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O SIC Resumão R3 Clínica Cirúrgica foi concebido para destinar-se à absorção máxima dos assuntos mais frequentes em processos sele- tivos de Residência Médica com pré-requisito em Clínica Cirúrgica. Preparadores pedagógicos e especialistas em concursos médicos compõem a equipe responsável por esse formato, constituído basi- camente por tabelas, algoritmos e fi guras em mais de 200 capítulos. Assim, este volume consolida-se como oportunidade indispensável de preparação para uma vaga na Residência Médica pretendida e, também, de atualização de conhecimentos médicos, independente- mente da área. Este livro pertence à Coleção SIC Intensivo 2017, que traz mais 11 vo- lumes: SIC Provas na Íntegra Brasil, SIC Provas na Íntegra São Paulo/ Rio de Janeiro, SIC Questões Comentadas, SIC Resumão volumes 1, 2 e 3, SIC Provas na Íntegra e Questões Comentadas R3 Clínica Médica, SIC Provas na Íntegra e Questões Comentadas R3 Clínica Cirúrgica, SIC Provas na Íntegra e Questões Comentadas R3 Pediatria, SIC Re- sumão R3 Clínica Médica e SIC Resumão R3 Pediatria. Apresentação Índice CIRURGIA GERAL 1. Anestesia local ...............................................15 2. Anestesia .........................................................16 3. Acessos venosos centrais ............................18 4. Suporte ventilatório não cirúrgico ............21 5. Acesso cirúrgico das vias aéreas .............. 22 6. Procedimentos torácicos ............................ 24 7. Procedimentos abdominais ........................27 8. Noções básicas de instrumentação e paramentação cirúrgica .............................. 28 9. Suturas e feridas .......................................... 29 10. Cicatrização .....................................................31 11. Retalhos .......................................................... 33 12. Enxertos de pele ........................................... 34 13. Infecção em cirurgia .................................... 35 14. Resposta metabólica ao trauma .............. 39 15. Choque em cirurgia ......................................40 16. Risco cirúrgico e estado físico ................... 43 17. Cuidados pré-operatórios ..........................44 18. Cuidados pós-operatórios ..........................46 19. Complicações pós-operatórias .................49 20. Bases das cirurgias videolaparoscópica e robótica ........................................................ 52 21. Hérnias ............................................................ 55 22. Generalidades sobre o abdome agudo ... 58 23. Abdome agudo inflamatório ..................... 59 24. Abdome agudo perfurativo ....................... 62 25. Abdome agudo obstrutivo .........................64 26. Abdome agudo hemorrágico ..................... 66 27. Abdome agudo vascular ............................. 66 28. Hemorragia digestiva alta não varicosa .68 29. Hemorragia digestiva alta varicosa ......... 70 30. Hemorragia digestiva baixa ........................73 31. Captação e retirada de múltiplos órgãos e tecidos ...........................................................74 GASTROENTEROLOGIA 32. Anatomia e fisiologia do esôfago ..............81 33. Doença do refluxo gastroesofágico ........ 83 34. Afecções motoras do esôfago ...................89 35. Afecções mecânicas do esôfago ................91 36. Câncer de esôfago ........................................ 93 37. Anatomia e fisiologia do estômago ......... 97 38. Dispepsia e Helicobacter pylori ................ 99 39. Doença ulcerosa péptica .......................... 102 40. Tratamento cirúrgico da obesidade mórbida ......................................................... 107 41. Síndromes pós-operações gástricas ......110 42. Neoplasia gástrica benigna e maligna ... 112 43. GIST ................................................................. 115 44. Anatomia e fisiologia do intestino delgado ........................................................... 117 45. Constipação intestinal ................................ 119 46. Diarreias agudas e crônicas ...................... 121 47. Anatomia e fisiologia do cólon .................127 48. Doenças inflamatórias intestinais.......... 130 49. Doença diverticular dos cólons e megacólon chagásico .................................137 50. Doenças orificiais ......................................... 141 51. Doença polipoide ........................................ 144 52. Neoplasias do intestino delgado ............ 149 53. Câncer de cólon e reto................................152 54. Câncer de canal anal .................................. 158 55. Avaliação da função hepática ................. 162 56. Anatomia cirúrgica do fígado ...................165 57. Cirrose hepática e suas complicações ... 167 58. Hipertensão portal ..................................... 170 59. Tumores e abscessos hepáticos...............175 60. Transplante hepático .................................180 61. Icterícia obstrutiva ..................................... 183 62. Afecções da vesícula e vias biliares ....... 184 63. Anatomia e fisiologia do pâncreas ......... 