Buscar

Cardiopatias Congenitas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO
1. Introdução. ................................................................... 3
2. Reconhecimento ........................................................ 7
3. Cardiopatias acianóticas .......................................10
4. Cardiopatias cianóticas ..........................................25
5. Cardiopatias congênitas que se manifestam 
com arritmia ....................................................................43
6. Testes de oximetria .................................................44
Referências bibliográficas ........................................46
3CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
1. INTRODUÇÃO. 
Cardiopatia congênita é qualquer 
anormalidade na estrutura ou fun-
ção do coração que surge nas pri-
meiras oito semanas de gestação 
quando se forma o coração do bebê. 
As cardiopatias congênitas mais co-
muns incluem alteração em alguma 
válvula cardíaca, que influencia no 
fluxo sanguíneo dificultando ou im-
pedindo sua passagem, alterações 
nas paredes do coração levando a 
comunicações cardíacas que não de-
veriam existir e mistura do sangue 
oxigenado com o não oxigenado ou 
ainda a formação de um único ventrí-
culo. Pode ainda haver a combinação 
de malformações.
CONCEITO: A cardiopatia congênita 
pode ser definida como uma alteração 
estrutural do coração ou dos grandes 
vasos da base que representa signifi-
cante perda funcional real ou potencial.
FUNCIONAIS
ANORMALIDADES
Genética Uso de substâncias psicoativas Infecções virais
ANATÔMICAS
Sabe-se que manifestação clínica da 
cardiopatia congênita ocorre prin-
cipalmente nos primeiros meses de 
vida, mas vale ressaltar que o reco-
nhecimento da doença pode ser 
feito em qualquer fase da vida, tan-
to no período fetal como no paciente 
adulto, como acontece com os diag-
nósticos de comunicação interatrial 
em alguns casos. 
A cardiopatia congênita pode se dizer 
como uma doença da neonatologia 
pois dentre aqueles que são interna-
dos no primeiro ano de vida (maioria 
dentro dos números de casos), grande 
parte dos casos ocorrem no primei-
ro mês de vida e, dentro do primeiro 
mês, ocorrem na primeira semana. As 
doenças mais prevalentes nesse perí-
odo são dependentes do canal arterial, 
4CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
cujo fechamento agrava o quadro clíni-
co. Hipoplasia de ventrículo esquerdo, 
coarctação da aorta, transposição das 
grandes artérias, tetralogia de Fallot 
extrema e atresia pulmonar são exem-
plos dessas doenças.
A programação do nascimento é 
fundamental, como local, assistên-
cia neonatal e equipe especializada, 
já que podem ser fatores preditores 
para evitar complicações graves e 
desfechos fatais, caso o diagnóstico 
dessas patologias ocorra em perío-
do fetal. Os pacientes internados em 
período maior que 1 mês e inferior a 
6 meses apresentam 
enfermidades cujas 
manifestações clí-
nicas dependem da 
queda da resistência 
vascular pulmonar, 
como a comunicação 
interventricular (CIV), 
a persistência do ca-
nal arterial (PCA) e o 
defeito do septo atrio-
ventricular (DSAV).
O pediatra, assim 
como o obstetra e 
o médico generalis-
ta que trabalha com 
atendimento ao par-
to e/ou neonatais tem 
função importante na 
mudança do curso 
natural da cardiopa-
tia congênita, principalmente no que 
tange ao reconhecimento dessas 
enfermidades, assim, é necessário 
que ele suspeite essa alteração, reco-
nheça as condições que necessitam 
de tratamento com urgência e saiba 
aplicar a melhor conduta clínica antes 
de encaminhar o paciente a um cen-
tro especializado em tratamento da 
cardiopatia congênita (normalmente 
hospitais com UTI neonatais e centro 
cirúrgicos neonatais).
Isto posto, devemos, então, relembrar 
a formação embriológica do coração 
fisiologicamente normal, já que essa 
condições recaem principalmente 
para anomalias anatômicas. 
Figura 1. Modelo anatômico fisiológico do coração sem 
anormalidades. Disponível em: pngflow.com
5CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
O coração primitivo começa a se de-
senvolver como um único tubo des-
dobrado. O tubo cardíaco recebe 
sangue do corpo embrionário, que 
passa pelos segmentos dele na se-
guinte sequência:
• Seio venoso: recebe todo o retor-
no venoso do corpo embrionário e 
da placenta.
• Átrio: no início é uma câmara única 
que recebe sangue do seio venoso 
e o passa para o ventrículo.
