esses povos estavam 
inseridos (GASPAR et al., 2002). 
 
O primeiro grupo ceramista a chegar à região são os povos da etnia Macro-Jê 
com a tradição tecnológica Taquara-Itararé. E são considerados os ntepassados 
dos índios Kaingang e Xokleng, que hoje vivem na região de São Paulo ao Rio 
Grande do Sul. Esse grupo está ligado principalmente às regiões do planalto 
onde tinham a prática da horticultura, além da caça e pesca. O principal sítio 
arqueológico encontrado são as casas subterrâneas (SCHMITZ, 2013, p. 8). 
 
Além das cerâmicas e das casas subterrâneas encontra-se associados ao grupo 
Jê sítios formados por grandes estruturas de sociabilidade coletiva, chamadas 
ora de “danceiros”, ora “estruturas anelares”. Continham no interior dessas 
estruturas montículos com sepulturas de cremação. (SCHMITZ, 2013, p. 16) 
Os grupos Guaranis ligados à família linguística Tupi-Guarani foram os últimos 
povos a chegar à região sul. Segundo Schmitz (2013, p.18) a população Guarani: 
 
 [...] construía aldeias que se compunham de várias casas, habitadas por 
famílias nucleares ou estendidas, que se desdobravam para ocupação de 
novas áreas. O sustento básico era fornecido por plantas tropicais trazidas de 
seu território de origem, como o milho, a mandioca, os feijões, o amendoim, 
a batata doce. A caça nas matas próximas à aldeia fornecia as proteínas 
animais; ela era voltada para animais de porte maior, que rendiam bastante 
carne e gordura; 
 
O Guarani era uma população grande, densa, expansiva, sujeita a permanentes 
conflitos internos e de fronteira, que deixaram marcas bem visíveis nos seus 
restos de alimentos, onde ossos humanos quebrados, cortados e queimados 
aparecem com regularidade. Os principais sítios guaranis encontrados 
caracterizam-se por sítios a céu aberto com manchas escuras, resultante 
das queimas, pisoteio e ocupação daquele local, como também as cerâmicas, 
sendo normalmente encontradas grandes quantias de fragmentos de cerâmicas. 
As cerâmicas guaranis são feitas pelas mulheres tendo tanto uma função prática 
do dia a dia como também ritualística, sendo utilizada como urnas funerárias 
(Prous, 2006, p. 80). 
 
 Mais próximo da nossa região no município de Torres-RS ainda hoje há uma 
aldeia indígena da etnia Mbya Guarani, essa comunidade localiza-se em Campo 
Bonito há mais de vinte anos, até 2009 eles viviam acampados em áreas 
próximas à BR 101, apenas após as obras de duplicação da rodovia, com o 
licenciamento ambiental do empreendimento, se realizou a regulamentação da 
reserva indígena de Campo Bonito, conhecida como os indígenas como 
comunidade Tekoá Guapo'ý Porã. 
 
Figura 01: Sítios arqueológicos nos municípios de Passo de Torres- SC, Sombrio- SC, Balneário 
Gaivota- SC, Torres- RS. 
 
Fonte: A autora (2020) 
 
E hoje? Quem são os indígenas que vivem no território catarinense? 
• Laklãnõ/Xokleng 
• Kaigang 
• Guarani – Mbyá e Nhandeva/Xiripa 
 
 Censo do IBGE – 2010 - 16.041 pessoas. Incluindo os indígenas que 
vivem nas Terras Indígenas – TIs (zonas rurais) e aqueles que vivem nas cidades 
(zonas urbanas). A primeira Terra Indígena e Posto do SPI - atual Funai em 
território brasileiro foi na TI Ibirama Laklãno - localizada em José Boiteux, Vitor 
Meireles, Dr. Pedrinho e Itaiópolis – 1914 
 
Imagem 02: Territórios indígenas demarcados no estado de Santa Catarina 
 
 
Atualmente no território nacional vivem cerca de 817 mil indígenas. Desse total, 
mais de 500 mil vivem em zonas rurais, afastadas das grandes cidades, 
enquanto o restante habita as cidades. Esse número é subdivido em mais de 
300 etnias que, juntas, são responsáveis pela prática de mais de 200 idiomas 
diferentes. 
 
• FUNAI – Fundação Nacional do Indio 
 É o órgão indigenista oficialdo Estado brasileiro. 
 Criada por meio da Lei nº 5.371, de 5 de dezembro de 1967, vinculada ao 
Ministério da Justiça. Sua missão institucional é proteger e promover os direitos 
dos povos indígenas no Brasil. Cabe à FUNAI promover estudos de identificação 
e delimitação, demarcação, regularização fundiária e registro das terras 
tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas, além de monitorar e fiscalizar 
as terras indígenas. A FUNAI também coordena e implementa as políticas de 
proteção aos povo isolados e recém-contatados. É, ainda, seu papel promover 
políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável das populações indígenas. 
 
• IPHAN – Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ) é uma 
autarquia federal vinculada ao Ministério do Turismo que responde pela 
preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Cabe ao Iphan proteger e 
promover os bens culturais do País, assegurando sua permanência e usufruto 
para as gerações presentes e futuras. O Iphan também responde pela 
conservação, salvaguarda e monitoramento dos bens culturais brasileiros 
inscritos na Lista do Patrimônio Mundial e na Lista o Patrimônio Cultural Imaterial 
da Humanidade. Toda atividade direta ou indiretamente que afeta os patrimônios 
devem ser regularizadas e autorizadas pelo Iphan, ninguém pode escavar, retirar 
materiais ou pesquisar um sítio sem aval do Iphan. 
 
