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recurso especial (2)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO 
 
 
 
 
 
Processo nº 
Recorrente: Serafim 
Recorrido: Incorporadora X 
 
 Serafim, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por 
seu advogado que esta subscreve, vem à douta presença de VSª, com fundamento no 
artigo 105, III, a, da Constituição Federal de 1988 c/c artigo 1.029 e seguintes 
do Código de Processo Civil de 2015, interpor o presente: 
 
RECURSO ESPECIAL 
 
 
 Em face do acórdão exarado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão 
que manteve sentença que extinguiu o processo sem resolução do mérito, nos termos 
do artigo 485, VI, do CPC/15. 
 Na oportunidade, requer que seja a recorrida, Incorporadora X, intimada 
para, querendo, apresentar contrarrazões e, após o exame de admissibilidade, seja o 
presente, juntamente com as razões recursais anexas, remetido ao Superior Tribunal 
de Justiça para análise e julgamento. 
 
 
Termos em que, pede deferimento. 
Goiânia 12, de agosto de 2021 
Advogado 
OAB/UF 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
 
 
Processo nº 
Origem: Tribunal de Justiça do Maranhão 
Recorrente: Serafim 
Recorrida: Incorporadora X 
 
 RAZÕES RECURSAIS 
 
 
 
I.SÍNTESE DO PROCESSO 
 
 
 O recorrente, promitente comprador de um imóvel, ajuizou ação judicial em 
face da recorrida, promitente vendedora, visando a sua condenação ao pagamento de 
indenização a título de lucros cessantes em razão da demora exacerbada na entrega 
da unidade imobiliária e danos de ordem moral. 
 Em contestação a recorrida alegou, preliminarmente, ilegitimidade passiva, 
indicando como responsável por eventual indenização, a construtora Y, contratada 
para efetuar a construção da obra. 
 Na sentença, o juízo monocrático acolheu a preliminar suscitada e extinguiu o 
processo sem resolução do mérito. 
 Interposta apelação, o Tribunal de Justiça do Estado .... manteve a sentença por 
seus fundamentos, sem, no entendo, motivar especificamente a sua decisão. 
 Opostos Embargos de Declaração que, embora tenham suprido a omissão em 
prequestionar a violação de lei federal, foram negados e ainda foi aplicada a multa 
prevista para embargos meramente protelatórios prevista no artigo 1.026, § 
2º do CPC/15. 
 Ocorre que a decisão proferida pelo Tribunal a quo deve ser reformada, eis que 
violou o artigo 25, § 1º da Lei 8.078/90 e o artigo 942 do Código Civil, bem como a 
multa aplicada ser afastada. 
II. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 
 
 
 Cumprindo uma das exigências para o recebimento do presente recurso, as 
custas referentes ao preparo já foram recolhidas, conforme demonstram as guias e 
comprovantes anexos. 
 Exige-se também, para acolhimento de Recurso Especial, que a matéria tenha 
sido prequestionada. 
 Este requisito foi cumprido, já que, no julgamento dos embargos de declaração, 
o competente Tribunal manifestou-se sobre a matéria, enfrentando-a. 
 De qualquer forma, o artigo 1.025 do CPC/15, considera incluídos no acórdão 
os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que 
os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior 
considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. 
 Por fim, nos termos do artigo 105, III, a, da CF/88 e artigo 1.029 do CPC/15, é 
cabível o recurso especial como meio de alcançar o fim desejado, qual seja, a reforma 
do acórdão para que o recurso de apelação seja provido e a sentença monocrática, 
anulada, bem como para afastar a incidência da multa prevista no artigo 1.026, § 2º, 
do CPC/15, ou ainda, subsidiariamente, que seja o acórdão recorrido anulado por falta 
de fundamentação. 
 
III. RAZÕES PARA REFORMA DO ACÓRDÃO RECORRIDO 
 
 
 A decisão recorrida, ao manter a sentença monocrática que acolheu a tese de 
ilegitimidade passiva da Incorporadora X e extinguiu o processo sem resolução do 
mérito, violou expressamente o artigo 25, § 1º da Lei 8.078/90 
 
 (havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão 
solidariamente pela reparação prevista (...)), bem como o artigo 942 do Código 
Civil vigente ((...) se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente 
pela reparação). 
 
 Com a manifesta violação à lei imperativa federal, imperiosa a reforma do 
acórdão, sendo o recurso de apelação totalmente provido a fim de que a sentença 
monocrática seja anulada. 
 
 Doutos julgadores, é atribuição, como sabido, do Superior Tribunal de Justiça, 
zelar pela unidade, autoridade e uniformidade de lei infraconstitucional, de modo que 
os órgãos inferiores não podem, de forma temerária, tomar decisões totalmente 
contrárias às leis federais em vigor, sob pena de ilegalidade, o que deve ser rechaçado 
por esta Colenda Corte. 
 Sob outro prisma, como se nota do acórdão recorrido, este carece de 
fundamentação especifica, o que enseja violação, também, do artigo 93, IX, da CF/88 e 
do artigo 489, II e § 1º, IV, da CPC/15, o que conduz à sua anulação, com a 
determinação do retorno dos autos para novo julgamento por àquele Tribunal. 
IV. DA INAPLICABILIDADE DA MULTA PREVISTA NO ARTIGO 1.026, § 
2º, CPC/15 
 
 
 Excelentíssimos Ministros, o acórdão recorrido também condenou o recorrente 
ao pagamento de multa, por entender que os Embargos opostos foram meramente 
protelatórios. 
 Porém, a condenação não merece ser mantida, pois foi o meio processual 
adequado usado pelo recorrente para o prequestionamento dos artigos das leis 
federais objeto do presente Recurso Especial. 
 É esse o teor da Súmula 211 do STJ que inadmite Recurso Especial quanto à 
questão não apreciada pelo Tribunal a quo. Mostra-se, pois, cabível a oposição de 
Embargos para suprir a omissão no acórdão, não sendo, desse modo, protelatórios, 
mas, sim, necessários para fins de prosseguimento do feito. 
 Esse mesmo Superior Tribunal de Justiça possui entendimento sumulado no 
sentido de que os embargos de declaração manifestados com notório propósito de 
prequestionamento não têm caráter protelatório (Súmula 98/STJ), não sendo possivel 
a aplicação da multa prevista no Código de Processo Civil. 
V. DOS PEDIDOS: 
 
 
 Ante o exposto, requer que o Recurso Especial seja admitido e, no mérito, 
provido para que o acórdão exarado pelo Tribunal a quo seja inteiramente reformado, 
determinado, consequentemente, a anulação da sentença proferida pelo juízo de 
primeiro grau; ato continuo, requer que seja a multa prevista no art. 1.029, § 2º, 
do CPC/15 e imposta ao recorrente totalmente rechaçada por esta Colenda Corte, pois 
inaplicável à espécie. 
 Caso esse não seja o entendimento desse E. STJ, requer que o acórdão recorrido 
seja anulado por falta de fundamentação específica. 
 
Termos em que, pede deferimento. 
Goiânia 12, de agosto de 2021 
Advogado 
OAB/UF

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