• Ventrículo: no início é uma câmara 
única que recebe sangue atrial e o 
passa para o bulbo cardíaco.
• Bulbo cardíaco: recebe sangue 
ventricular e o passa para o tronco 
arterioso.
• Tronco arterioso: recebe sangue 
do bulbo cardíaco e o passa para 
o sistema do arco aórtico para dis-
tribuição nos pulmões e no corpo.
Este tubo cardíaco primitivo logo co-
meça a dobrar-se em uma “curva em 
S”. A câmara ventricular única se do-
bra para baixo e para a direita, e o átrio 
e o seio veneno se dobram para cima, 
posteriormente e para a esquerda, 
formando assim as posições definiti-
vas das futuras câmaras do coração 
(átrios superiores aos ventrículos). 
As quatro câmaras do coração (dois 
átrios e dois ventrículos) são forma-
das pela septação interna do único 
átrio e ventrículo do tubo cardíaco pri-
mitivo. Como a maior parte do sangue 
não perfunde os pulmões no útero (os 
pulmões estão cheios de líquido am-
niótico e estão parcialmente colapsa-
dos), a maior parte do sangue no átrio 
direito passa diretamente para o átrio 
esquerdo através de uma pequena 
abertura no septo interatrial chamada 
forame oval. 
O septo interatrial é formado pela 
fusão de um septo primário e de um 
septo secundário (o septo secundá-
rio se desenvolve no lado atrial direito 
do septo primário). Logo após o nas-
cimento, quando a pressão do átrio 
esquerdo excede a pressão do átrio 
direito (o sangue passa agora para os 
pulmões e retorna ao átrio esquerdo, 
aumentando a pressão no lado es-
querdo), os dois septos são empurra-
dos juntos e se fundem, formando a 
fossa oval do coração pós-natal. 
Enquanto o septo interatrial está se 
formando, o septo ventricular se for-
ma a partir do crescimento superior 
do septo interventricular muscular da 
base do ventrículo comum do coração 
em direção ao crescimento descen-
dente de um septo membranoso fino 
da almofada endocárdica.
Simultaneamente, o bulbo cardíaco e 
o tronco arterioso formam as vias de 
saída dos ventrículos, tronco pulmonar 
e aorta. A crista neural desempenha 
um papel fundamental na septação e 
desenvolvimento do tronco arterioso, 
6CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
à medida que se torna o tronco pul-
monar e a aorta ascendente.
O padrão de circulação fetal é o de 
troca gasosa e troca de resíduos de 
nutrientes/metabólicos pela placenta 
com o sangue materno (mas não a 
troca de células sanguíneas) e a dis-
tribuição de oxigênio e sangue rico 
em nutrientes para os tecidos do feto. 
Vários desvios permitem que o san-
gue fetal ignore amplamente o fígado 
(não é necessário para o processa-
mento metabólico no útero) e os pul-
mões (não é necessário para as tro-
cas gasosas no útero), para que o 
sangue possa ter acesso direto ao 
lado esquerdo do coração e ser bom-
beado para o sistema arterial fetal. No 
momento ou logo após o nascimento, 
essas derivações fecham, resultan-
do no padrão normal de circulação 
pulmonar e sistêmica observada no 
pós-natal.
Figura 2. Septação atrial. Disponível em: Netter clinical ana-
tomy, 4ed
7CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Figura 3. Septação ventricular. Disponível em: Netter clinical anatomy, 4ed
e síncope, se tratar de crianças maio-
res e adolescentes.
Os sintomas dos pacientes são ma-
nifestações de distúrbios hemodinâ-
micos e estão relacionados funda-
mentalmente às alterações no fluxo 
pulmonar. É por esse motivo que as 
cardiopatias congênitas são classi-
ficadas funcionalmente em cardio-
patia de hipofluxo, hiperfluxo e 
normofluxo pulmonar. Além dessa 
divisão, podemos agrupá-las como 
acianóticas ou cianóticas, como foi 
feito nesse módulo.
Dentre os exames possíveis para 
identificação de alguma anormalida-
de, temos o ecocardiograma (ECO) 
bidimensional com Doppler,que é 
o exame mais importante no diag-
nóstico e na avaliação funcional, a 
radiografia de tórax e o eletrocar-
diograma (ECG), que são exames 
mais acessíveis e contribuem na 
ESTRUTURA DERIVADOS
Tronco 
arterioso
Aorta
Tronco pulmonar
Bulbo 
cardíaco
Parte lisa do VD (cone arterioso)
Parte lisa do VE (vestíbulo da aorta)
Ventrículo 
primitivo
Parte trabeculada do VD
Parte trabeculada do VE
Átrio 
primitivo
Músculos pectinados do AD
Músculos pectinados do AE
Seio venoso
Parte lisa do AD (seio venarum)
Seio coronário
Veia oblíqua do AE
Tabela 1. Estruturas derivadas do coração primitivo. 
