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Aula 2 - Sangue

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Instituto de Ciências da Saúde 
Fisiologia Geral 
1 
 
Sangue
Sistema Sanguíneo – Meio Interno e Composição 
do Sangue 
Sangue: líquido que está contido e circula em um 
sistema fechado de vasos sanguíneos, sendo 
bombeado pelo coração. 
O sangue não está imóvel, mas circula nos vasos 
sanguíneos e, ao mesmo tempo, está em ativa 
troca com o meio intersticial. 
Os líquidos corporais formam, junto com o sangue, 
um sistema de líquidos de intercâmbio 
permanente, banhando as células e permanecendo 
em troca com elas e com o meio externo. 
O sangue e os líquidos corporais formam o meio 
interno. 
A massa de sangue dentro do compartimento 
intravascular é chamada de volemia ou volume 
sanguíneo total. 
Existindo pressão dentro do sistema vascular, 
poderá haver circulação de sangue. 
A volemia está representada no adulto por um 
valor equivalente a 9% do peso corporal. 
Um indivíduo com 70 kg deve ter uma volemia de 
6,3 litros, ao passo que, em uma criança de 10 kg, 
a volemia seria de 0,9 litros de sangue. 
 
 
 
 
 
 
A volemia precisa estar dentro de valores muito 
estritos para que haja uma correta função 
respiratória. 
Diversos mecanismos mantêm um equilíbrio entre 
os fatores que aumentam o volume, ou fatores de 
produção de sangue, e os fatores que diminuem a 
volemia, ou fatores de perda do sangue. 
Fatores de produção que tendem a aumentar a 
volemia: 
produção de elementos corpusculares (células) na 
medula óssea, como eritrócitos; 
produção de proteínas plasmáticas no fígado; 
absorção de eletrólitos e de água na mucosa 
intestinal. 
Fatores de perda que tendem a diminuir a volemia: 
destruição dos glóbulos vermelhos circulantes 
(hemólise, ação do baço); 
destruição de proteínas plasmáticas; 
excreção de eletrólitos e de água no nível renal na 
formação de urina; 
outras excreções, por exemplo defecação, 
sudorese, vômitos ou sangramentos; 
passagem para o compartimento intersticial, 
formando‑se edemas ou exsudatos. 
Em condições fisiológicas onde os fatores de 
produção são iguais aos fatores de perda de 
sangue, a volemia mantém‑se normal e é 
denominada normovolemia. 
Se a produção de sangue for maior que a perda, 
há hipervolemia ou expansão do volume sanguíneo. 
Quando as perdas predominam sobre os fatores 
de produção de sangue, ocorre hipovolemia ou 
retração do volume sanguíneo. 
Nem todo o volume sanguíneo circula com a mesma 
velocidade. 
Nos vasos sanguíneos do baço, nas veias do fígado, 
no pulmão e na pele, o sangue circula com uma 
velocidade bem reduzida, em relação ao sangue 
que circula por outros territórios. 
Tecidos que apresentam uma circulação lenta 
comportam‑se como reservatórios de sangue; 
reservas de sangue, que podem acelerar suas 
velocidades de circulação e assim aumentar o 
volume de sangue que circula com velocidade 
maior. 
 
 
Instituto de Ciências da Saúde 
Fisiologia Geral 
2 
 
Elementos Sanguíneos 
Hematócrito: separação do sangue nas suas duas 
fases: a corpuscular e vermelha formada pelos 
eritrócitos ou hemácias, e a líquida e 
transparente, que é o plasma. 
O hematócrito informa a quantidade de células 
presentes no sangue e é obtido a partir da 
centrifugação do sangue não coagulado. 
Permite conhecer o volume relativo dos 
corpúsculos em relação ao de plasma, além de 
determinar a volemia. 
 