190 64. Pancreatite aguda .......................................193 65. Pancreatite crônica .....................................197 66. Tumores pancreáticos e neuroendócrinos ..........................................200 67. Afecções do baço ....................................... 204 CIRURGIA DO TRAUMA 68. Atendimento inicial ao politraumatizado ........................................209 69. Vias aéreas .................................................... 211 70. Trauma torácico ...........................................213 71. Choque ...........................................................215 72. Trauma abdominal ..................................... 218 73. Trauma cranioencefálico............................221 74. Trauma raquimedular ................................224 75. Trauma musculoesquelético .................... 225 76. Trauma pediátrico ...................................... 227 77. Queimaduras ................................................231 78. Lesões cervicais .......................................... 235 79. Trauma vascular ..........................................238 80. Trauma de face ........................................... 240 81. Trauma da transição toracoabdominal .... 241 82. Trauma na gestante ...................................243 ORTOPEDIA 83. Introdução ao estudo das afecções osteomioarticulares ................................... 247 84. Terminologia ortopédica...........................249 85. Infecção osteoarticular ............................. 252 86. Ortopedia adulto ........................................ 255 87. Ortopedia Pediátrica .................................262 88. Doenças do metabolismo ósseo .............264 89. Tumores ósseos e lesões pseudotumorais ..........................................266 90. Traumatologia .............................................269 91. Fraturas no adulto – coluna e bacia .......271 92. Fraturas no adulto – membros superiores ..................................................... 274 93. Fraturas no adulto – membros inferiores ....................................................... 276 94. Fraturas e luxações em crianças ............ 277 95. Luxações e lesões ligamentares – Medicina Esportiva .................................... 281 96. Doenças neuromusculares .......................283 UROLOGIA 97. Anatomia cirúrgica do trato geniturinário ................................................287 98. Imagens em Urologia .................................288 99. Urina I ............................................................ 291 100. Infecção do trato urinário .....................294 101. Cistite aguda.............................................298 102. Pielonefrite .............................................. 300 103. Litíase urinária .........................................303 104. Urgências urológicas não traumáticas...............................................306105. Traumatismo geniturinário.................. 308 106. Uropatia não obstrutiva – refluxo vesicoureteral ..........................................309 107. Doenças císticas do rim .......................... 311 108. Abscesso renal ..........................................312 109. Prostatites .................................................313 110. Hiperplasia prostática benigna ............315 111. Disfunção erétil ........................................317 112. Bexiga neurogênica ................................ 318 113. Bexiga hiperativa ....................................320 114. Incontinência urinária de esforço ....... 323 115. Fístulas urogenitais ................................324 116. Urologia Pediátrica .................................326 117. Câncer renal ..............................................328 118. Câncer de próstata .................................329 119. Câncer de bexiga ......................................331 120. Câncer de pênis ....................................... 333 121. Câncer de testículo ................................. 335 CIRURGIA VASCULAR 122. Obstrução arterial aguda ......................339 123. Obstrução arterial crônica de MMII ...342 124. Doença cerebrovascular extracraniana ...........................................344 125. Insuficiência venosa crônica ................. 347 126. Aneurismas ...............................................349 127. Trombose venosa profunda .................354 Índice Índice CIRURGIA PEDIÁTRICA 128. Cirurgia Pediátrica Geral ........................361 129. Gastrocirurgia Pediátrica ......................363 130. Cirurgia Torácica Pediátrica ................. 372 131. Oncologia Pediátrica .............................. 376 132. Outras malformações ............................ 381 OTORRINOLARINGOLOGIA 133. Anatomia em Otorrinolaringologia ....385 134. Métodos diagnósticos em Otorrinolaringologia ................................391 135. Otologia ..................................................... 393 136. Faringolaringologia ................................400 137. Rinologia ................................................... 408 138. Outras doenças de cabeça e pescoço no território ORL ..................................... 413 OFTALMOLOGIA 139. Conceitos gerais ...................................... 