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Bruna Braga Barbosa Semiologia da Dor Torácica A dor torácica pode ter causa cardíaca ou não. - As causas não cardíacas são por exemplo de origem gastroesofágica (refluxo, espasmo esofágico, úlcera péptica). - Já as causas cardíacas podem ser isquêmicas (Anginosas e infarto) ou não isquêmicas (Pericardite, doença valvar e dissecção da aorta). OBS: o que auxilia no fechamento do diagnóstico será a anamnese, pois o exame físico não é capaz de diferenciar a origem dessa dor. Síndrome Coronariana ● Crônica: Angina estável (com o passar dos anos a placa de gordura vai obstruindo o vaso, por isso demora até causar a dor). ● Aguda: Angina Instável e IAM com Supra de ST. ATENÇÃO!! O paciente com síndrome coronariana aguda é sempre grave, mesmo que ele aparente estar bem, isso é só no começo, ele pode evoluir para piora muito rápido e morrer. E cuidado com os diabéticos, pois eles têm menor sensibilidade devido a alta produção de Endorfina (Morfina endógena). Dor torácica É igual nas três síndromes, o que muda são os fatores de piora ou melhora e a intensidade. ● Para classificar como angina existem três critérios: o local dela tem que ser anterior do tórax/seu tipo deve ser constrictivo ou peso ou tipo queimação; Pode irradiar pro pescoço, mandíbula, face interna do braço, ombros, região dorsal e ser acompanhada de náusea, vômito ou desconforto respiratório; seus fatores de piora podem ser esforço e os de melhora são repouso ou nitrato. CADA CRITÉRIO VALE 1 PONTO, APÓS PONTUAR: - 3: definitivamente anginosa - 2: provavelmente anginosa - 1: provavelmente não é - 0: não é anginosa ANGINA ESTÁVEL Seu diferencial é a dor aos esforços que melhora em repouso. - Fisiopatologia: Um paciente dislipidemico, hipertenso ou diabético ao longo dos anos forma uma placa de gordura nos vasos. Quando essa placa obstrui 70% o fluxo sanguíneo é reduzido. Com isso, em atividades cotidianas, que não precisam de muito sangue, o paciente realiza normalmente. Porém, ao iniciar grandes esforços, a necessidade muscular de O2 é maior do que a disponível, e ele entra em trabalho anaeróbio que produz radicais livres e geram a dor nas terminações nervosas. Isquemia= consumo de oxigênio maior que a oferta. - Tratamento: Nitrato (causará dilatação do vaso na parede sem placa de gordura), Betabloqueador ( pois o receptor beta no coração causa vasoconstrição) ou Bloqueador de canal de Cálcio Não Diidropiridínico. ANGINA INSTÁVEL Seu diferencial é a dor aos mínimos esforços e em repouso, que alivia demoradamente após o uso de Isordil (nitrato). - Fisiopatologia: A placa de gordura se rompe e o conteúdo exposto forma um coágulo obstrutivo. Então o paciente fica ainda mais isquêmico (menos oxigênio ainda para qualquer demanda). ATENÇÃO!!! A placa de gordura nesse caso é diferente da Angina estável, porque é uma placa jovem, mais líquida e instável que facilmente se rompe. A da Angina estável é muita antiga, que foi se formando com o passar dos anos. MAS, pode acontecer de uma Angina evoluir para outra, porém é muito raro, o comum é ser tudo de repente e depois disso evoluir para o Infarto. Tratamento: Isordil (nitrato), Estatinas, Betabloqueadores, Anticoagulantes e Antiplaquetários. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Seu diferencial é uma dor muito intensa que não alivia com repouso ou isordil. A única coisa que diminui a dor é a morfina. - Fisiopatologia: coágulo obstrui 100% da artéria, então o músculo não recebe nenhuma nutrição e morre. 80% das pessoas que infartam tiveram episódios de Angina instável 2 a 3 semanas antes. ● Dor do Infarto: associada a sudorese, náusea, vômito e dispneia; sensação de morte. OBS: Nessas dores muito intensas deve desconfiar de IAM ou Dissecção da Aorta, mas nesta segunda nem a morfina iria aliviar, então seria o diferencial. Outro diferencial seria a presença de Troponina no sangue, pois significa morte do miocárdio, porém esse exame demora então é perder mais tempo ainda. - Tratamento: O cateterismo seguido de Angioplastia resulta numa abertura coronária de 98%. Em casos clínicos, o paciente pode ter sentido uma dor forte mas que melhorou com uso de algum medicamento, mas depois ela volta muito intensa porque aí é o infarto mesmo que está acontecendo. As primeiras 1 hora são as mais críticas. CASO CLÍNICO ID: JBS, homem 32 anos QP: ‘’dor no peito’’ HDA: Dor precordial em queimação e pontada, que irradia para o ombro, há uma semana que piora ao deitar e na inspiração profunda. Alivia ao ficar em pé e com o tronco inclinado para frente. A dor não piorou, mas a sua persistência o trouxe ao médico. Diagnóstico: Pericardite; Relacionada a quadros virais e pode complicar com tamponamento. Baixo risco de morte, o paciente só interna para ver se não evolui para Derrame pericárdico. Outros casos: - Anemia: também pode causar angina pois há pouco oxigênio circulando, então qualquer esforço a demanda já ultrapassa a oferta. - Miocardiopatia hipertrófica: o ventrículo está hipertrofiado então começa exigir mais oferta de oxigênio, se não suprimido causará angina. Pacientes graves (angina instável e IAM) possuem alto risco de morte então internam na unidade coronariana ou sala vermelha. Pacientes com dor torácica no geral já não fazem ficha e vão direto para o atendimento com o médico, isso para tentar perder menos tempo possível (o tempo ouro é de 10 minutos, no Brasil conseguem realizar no máximo em 15 minutos).
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