Plasma: constitui a parte líquida não celular do 
sangue, representando 55%‑60% da volemia, 
medido pelo hematócrito. 
Trata‑se de uma solução aquosa, cujo conteúdo de 
água é de 90%‑92%; essa água representa 5% do 
peso corporal e 25% do volume de água 
extracelular. 
Os glóbulos vermelhos (45%) não fazem parte do 
compartimento extracelular, porque se trata de 
células sanguíneas. 
Leucócitos ou glóbulos brancos compõem cerca de 
1% do hematócrito. 
No sangue, também estão presentes substâncias 
orgânicas que são importantes e estão 
representadas fundamentalmente pelas proteínas 
plasmáticas, pelo nitrogênio não proteico (como 
ureia e ácido úrico), pela glicose e pelos lipídios 
(lipoproteínas). 
Em concentrações muito baixas, porém 
fisiológicas, encontram‑se hormônios e outras 
substâncias fisiologicamente ativas. 
Proteínas Plasmáticas 
As proteínas plasmáticas constituem uma 
porcentagem importante do plasma. 
Podem ser diferenciadas em três grandes grupos: 
albumina, globulinas e fibrinogênio. 
Albumina: é a proteína plasmática de menor peso 
molecular, 
e está no limite do tamanho dos poros da 
membrana capilar. Não atravessando dos capilares 
para interstício. 
São sintetizadas no fígado e são totalmente 
destruídas e substituídas a cada duas semanas. 
Globulinas: constituem uma família de proteínas 
com peso molecular maior que o da albumina. 
São moléculas formadas no fígado sendo liberadas 
na circulação. 
Nesse grupo de proteínas, figura a maior parte 
dos anticorpos ou imunoglobulinas. 
 
Fibrinogênio: é uma proteína de alto peso 
molecular que tem forma alongada e diâmetro 
estreito, formando‑se também no fígado e 
desempenhando um papel muito importante na 
coagulação do sangue. 
Durante o processo de coagulação sanguínea, o 
fibrinogênio é hidrolisado, gerando a fibrina e 
sendo retirado totalmente do sangue. 
Quando o plasma sanguíneo está com falta de 
fibrinogênio, passa a chamar‑se soro. 
As proteínas plasmáticas também conferem 
viscosidade ao plasma. 
O fibrinogênio, uma molécula mais assimétrica, 
confere a maior parte da viscosidade ao plasma. 
Instituto de Ciências da Saúde 
Fisiologia Geral 
3 
 
O aumento da viscosidade representa maior 
resistência à passagem de um fluxo de líquido, o 
que leva a um aumento da pressão com que o 
sangue circula, sendo fundamental para a pressão 
sanguínea. 
Uma das principais funções das proteínas 
plasmáticas é o transporte de substâncias no 
sangue. 
Substâncias como o ferro, o cálcio, o cobre, sais 
biliares, a bilirrubina, hormônios e drogas 
precisam de um carregador proteico. 
Muitos hormônios precisam de proteínas para 
circular pelo sangue, como os hormônios da 
glândula tireoide, que precisam de vários 
transportadores proteicos. 
As proteínas também transportam produtos do 
metabolismo, como o ácido lático ou enzimas. 
 
Funções das Hemácias, Leucócitos e Plaquetas 
Existem três tipos de corpúsculos ou elementos 
figurados do sangue: eritrócitos, ou hemácias,ou 
glóbulos vermelhos; trombócitos, ou plaquetas e 
leucócitos, ou glóbulos brancos. 
Essas células diferenciam‑se por sua morfologia e 
suas funções. 
 
Todos os elementos figurados são formados nos 
órgãos hematopoiéticos representados pela 
medula óssea. 
A medula óssea produz todos os tipos de células 
sanguíneas, mas alguns tipos de linfócitos são 
produzidos em outros órgãos, como os gânglios 
linfáticos. 
Nas crianças, as células sanguíneas são produzidas 
ativamente das cavidades medulares de todos os 
ossos. 
Em torno dos 20 anos de idade, a medula óssea 
das cavidades dos ossos longos, à exceção da 
porção superior do úmero e do fêmur, torna‑se 
inativa. 
A medula ativa é denominada medula vermelha, 
enquanto a medula inativa infiltrada por gordura é 
denominada medula amarela. 
A medula óssea é um dos maiores órgãos do corpo, 
e seu tamanho e peso aproximam‑se dos do fígado. 
 