419 140. Erros de refração .................................... 419 141. Pálpebras ................................................. 420 142. Conjuntiva ................................................. 421 143. Esclera e episclera .................................. 421 144. Córnea .......................................................422 145. Cristalino ...................................................423 146. Glaucoma ...................................................424 147. Uveítes .......................................................425 148. Retina .........................................................425 149. Órbita .........................................................427 150. Tumores malignos ...................................428 151. Estrabismo ................................................428 152. Traumatismos oculares .........................429 153. Manifestações oculares na AIDS ........ 430 154. Toxicidade farmacológica...................... 431 ONCOLOGIA 155. Bases da Cirurgia Oncológica ..............435 156. Princípios de oncologia clínica e radioterapia ..............................................436 157. Síndromes genéticas e Oncologia .......439 158. Sarcomas de partes moles ................... 441 159. Câncer de pele..........................................443 160. Emergências oncológicas ......................445 161. Complicações dos tratamentos oncológicos .............................................. 448 162. Doenças malignas da mama ............... 450 163. Doenças benignas da mama ................454 164. Infecção por papilomavírus humano .....457 165. Câncer de colo de útero .........................462 166. Tumores de ovário ..................................464 167. Câncer de endométrio ...........................465 168. Tumores do sistema nervoso ..............466 CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO 169. Esvaziamentos cervicais .......................473 170. Traqueostomias .......................................475 171. Tumores cervicais ................................... 477 172. Doenças da glândula tireoide ..............479 173. Doenças das paratireoides ................... 481 174. Abscesso cervical ....................................482 175. Tumores de cavidade oral .....................483 176. Tumores de faringe ................................ 486 177. Tumores de laringe ................................ 489 178. Tumores de cavidade nasal e seios paranasais .................................................492 179. Doenças das glândulas salivares ........494 180. Complicações em Cirurgia de Cabeça e Pescoço ...................................................496 CIRURGIA TORÁCICA 181. Anatomia torácica................................... 501 182. Incisões torácicas ................................... 504 183. Complicações em Cirurgia Torácica ....505 184. Pneumotórax .......................................... 508 185. Derrame pleural ...................................... 510 186. Abscesso pulmonar .................................512 187. Hemoptise ..................................................513 188. Nódulo pulmonar solitário e tumores benignos do pulmão ................................515 189. Câncer de pulmão ....................................516 190. Carcinoma de pequenas células e tumores neuroendócrinos de pulmão ...518 191. Tumores da pleura ...................................519 192. Mediastinites aguda e crônica .............520 Índice 193. Síndrome da veia cava superior ...........521 194. Tumores do mediastino anterior ........ 523 195. Tumores neurogênicos do mediastino ................................................ 523 196. Miastenia gravis ......................................524 197. Patologias da traqueia ........................... 525 CLÍNICA MÉDICA 198. Anatomia e alterações no traumatismo cranioencefálico .............531 199. Pós-operatório de cirurgia cardíaca .................................................... 540 200. Parada cardiorrespiratória ...................544 201. Hipertensão arterial sistêmica - conceitos fundamentais ........................ 547 202. Hipertensão arterial sistêmica - tratamento ................................................551 203. Emergências hipertensivas .................. 553 204. Distúrbio do equilíbrio acidobásico ....556 205. Choque .......................................................559 206. Tromboembolismo pulmonar ...............561 207. Doenças da hipófise ...............................565 208. Doenças das adrenais ............................ 572 209. Distúrbios da hemostasia .....................578 210. Distúrbios da hemostasia primária ... 580 211. Distúrbios das hemostasias secundária e terciária ............................583 212. Trombofilias ..............................................585 213. Distúrbios do potássio ...........................589 214. Distúrbios do sódio ................................. 593 215. Distúrbios do cálcio ................................596 216. Sepse .......................................................... 601 217. Principais antimicrobianos .................. 