 
Curiosidades 
 
 
Você sabia que existe um jogo em que você pode viver o 
dia a dia das comunidades sambaquieiras? 
 
 
O Jogo “Sambaquis: Uma história antes do Brasil” foi feito por arqueólogos do 
MAE/USP e GRUPEP/UNISUL que permite nos transportar para 3000 anos 
antes do presente, numa paisagem ocupada por grupos construtores de 
sambaquis. As missões dos personagens são relacionadas ao mundo real, tanto 
de atividades dos povos sambaquieiros, como também do arqueólogo. Esse jogo 
acompanha também um guia didático sobre os 
povos indígenas. 
 
O Jogo é gratuito e está disponível para download no link: 
 
< https://archarise.itch.io/sambaquis > 
 
 
Arqueologia R. A. – Grupos pré-coloniais de Santa Catarina 
 
 
Arqueologia R.A é um aplicativo em que é possível visualizar artefatos 
arqueológicos dos povos indígenas de Santa Catarina em Realidade 
Aumentada. O aplicatico foi desenvolvido em uma parceria do Grupo de 
Pesquisa CNPq – Arqueologia Interativa e Simulações Eletrônicas (ARISE), do 
Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, e o GRUPEP, da UNISUL. 
 
Esse aplicativo 
é gratuito e está disponível no link abaixo para baixar os marcadores e o App. 
 < http://www.arise.mae.usp.br/arqueologia-ra/ > 
 
< https://play.google.com/store/apps/details?id=com.ARISE.ArqueologiaRA . 
 
 
 Espero que consigam acessar esses materiais extras, o jogo Sambaqui: Uma 
história antes do Brasil, é uma ótima forma da gente aprender uma pouco mais 
sobre a nossa pré- história nos divertindo, de uma maneira bem dinâmica. 
Espero que tenham gostado do conteúdo. Na próxima semana vamos fazer uma 
atividade sobre o conteúdo apresentado nessa aula. 
 
Material extra de apoio: 
https://archarise.itch.io/sambaquis
http://www.arise.mae.usp.br/arqueologia-ra/
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.ARISE.ArqueologiaRA
 
<<<<< https://www.youtube.com/watch?v=RMkSkwmdsoI >>>>> 
 
<<<<< https://youtu.be/DhlXXy6tdP4 >> 
https://www.youtube.com/watch?v=RMkSkwmdsoI
https://youtu.be/DhlXXy6tdP4
Atividade Avaliativa de Pesquisa 
 
Nome: 
Turma: 
Escola de origem: 
Data: 
 
 
1 ) O que é arqueologia? 
a) A Arqueologia é a ciência que estuda os dinossauros e suas marcas 
deixadas no ambiente. 
b) A Arqueologia é a ciência que estuda os seres humanos através de 
toda marca humana deixada no ambiente. 
c) A Arqueologia é a ciência responsável pelo estudo dos planetas. 
 
2) A Arqueologia Histórica estuda o Período: 
 
a) Paleoíndio, associado ao início do povoamento humano no 
continente americano.o 
b) Arcaico, marcado pela diversidade de grupos caçadores-coletores. 
c) Formativo, relacionado ao surgimento dos agricultores-ceramistas 
d) Das Chefias, Florescente e Expansivo ou Militarista, relativo ao 
desenvolvimento das culturas pré- colombianas na América Central 
e América do Sul 
e) Histórico, iniciado com a descoberta, conquista e colonização do 
continente americano pelos europeus. 
 
3) Sobre os sítios arqueológicos, assinale a alternativa incorreta: 
 
a) Sítios arqueológicos são locais aonde se encontra vestígios de 
ocupação humana. 
b) Sítios arqueológicos são locais em que é possível identificar 
manifestação cultural das sociedades através de vestígios 
encontrados no meio ambiente. 
c) São exemplos de sítios arqueológicos: Sambaquis, danceiros, 
ruinas de engenhos e casas subterrâneas. 
d) Os sítios arqueológicos são considerados bens da União, dessa 
forma todo cidadão tem direito de escavar e retirar os vestígios 
encontrados. 
 
4) Selecione a resposta correta sobre as populações indígenas que viveram 
na região do extremo sul catarinense: 
 
a) Caçadores-coletores, Sambaquieiros, Jês (Kaingang e Xokleng/ 
Laklãno) e Guaranis 
b) Caçadores-coletores, Sambaquieiros e Jês (Kaingang e 
Xokleng/Laklãno) 
c) Caçadores-coletores, Jês(Kaingang e Xokleng/Laklãno) e Guaranis 
d) Sambaquieiros e Guaranis 
 
5) Sítios arqueológicos são áreas onde se encontram indícios da vida de 
povos antigos. Os arqueólogos, através desses sítios, estudam a origem e 
a evolução da espécie humana e o modo de vida de povos que já 
desapareceram, e interpretam as relações da vida em sociedade e os 
processo históricos ocorridos no passado. Sobre os sítios arqueológicos, 
é correto afirmar: (selecione a(s) alternativa(s) correta(s)) 
 