Em condições normais, 75% das células presentes 
na medula óssea pertencem à série mieloide de 
Instituto de Ciências da Saúde 
Fisiologia Geral 
4 
 
células produtoras de leucócitos, e apenas 25% 
consistem em eritrócitos em processo de 
maturação, apesar de existirem 500 vezes mais 
eritrócitos do que leucócitos na circulação. 
Essa diferença na medula reflete o fato de que a 
sobrevida média dos leucócitos é curta, e a dos 
eritrócitos é longa. 
 
As células‑tronco hematopoiéticas (CTH) são 
células da medula óssea capazes de produzir 
todos os tipos de células sanguíneas. 
As CTH ocorrem em pequeno número, porém são 
capazes de restaurar por completo a medula óssea 
quando injetadas em um hospedeiro cuja medula 
óssea foi completamente destruída. 
O sangue de cordão umbilical constitui a melhor 
fonte atualdessas células‑tronco 
hematopoiéticas. 
 
Plaquetas: são apenas fragmentos citoplasmáticos 
derivados de uma célula que se localiza na medula, 
o megacariócito, desempenhando um papel 
importante na hemostasia. 
Os megacariócitos, são células gigantes e formam 
as plaquetas por fragmentação de porções do 
citoplasma que logo são liberadas na circulação. 
Cerca de 60%‑75% das plaquetas liberadas da 
medula óssea estão no sangue circulante, e o 
restante é encontrado principalmente no baço. 
As plaquetas aderem ao colágeno exposto na área 
da lesão, sendo as paredes vasculares constituídas 
por uma porcentagem de tecido conjuntivo e 
fibras colágenas. 
 
Eritrócitos (hemácias): são células altamente 
especializadas, sem núcleo nem mitocôndrias, 
contendo um alto teor de um pigmento 
respiratório, a hemoglobina, que lhes permite 
transportar O2 e CO2. 
São discos bicôncavos, produzidos na medula 
óssea. 
A hemoglobina dos eritrócitos hemolisados 
dissolve‑se no plasma, conferindo‑lhe cor 
vermelha. 
O baço é um filtro importante para o sangue, 
remove os eritrócitos anormais. 
Desempenha um papel significativo no sistema 
imune. 
Os eritrócitos anormais são removidos se não 
forem tão flexíveis quanto os normais, pois não 
conseguem espremer‑se através das fendas 
existentes entre as células endoteliais que 
revestem os seios do órgão. 
Hemoglobina: proteína de pigmento vermelho que 
transporta o oxigênio nos eritrócitos dos 
vertebrados. 
É uma molécula globular constituída por quatro 
subunidades. Cada subunidade comporta um grupo 
heme (que contém ferro) conjugado a um 
polipeptídio. 
Os polipeptídios são descritos coletivamente como 
a porção globina da molécula de hemoglobina. 
Instituto de Ciências da Saúde 
Fisiologia Geral 
5 
 
O O2 liga‑se ao Fe2+ presente no grupo heme da 
hemoglobina, formando a oxihemoglobina. 
Leucócitos: não representam um tipo único de 
célula, mas uma família de elementos celulares, 
agrupando propriedades comuns e diferentes, 
segundo o tipo de glóbulo branco. 
Em condições normais, o sangue humano contém 
de 4 mil a 11 mil leucócitos por microlitro. 
Entre esses leucócitos, os granulócitos (leucócitos 
polimorfofuncionais, PMN) são os mais numerosos. 
Leucócitos são divididos em granulócitos e 
agranulócitos. 
Os granulócitos jovens têm núcleos em forma de 
ferradura, que se tornam multilobulados à medida 
que as células amadurecem. 
A maioria contém grânulos neutrofílicos 
(neutrófilos), porém alguns contêm grânulos que 
se tingem com corantes ácidos (eosinófilos), 
enquanto outros exibem grânulos basofílicos 
(basófilos). 
 