606 CLÍNICA CIRÚRGICA CIRURGIA GERAL Resumão 21CIRURGIA GERAL Veia jugular interna O posicionamento é o mesmo já descrito. Posiciona-se à cabeça do paciente e localizam-se as 2 “cabeças” do músculo esternocleidomastóideo (ECM). É possível verifi car as “cabeças” da porção cla- vicular e esternal. Uma vez visualizado o “triângulo” formado por esses músculos, desliza-se o dedo em direção ao ápice do triângulo – este é o ponto da punção percutânea da veia. A punção deve ser feita com agulha a 30°em direção ao mamilo ipsilateral. A veia dista em 2 a 3cm da pele, portanto não se deve introduzir a agulha excessivamente. Se a veia não for encontrada, direciona-se a agulha mais para a lateral. Quando disponível, pode-se usar USG para auxiliar na punção. Veia jugular externa O acesso venoso dessa veia externa é muito útil em situações de urgência para rápidas administra- ções de fl uidos. Nas paradas cardíacas em que não se palpam os pulsos carotídeos, é uma punção de menor risco. Como se liga à veia cava superior, há chance de 10 a 20% de o cateter não ultrapassar esse ponto anatômico. Deve-se permanecer à cabeça do paciente e identifi car a veia jugular externa quando ela cruza o músculo ECM, normalmente em posição posterior a este. Se essa veia não for palpável nem visível, escolhe-se uma alternativa de acesso venoso. Insere-se a agulha alinhada com o eixo da veia e se introduz o cateter venoso ou o fi o-guia. Veia femoral Com o paciente em posição supina, localiza-se inicialmente a artéria femoral pela palpação abai- xo da prega inguinal. A veia está situada em posição imediatamente medial à artéria femoral. Um dedo deve ser mantido sobre a artéria para facilitar o reconhecimento da anatomia e para evitar a introdução iatrogênica do cateter na mesma. As principais complicações desse acesso são trombose venosa profunda, lesão arterial ou neurológica, infecção e fístulas arteriovenosas. 4 Suporte ventilatório não cirúrgico 1. Introdução As manobras de assistência ventilatória não invasivas são prioridade no suporte básico de vida de pacientes semiconscientes ou inconscientes. Uma vez diagnosticada a Parada Respiratória (PR), ou respirações agônicas tipo gasping, o socorrista deve estar preparado para manter uma ventilação adequada ao paciente, até o início dos cuidados avançados (Tabela). Diagnóstico de PR Posicionamento sobre a cabeça do paciente, para verifi cação dos movimentos respiratórios, bem como audição e sensação das inspirações e expirações (ver, ouvir, sentir) Manobras para via aérea pérvia - Elevação do queixo (chin lift), tração da mandíbula (jaw thrust) e cânulas nasofaríngea e oro- faríngea (Guedel); - Na suspeita de trauma ou lesão cervical, a cabeça deve ser mantida em posição neutra, e a imobilização da coluna cervical deve ser precoce com colar rígido e head blocks laterais. Suporte não invasivo Máscara facial, conectada ao fl uxo adequado de oxigênio (O2), e ventilação com AMBU® (Figura 1) Pacientes que permaneçam em PR, ou que não sejam capazes de manter a via aérea protegida, necessitam de via aérea defi nitiva, a qual se defi ne como um tubo endotraqueal, com cuff insufl ado, devida- mente fi xado, ligado a uma fonte de O2 a 100% que permita a adequada oxigenação dos pulmões. Pode ser cirúrgica (cricoti- reoidostomia, traqueostomia) ou não (in- tubação naso ou orotraqueal). Figura 1 - Material necessário para o suporte respiratório: (A) máscara fa- cial valvulada conectada ao balão para oxigenação manual temporária (AMBU®) e (B) ventilação não invasiva 22 SIC RESUMÃO | CLÍNICA CIRÚRGICAR3 2. Via aérea defi nitiva não cirúrgica As indicações de intubação traqueal estão resumidas na Tabela a seguir. A intu- bação nasotraqueal é contraindicada na suspeita de lesão na base do crânio e em casos de apneia. - Apneia; - Proteção das vias aéreas contra aspiração por vômitos ou sangue; - Trauma cranioencefálico com escala de coma de Glasgow ≤8; - Risco de obstrução por lesão de traqueia ou laringe, hematoma cervical ou retrofa- ríngeo, estridor; - Fraturas maxilofaciais graves; - Convulsão persistente; - Incapacidade de manter oxigenação com máscara de O2; - Necessidade de ventilação: paralisia neuromuscular, movimentos respiratórios inade- quados, trauma cranioencefálico grave com necessidade de hiperventilação. No caso de uma via aérea difícil, alguns recursos podem ser utilizados, como a máscara laríngea, a máscara laríngea que permite intubação, o tubo duplo-lúmen esofagotraqueal (Combitube®) e o bougie. Na impossibilidade da intubação oro ou nasotraqueal, o paciente torna-se candidato a via aérea defi nitiva cirúrgica. Figura 2 - Dispositivos auxi- liares: (A) máscara laríngea; (B) tubo esofagotraqueal Com bitube® e (C) bougie 3. Complicações, prevenções e condutas Complicações Prevenções Condutas Quebra e perda de dentes dentro da boca Verifi cação e remoção de dentes móveis ou próteses antes do procedimento Raio x de tórax após a intubação para verifi car se houve aspiração Trismo bucal -- Medicamentos miorrelaxantes Escape de ar bucal Checagem do balonete antes do procedi- mento Maior injeção de ar no balão ou troca da cânula e utilização de um fi o-guia Impossibilidade de visualizar as cordas