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Miocardite e pericardite

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Vict�ria K. L. Card�so
Mi�cardite e pericardite
Miocardite
Conceito: processo inflamatório que acomete
o músculo cardíaco, que pode ou não ser
causado por um processo infeccioso.
● Nem sempre infiltrados inflamatórios
no coração é uma miocardite, pois todo
processo isquêmico e necrótico
desencadeia um processo inflamatório,
mas isso não é uma miocardite.
○ Na miocardite, o infiltrado
inflamatório é a causa do dano
ao coração e não um processo
secundário a algo.
Etiologias:
● Principais causas infecciosas:
○ Agentes virais: são as causas
infecciosas mais comuns,
principalmente pelo agente
Coxsackievírus A e B.
○ Outros: clamídia, riquétsia,
cândida e triquinose.
○ Bactérias: Neisseria
meningococcus e
Corynebacterium diphtheriae
● Outra causa muito comum: doença de
Chagas, pelo T. cruzi.
○ Na dça de Chagas, a forma mais
comum é a imunomediada →
forma crônica; leva de 10-20
anos para manifestação.
● Miocardite por hipersensibilidade: são
miocardites não infecciosas,
secundárias a drogas (ATB, diuréticos
ou anti-HAS).
● Causas desconhecidas: sarcoidose e
miocardite de células gigantes.
Morfologias:
● Macroscopia:
○ Formas agudas: coração normal
ou discretamente dilatado.
■ Presença de infiltrado
inflamatório intersticial,
com necrose focal dos
miócitos.
■ O infiltrado inflamatório
não é secundário a um
processo isquêmico e sim
secundário a lesão
provocada pelas células
inflamatórias.
■ A biópsia pode fornecer
um resultado
falso-negativo.
○ Formas crônicas: pode haver
hipertrofia, dependendo da
duração da doença.
○ Estágios avançados: presença
de flacidez, por conta da perda
Vict�ria K. L. Card�so
de células, principalmente na
área ventricular do miocárdio.
○ Pode haver trombos murais.
Diagnóstico de miocardite:
● Clínica + infiltrado inflamatório na
histopatologia da biópsia.
● Formas do infiltrado inflamatório:
○ Linfocítico: na miocardite
linfocítica.
○ Eosinofílico: na miocardite por
hipersensibilidade.
○ Linfócitos, macrófagos e
células gigantes: na miocardite
de células gigantes.
○ Com tripanossomas: na
miocardite por doença de
Chagas.
Mecanismos de lesão e achados:
● Miocardite linfocítica: é aquela
associada à lesão do miócito.
● Miocardite por hipersensibilidade:
infiltrado inflamatório intersticial.
○ Composição: muitos eosinófilos
e células mononucleares
inflamatórias.
○ Localização dos achados
acima: de forma predominante
na região perivascular e nos
grandes espaços intersticiais.
● Miocardite de células gigantes:
infiltrado inflamatório mononuclear.
○ Composição: linfócitos,
macrófagos e células gigantes
multinucleadas.
■ Há extensa perda de
músculo.
● Miocardite da doença de Chagas:
distensão de miofibras e presença de
tripanossomas, juntamente com
inflamação e necrose de miofibras
individuais.
Pericardites
Conceito:
● Presença de processos inflamatórios no
pericárdio.
● Ocorre secundariamente a processos
sistêmicos ou por comprometimento
localizado no mediastino, como em
distúrbios torácicos, metástases e
cirurgias cardíacas.
● Pode ser um processo agudo ou
crônico.
Pericardites agudas:
● Pericardite aguda serosa: é
secundária a doenças inflamatórias não
infecciosas, por irritação por
contiguidade ou por infecção viral em
outro sítio.
○ Etiologias:
■ Febre reumática.
■ LES.
■ Esclerodermia.
Vict�ria K. L. Card�so
■ Tumores.
■ Uremia.
○ Característica comum: presença
de infecção em tecidos contíguos
ao pericárdio, por exemplo com
pleurite bacteriana.
○ Caso não seja por um processo
contíguo, há uma história de
infecção viral em outro local,
como uma IVAS, pneumonia ou
parotidite.