Dentre os agranulócitos dois grupos celulares 
encontrados no sangue são os linfócitos, que têm 
grandes núcleos redondos e citoplasma escasso, e 
os monócitos, que possuem citoplasma agranular 
abundante e núcleos em forma de rim. 
Ao atuar em conjunto, essas células proporcionam 
ao corpo uma poderosa defesa contra tumores e 
infecções virais, bacterianas e parasitárias. 
Os monócitos que saem da medula óssea e 
adentram ao compartimento sanguíneo circulam 
por cerca de 72 horas. 
A seguir, penetram nos tecidos e transformam‑se 
em macrófagos teciduais. 
Os macrófagos são ativados por substâncias 
produzidas pelos linfócitos T. 
Uma vez ativados, migram em resposta aos 
estímulos quimiotáticos, e englobam, e matam 
bactérias, desempenhando um papel fundamental 
na imunidade. 
Os linfócitos são elementos‑chave na produção da 
imunidade. Após o nascimento, alguns linfócitos 
são formados na medula óssea. 
A maioria é produzida nos linfonodos, no timo e no 
baço, a partir de células precursoras que, 
originalmente, vieram da medula óssea e foram 
processadas no timo. 
 
 
Tipos Sanguíneos 
As membranas dos eritrócitos humanos contêm 
uma variedade de antígenos de grupos sanguíneos, 
também denominados aglutinógenos. 
Os mais importantes e bem conhecidos são os 
antígenos A e B, apesar da existência de muitos 
outros. 
 
Os antígenos A e B são herdados como caracteres 
dominantes e são divididos em quatro grupos 
sanguíneos principais. 
Instituto de Ciências da Saúde 
Fisiologia Geral 
6 
 
indivíduos do tipo A possuem o antígeno A; 
os do grupo B têm o antígeno B, 
os do tipo AB apresentam ambos os antígenos; 
os do tipo O não têm nenhum deles. 
Esses antígenos são encontrados em muitos 
tecidos além do sangue, incluindo glândulas 
salivares, saliva, pâncreas, rins, fígado, pulmões, 
testículos, sêmen e líquido amniótico. 
 
Os anticorpos dirigidos contra aglutinógenos dos 
eritrócitos são denominados aglutinas. 
É comum a presença de antígenos muito 
semelhantes ao A e ao B em bactérias intestinais 
e, possivelmente, em alimentos aos quais os 
recém‑nascidos são expostos. 
Eles desenvolvem rapidamente anticorpos contra 
os antígenos ausentes em suas próprias células. 
 
Quando se mistura o plasma de um indivíduo do 
tipo A com eritrócitos do tipo B, os anticorpos 
anti‑B (presentes no plasma do indivíduo tipo A) 
causam aglutinação dos eritrócitos do tipo B. 
A tipagem sanguínea é efetuada ao misturar os 
eritrócitos de um indivíduo com antissoros 
contendo as várias aglutininas em uma lâmina e 
observar se ocorre ou não aglutinação. 
 
Além dos antígenos do sistema ABO, os do 
sistema Rh são os de maior importância clínica. 
O fator Rh é um sistema composto principalmente 
pelos antígenos C, D e E, embora na realidade 
contenha muitos mais antígenos. 
Ao contrário dos antígenos ABO, o sistema não 
tem sido detectado em outros tecidos além dos 
eritrócitos. 
 
O componente D é o mais antigênico, e a 
designação Rh‑positivo, como é geralmente 
utilizada, significa que o indivíduo possui 
aglutinógeno D. 
O indivíduo Rh‑negativo carece de antígeno D e, 
portanto, produz a aglutinina anti‑D quando são 
injetadas células D‑positivas. 
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Fisiologia Geral 
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Hemostasia e Coagulação Sanguínea 
A hemostasia é o processo de formação de 
coágulos nas paredes dos vasos sanguíneos lesados 
e de prevenção da perda de sangue ao mantê‑lo 
em estado líquido dentro do sistema vascular. 
Existe um conjunto de mecanismos sistêmicos 
inter‑relacionados complexos, que operam para 
manter esse equilíbrio entre a coagulação e a 
anticoagulação.

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