vocais Manutenção da cabeça na posição adequada, utilização de lâmina do larin- goscópio mais apropriada, manutenção da aspiração orotraqueal, considerando dispositivos auxiliares Reposicionamento, escolha de uma lâmina diferente, manutenção de sucção adequada e compressão extrínseca da laringe (assistente) 5 Acesso cirúrgico das vias aéreas 1. Cricotireoidostomia A 1ª via de escolha para o acesso imediato das vias aéreas é a intubação orotraqueal. Entretanto, há situações em que o acesso cirúrgico deve ser considerado, como nas lesões maxilofaciais, nas queimaduras orais e no edema importante da glote. Nesses casos, está indicada a cricotireoidostomia, que pode ser por punção ou cirúrgica e deve ser realizada sobre o ligamento cricotireóideo, localizado entre a cartilagem tireoide superiormente e a cartilagem cricoide inferiormente. A cricotireoidostomia por punção (Figura 1 - A e B) garante oxigenação adequada por até 45 minutos, devendo ser substituída pela cricotireoidostomia cirúrgica ou traqueostomia nesse período. A cricotireoidostomia cirúrgica (Figura 1 - C), apesar de ser um procedimento a ser realizado na Emergência, é contraindicada para crianças <12 anos e em pacientes com trauma de laringe, situações em que deve ser realizada a traqueostomia de urgência. 23CIRURGIA GERAL Figura 1 - Cricotireoidostomia: (A) e (B) por punção (o AMBU® pode ser substituído por um sistema de fl uxo intermitente de O2, realizado com 4 segundos de fl uxo e 1 segundo para que ocorra troca gasosa) e (C) cirúrgica - Complicações Na suspeita de obstrução completa da região glótica por corpo estranho, a insufl ação em jato deve ser utilizada com cautela, pois pode causar trauma signifi cativo, como ruptura pulmonar e pneumotórax hipertensivo, situações em que deve ser utilizado baixo fl uxo (5 a 7L/min). Quando se utiliza cânula endotraqueal, é possível o seu deslo- camento. 2. Traqueostomia A traqueostomia consiste na abertura e na comunicação da traqueia com o espaço exterior por intermédio de uma cânula metálica ou de plástico (Figura 2). É um procedimento cirúrgico, de indicações precisas (Tabela a seguir). Indicações - Traumatismos graves faciais e cervicais (fratura de laringe); - Obstrução das vias aéreas superiores por corpo estranho, sem possibilidade de retirada imediata; - Tumores de faringe e de laringe com componente obstrutivo local; - Presença de grande quantidade de secreção traqueobrônquica que o paciente não consegue expectorar por conta própria; - Queimaduras das vias aéreas superiores (inspiração de ar quente nos incêndios ou de produtos tóxicos da combustão), risco nas vítimas de queimaduras de grandes áreas corpóreas; - Via aérea difícil; - Intubação orotraqueal prolongada; - Doenças neuromusculares progressivas com paralisia do nervo frênico e necessidade de assistência respiratória contínua. Figura 2 - (A) Aspecto fi nal do procedimento e (B) cânula de traqueostomia com balão em posição 24 SIC RESUMÃO | CLÍNICA CIRÚRGICAR3 Complicações Imediatas - Apneia por hipercapnia prolongada; - Sangramento, que pode originar-se das bordas da incisão, da glândula tireoide e de vasos cervicais de maior porte; - Pneumotórax/pneumomediastino; - Lesão do nervo laríngeo recorrente,esôfago e grandes vasos; - Edema agudo pulmonar pós-obstrutivo; - Falso trajeto no momento de passagem da cânula. Precoces - Problemas com a cânula: obstrução por secreção, deslocamento e intubação seletiva; - Sangramentos contínuos; - Enfi sema subcutâneo, que pode progredir para pneumotórax e/ou pneumomediastino; - Atelectasias. Tardias - Sangramentos que perduram mais de 48 horas (fístula traqueoinominada); - Traqueomalácia, estenose e fístulas; - Falha no fechamento do traqueostoma; - Disfagia. 6 Procedimentos torácicos 1. Toracocentese A toracocentese (Figura 1) é a técnica que permite a extração de líquido anormal acumulado no espaço pleural por meio de agulha ou cateter, introduzidos percutaneamente na cavidade torácica até o espaço pleural. Pode ser empregada com fi ns terapêuticos, quando a retirada do líquido da cavidade pleural diminui o quadro de insufi ciên- cia respiratória restritiva (Tabela a seguir), e/ou diagnósticos, com a fi nalidade de obter o líquido para análises bio- química, citológica e microbiológica. O procedimento guiado por ultrassonografi a tem sido cada vez mais utilizado, principalmente em derrames loculados ou em pacientes com manipulações torácicas prévias. Figura 1 - (A) Posicionamento do paciente e (B) local da punção Indicações - Derrame pleural de causa desconhecida ou de evolução progressiva; - Insufi ciência cardíaca com derrame unilateral acompanhado por dor torácica e febre; - Pneumonias com derrame pleural sem resolução após o tratamento antibiótico; - Cirrose hepática com derrame suspeito de infecção; - Compressão pulmonar. 