( ) São classificados em sítios cerâmicos, sítios de arte rupestre, 
sambaquis e sítios históricos; normalmente são encontrados através de 
trabalhos de escavações; os métodos utilizados para sua datação baseiam-
se nos estudos das alterações químicas e físicas do material dos objetos 
achados. 
( ) Existem poucos indícios de existência de sítios arqueológicos no Brasil, 
considerando que o seu povoamento e a sua colonização são recentes, e 
que os portugueses, quando chegaram ao país, encontraram povos que 
desenvolveram muito pouco as artes cerâmicas e as pinturas rupestres, e 
que nos legaram poucos vestígios de suas culturas. 
( ) No Brasil, os sítios arqueológicos são identificados pelo IPHAN - 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e, quando tombados, 
são considerados bens patrimoniais da União e contam com proteção 
especial. 
( ) São encontrados em formações rochosas antigas das eras proterozóica 
e paleozóica, principalmente em rochas de formação arenítica, por isso 
muitos sítios estão soterrados a dezenas de quilômetros abaixo da 
superfície terrestre, o que torna difícil o seu achado. 
( ) O tombamento visa impedir a destruição dos sítios arqueológicos de 
grande interesse para a preservação da memória coletiva, entretanto 
poucos sítios são tombados no Brasil; o turismo descontrolado e a falta de 
conscientização dos proprietários das terras, onde se encontram os sítios 
arqueológicos, têm contribuído para a destruição deles 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasil Colônia 
Texto adaptado do livro: 
HISTÓRIA DO BRASIL COLÔNIA 
BAUER, Caroline Silveira 
 
Compreender o “sistema colonial” significa destrinchar as relações 
estabelecidas entre Portugal e suas possessões na América. Em um primeiro 
momento relegado a segundo plano, em função da importância econômica da 
carreira das Índias, o território português na América viria a receber 
investimentos da Coroa a partir de 1530, com o início do processo de ocupação 
do território, que também visava combater as invasões empreendidas por outras 
nacionalidades. 
Nesse momento vamos estudar as diferentes interpretações sobre o 
chamado colonialismo e sua relação com as práticas mercantilistasdos Estados 
europeus. Conhecerá as iniciativas da coroa portuguesa em relação ao território 
americano logo após ao “descobrimento”. E, por fim, analisará a presença de 
franceses e holandeses no território de Portugal na América e seus intentos de 
colonização. 
Primeiramente, é importante lembrarmos que o território que hoje constitui 
o Brasil não era conhecido integralmente pelos portugueses no momento de sua 
chegada à América. Esse conhecimento foi sendo realizado paulatinamente ao 
longo dos 30 primeiros anos após a “descoberta”, mediante expedições de 
reconhecimento e vigilância. Porém, existiam dúvidas sobre a jurisdição e os 
limites das possessões portuguesas na América, já que o único tratado existente 
nesse sentido até então era o Tratado de Tordesilhas, que serviu para que se 
compreendesse como “natural” que todo o território da América abrangido pelo 
tratado fosse português (SOUZA, 2001). A historiador Laura de Mello e Souza 
comenta sobre a ausência de maiores interesses da coroa portuguesa em 
relação à posse do território americano: 
Esta, de início, não despertou maiores interesses na corte de D. 
Manuel, que pensava acima de tudo no Oriente e nos projetos 
que melhor viabilizassem sua exploração comercial. Antes 
talvez de ser vista como espaço econômico, e deixando-se de 
lado o interesse logo despertado pelo pau-brasil, a nova terra 
interessou pela sua capacidade de renovar os conhecimentos 
cartográficos e astronômicos: diferentemente da África ou da 
Ásia, era terra nunca antes descrita ou representada (SOUZA, 
2001, p. 62). 
 Após a chegada dos portugueses na América em 1500, foram enviadas 
algumas expedições de reconhecimento e alguns europeus foram deixados em 
território americano para aprender a língua dos nativos. Destacam-se as 
expedições de Gaspar de Lemos, em 1501, e de Gonçalo Coelho, em 1503, que 
tinham como objetivo informar a coroa portuguesa sobre a existência de metais 
preciosos na América. Posteriormente, em 1516 e depois em 1526, foram 
enviadas à América portuguesa expedições comandadas por Cristóvão Jacques, 
que ficaram conhecidas como “expedições guarda-costas”. Elas tinham o 
objetivo de combater a presença de estrangeiros em território português na 
América, principalmente os franceses. Essas iniciativas não foram suficientes 
para garantir a posse do território e manter afastados os invasores franceses, o 
que levou a coroa a investir na colonização da América portuguesa (VAINFAS, 
2000). Ainda de acordo com Vainfas (2000, p. 491): 
[...] a maioria dessas expedições fez um pouco de cada coisa: 
identificação da geografia para fins cartográficos e de 
navegação; escambo do pau-brasil com os índios; fundação de 
feitorias; defesa da costa contra a crescente presença dos 
entrelopos franceses, rivais no escambo do pau-brasil [...] 
houve, porém, outras expedições além dessas, cujas rotas 
sugerem o projeto português de encontrar metais preciosos na 
América. As notícias sobre as riquezas no interior do continente 
e o rumor sobre a existência de um “rei branco” (depois 
identificado com o imperador inca) estimularam viagens pelo 
Prata. 
Não houve inicialmente uma ocupação sistemática da América 
portuguesa, já que a carreira para as Índias era mais rentável financeiramente. 
Nas primeiras décadas após o “descobrimento”, a principal atividade econômica 
desenvolvida foi a extrativista, com a exploração do pau-brasil. O pau-brasil é 
uma árvore da qual se pode extrair um corante vermelho para o tingimento de 
roupas. A exploração desse recurso se dava por sua disponibilidade, o que 
levava a uma constante migração em função de seu esgotamento. A extração 
era feita por meio do escambo (troca) da força de trabalho indígena por objetos 
trazidos pelos portugueses da Europa. 
Para estocar e proteger a madeira, foram construídos ao longo do litoral feitorias, 
entrepostos comerciais fortificados. O pau-brasil foi declarado produto de 
monopólio da coroa portuguesa, o que nos demonstra a adoção de políticas 
econômicas mercantilistas por Portugal. Contudo, posteriormente, a coroa 
concedeu o direito de extração a arrendatários, em função de sua atenção 
aos investimentos na carreira das Índias. Os arrendatários arcavam com as 
despesas da extração e pagavam impostos à coroa portuguesa, mas ficavam 
com o lucro nas vendas. De acordo com Souza (2001, p. 63): 
[...] nos 20 primeiros anos de vida do futuro Brasil, os 
portugueses criaram apenas duas feitorias: em 1504, em Cabo 
Frio; em 1516, em Pernambuco. Predominaram, portanto, as 
atividades de cunho privado, e o Estado poupou suas energias 
para a construção de um império no Oriente. Nenhuma 
preocupação com o povoamento surgiu tampouco nessa época, 
quando os habitantes europeus da costa eram apenas os 
degredados deixados para trás desde a viagem de Cabral, um 
ou outro desertor das naus, como os grumetes a que se refere a 
carta de Caminha, todos eles constituindo o tipo do “lançado”, 
que desde a experiência quatrocentista da África fazia, 
voluntária ou involuntariamente, a intermediação entre os 
universos culturais distintos. 
Um marco na história da colonização da América portuguesa foi a 
expedição de Martim Afonso de Souza, que, após navegar até o Rio da Prata, 
em seu retorno fundou o primeiro núcleo de colonização em território português, 
São Vicente, em 1532. 
De acordo com Vainfas (2000, p. 491): 
A expedição de Martim Afonso de Souza é a que melhor sintetiza 
o caráter dessas primeiras expedições e marca a passagem 
para a efetiva colonização. Organizada por D. João III, objetivava 
explorar o litoral desde o Maranhão até o Rio da Prata, dar 
combate aos entrelopos franceses e fixar núcleos de 
povoamento através da distribuição de sesmarias, sementes, 
plantas, animais domésticos e ferramentas entre os colonos da 
expedição. E, com efeito, São Vicente seria a primeira vila 
fundada no Brasil. 
 