Fonte: Netter clinical anatomy, 4ed.
2. RECONHECIMENTO
As principais alterações clínicas dos 
neonatos e dos lactentes que justifi-
cam seus encaminhamentos são cia-
nose, insuficiência cardíaca, sopro 
e arritmia. Outros sintomas podem 
estar associados às anomalias con-
gênitas, como dor precordial, tontura 
8CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
formulação de uma hipótese de diag-
nóstico, mas não são determinantes 
para diagnóstico. Além desses, a TC, 
angioTC, ressonância magnética e 
estudo eletrofisiológico (nas arritmias) 
podem ser utilizados para avaliar o 
coração hemodinamicamente.
A cianose da criança com cardiopatia 
congênita é do tipo central e qua-
se sempre generalizada, mas em 
alguns casos ela pode ser evidente 
nos membros inferiores e ausente 
nos membros superiores e mucosas 
ou vice-versa – a qual é denominada 
cianose diferencial. As três causas 
da cianose são a presença de uma 
lesão obstrutiva direita com shunt da 
direita para esquerda, a conexão ven-
trículo-arterial discordante e a pre-
sença de uma mistura comum, como 
ocorre no ventrículo único. Vale pon-
tuar que a cianose pode ser leve ou 
mesmo ausente nos casos com fluxo 
pulmonar aumentado e grande mis-
tura arteriovenosa.
SE LIGA! O aparecimento da cianose 
ocorre quando a concentração da hemo-
globina reduzida no sangue circulante é 
maior que 5 g/dL, por isso ela pode estar 
ausente em crianças com anemia.
É necessário ainda que nos alertemos 
sobre a diferenciação entre a cianose 
de causa cardíaca e a não cardía-
ca (pulmonar, hematológica e neu-
rológica) e pode ser feito com ajuda 
do ECO. Após reconhecer a cianose 
como de origem cardíaca é necessá-
rio que se defina morfologicamente a 
anomalia responsável. 
A cianose jamais deve ser menos-
prezada ou apenas observada em 
nenhuma condição clínica, já que em 
algumas doenças, a criança aparenta 
estar normal nos primeiros dias, mas 
pode piorar subitamente e evoluir para 
óbito em poucas horas ou minutos. É 
por conta disso que se recomenda 
fazer uma investigação de urgên-
cia caso haja suspeita de cardiopatia 
congênita cianótica. No esquema a 
seguir, está exposto raciocínio diag-
nóstico das principais cardiopatias 
congênitas cianóticas, utilizando a clí-
nica, a radiografia de tórax e o ECG.
A Insuficiência cardíaca (IC) pode 
ser uma evolução de diversas des-
sas doenças, mas as principais são as 
cardiopatias congênitas de hiperfluxo 
pulmonar com hipertensão venoca-
pilar pulmonar e as doenças obstru-
tivas, nas quais predominam as obs-
truções esquerdas. O quadro clínico 
é de IC com taquipneia, cansaço e 
interrupções às mamadas, sudorese, 
taquicardia, cardiomegalia e hepato-
megalia, quadro já conhecido e bem 
genérico da própria IC.
Dois fatores são fundamentais para 
o desencadeamento da IC. O primei-
ro é o fechamento do canal arterial, 
que ocorre funcionalmente durante 
as primeiras horas ou dias iniciais de 
vida, e o segundo é a diminuição da 
9CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
resistência vascular pulmonar, que 
ocorre ao longo dos primeiros me-
ses de idade. Como o débito sistêmi-
co em doenças obstrutivas depende 
do fluxo da artéria pulmonar para a 
aorta através do canal arterial, ao fe-
char o canal, o fluxo sistêmico diminui 
abruptamente, ocorrendo IC e cho-
que cardiogênico. Fica claro, então, 
que as manifestações clínicas decor-
rem das alterações fisiológicas e por 
conta disso a idade do aparecimento 
da IC pode ser um fator de diferencia-
ção diagnóstica da doença.
SAIBA MAIS! 