25CIRURGIA GERAL A - Derrame pleural Há inúmeras causas que determinam um derrame pleural (cardíaca, infecciosa, traumática, secundária a asci- te volumosa, desnutrição energético-proteica grave etc.), porém, o diagnóstico de neoplasia maligna primária (de pleura) ou metastática deve sempre ser considerado. Geralmente, os derrames são de aspecto serossanguinolento, de moderados a extensos, com predomínio de linfócitos, macrófagos e células mesoteliais. Na bioquímica, o derra- me neoplásico caracteriza-se por ser exsudato, com glicose e pH baixos, e a citologia do líquido pleural contribuirá para o diagnóstico suspeito de neoplasia maligna (confi rmação em 45 a 75% dos casos). Nos derrames malignos, podem ser necessários procedimentos seriados até a programação da pleurodese. Transudato Exsudato Relação entre proteína do líquido pleural e sérica* ≤0,5 >0,5 Relação entre desidrogenase láctica do líquido pleural e sérica* ≤0,6 >0,6 Desidrogenase láctica no líquido pleural* <2/3 do limite superior no soro ≥2/3 do limite superior no soro Leucócitos Geralmente <1.000/mL Geralmente >1.000/mL Adenosina deaminase -- Presente em 95% dos casos de derra-me pleural por tuberculose Causas Insufi ciência cardíaca congestiva, em- bolia pulmonar, hipoalbuminemia, cir- rose hepática, síndrome nefrótica, ate- lectasias, glomerulonefrites Neoplasias, infecções, tuberculose, doenças cardíacas, colagenoses * Critérios de Light – pelo menos 1 deles deve estar presente. B - Complicações, prevenção e controle Complicações Prevenção e controle O líquido pleural parou de drenar no cateter. - Reposicionar a agulha, introduzindo-a um pouco mais ou redirecionando-a de forma cui- dadosa; - Pode ser necessário escolher outro espaço intercostal; - Checar as conexões locais. O líquido pleural está san- guinolento. - É possível ter havido punção do pulmão; retirar a agulha e reposicioná-la; - É possível que o líquido pleural seja um hemotórax. O paciente tosse durante o procedimento. - O cateter deve tocar a pleura do pulmão; reposicionar a agulha; à medida que o líquido diminui, o processo de tosse também diminui; - Solicitar ao paciente pequenas inspirações durante o procedimento; - Caso a tosse seja persistente, interromper o procedimento. Os ruídos pulmonares do hemitórax diminuem após o procedimento. Possibilidade de pneumotórax; checagem com raio x e, se >10%, drenar o tórax com tubo fechado. Outra possível complicação é o edema pulmonar de reexpansão, que se caracteriza por sintomas diversos que podem ser imperceptíveis, ou apresentar dispneia de diversas intensidades, dor torácica, tosse associada ou não à presença de escarro rosado e espumoso abundante, cianose e, principalmente, a presença de estertores à ausculta pulmonar. Para se prevenir tal evento, é necessário que o volume de líquido retirado não ultrapasse 1.000mL, so- bretudo se o derrame tem mais do que 72 horas de evolução. 2. Drenagem pleural ou torácica A drenagem pleural (ou torácica, ou “em selo d’água”) consiste na colocação de dreno entre o 5º ou 6º espaço intercostal, perpendicular à linha axilar média, no espaço pleural – este normalmente conectado a um sistema val- vular fechado tipo “selo d’água” – para a retirada de líquido e/ou ar. 26 SIC RESUMÃO | CLÍNICA CIRÚRGICAR3 Figura 2 - Drenagem pleural após trauma torácico Indicações - Drenagem de hemotórax ou derrame pleural de grande volume de qualquer etiologia; - Drenagem torácica profi lática em paciente com suspeita de trauma torácico antes do transporte para um centro médico especializado; - Drenagem de pneumotórax de grande proporção (>25%); - Tórax instável que requer ventilação mecânica; contusão severa pulmonar com derrame; - Derrame pleural de repetição, em que há possibilidade de pleurodese; - Pós-operatório de cirurgias torácicas e cardíacas com abertura da cavidade pleural. O sistema “em selo d’água” é mais comumente usado no trauma ou no pós-operatório de cirurgias torácicas. Em situações como cirurgias abdominais, em que pode haver derrame pleural, é possível optar pela colocação de dreno tipo Wayne (pig tail), muito menos traumático para o paciente. A retirada do dreno deve ser feita quando ele não está mais borbulhando (mesmo quando se solicita ao paciente tossir), com débito <200mL e total expansão pulmonar ao raio x. É solicitado ao paciente que inspire profundamen- te e prenda a respiração. O dreno é puxado com movimento fi rme e único, e a ferida aberta é tampada com gaze, cobrindo-o imediatamente com curativo. É prudente manter o curativo oclusivo pelo menos por 48 horas. Complicações Punção do fígado ou do baço Tal situação é totalmente previsível realizando a abordagem do 4º ou 5º espaço intercostal. Exteriorização do furo nos planos da parede torácica Determina a formação de enfi sema subcutâneo e inefi ciência do dreno. Reex- plorar o local e trocar o dreno. Punção cardíaca Tal situação é totalmente previsível e evitável, direcionando o dreno no sentido cranial e posterior. Passagem do tubo torácico ao longo da parede torácica, em vez da cavi- dade torácica Tal situação é possível entre pacientes obesos ou mal posicionados no leito. Nesse caso, alargar e aprofundar a dissecção entre as costelas e ter certeza de que o tubo direcionará corretamente, checar a região do tórax, inadvertida- mente dissecada porque poderão ocorrer hematomas locais e sangramentos pela incisão ao redor do dreno, e manter observação clínica constante. Acotovelamento do dreno intratorá- cico, visível no raio x de tórax Trocar o dreno, caso ele não funcione adequadamente. Infecção de pele A técnica é feita com assepsia e antissepsia, preferencialmente em ambientes não contaminados. Instituir antibioticoterapia apropriada. CLÍNICA CIRÚRGICA Resumão CIRURGIA VASCULAR 339CIRURGIA VASCULAR 122 Obstrução arterial aguda 1. Conceito Interrupção/diminuição súbita do fl uxo sanguíneo de uma artéria com ameaça potencial à viabilidade do terri- tório (ou órgão) irrigado por ela. 2. Causas Embolia, trombose e trauma. 