Com o início do processo colonial, também houve transformações no 
âmbito econômico, com a introdução do cultivo da cana-de-açúcar, cuja 
produtividade era favorecida pelas condições climáticas da América portuguesa, 
além de possuir boa aceitação no mercado europeu. Antes de desenvolver a 
cultura da cana na América, Portugal já a cultivava nas ilhas atlânticas (Madeira, 
Açores, Cabo Verde e São Tomé). 
Podemos dividir a economia da América portuguesa em dois processos 
interrelacionados: a economia voltada para o mercado externo e a economia 
voltada para o mercado interno. Enquanto a primeira se relacionava com os 
interesses mercantis próprios da lógica colonial, a segunda possuía um 
funcionamento autônomo, vinculado ao consumo interno na colônia. 
Em relação ao mercado externo, podemos compreender a economia da 
América portuguesa a partir de sua inserção em uma “economia-mundo”, 
interpretação baseada nas ideias Immanuel Wallerstein (VIERA, 2010). Assim, 
segundo Vieira (2010), “[...] a produção e o consumo do açúcar integraram 
processos comerciais e produtivos que ocorriam no Brasil, na Europa, na África 
e na Ásia”. 
Nessa economia voltada para o mercado externo, havia diferentes 
relações estabelecidas entre as possessões ultramarinas portuguesas, 
configurando uma cadeia mercantil. Vejamos nos tópicos a seguir como se 
organizava essa cadeia (VIEIRA, 2010): 
➢ Entre a América portuguesa e a Europa, estabeleciam-se relações 
fortes e necessárias, pois da metrópole provinha o impulso para o 
desenvolvimento da agricultura na colônia, bem como as ferramentas, 
tecidos e armas; era na Europa que ocorria o refino do açúcar, e era 
para lá que se destinava quase a totalidade da produção. 
➢ Entre a América portuguesa e a África, estabelecia-se uma relação de 
oferta e demanda de mão-de-obra de africanos escravizados, cujos 
números são imprecisos, mas calcula-se que tenham sido quase 5 
milhões. Para a comercialização desses seres humanos, era utilizadacomo moeda de troca a farinha de mandioca, a cachaça e o fumo. 
➢ Entre a América portuguesa, a África e a Ásia, havia uma troca de 
produtos coloniais, como o fumo, por tecidos, que também eram 
utilizados no escambo por escravizados. 
Todo o açúcar da colônia excedente do consumo interno era exportado 
para a Europa, seguindo os padrões de produção e comércio já praticados por 
Portugal em outras possessões ultramarinas. 
Contudo, não há como separar a prática econômica voltada para o 
mercado externo da destinada ao mercado interno. Além da agricultura de 
subsistência possibilitar as práticas econômicas dos engenhos, outros cultivos, 
como o de mandioca e o de fumo, além da própria produção da cachaça, 
tornaram-se moeda de troca para a comercialização de africanos escravizados, 
trazidos para a América para trabalharem na produção de açúcar. Ou seja, 
historicamente, “[...] a agricultura para exportação e para o consumo interno 
estiveram intimamente relacionadas de uma maneira complexa, 
multidimensional e historicamente mutável” (SCHWARTZ, 1998, p. 66). 
 
