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1 Beatriz Machado de Almeida Cardiologia – Aula 5 Definição Doença arterial coronariana é um processo de obstrução da luz das artérias coronárias por aterosclerose, caracterizada por depósito de placa de gordura (ateroma) no endotélio das coronárias, associado a processo inflamatório local, que pode levar a uma obstrução do vaso e interrupção total (necrose) ou parcial (isquemia) do fluxo sanguíneo ao músculo do ventrículo esquerdo. Principais causas de mortalidade Brasil AVC → 32,5% / Doença Arterial Coronariana → 30,1% / HAS → 9,1% / Outras → 28,3% Prevalência • H = 12 a 14% dos homens (com idades entre 65 a 84 anos). • M = 10 a 12% das mulheres (com idade entre 65 a 84 anos). • Um a cada três adultos tem alguma forma de doença cardiovascular (USA) • Mais de 10 milhões de pessoas com anginas pectoris (USA). 30% das causas de morte (DATASUS) Combinando os dados de estudos angiográficos, a simples observação clínica e a caracterização da dor, idade e sexo foram importantes preditores para DAC (Diamont e Forrester). NÃO É PRA DECORAR ESSA TABELA! Esse estudo foi feito para estimar a probabilidade pré-teste antes de qualquer estudo que se faça, prevendo se o paciente pode ter DAC ou não. Vejam que paciente com 65 anos ou mais com dor típica, tem a probabilidade de quase 100% de ter DAC. Isso significa que não se pode perder tempo investigando para chegar até o cateterismo. Pacientes que tem um pré-teste alto: principalmente os do sexo masculino, com fatores de risco (a saber, diabetes, tabagismo e dislipidemia). Se cair na prova que o paciente com 80 anos chegou com dor típica, tem que mandar pra o cardiologista pra pedir o cateterismo. As informações mais relevantes são desse slide em diante! Tipos de DAC Os pacientes com DAC podem se apresentar com: • Angina instável; • IAM com supra ST; • IAM sem supra ST; • Angina estável e assintomáticos – o que vai ser estudado agora! Angina (causas) • A mais comum é a DAC por arteriosclerose. Portadores de DAC com placa comprometendo, pelo menos, uma artéria epicárdica. • Doença cardíaca valvar (estenose aórtica): pode também gerar angina. A estenose aórtica tem uma passagem de fluxo muito pequena entre a válvula, e relembrando anatomia, os seios coronários estão ao lado ali da válvula aórtica, ou seja, o que entra nas coronárias é um fluxo pequeno. • Cardiomiopatia hipertrófica: Espessamento do músculo na saída do VE, que diminui o fluxo de sangue durante a sístole, através da válvula aórtica. • HAS não controlada (aumento da tensão na parede do ventrículo esquerdo com diminuição da perfusão coronária) Doença Coronária Estável 2 Beatriz Machado de Almeida Cardiologia – Aula 5 • Espasmo coronário (disfunção endotelial em coronárias normais): não tem lesões, ou tem lesões que não são visíveis ao cateterismo cardíaco, mas tem só a ultrassom (? → ele falou isso!). Esses pacientes tem uma sensibilidade muito grande, e a coronária fecha com o espasmo, pelo estreitamento, estenose da coronária simplesmente por essa irritação, por essa instabilidade do endotélio. • Alterações da microcirculação (muito mais rara. Paciente com arterite; doenças do colágeno). • Hipertrofia ventricular esquerda. • Fluxo coronariano lento. • Anomalias anatômicas: são raras. Origem anômala das coronárias! • Síndrome X: Acomete principalmente mulheres. Disfunção endotelial; alterações do tônus vascular. Pode acontecer, e aí fazemos o CAT, não encontra placa nenhuma e faz o ultrassom de coronárias e tem vasoespasmo também. Então o paciente pode ser assintomático ou abrir o quadro com angina estável. • Angina estável → Dor precordial aos esforços. Paciente pode fazer um esforço intenso e ter dor só ao