○ Histologicamente:
■ Há leve infiltrado
inflamatório na gordura
epipericárdica, com
predomínio de linfócitos.
■ Pode haver uma
pericardite associada a
tumores, com presença
de células neoplásicas.
● Pericardite fibrinosa e serofibrinosa:
são os tipos mais frequentes.
○ Presença de: líquido seroso +
exsudato fibrinoso (neutrófilos +
fibrina).
○ Causas mais comuns:
■ IAM.
■ Dressler (resposta
autoimune que aparece
dias a semanas após um
IAM).
■ Uremia.
■ Irradiação do tórax.
■ Febre reumática.
■ LES.
■ Traumas.
○ Macroscopia:
■ Fibrinosa: pericárdio com
superfície seca e com
aspereza granular fina.
■ Serofibrinosa: presença
de líquido turvo, amarelo
ou castanho, com
leucócitos, hemácias e
fibrina.
● Pericardite purulenta ou supurativa: é
a infecção ativa causada por invasão
microbiana no pericárdio → processo
inflamatório exuberante.
○ Principais causas: empiema,
pneumonia, mediastinite e
abscessos.
○ Possíveis mecanismos
fisiopatológicos:
■ Propagação direta a
partir de infecções
vizinhas (empiema,
pneumonia, mediastinites
e abscessos).
■ Disseminação sanguínea.
■ Propagação linfática.
■ Introdução direta durante
uma cardiotomia.
○ Macroscopia:
Vict�ria K. L. Card�so
■ Superfície serosa
avermelhada, granular e
coberta com exsudato.
■ Exsudato variando entre
líquido turvo fino a pus
evidente, com volume de
400 a 500 mL.
● Pericardite hemorrágica: presença de
exsudato sanguíneo com derrame
fibrinoso ou supurativo.
○ Causas:
■ Neoplasia maligna no
espaço pericárdico.
■ Infecções bacterianas.
■ Diátese hemorrágica
subjacente.
■ Tuberculose.
■ Pós cirurgia cardíaca.
○ Cuidado: há risco de
tamponamento.
● Pericardite caseosa: de origem
tuberculosa.
○ É disseminada, a partir de focos
tuberculosos nos linfonodos
traqueobrônquicos.
○ Evolui para pericardite
constritiva, fibrocalcificada,
crônica e incapacitante.
Pericardites crônicas:
● Características gerais:
○ A evolução varia desde formas
assintomáticas (observada
apenas em necropsias), à formas
sintomáticas, que depende do
grau de extensão da adesão dos
folhetos pericárdicos.
■ Pequenos pontos de
aderência (como na
pericardite adesiva) =
funcionamento
basicamente normal do
coração = menos
sintomático.
■ Formas mais graves =
mediastino pericardite
adesiva = aderência no
próprio pericárdio e do
pericárdio com o
mediastino = importante
restrição do movimento
cardíaco = mais
sintomático.
● Pericardite adesiva: (menos grave)
aderências delicadas e filamentosas em
pontos do pericárdio.
○ Pode haver espessamento
fibroso, semelhantes às placas
nas membranas serosas (“placa
do soldado”).
■ A fibrose e as aderências
podem obliterar (fazer
parar de existir) o saco
pericárdico.
● Mediastino pericardite adesiva: (mais
grave) ocorre após pericardite
infecciosa, cirurgia cardíaca ou
irradiação do mediastino.
○ Há obliteração do saco
pericárdico.
Vict�ria K. L. Card�so
○ Presença de dificuldade no
funcionamento cardíaco, por
conta da aderência da face
externa do folheto parietal nas
estruturas circunjacentes.
● Pericardite constritiva: (também é
grave) o coração é envolvido por tecido
cicatricial fibroso ou fibrocalcificado
denso, que limita a expansão diastólica
e o débito cardíaco.
○ Em casos extremos pode haver
obliteração completa do espaço
pericárdico, lembrando um
molde de gesso = “concreto
cordis”.
○ Complicação hemodinâmica:
falta de resposta ao aumento do
débito cardíaco (pouca ou
nenhuma capacidade de
aumento do débito cardíaco,
pela maior demanda sistêmica).
○ Tratamento: cirúrgico, com
pericardiectomia.

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