O extrativismo 
 
A primeira atividade econômica desenvolvida após a chegada dos 
portugueses na América foi o extrativismo. Chamamos de extrativismo ou 
economia extrativa “[...] uma maneira de produzir bens na qual os recursos são 
retirados diretamente da sua área de ocorrência natural, sendo a coleta de 
produtos vegetais, a caça e a pesca os três exemplos clássicos de atividades 
extrativistas” (GOMES, 2018) 
Na primeira fase da colonização do território americano luso, a principal 
atividade extrativista foi a coleta de pau-brasil, que se localizava próximo ao 
litoral, na zona da mata, que era de fácil acesso para os navegantes e 
comerciantes portugueses. Foi explorado do litoral do Rio Grande do Norte até 
o Rio de Janeiro. 
De acordo com Santos (2015, documento on-line), “[...] em 1501, a 
expedição comandada por Duarte Coelho reconheceu a madeira preciosa e, em 
função da grande procura por corantes naturais na Europa, enviou uma carga 
com amostras a Portugal. O nome pau-brasil deriva-se, provavelmente, pela ‘cor 
de brasas que produz’”. 
Contudo, ao longo da expansão territorial, outros produtos foram inseridos 
nessa lógica econômica, como as “drogas do sertão”, a exploração de tartarugas 
e a extração de cacau. As “drogas do sertão”, segundo Ronaldo Vainfas (2000, 
p. 191) eram “[...] os produtos, nativos ou aclimatados, do Amazonas, Pará e 
Maranhão, muito procurados na Europa como drogas medicinais, temperos ou 
tinturaria”. 
O pau-brasil passou a interessar os colonizadores portugueses porque, 
de sua madeira, era possível extrair um corante vermelho, bastante apreciado 
no mercado europeu, em que a indústria têxtil estava em pleno desenvolvimento. 
A extração do pau-brasil foi transformada em monopólio da coroa, e seu primeiro 
arrendatário foi Fernão de Loronha (ou Fernando de Noronha, conforme algumas 
grafias), que pagaria taxas (um quinto do lucro obtido) à coroa e protegeria a 
costa (ZEMELLA, 1950). 
A extração do pau-brasil e seu comércio foi disputada por Portugal com 
outros reinos. Os franceses, por exemplo, traficaram a madeira até meados do 
século XVI, muitas vezes estabelecendo alianças com os nativos. 
Contudo, até quase o final do século XIX o pau-brasil estava presente na 
lista de produtos exportados pelo Brasil. Logo após a descoberta do Brasil, o 
extrativismo do pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.), de acordo com Homma 
(2008, p. 22), “[...] foi o primeiro ciclo econômico pelo qual o país passou e que 
perdurou por mais de três séculos. O início do esgotamento dessas reservas 
coincidiu com a descoberta da anilina, em 1876, pelos químicos da Bayer, na 
Alemanha”. 
Para a extração do pau-brasil, a mão-de-obra utilizada foi a indígena e, 
posteriormente, a de africanos escravizados. Os indígenas cortavam as árvores 
na mata e arrastavam os troncos até o litoral, onde eram preparados para serem 
embarcados. O pagamento por seu trabalho era feito por meio do escambo: 
recebiam pelo corte e transporte canivetes, facas, miçangas, tecidos e outras 
quinquilharias (ZEMELLA, 1950). 
 
A cana-de-açúcar 
 
 No território brasileiro, o primeiro engenho de cana-de-açúcar foi 
instalado em 1532, na capitania de São Vicente, no extremo-sul da colônia. No 
entanto, a produção de açúcar foi maior nas capitanias da Bahia e de 
Pernambuco, atingindo seu apogeu entre 1570 e 1650. Portugal já possuía 
experiência anterior do cultivo da cana nas ilhas do Atlântico e, no Nordeste, 
encontrou condições climáticas e de solo favoráveis ao cultivo (FAUSTO, 1995). 
Era um empreendimento dispendioso, que exigia investimentos em 
equipamentos e na compra de seres humanos escravizados. 
Aqui o colono encontrou terra abundante e propícia, como o 
massapé nordestino, imensas florestas que seriam devastadas 
para fazer lenha, madeira para cabos de ferramentas, para as 
prensas e os carros de boi que transportavam a cana da 
plantação à moenda. Mas teve também de trazer ou importar 
valiosíssimos tachos de cobre, caldeiras, ferro para as 
ferramentas e moendas, e até mão-de-obra especializada — os 
mestres artesãos do açúcar — para movimentar seus engenhos. 
No início, as dificuldades eram enormes (MOURA, 2013, p. 136). 
 