3. Fisiopatologia Figura 1 - Fisiopatologia A gravidade das lesões varia de acordo com: - Local da oclusão; - Trombose secundária; - Espasmo arterial; - Circulação colateral; - Trombose venosa associada; - Resistência dos tecidos a hipóxia; - Tempo de isquemia; - Condições gerais do paciente. 4. Quadro clínico Os principaissinais e sintomas podem ser lembrados por meio do processo mnemônico dos 6 “Ps” (Tabela a seguir). Pulseless Ausência de pulso Pallor Palidez Pain Dor Paresthesia Parestesia Paralysis Paralisia/paresia Poikilothermia Hipotermia 5. Classifi cação de Rutherford para insufi ciência arterial aguda Classe Descrição Enchimento capilar Perda de motricidade Perda de sen- sibilidade Doppler arterial Doppler venoso I - Viável Sem risco de perda iminente Normal Ausente Ausente Audível: pressão >30mmHg Audível II - Em risco -- -- -- -- -- -- 340 SIC RESUMÃO | CLÍNICA CIRÚRGICAR3 Classe Descrição Enchimento capilar Perda de motricidade Perda de sen- sibilidade Doppler arterial Doppler venoso IIa - Risco marginal Recuperável quando tratado rapidamente Normal a lento Ausente Ausente ou discreto Inaudível Audível IIb - Risco imediato Recuperável quando imediatamente revas- cularizado Lento Discreta a moderada Presente (asso- ciada a dor de repouso) Inaudível Audível III - Inviável Perda tecidual grande ou dano de nervo irre- versível; amputação Ausente Maciça, paralisia (rigor) Total, anestesia Inaudível Inaudível 6. Etiopatogenia A - Embolia Progressão na corrente sanguínea de trombos, placas ateromatosas, células tumorais ou corpos estranhos que obstruem, parcial ou totalmente, a luz de uma artéria distante de seu ponto de origem. - Local mais frequente: bifurcação da artéria femoral (30 a 50% dos casos); - Principal fonte emboligênica: cardíaca (cerca de 95% dos casos); - Principal causa cardíaca: fi brilação atrial; - Outras causas não cardíacas: • Placas ateromatosas; • Aneurismas. B - Trombose Obstrução total ou parcial de uma artéria por trombo formado no local, originado por alterações endoteliais ou alterações de hemostasia (por exemplo, placa de ateroma, dissecção, hipercoagulabilidade). Os principais pacientes acometidos são arteriopatas crônicos, já com diminuição de pulsos e muitas vezes com antecedente de claudicação intermitente. São locais preferenciais: artéria femoral superfi cial no canal dos adutores, bifurcação da artéria poplí- tea, aorta distal, artérias ilíacas. Embolia Trombose Início Agudo Agudo ou subagudo/gradual Dor Intensa Moderada a intensa Cor Pálida/mosqueada com cianose Pálida/mosqueada cianótica Antecedente de claudicação Ausente Presente Doença cardíaca Frequente Incomum Fonte de êmbolos Frequente Incomum Défi cit de pulso contralateral Incomum Comum Presença de frêmito contralateral Incomum Comum 7. Diagnóstico História e exame físico 6 “Ps”: ausência de Pulso, dor (Pain), Parestesia, Paresia, esfriamento (Poikilothermia), Palidez Índice tornozelo–braço: relação entre a pressão arterial máxima medida no tornozelo e no braço com o uso de aparelho de Doppler portátil - Avaliação da gravidade na chegada: alterado se menor que 0,9; se abaixo de 0,3, isquemia crítica; - Seguimento após revascularização. 341CIRURGIA VASCULAR Exames de imagem Ultrassonografi a com Doppler Detecta pontos de oclusão e de estenose. Angiotomografi a computa- dorizada Se disponível e não for atrasar o tratamento defi nitivo, colocando o membro em risco, deve ser utilizada para planejamento cirúrgico. Atualmente as imagens têm qualidade parecida à da arteriografi a. Angiorressonância magnética É pouco utilizada. Arteriografi a - Padrão-ouro, avalia o local de obstrução e leito distal para revascularização; - Diferencia trombose de embolia: na embolia há obstrução “em taça invertida”, arté- rias lisas e pobre circulação colateral; na trombose há obstrução “em ponta de lápis”, artérias trabalhadas e circulação colateral presente; - Pode propiciar tratamento endovascular. 