final do esforço, tendo uma dor típica no peito, gradativamente, essa dor típica aos esforços vai se tornando mais frequente, e aí pode ter uma dor ao menor esforço. • Angina instável → Dor intermitente mesmo em repouso. • IAM sem supra ST → Dor persistente, mesmo em repouso, sem supra ST ao ECG. • IAM com supra de ST → Dor persistente, em repouso, com supra de ST > 2mm ao ECG. Então a angina de peito é secundária a uma isquemia miocárdica, que vai provocar uma dor torácica e esses pacientes tem uma arteriosclerose das coronárias como principal causa e essa obstrução. Se você tem uma obstrução mecânica de uma coronária no idoso, a quantidade de exercício não é suficiente para fazer com que o miocárdio solicite mais sangue, então a lesão de uma pessoa mais jovem às vezes é semelhante a uma pessoa que é mais idosa, e os sintomas serão mais precoces no mais jovem (NÃO ENTENDI FOI NADA). Porque, apesar de ser uma obstrução nos dois casos, as necessidades de oxigênio do miocárdio serão maiores e como existe uma obstrução, não chegará sangue suficiente para oxigenar esse miocárdio, causando a dor. Então, é um balanço entre necessidade e disponibilidade. Angina pectoris Apresentação clínica Apresentação canadense. Vocês não têm que decorar a classificação, mas tem que saber a classificação para aplicar na clínica. • Classe I → Desconforto com esforços maiores que usuais. Academia, corrida. • Classe II → Desconforto com esforços usuais. Subir uma escada em casa, abrir uma garrafa de vinho. • Classe III → Desconforto com esforços menores que usuais. Pentear o cabelo, fazer algo muito simples. • Classe IV → Desconforto rapidamente progressivo e/ou em repouso. Já é praticamente uma instabilização da angina. Quando é em repouso, já se torna uma angina instável. 3 Beatriz Machado de Almeida Cardiologia – Aula 5 Imagem: Ver a diferença entre uma artéria saudável e a formação da placa de arteriosclerose A placa estável não permite que o componente da placa seja exposto ao conteúdo sanguíneo (inflamatórios, plaquetas, anticorpos, enzimas inflamatórias e citocinas), enquanto há essa placa, a doença continua estável. A placa instável tem a exposição do conteúdo de dentro da placa com o endotélio e com o fluxo sanguíneo, o que vai trazer plaquetas, vão fechar o local, vão liberar citocinas, produtos derivados da reação inflamatória, e posteriormente podem criar coágulos sanguíneos, que vão obstruir a passagem de sangue e levar a um IAM. Anamnese da dor Procurar o que é típico do que é atípico. Características da dor • Qualidade → Constritiva, aperto, peso, opressão, desconforto, queimação e pontada. • Localização → Precordial, retroesternal, ombro, epigástrio, cervical, hemitórax e dorso. • Irradiação → Membros superiores (direito, esquerdo ou ambos), ombro, mandíbula, pescoço, dorso e região epigástrica. • Duração → Segundos, minutos, horas e dias. • Fatores desencadeantes → Esforço físico, atividade sexual, posição, alimentação, respiração, componente emocional e espontânea. • Fatores de alívio → Repouso, nitrato sublingual, analgésico, alimentação, antiácido, posição e apneia. • Sintomas associados → Sudorese, náusea, vômito, palidez, dispneia, hemoptise, tosse, pré- síncope e síncope. Dor típica: do tipo constritiva, precordial ou retroesternal, irradiando para membros superiores, pescoço, região epigástrica, ou mandíbula. De duração prolongada (se for prolongada fala mais a favor de infarto) ou rápida (fala mais a favor de angina instável). Hemoptise fala mais a favor de um quadro pulmonar. Comorbidades • DM. • HAS. • Hipotireoidismo. • DAOP. • Insuficiência renal. • AVC. • Obesidade. Vão perseguir esses fatores na anamnese, porque eles vão ter maior risco de infarto. Hipotireoidismo, sempre