Em poucos anos, o açúcar se transformou no produto mais importante 
exportado pelo Brasil, permitindo que a colonização se efetivasse. Segundo 
Fausto (1995, p. 77), seu cultivo passou a ser o núcleo da ativação 
socioeconômica do Nordeste. Assim, se no século XV o açúcar ainda era visto 
como remédio ou condimento exótico, “[...] livros de receitas do século XVI 
indicam que estava ganhando lugar no consumo da aristocracia europeia. Logo 
passaria de um produto de luxo para o que hoje chamaríamos de um bem de 
consumo de massa”. 
Mas não havia somente a produção de açúcar nos engenhos: “[...] deles 
saíram os açúcares mascavos e semirrefinados, em formas chamadas de pães 
de açúcar e as aguardentes de cana — a nossa famosa cachaça” (MOURA, 
2013, p. 134) 
Além disso, não se limitou ao consumo interno, transformando-se em 
moeda de troca para a compra e venda de africanos escravizados. O açúcar foi 
responsável pela formação de uma sociedade agrária, estratificada e patriarcal 
(MOURA, 2013). 
A expressão dessa sociedade era visível nos engenhos, unidades de 
produção completas que, em geral, também eram autossuficientes, porque 
possuíam culturas de subsistência paralelas às grandes plantações de cana. Um 
engenho era geralmente formado pela casa- -grande, habitada pela família 
proprietária, pela senzala, local destinado aos escravizados, além dos espaços 
de trabalho, e poderiam ter capelas e escolas. 
O chapéu e o chicote, a rudeza e brutalidade dos senhores de 
engenho foram romantizadas durante séculos.Entre a senzala e 
a casa-grande ficara um hiato que só os estudos mais recentes 
vêm preenchendo e anexando à História, com os devidos 
matizes sociais e econômicos, a participação de homens livres, 
escravos indígenas e africanos, brancos e mestiços, que, com o 
suor de seu trabalho, construíram a sociedade brasileira 
(MOURA, 2013, p. 139). 
 
Senhores de Engenho 
 
Schwartz (1998) descreve a classe dos senhores de engenho como um grupo 
que se formou historicamente e manifestou diversas características ao longo do 
tempo. Seu surgimento, quando da transição de atividades extrativas para a 
agricultura, afirmou sua posição de prestígio decorrente da posse de terra. A 
maioria desses senhores era de origem europeia, em grande parte cristãos- -
novos, que adquiriram seus engenhos pela posse de bens, por herança, sorte 
ou casamento. Seu status adquirido era relativo: a aristocracia do Brasil Colônia 
formou-se de grupos cujo status, na sociedade portuguesa, eram inferiores. 
Porém, em princípios do século XVII, essa classe encontrava-se solidificada a 
ponto dossenhores reivindicarem para si, “[...] o status de nobreza e o direito de 
exercer o poder localmente” (SCHWARTZ, 1998, p. 226). 
Como categoria, manteve certa homogeneidade durante um longo 
período, mas aos poucos foi agregando novos elementos, constituindo uma elite 
diversa. Sua constituição enquanto classe foi feita segundo a diferenciação do 
resto da população, e o reconhecimento de uma semelhança entre seus iguais. 
Para Schwartz (1998, p. 231), “[...] a legitimação da posição de nobre implicava 
desvinculação de qualquer estigma de heterodoxia religiosa, origens em ofícios 
mecânicos ou ligação com as ‘raças infectas’ dos mouros, judeus ou mulatos”. 
Assim, conseguiam se isolar de qualquer estigma e assegurar sua 
posição de nobreza colonial. Ainda segundo Schwartz (1998, p. 234), “[...] os 
senhores de engenho compuseram inquestionavelmente o seguimento mais 
poderoso da sociedade baiana”. A insegurança decorrente dessa nobreza 
relativa — já que não possuíam tal título frente à metrópole — fazia com que 
esses homens recorressem a funções, atos e modos de vida que legitimassem, 
em relação ao resto da sociedade colonial, sua posição social e seu status 
mediante seu modo de vista, a relação entre a família e a propriedade e a difusão 
de ideais patriarcais, sendo a família sinônimo de casa e linhagem, como 
continuação de seu legado. 
 
Sociedade açucareira no Brasil colonial 
 
Denominamos de sociedade açucareira, aquela referente ao Ciclo do 
Açúcar na História do Brasil. Esta sociedade se desenvolveu, principalmente, na 
área litorânea do Nordeste brasileiro (regiões produtoras de açúcar) entre os 
séculos XVI e XVII. 
 
 
 
Principais características da sociedade açucareira: 
 
- Sociedade composta basicamente por três grupos sociais: senhores de 
engenho (aristocracia), homens livres e escravos. 
 
- Sociedade patriarcal: poder concentrado nas mãos dos homens, 
principalmente, dos senhores de engenho que controlavam e determinavam a 
vida dos filhos, esposa e funcionários. 
 
- Uso, nos trabalhos pesados do engenho de açúcar, de mão de obra 
escrava de origem africana. Os escravos eram comercializados como 
mercadorias e sofriam com as péssimas condições de vida oferecidas por seus 
proprietários. 
 
- Posição social determinada pela posse de terras, escravos e poder 
político. 
 
Divisão social (grupos sociais) 
 
- Senhores de engenho: possuíam poder social, familiar, político e 
econômico. A casa-grande, habitação dos senhores de engenho e sua família, 
era o centro deste poder. Este grupo social tinha forte influência nas Câmaras 
Municipais, principal polo de poder político das cidades na época colonial. 
 