A passagem de sangue da circulação sistêmica para a circulação pulmonar depende de uma 
diminuição significativa da resistência vascular pulmonar, o que ocorre a partir do final do 1º 
mês de vida. O aparecimento da anemia fisiológica contribui para essa diminuição.
IDADE DIAGNÓSTICO
< 48 
horas
Doença de Ebstein
Hipoplasia do VE
1ª 
semana
Estenose aórtica valvar grave
Drenagem anômala total das veias 
pulmonares
2ª e 3ª 
semana
Coarctação de aorta
> 3ª 
semana
CIV
PCA
Defeito do septo atrioventricular total
Origem anômala da artéria coronária E.
Ventrículo único sem estenose pulmonar 
Transposição das grandes artérias com 
CIV
Tronco arterioso
Dupla via de saída do VD sem estenose 
pulmonar
Tabela 2. Principais cardiopatias que desenvolvem com 
insuficiência cardíaca
O sopro cardíaco é o sinal clínico 
mais identificável nessas doenças. 
Quando ocorre em consulta de rotina, 
sem outros sintomas cardíacos as-
sociados, a cardiopatia normalmente 
é leve e de bom prognóstico. Nessa 
categoria, estão as cardiopatias com 
shunt da esquerda para direita e as 
cardiopatias obstrutivas isoladas. 
Como já visto, quando essas doenças 
apresentam repercussão hemodinâ-
mica, a causa de encaminhamento, 
em geral, é por IC. 
A arritmia, por sua vez, é uma ma-
nifestação rara de cardiopatia con-
gênita e normalmente se dá por um 
bloqueio atrioventricular. 
10CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
3. CARDIOPATIAS ACIANÓTICAS
e uma maior porção muscular, sendo 
que o muscular possui 3 componen-
tes: entrada, trabecular (ou muscular) 
e de saída. Assim, acaba por ser divi-
dida em quatro tipos de acordo com 
sua posição anatômica.
CARDIOPATIAS ACIANÓTICAS
Normofluxo
Coarctação da aorta
Estenose pulmonar
Estenose aórtica
Hiperfluxo
Comunicação interventricular
Comunicação interatrial 
Persistência de canal arterial 
Defeito do septo 
atrioventricular totalComunicação interventricular 
(CIV)
A CIV é a cardiopatia mais frequen-
te e consiste num orifício/defeito no 
septo interventricular (SIV), sendo 
responsável por cerca de 40% do to-
tal dessas enfermidades. Pode ocor-
rer em qualquer parte do mesmo, 
podendo ser único ou múltiplo, com 
tamanho e forma variável, 
sendo responsável, en-
tão, por uma passagem 
de sangue entre os dois 
ventrículos. Pode ocor-
rer também isoladamente 
ou associar-se a outras 
alterações condicionan-
do uma cardiopatia mais 
complexa.
O septo interventricular 
é dividido numa peque-
na porção membranosa Figura 4. Modelo anatômico simples de CIV. Disponível 
em: hospitalinfantilsabara.org.br
11CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
• CIV perimembranosa (membra-
nosa): o septo membranoso é uma 
pequena área do SIV adjacente à 
válvula aórtica (lado esquerdo) e 
ao lado da válvula tricúspide (lado 
direito). É a mais comum.
• CIV muscular (septo trabecular): 
é o defeito cuja margem é total-
mente composta por tecido mus-
cular, portanto, sem relação com 
as valvas cardíacas e o feixe de 
His. São subdivididas em apical (a 
mais comum), mesosseptal (cen-
tral), anterior (superior) e posterior, 
essas CIV são muitas vezes múlti-
plas (SIV tipo “queijo suíço”) ou as-
sociada a outros defeitos. 
• CIV duplamente relacionada (in-
fundibular, subpulmonar ou su-
barterial): localizam-se no septo 
de saída sendo as suas margens 
constituídas pelo anel pulmonar e 
aórtico, podendo haver prolapso de 
um das válvulas da valva aórtica e 
regurgitação da mesma associada.
• CIV justatricuspídea: É o defeito 
localizado abaixo da valva tricús-
pide não relacionada com o septo 
membranoso. Nesse caso, o feixe 
de His passa na borda anterior do 
defeito. Suas margens são consti-
tuídas pelo anel da valva tricúspide 
e pelas bordas musculares do sep-
to muscular da via de entrada do 
ventrículo direito.