destaco, sempre lembrar, às vezes esses pacientes não sabem que tem a doença, e podem ter DAC secundária ao hipotireoidismosevero, podem ter hipertensão, ganho de peso, tudo pelo hipotireoidismo. Sempre investigar a tireoide nos pacientes hipertensos, diabéticos e com suspeita de coronariopatia. Hábitos de vida • Stress. • Sedentarismo. • Tabagismo. • Alcoolismo? Vinho é protetor, mas o consumo crônico de álcool, uso de álcool excessivo causa aumento da pressão arterial, que vai descompensar e piorar a DAC. Antecedentes familiares Importantes. Vistos na aula de hipertensão. Exame físico • Nada. Geralmente são bulhas rítmicas, normofonéticas, pulmão também está bem. Geralmente, em pacientes coronariopatas, quando você encontra algum achado do exame físico, não é boa coisa. • Xantomas: As lesões da pele aparecem quando o corpo é incapaz de quebrar eficientemente as gorduras em energia utilizável. Não é muito comum! • Terceira bulha (B3) Disfunção ventricular. • Quarta bulha (B4) Disfunção ventricular. B3 e B4 falam a favor de disfunção ventricular, significam má perfusão do miocárdio! • Sopro de regurgitação mitral. GRAVÍSSIMO! Fala a favor de isquemia da cordoalha, do músculo papilar. 4 Beatriz Machado de Almeida Cardiologia – Aula 5 • Desdobramento paradoxal de segunda bulha (B2): retardo no fechamento da válvula aórtica (BRE) em relação a pulmonar. • Estertoração pulmonar bibasal → Crépitos basais (Disfunção ventricular e congestão pulmonar) → Muito grave. Significa que o ventrículo dele está sobrecarregado. Já vi em Pernas, cotovelos. Mas nos olhos chamam mais atenção, nas pálpebras Risco cardiovascular (CV) Existem várias maneiras de estimar o risco CV de um paciente, mas a maneira mais popular é o escore de Framingham. Fizeram estudos epidemiológicos em uma cidadezinha, comunidade fechada dos EUA, e trouxeram várias considerações importantes! O que é levado em consideração? Idade, LDL colesterol, HDL colesterol, pressão artéria, diabetes e tabagismo. Ninguém vai decorar esses escores, existem aplicativos que já fazem o cálculo de risco. Os pacientes podem ser categorizados no risco CV. Probabilidade de o paciente vir a ter uma doença aterosclerótica em 10 anos. Eletrocardiograma A ÚNICA COISA QUE QUALQUER ESTUDANTE DE MEDICINA DEVE SABER é ver um infarto com SUPRA de ST! Pois o diagnóstico precoce salva uma vida, ou dá uma qualidade de vida boa ao paciente no futuro, não perde miocárdio! O eletro é um exame que trás pouca informação, porém tem que saber. Vamos ver isso na próxima aula que será infarto! • Quando existe necrose → Parte 1 do eletro. • Corrente de lesão (Supra de ST, infra de ST) parte 2 do eletro. • Isquemia → Parte 3 do eletro. Essas alterações do ELETRO são inespecíficas. Podem aparecer em um paciente assintomático, em um paciente hipertenso, em qualquer paciente! • Se o paciente tem uma dor precordial e aparece com alguma dessas, tem que chamar atenção para encaminhar ele para o ambulatório de cardiologia ou colocar ele na rota da estratificação de risco para a dor torácica na emergência. • Se o paciente não tiver a dor, ele tem que ser investigado, perguntar qual o motivo da vinda ao cardiologista ou ao clínico, perguntar o histórico dele (não se contentar com o vim gastar o plano que o paciente fala), histórico familiar e se demonstra risco. 