- Homens livres: eram em sua maioria funcionários assalariados do 
engenho (capatazes, por exemplo), proprietários de terras sem engenho, 
artesãos, agregados e funcionários públicos. 
 
- Escravos: formavam a base dos trabalhadores nos engenhos de açúcar. 
Tinham como origem o continente africano, sendo comercializados no Brasil. Era 
o grupo mais numeroso da sociedade açucareira. Em função das péssimas 
condições em que viviam, dos castigos físicos e da ausência de liberdade, 
possuíam baixa expectativa de vida (no máximo até 35, 40 anos). Resistiram à 
escravidão através de revoltas e fugas para a formação dos quilombos. 
A desestruturação deste modelo social começou com a crise da economia 
açucareira, ou seja, com a concorrência holandesa no comércio de açúcar 
mundial (final do século XVII). 
 
No século XVIII, com o início do Ciclo do Ouro, a região das minas 
transformou-se no principal centro de desenvolvimento econômico do Brasil. Um 
novo modelo social mais dinâmico passou a vigorar, porém, várias 
características da sociedade açucareira permaneceram ainda por muito tempo 
no Nordeste. 
Observe a imagem: Cortejo de uma família brasileira do século XIX, 
retratada por Debret 
 
 
Essa era a divisão social existente no Brasil colônia, você considera que 
ainda temos resquício dessa divisão e organização social ainda nos tempos 
atuais? 
 
 
Síntese 
 
Para colonizar o Brasil e garantir a posse da terra, em 1534, a Coroa 
dividiu o território em 15 capitanias hereditárias. Estas eram imensos lotes de 
terra que se estendiam do litoral até o limite estabelecido pelo Tratado de 
Tordesilhas. Esses lotes foram doados a capitães (donatários), pertencentes à 
pequena nobreza lusitana que, por sua conta promoviam a defesa local e a 
colonização. 
A empresa açucareira foi escolhida porque apresentava possibilidade 
de vir a ser um empreendimento altamente lucrativo, abastecendo o grande 
mercado de açúcar da Europa. Foi no nordeste do país que a atividade 
açucareira atingiu seu maior grau de desenvolvimento, principalmente nas 
capitanias de Pernambuco e da Bahia. Nos séculos XVI e XVII a região 
Nordeste tornou-se o centro dinâmico da vida social, política e econômica do 
Brasil. 
 
O Governo Geral 
 
O sistema de Governo Geral foi criado em 1548, pela Coroa, com o 
objetivo de organizar a administração colonial. O primeiro governador foi Tomé 
de Souza (1549 a 1553), que recebeu do governo português um conjunto de 
leis. Estas determinavam as funções administrativas, judicial, militar e tributária 
do Governo Geral. O segundo governador geral foi Duarte da Costa (1553 a 
1558), e o terceiro foi Mem de Sá (1558 a 1572). Em 1572, depois da morte de 
Mem de Sá e de seu sucessor Dom Luís de Vasconcelos, o governo português 
dividiu o Brasil em dois governos cuja unificação só voltou em 1578: Governo 
do Norte, com sede em Salvador; Governo do Sul, com sede no Rio de Janeiro. 
Em 1580, Portugal e todas as suas colônias, inclusive o Brasil, ficaram 
sob o domínio da Espanha, situação que perdurou até 1640. Este período é 
conhecido como Unificação Ibérica. Em 1621, ainda sob o domínio espanhol, 
o Brasil foi novamente dividido em dois estados: o Estado do Maranhão e o 
Estado do Brasil. Essa divisão durou até 1774, quando o Marquês do Pombal 
decretou a unificação. 
 
A Formação Social do Brasil Colônia 
 
Fundamentalmente três grandes grupos étnicos, o índio, negro 
africano e o branco europeu, principalmente o português, entraram na 
formação da sociedade colonial brasileira. Os portugueses que vieram para o 
Brasil pertenciam a várias classes sociais em Portugal. A maioria era formada 
por elementos da pequena nobreza e do povo. Também é preciso ter em conta 
que as tribos indígenas tinham línguas e culturas distintas. Algumas eram 
inimigas entre si e isto era usado pelos europeus quando desejavam guerrear 
contra os portugueses. Da mesma forma, os negros trazidos da África para 
serem escravizados possuíam crenças, idiomas e valores que foram sendo 
absorvidos pelos portugueses e indígenas. 
No Brasil Colônia o engenho era o centro dinâmico de toda a vida 
social. Isso possibilitava ao “senhor da casa grande” concentrar em torno de si 
grande quantidade de indivíduos e ter a autoridade máxima, o prestígio e o 
poder local. Em torno do engenho viviam os mulatos, geralmente filhos dos 
senhores com escravizadas, o padre, os negros escravizados, o feitor, o 
mestre do açúcar, os trabalhadores livres, etc. 
Engenho de Itamaracá, obra de Frans Post de 1647 
 
 
 