Na vida fetal, as pressões nos ventrí-
culos são iguais, por isso a passagem 
de sangue pela CIV é irrelevante, mas, 
após o nascimento, com o fechamen-to dos shunts fisiológicos (placenta, 
forame oval e canal arterial), ocorre 
queda da pressão pulmonar e au-
mento da pressão sistêmica com a 
passagem de sangue da esquerda 
para a direita. Ou seja, a quantida-
de de sangue que passa através da 
CIV aumenta gradualmente, à medi-
da que diminui a resistência vascu-
lar pulmonar, mas fica claro que esse 
shunt pode ser limitado pelo tamanho 
do defeito. Resumindo, a resistência 
vascular pulmonar e o tamanho do 
defeito ditam a repercussão hemo-
dinâmica da CIV.
O fluxo aumentado na circulação pul-
monar chega ao átrio esquerdo e ao 
ventrículo esquerdo, dilatando-os e 
elevando a pressão diastólica e, por 
conseguinte, aumentando a pressão 
capilar pulmonar retrogradamente. 
O aumento da pressão venocapilar 
é responsável pelos sintomas de ta-
quipneia, dispneia aos esforços e in-
terrupções às mamadas. 
SE LIGA! Todas as cardiopatias com hi-
perfluxo pulmonar e aumento da pres-
são de átrio esquerdo apresentam esse 
mesmo mecanismo fisiopatológico.
A persistência crônica do fluxo pul-
monar aumentado e da hipertensão 
venocapilar provoca uma reação das 
12CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
arteríolas pulmonares, com espessa-
mento e fibrose da média e aumento 
da pressão da artéria pulmonar e do 
ventrículo direito. Se não houver uma 
correção da cardiopatia ocorre uma 
progressão dessa lesão arteriolar, 
com proliferação da íntima e obstru-
ção total da luz, causando uma hiper 
resistência vascular pulmonar com 
consequente aumento da hiperten-
são pulmonar, o que provoca shunt 
invertido pela CIV, da direita para es-
querda, e aparecimento da cianose. 
Esse estágio, conhecido como sín-
drome de Eisenmenger, impede de-
finitivamente a correção do defeito.
Como já dito, o quadro clínico varia 
de acordo com o tamanho da CIV. 
Na CIV pequena as crianças são as-
sintomáticas e acianóticas, apresen-
tando um crescimento e desenvol-
vimento normal. Percebemos sopro 
sistólico nas primeiras semanas de 
vida e a segunda bulha é normal, não 
havendo sopros diastólicos. Na CIV 
moderada a grande, percebemos 
um atraso no crescimento e desen-
volvimento, diminuição da tolerância 
ao exercício, infeções respiratórias de 
repetição e sinais de IC ocorrem du-
rante a infância. Na CIV moderada, 
na ausculta cardíaca, observam-se a 
2ª bulha hiperfonética na área pulmo-
nar e o sopro sistólico de regurgita-
ção (holossistólico). Na CIV grande, 
observa-se aumento do diâmetro 
anteroposterior do tórax, a 2ª bulha 
na área pulmonar é intensa e o sopro 
sistólico de regurgitação geralmente 
está presente.
Já na hipertensão pulmonar de lon-
ga duração podemos encontrar cia-
nose e diminuição do nível de ativida-
de física (Síndrome de Eisenmenger), 
como já explicado, e no exame físico 
cianose central e generalizada, a 2ª 
bulha na área pulmonar é intensa, 
palpável, e não se ausculta mais o so-
pro da CIV.
O Raio-X na CIV pequena é normal, 
na CIV moderada observa-se au-
mento da circulação pulmonar com 
cardiomegalia à custa das cavidades 
esquerdas, e na CIV grande há impor-
tante aumento da circulação pulmo-
nar, com sinais de hiperfluxo e con-
gestão venosa e uma cardiomegalia 
significativa, com consequente do 
aumento das cavidades esquerdas, 
da artéria pulmonar e do ventrículo 
direito. Na hiper-resistência vascular 
pulmonar, os vasos dos hilos pulmo-
nares ficam proeminentes, com au-
sência de vasos na periferia, e a área 
cardíaca pode estar normal ou discre-
tamente aumentada, com grande au-
mento da artéria pulmonar
O ECG mostra-se normal na CIV pe-
quena, na CIV moderada existe sobre-
carga ventricular esquerda e na CIV 
grande a sobrecarga é biventricular. 
Na hiper resistência pulmonar, obser-
va-se sobrecarga ventricular direita. 
O ECO é sempre o exame padrão ouro 
e o cateterismo pode ser utilizado 
13CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
pelos mesmos motivos das outras 
cardiopatias.