5 Beatriz Machado de Almeida Cardiologia – Aula 5 TODO paciente com checkup cardiológico vai ser submetido a um eletro, a um ecocardiograma, e se tiver a possibilidade física, fazer um teste ergométrico. A questão é a urgência da investigação! Se o paciente tem dor com probabilidade pré-teste alta, vai ter que fazer logo um cateterismo. Exames complementares • Hemograma: simples, mas é muito importante. A angina pode ser desencadeada pela anemia, se o paciente fizer esforço pode não ter oxigênio suficiente para o miocárdio, então pode ter dor. Às vezes o paciente tem DAC bem pequena e pode ter esse achado de anemia. • Coagulograma: Esse paciente vai fazer uso de antiagregantes plaquetários, e pode vir a necessitar de cateterismo invasivo. • Perfil lipídico (CT, HDL, LDL, triglicérides): para a estratificação de risco. • Função renal: lembrar que os pacientes podem fazer uso de contraste durante o cateterismo. Se tiver uma função renal limítrofe, pode entrar em insuficiência renal. Tem que proteger o rim. Pacientes em uso de metformina (para DM), com o uso do contraste, podem agravar a função renal. Nos pacientes que vão fazer angioressonância, usa-se o gadolínio e ele é extremamente deletério para a função renal. Esses 4 primeiros, são os principais exames segundo o professor. • Marcadores de necrose miocárdica: já vimos em dor torácica na emergência. • Eletrólitos: sódio, potássio e magnésio é importante. Outros exames Testes não invasivos: • ECG: É um exame pontual. Ele é realizado em determinado momento a não ser que você serie na emergência. • RX: avaliação dos campos pulmonares; ver se tem congestão ou não. Não é melhor exame para ver área cardíaca, o melhor é o ECOcardiogama, para ver o tamanho do ventrículo, função do ventrículo. • Teste ergométrico: Exame de escolha para os pacientes com angina estável (relacionada com o esforço) com uma probabilidade pré-teste não muito alta. A não ser que ele seja idoso, tenha fatores de risco ou uma dor típica. • Eco: ❖ Alterações na contratilidade: segmentos do VE, podem estar hipocontráteis em relação as outras paredes, chama atenção então para isquemia. ❖ Diagnóstico diferencial de outras dores torácicas como a pericardite, derrame pericárdico ❖ Integridade das válvulas. ❖ Complicações (Comunicação interventricular - CIV, Insuficiência mitral – IM): nos casos de uma isquemia grave • Eco de stress: Infusão de uma substância que é irritativa no miocárdio, normalmente a DOBUTAMINA, o coração acelera e aí vai sofrer em determinados segmentos com a isquemia e vamos conseguir identificar. • Cintilografia: se baseia na ingestão de substância radioativa que vai se ligar as hemácias e de acordo com a distribuição das hemácias na tomografia realizada, logo em seguida vai se perceber se existe isquemia ou necrose. Se fica variando com o repouso ou exercício, essa distribuição de hemácias pintadas pelo contraste radiotivo, significa a isquemia. • Tc coronária (Escore de cálcio – total carga de aterosclerose): Exame muito recente, traz bons resultados. Corresponde a uma carga total da aterosclerose no coração. Se procura estabelecer o escore de cálcio, ❖ Risco 4,3 de qualquer score: qualquer elevação no escore de cálcio, acima de 0, aumento em 4,3 o risco de infarto ou morte cardíaca. ❖ EC = 0 (zero), risco de 0,4: se for igual a 0, cai para 0,4. ❖ Aumento do risco de 4,6 a 7 vezes (escores de 400-1000 ou > 1000) ❖ Bom exame para triagem, em pacientes que são assintomáticos ou oligossintomáticos, com dores atípicas que voce não consegue identificar. ❖ Bom preditor de eventos CV. 6 Beatriz Machado de Almeida Cardiologia – Aula 5 • Angio TC: ❖ Anatomia coronária: está evoluindo de maneira muito rápida. Dá uma noção bem fidedigna dessa anatomia. • RNM: O gadolíneo (contraste utilizado) não penetra nas células íntegras. Quando a célula não está integra, se distribui mais do que no normal, e quando existe fibrose, ela se distribui menos do que no normal. ❖ Padrão ouro para: volumes ventriculares, FE, massa miocárdica. ❖ Cardiopatia isquêmica. ❖ Isquemia. ❖ Fibrose/infarto/viabilidade: saber que serve para isso é