Ameaças ao Domínio Português 
 
Nos primeiros anos logo depois da descoberta, a presença de piratas 
e comerciantes franceses no litoral brasileiro foi constante. A invasão francesa 
se deu em 1555 quando conquistaram o Rio de Janeiro, fundando ali a "França 
Antártica", sendo expulsos em 1567. Em 1612, os franceses invadiram o 
Maranhão, ali fundaram a "França Equinocial" e a povoação de São Luís, onde 
permaneceram até 1615, quando foram novamente expulsos. Os ataques 
ingleses no Brasil se limitaram a assaltos de piratas e corsários que saquearam 
alguns portos. Invadiram as cidades de Santos e Recife e o litoral do Espírito 
Santo. As duas invasões holandesasno Brasil se deram durante o período em 
que Portugal e o Brasil estavam sob o domínio espanhol. A Bahia, sede do 
Governo Geral do estado do Brasil, foi invadida, mas a presença holandesa 
durou pouco tempo (1624-1625). Em 1630, a capitania de Pernambuco, o 
maior centro açucareiro da colônia, foi invadida por tropas holandesas. A 
conquista foi consolidada em 1637, com a chegada do governante holandês o 
conde Maurício de Nassau. Ele conseguiu firmar o domínio holandês em 
Pernambuco e estendê-lo por quase todo o nordeste do Brasil. A cidade do 
Recife, o centro administrativo, foi urbanizada, saneada, pavimentada, foram 
construídos pontes, palácios e jardins. O governo de Maurício de Nassau 
chegou ao fim em 1644, mas os holandeses só foram expulsos em 1654. 
 
O Século do Ouro e dos Diamantes 
 
A procura de metais preciosos sempre constituiu o sonho dos 
colonizadores. As descobertas começaram na década de 1690, na região de 
Minas Gerais. A partir daí se espalhou em várias partes do território nacional. 
No século XVIII a mineração era a grande fonte de riqueza da metrópole. O 
Ciclo do Ouro e do Diamante foram responsáveis por profundas mudanças na 
vida do Brasil colônia, promovendo crescimento urbano e do comércio interno. 
 
A Crise do Sistema Colonial 
 
Em 1640, Portugal contava apenas com as rendas do Brasil. Por isso 
passou a exercer um controle mais rígido sobre a arrecadação de impostos e 
as atividades econômicas, chegando a proibir o comércio com estrangeiros. O 
descontentamento com a política econômica da metrópole fez surgir algumas 
revoltas, entre elas: Revolta de Beckman (1684), no Maranhão; Guerra dos 
Emboabas (1708-1709), em Minas Gerais; Guerra dos Mascates (1710), em 
Pernambuco. Em fins do século XVIII, teve início os movimentos que tinham 
como objetivo libertar a colônia do domínio português, entre elas: Inconfidência 
Mineira (1789)e a Conjuração Baiana (1798). 
No início do século XIX, as condições para a emancipação brasileira 
estavam maduras. Contribuíram também a conjuntura criada pelas Guerras 
Napoleônicas e pela Revolução Industrial Inglesa. Com a invasão de Portugal, 
a sede do reino transferiu-se para o Brasil. Em 1822 deu-se o passo decisivo 
para consolidar a Independência do Brasil. 
Síntese adaptada de BEZERRA, Juliana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade Avaliativa 01 
 
Situação desencadeadora de Aprendizagem – 
Atividade Avaliativa 
 
Nome: 
Turma: 
Escola de origem: 
Data: 
 
Análise do quadro "A Primeira Missa no Brasil" de 1860 autoria de Victor Meirelles. 
 
Victor Meirelles (1832-1903) foi um pintor e professor do Brasil Império, um dos 
mais importantes representantes da pintura histórica brasileira do século XIX. 
Nasceu na vila Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, em Santa 
Catarina, no dia 18 de agosto de 1832. 
O quadro de Victor Meirelles é uma importante fonte histórica, sendo 
considerada a primeira pintura histórica do Brasil. A pintura busca recriar a 
imagem da 1ª missa realizada no Brasil pelo Frei Henrique Soares de Coimbra, 
e segundo as anotações de Pero Vaz de Caminha contou com a presença de 
portugueses e também pacificamente dos nativos que demonstraram 
encantamento perante a cerimônia, o que acaba entrando em contradição com 
a realidade, pois não mostra sobre o verdadeiro processo de “imposição” que se 
deu entre os portugueses e nativos. 
Faça uma análise do quadro e produza um texto dissertativo em que responda 
as reflexões a seguir: 
 Para você o que a pintura quer representar? Quais sentimentos ela transmite? 
Quais fatores estão expostos na imagem que representam as bases da 
colonização do Brasil? 
Na imagem como está sendo representado o indígena? 
Os indígenas tinham religiões? Crenças? 
O contato entre indígena e europeu foi amistoso? 
Qual resultado dos conflitos entre colonizadores e indígenas? Você acredita que 
esse conflito já acabou? 
 
Observação: As questões devem ser respondidas ao longo do texto, não 
necessariamente na mesma ordem. Mas no texto dissertativo deve abordar as 
reflexões propostas acima. Não esqueça de intitular sua redação. Seu trabalho 
deve conter no mínimo 20 linhas. 
 
 
Atividade Avaliativa 02 
Nome: 
Turma: 
Escola de origem: 
Data: 
 
Crie um mapa mental : Após leitura e compreensão do conteúdo sobre 
o Brasil Colônia, vocês deverão realizar um mapa mental sobre o conteúdo 
exposto. Apresentando as datas importantes, os eventos ocorridos e 
transformações que acarretaram na construção do país que temos hoje. Poderá 
ser incluso os modelos econômicos, sociais e políticos do período.

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