O tratamento clínico com diuréticos 
é indicado para pacientes com sinais 
de IC, e aqueles com sinais leves po-
dem ser tratados com o uso apenas 
de digital. Em casos mais graves, po-
demos fazer um vasodilatador tam-
bém, como um IECA.
O tratamento cirúrgico por meio de 
uma correção total é indicado em qual-
quer idade para aqueles que mantem 
sinais de IC mesmo com tratamento 
clínico. O tratamento eletivo deve ser 
feito quando o Qp/Qs (relação fluxo 
pulmonar/fluxo sistêmico por meio do 
ecocardiograma) for maior que 1,5, 
a partir do 10º mês de vida e até 2 
anos. Também é uma indicação im-
portante quando a CIV se encontra 
na via de saída, com potencial de de-
senvolvimento de insuficiência aórti-
ca. Além desses, a bandagem da ar-
téria pulmonar (tratamento cirúrgico 
paliativo) está indicado nos casos em 
que há múltiplas CIV ou não existem 
condições clínicas de correção total, 
com desnutrição importante e/ou si-
nais de hipertensão artéria pulmonar 
importante com muito baixo peso.
Comunicação interatrial (CIA)
A CIA se apresenta isoladamente ou 
associada a outras anomalias congê-
nitas e pode ser classificada em qua-
tro tipos anatômicos:
• CIA ostium secundum (OS): é o 
defeito mais comum e ocorre na 
região da fossa oval, sendo, por 
isso, também conhecida como CIA 
tipo fossa oval;
• CIA ostium primum (OP): é co-
nhecida atualmente como defeito 
do septo atrioventricular parcial 
e está localizada junto às valvas 
atrioventriculares; quase sempre 
está associada a fenda no folheto 
anterior da valva mitral;
• CIA seio venoso (SV): está lo-
calizada junto à desembocadura 
da veia cava superior e, em geral, 
está associada à drenagem anô-
mala parcial de veias pulmonares 
direitas;
• CIA seio coronário (SC): é um de-
feito raro, decorrente da presença 
de orifício no teto do seio coroná-
rio, permitindo passagem do átrio 
esquerdo para o átrio direito atra-
vés do óstio do seio coronário.
Na CIA, ocorre desvio do sangue 
do átrio esquerdo para o átrio di-
reito (sem turbilhonamento, ou seja, 
sem sopro identificável) em virtude 
da maior capacidade de distensão 
das paredes do átrio direito, da me-
nor resistência vascular pulmonar e 
da maior complacência do ventrículo 
direito. 
14CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Figura 5. Modelo anatômico simples de CIA. Disponível 
em: https://bit.ly/2YQwEc2 
No RN esse shunt ainda é mui-
to leve devido a elevada resistên-
cia vascular pulmonar e da menor 
complacência do ventrículo direito, 
assim, conforme a pressão diminui e 
a complacência ventricular direita au-
menta, o shunt aumenta. Por causa 
da passagem do sangue da esquerda 
para a direita pela CIA, há hiperfluxo 
pulmonar e retorno de sangue au-
mentado para o átrio esquerdo. Aqui 
o esvaziamento para o átrio direito 
ocorre e a pressão desse sistema não 
se eleva e é por isso que os pacientes 
não apresentam sinais de taquipneia, 
dispneia aos esforços e interrupções 
às mamadas, que são sintomas e si-
nais típicos de hipertensão venocapi-
lar pulmonar. 
Com o volume aumentado nas cavi-
dades direitas, há dilatação do átrio 
e do ventrículo direito e da artéria 
pulmonar, e um prolongamento no 
tempo de esvaziamento do ventrícu-
lo direito, denotado clinicamente pelo 
desdobramento fixo da 2ª bulha, 
que é o atraso no fechamento da val-
va pulmonar. Se não houver correção 
da CIA, o paciente pode desenvolver, 
em idade adulta, IC, arritmia e hiper-
tensão pulmonar.
SE LIGA! Quando em casos de CIA há 
sopro, esse sopro se justifica por ex-
cesso de volume passando pela válvu-
la pulmonar (sopro sistólico ejetivo em 
foco pulmonar), e não pela passagem do 
sangue pela CIA.
A maioria dos pacientes é assinto-
mática, mas algumas vezes podem 
apresentar fadiga, infecções respira-
tórias de repetição e palpitações. Nas 
CIA OP, os sintomas normalmente 
são mais graves e precoces na infân-
cia, com sinais de IC, atraso no de-
senvolvimento peso/altura e sopro de 
insuficiência mitral. A impulsão sistó-
lica do ventrículo direito é palpável na 
borda esternal esquerda por causa de 
sua dilatação.