importante. ❖ Avaliação da anatomia das coronárias. • Cineangiocoronariografia (contraste): ❖ Padrão ouro: Para DAC, o que define é o CATETERISMO! A morte por reação anafilática é de 0,1% (baixa), mas a gente não podefazer em todo mundo também. A probabilidade pré-teste é muito importante para definir o cateterismo! ❖ Profissões de risco: piloto de avião - não podem ter morte súbita, tem que fazer esse exame para serem admitidos na aviação. Vamos ver: Número de artérias envolvidas. Localização. Indicações de tratamento. Atentar sempre para a probabilidade de pré-teste. Vide tabela DIAMOND-FORRESTER. Esses pesquisadores conseguiram correlacionar o cateterismo com o quadro clínico! Pelos pacientes que apresentam dor típica+ associado com fatores de risco + idade= estimativa desse paciente ter DAC. Hoje pela técnica de __, você pode puncionar, passar um cateter pela região inguinal e progredir até o seio coronariano. Usa-se a artéria femoral para progredir o cateter e seguir para fazer o cateterismo injetando o contraste nas coronárias. Hoje em dia é pela radial, é mais fácil e com menor risco de complicações, porém em alguns pacientes que vão fazer angioplastia, que é passar o balão e colocar o stent, esse material é muito volumoso para ir pela radial, então vai pela femoral. Há casos que tem uma doença arterial periférica tão grave que não dá para fazer pela femoral, nem pela radial, então você vai procurando um acesso arterial para chegar, é uma situação rara. Hoje em dia é um procedimento muito seguro. Requer uma dupla antiagregação plaquetária, para evitar hematomas, pode acontecer de perfurar a artéria (muito raro). As complicações mais frequentes são alergia ao contraste e insuficiência renal (geralmente já tem arteriosclerose renal, ao mínimo contraste, esse glomérulo já descompensa). Tratamento Controle dos fatores de risco • Parar de fumar: 50% - risco de infarto. 70% - Risco de morte. • Perder peso e exercício: 25%. 7 Beatriz Machado de Almeida Cardiologia – Aula 5 • Controle do colesterol: 33% - risco de infarto. 25% - Risco de morte. 20% - Risco de AVC. • Controle da pressão arterial: 15% - risco de infarto. 42% - Risco de AVC. • Faça escolhas de alimentos saudáveis. • Limite a ingestão de gorduras. • Não tenha problemas com o peso. Reduzir IAM e mortalidade ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS • AAS → Melhor custo-benefício que já foi introduzido na medicina. ❖ Diminui 33% risco de eventos CV e 33% a mortalidade. ❖ Contraindicações: alergia/hipersensibilidade ao ASS (única). ❖ Quando há gastrite, úlcera, use o inibidor de bomba de prótons, e pode usar o AAS. • Tienopiridínicos: agem em outro local da plaqueta (a gente vai ver em outras aulas), é cara. • Ticlodipina: agem em outro local da plaqueta (a gente vai ver em outras aulas), é cara. • Clopidogrel: usados quando: ❖ Em pacientes submetidos a angioplastia. ❖ Contraindicação absoluta do uso de AAS: pode fazer uso só do clopidrogrel. O ASS e o clopidogrel (antiagregação plaquetária dupla) geralmente são utilizados juntos quando se diagnostica DAC! Na hemofilia não vai poder usar nem ASS nem clopidogrel HIPOLIPEMIANTES • Estatinas (sinva -distribuida gratuitamente}, atorva, rosuva, pita) ❖ Diminuição do LDL. ❖ Efeitos colaterais: elevação do TGO, TGP e CPK (efeito tóxico da droga) ❖ Sempre avaliar TGO, TGP e CPK. Se elevar as enzimas de 3 a 4X, suspende o medicamento (lesão hepática). Se a CPK estiver em 4.000- 5.000, suspender também (lesão muscular)! • Fibratos. ❖ Diminuição dos triglicérides. • Ezetimiba: muito boa e barata ❖ Diminuição da absorção de colesterol nas vilosidades intestinais. ❖ Diminuição do LDL em 60%. ❖ Alternativa para quem não pode usar estatinas. Você pode também