8. Tratamento Medidas gerais iniciais - Aquecimento e proteção do membro; - Posicionamento em proclive; - Analgesia; - Anticoagulação (heparina não fracionada ou de baixo peso molecular): ∙ Prevenção de trombose secundária; ∙ Pode ser o tratamento defi nitivo. - Hidratação IV; - Suplementação de O2. Conduta de acordo com a gravidade do membro na chegada (classifi cação de Rutherford) Rutherford I - Anticoagulação plena e observação (pesar relação risco–benefício em embolias); - Monitorização da resposta e avaliar necessidade de tratamento cirúrgico. Rutherford IIa (membro em risco marginal) Anticoagulação plena + revascularização programada Rutherford IIb (membro em risco imediato) - Anticoagulação plena + revascularização imediata; - Embolias: embolectomia com cateter de Fogarty; - Tromboses: pontes cirúrgicas ou tratamento endovascular. Rutherford III (membro inviável – casos mais graves com gangrenas avançadas e ameaça potencial à vida) Amputações 9. Síndrome da reperfusão Ocorrem alterações sistêmicas, como acidose metabó- lica, hiperpotassemia, hiponatremia, hipocalcemia e hiper- fosfatemia, bem como aumento de CPK, DHL, TGO e mio- globina, decorrentes da reperfusão sanguínea em território isquêmico com metabolismo anaeróbio. A síndrome compartimental pode dever-se ao edema muscular após a reperfusão com compressão dos nervos e vasos. Se não tratada com fasciotomia, pode levar a perda do membro por isquemia deste e lesão nervosa irreversível. Figura 2 - Fisiopatologia CLÍNICA CIRÚRGICA Resumão CIRURGIA TORÁCICA 501CIRURGIA TORÁCICA 181 Anatomia torácica 1. Esqueleto torácico e musculatura A - Esqueleto Anteriormente e lateralmente, há o gradeado costal, formado por 12 costelas: - 7 “costelas verdadeiras” ou “fi xas”. Fraturas das primeiras costelas: trauma de alto impacto; - 8ª a 10ª ou “arco costal”: as 8ª, 9ª e 10ª costelas são ligadas pelas carti lagens das costelas superiores, forman- do o chamado arco costal; - As 11ª e 12ª costelas são chamadas fl utuantes, por terem as bordas cartilaginosas livres. Fratura das últimas costelas: investigação de lesões toracoabdominais. Posteriormente, há a coluna torácica, formada por 12 vértebras torácicas, correspondentes aos arcos costais. Anteriormente, na caixa torácica, temos o esterno, que se divide em manúbrio, corpo e apêndice xifoide. B - Musculatura Todos os músculos torácicos têm função na respiração, por isso também são chamados “músculos respiratórios”. São subdivididos de acordo com seu grau de participação na venti- lação: - Principais: diafragma e intercostais; - Acessórios primários: esternocleidomas- tóideo, serrátil anterior, peitoral menor e escaleno; - Acessórios secundários: todos os outros músculos torácicos. C - Vascularização O suprimento sanguíneo da parede torácica anterior faz- se pelas artérias torácicas internas, que se originam das sub- clávias; a artéria torácica interna (mamária) se divide ao nível da 7ª costela em artéria epigástrica superior e musculofrênica. - Nutrição do nervo frênico: artéria pericardiofrênica (ramo da artéria torácica interna); - Lateralmente, a parede torácica é nutrida pelas artérias intercostais; - Drenagem venosa: anteriormente, drenam para as veias torácicas internas e daí para as subclávias; lateralmente, drenam para as veias intercostais e daí para a ázigos e a hemiázigos. 2. Diafragma Figura 1 - Anatomia do diafragma: observar os hiatos/forame e seus componentes, o nervo frênico como principal componente nervoso, o centro tendíneo (não contrátil) e as fi bras musculares Fonte: http://anatomiaonline.com/diafragma/. 502 SIC RESUMÃO | CLÍNICA CIRÚRGICAR3 3. Mediastino É o espaço virtual compreendido entre os 2 pulmões, delimitado pela refl exão da pleura sobre os hilos pulmo- nares, denominada pleura mediastinal. É delimitado em sua porção superior na abertura superior do tórax, inferior- mente pelo diafragma e laterolateralmente pelas cavidades pleurais. Além disso, é dividido em: Divisões mediastinais Mediastino Conteúdo Superior Timo, veias braquiocefálicas, veia cava superior, arco aórtico, traqueia, nervos frênicos, laríngeo recorrente e vago Anterior Área pré-vascular Médio Coração, pericárdio, tronco pulmonar, nervos frênicos e carina Posterior Aorta descendente,veia ázigos, veia hemiázigos, esôfago, cadeias simpáticas, nervos esplâncnicos, ducto torácico e vasos linfáticos Figura 2 - Compartimentos do mediastino 4. Pleura Figura 3 - Divisão das pleuras e suas relações Recessos pleurais: recesso costodiafragmático, costomediastinal, frenomediastinal e vertebromediastinal. 5. Traqueia A traqueia estende-se desde a cricoide (único anel cartilaginoso completo, ligado à cartilagem tireoide pela membrana cricotireóidea) até a carina, onde se bifurca em brônquios principais. 503CIRURGIA TORÁCICA Figura 4 - Visão da traqueia, laringe e brônquios anteriormente: corte transversal demonstrando contato da parede posterior com esôfago e mucosa ciliada no interior. É importante salientar que a porção cartilaginosa traqueal fi ca na parede anterior somente, sendo que na parede posterior se encontra somente a parede muscular, conforme a Figura 6. Pulmão A - Anatomia das vias aéreas e dos pulmões As vias aéreas são divididas, didaticamente, em superiores e inferiores. O ponto de divisão são as pregas vocais. - Superiores: compreendem o nariz, os seios da face, a faringe, a epiglote e a laringe; - Inferiores: desde a traqueia até as várias divisões dos brônquios. As subdivisões brônquicas afi lam até os sacos alveolares, responsáveis pelas trocas gasosas pulmonares. B - Anatomia dos pulmões O pulmão direito é constituído por 3 lobos divididos por 2 fi ssuras; uma fi ssura oblíqua, que separa o lobo inferior dos lobos médio e superior, e uma fi ssura horizontal, que separa o lobo superior do lobo médio. O pulmão esquerdo é dividido em 2 lobos: superior e inferior, separados por uma fi ssura oblíqua. Figura 5 - Anatomia e segmentação: visão anterior Sem nome