No Raio-X notamos cardiomegalia à 
custa do átrio e do ventrículodireitos 
e da artéria pulmonar. A circulação 
15CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
pulmonar está aumentada sem sinais 
de congestão pulmonar, ou seja, não 
vemos vasos predominantes na por-
ção apical.
O padrão característico no ECG é a 
presença de complexo QRS tipo Rsr’ 
(distúrbio de condução do ramo di-
reito) nas derivações precordiais di-
reitas, por sobrecarga ventricular di-
reita, mas o exame pode ser normal 
no caso de CIA pequena. Na metade 
dos casos, observa-se mudança na 
onda P, sugerindo aumento atrial di-
reito. Na CIA grande, evidenciam-se 
hipertrofias atrial e ventricular direitas 
com desvio do eixo para a direita. Na 
CIA OP, além das alterações já men-
cionadas, observam-se hemibloqueio 
anterior esquerdo e sobrecarga ven-
tricular esquerda. 
O ECO confirma o diagnóstico e ca-
racteriza a CIA pela visualização di-
reta. A repercussão pode ser medida 
pelo aumento das cavidades direitas 
e pelo fluxo pulmonar, com o cálculo 
de Qp/Qs (relação do fluxo pulmonar 
com o fluxo sistêmico, em que o nor-
mal é 1:1). O cateterismo, raramente 
indicado para diagnóstico, é utiliza-
do quando há suspeita de drenagem 
anômala parcial das veias pulmona-
res ou para avaliação de pressões. 
SAIBA MAIS! 
Atualmente, a indicação de cateterismo é como objetivo terapêutico, para fechamento da CIA 
com dispositivos, nos casos de CIA OS com bordos bem delimitados.
O fechamento da comunicação está 
indicado quando Qp/Qs > 1,5:1 e 
pode ser feito por cirurgia ou catete-
rismo em CIA OS e correções da fen-
da na valva mitral e das anomalias de 
drenagem pulmonar devem ser rea-
lizadas concomitantemente. A corre-
ção cirúrgica eletiva tem de ser rea-
lizada por volta de 2 anos de idade, 
para evitar aumento crônico do átrio e 
do ventrículo direitos, que são causa 
de arritmia e de IC no adulto.
Persistência do canal arterial
O canal arterial está patente na vida 
fetal, como um curto e largo vaso co-
nectando a artéria pulmonar à aorta 
descendente, logo abaixo do istmo 
aórtico. É uma estrutura fundamen-
tal na circulação fetal e, após o nasci-
mento, seu fechamento funcional co-
mumente ocorre entre 12 e 15 horas 
de vida, e o anatômico é completado 
entre o 5º e o 7º dia de vida, prolon-
gando-se, em alguns casos, até o 21º 
dia. Em algumas situações, a PCA é a 
condição obrigatória para a manuten-
ção da vida do paciente.
16CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
SAIBA MAIS! 
Essa condição está associada à rubéola na gestação!
atingindo o padrão de adulto em tor-
no de 6 meses de vida. Se houver a 
PCA, o shunt passa a se direcionar da 
esquerda para a direita, levando a um 
desequilíbrio hemodinâmico, com au-
mento do fluxo na circulação pulmo-
nar e nas cavidades esquerdas. 
Assim, o aumento de volume nas ca-
vidades esquerdas provoca aumen-
to das pressões diastólicas e, con-
sequentemente, da pressão capilar, 
desencadeando todo o processo fi-
siopatológico descrito na CIV. A re-
percussão hemodinâmica dependerá, 
portanto, do diâmetro do canal arte-
rial e da resistência vascular pulmo-
nar. Nos prematuros, como a resis-
tência vascular é muito baixa, o shunt 
da aorta para a artéria pulmonar pode 
ser precoce e acentuado, provocando 
um quadro clínico muito importante 
e diferente do que ocorre no recém-
-nascido a termo. Assim como na 
CIV, a persistência crônica dessa do-
ença é capaz de levar à síndrome de 
Eisenmenger.