reduzir a dose da estatina e tem um efeito sinérgico maravilhoso (professor usa muito) ESQUEMA: • 1º → Estatina ou Estatina em baixa dose + Ezetimiba. • Ezitimiba quando tem hipersensibilidade a estatina. • Fibrato só pra triglicérides, quando a MEV (atividade física e outros) não tem efeito, para triglicérides > 500. Normalmente MEV não basta e você acaba tendo que usar. BLOQUEIO DO SISTEMA RENINA- ANGIOTENSINA • IECA (Inibidores da enzima de conversão): quase todos os estudos foram feitos com IECA, nesses pacientes: ❖ Assintomáticos com FE reduzida. ❖ Disfunção de VE pós-IAM. ❖ DM. ❖ Todos os pacientes com DAC. • BRA: Pouco estudo. Uso em pacientes com hipersensibilidade ao IECA, como por exemplo a tosse. ❖ Intolerância ao IECA. BLOQUEADORES BETA-ADRENÉRGICOS ❖ Diminuição em 13% e Re-IAM PROPRIEDADES: • Diminui a FC: ↓ trabalho do coração ↓ consumo de O2 pelo miocárdio • Diminui a contratilidade miocárdica. • Diminui a condução atrioventricular. • Diminui a atividade ectópica ventricular. • Aumenta a perfusão em áreas isquêmicas: aumento do tempo da diástole (fase em que a irrigação das coronárias é feita), aumento da resistência vascular em áreas não isquêmicas: 8 Beatriz Machado de Almeida Cardiologia – Aula 5 isso vai fazer com que o fluxo vá para as áreas isquêmicas. PROPRIEDADES CLÍNICAS: • Diminui o número de crises de angina. • Diminui o grau de isquemia. • Aumenta a tolerância ao esforço físico. Contraindicações: angina vasoespástica. Já que aumenta o vasoespasmo coronariano. Quais são as medicações que não podem faltar na DAC? O AAS e o Beta-bloqueador, um pouco perto, as estatinas. ANTAGONISTA DO CÁLCIO Não são medicações de primeira escolha, de primeira linha para DAC, mas são importantes para a angina vasoespástica. No caso de pacientes que não podem usar o beta-bloqueador, esses pacientes podem usar os antagonistas do canal de cálcio. • Relaxamento da musculatura lisa. • Diminuição da pós-carga. • Diminuição inotropismo (em algumas informações). • Diminuição do consumo de oxigênio. VERAPAMIL • Diminuição da condução atrioventricular. • Diminuição da FC. • Relaxa a musculatura lisa vascular. DIIDROROPIRIDINAS (ANLODIPINA, NIFEDIPINA) • Relaxam a musculatura lisa vascular. • Aumento da FC. DILTIAZEM (= VERAPAMIL) • Porém não deprime o miocárdio. NITRATO Isordil. Muito importante: não muda o desfecho, nem morte e nem reinfarto (nenhum estudo comprovou o efeito isolado do nitrato), só controla a dor. Ação rápida: Venodilatação. Diminui a pré-carga e a pós-carga também, diminuindo o esforço do coração. Dilatação coronariana. Ação prolongada: em alguns pacientes que tem dor - angina não controlada por outros meios. Angina vasoespástica (indicações específicas do nitrato). Anatomia da circulação coronária As coronárias tem a esquerda e a direita Tronco da coronária esquerda (TCE) Se divide em: • Descendentes anterior: Diagonais (ramos). • Circunflexa: Marginais (ramos). Coronária direita • Descendente posterior. • Ventricular posterior. Cineangiocoronariografia Resultados da cineangiocoronariografia: • Normal. • Lesões únicas ou não únicas, porém, proximais: dá para botar um balão, um stent. • Lesões múltiplas ou tri arteriais complexas: principalmente em DM que necessitam de revascularização, com ponte de safena. • Lesões múltiplas complexas, vasos inabordáveis ou muito finos: não dá para fazer mais nada além do tratamento medicamentoso. Cirurgia de revascularização miocárdica Tem uma ponte de Safena nessa imagem e uma descendente anterior sendo revascularizada por uma mamária interna esquerda. 9 Beatriz Machado de Almeida Cardiologia – Aula 5 Aqui é a colocação do balão com posterior colocação do STENT.
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