O quadro clínico da criança nascida 
a termo assemelha-se ao descrito 
para a CIV, mas com o desenvolvi-
mento da hiper resistência vascular 
pulmonar (síndrome de Eisenmenger) 
há inversão do shunt no canal arte-
rial, com aparecimento de cianose em 
Figura 6. Modelo anatômico simples de PCA. Disponí-
vel em: https://smart.servier.com/
Na circulação fetal, quase todo débito 
do ventrículo direito passa pelo canal 
arterial para a aorta descendente em 
direção ao dimídio inferior e à placen-
ta, e somente uma pequena porção 
desse sangue vai para os pulmões, 
enquanto que o débito do ventrículo 
esquerdo direciona-se principalmen-
te ao cérebro. Com o nascimento, eli-
minam-se os shunts fisiológicos (pla-
centa, forame oval e canal arterial) e a 
circulação torna-se em série. A pres-
são sistêmica se eleva e a pressão 
pulmonar diminui progressivamente, 
17CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
membros inferiores (cianose diferen-
cial). No exame físico, o sopro típico é 
contínuo na sístole (maior) e diástole 
(menor), com 2ª bulha hiperfonética 
e os pulsos periféricos são amplos. A 
PCA pode estar associada ao quadro 
da síndrome da angústia respirató-
ria e piorar o padrão respiratório, au-
mentando a taquicardia, a taquipneia 
e desenvolvendo edema pulmonar 
e nesses quadros o sopro pode es-
tar ausente. Precórdio hiperdinâmi-
co, pulsos amplos e sinais de edema 
pulmonar são significativos para o 
diagnóstico.
SE LIGA! PA divergente ocorre quando 
a pressão sistólica é maior despropor-
cionalmente a queda da pressão diastó-
lica (quando há a passagem do sangue 
pelo canal arterial)
O Raio-X no canal arterial pequeno é 
normal, mas quando há repercussão 
hemodinâmica, observa-se aumento 
da circulação pulmonar e da área car-
díaca, à custa das cavidades esquer-
das, da aorta e da artéria pulmonar. O 
ECG é normal na PCA pequena e nos 
casos com grande shunt da esquerda 
para a direita, observa- se sobrecarga 
ventricular esquerda. Com o desen-
volvimento da hipertensão pulmonar, 
ocorre sobrecarga ventricular direi-
ta, que predomina com a progressão 
para a síndrome de Eisenmenger. O 
ECO com Doppler é o exame-padrão 
para o diagnóstico dessa anomalia, 
pois, além de visualização do canal, 
é possível medir o seu diâmetro, ob-
servar a direção do shunt, quantificar 
a repercussão hemodinâmica pelas 
dimensões das câmaras cardíacas e 
estimar a pressão na artéria pulmo-
nar. O cateterismo deve ser evitado 
para diagnóstico, mas em raros ca-
sos, como na hipertensão pulmonar, 
a sua realização é importante.
Todas as PCA evidentes ao exame fí-
sico devem ser fechadas, mesmo as 
pequenas, em razão do risco de en-
docardite infecciosa. Em prematuros, 
a 1ª opção para os casos que neces-
sitam de fechamento é o tratamento 
medicamentoso, com a indometacina 
(inibidor de prostaglandina) e o ibu-
profeno, que ambos têm-se mostrado 
úteis. A cirurgia está indicada quando 
houver falência no fechamento medi-
camentoso ou em condições em que 
o prematuro não possa receber a dro-
ga e em crianças não prematuras, o 
fechamento está indicado em qual-
quer idade para IC congestiva. 
Obstrução na via de saída do 
ventrículo esquerdo (estenose 
aórtica)
Essa cardiopatia ocorre nas regiões 
subvalvar, valvar e supravalvar e elas 
podem ser progressivas, mesmo ten-
do fisiopatologia e clínica iguais. A es-
tenose subvalvar mais frequente é a 
subaórtica fixa, que se manifesta em 
três tipos: membranosa, fibromuscular 
18CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
e túnel fibroso. Epidemiologicamente, 
a estenose valvar é a mais frequente.
A hipertrofia concêntrica do ventrí-
culo esquerdo, redução da cavidade 
e diminuição do débito do ventrículo 
esquerdo são consequências da es-
tenose importante no período fetal e, 
por conta disso, após o nascimento a 
criança pode apresentar quadro de IC 
grave com o fechamento do canal ar-
terial, similar ao quadro clínico da sín-
drome de hipoplasia do ventrículo es-
querdo. Vale pontuar que na estenose 
aórtica moderada, a cavidade ventri-
cular esquerda é capaz de sustentar 
um débito sistêmico adequado. O pa-
ciente pode ser assintomático, mas, 
com o seu crescimento, começam a 
aparecer sinais de congestão pulmo-
nar e baixo débito sistêmico, devido 
a disfunção diastólica, que decorre 
do aumento da hipertrofia, desenca-
deado pela progressão da estenose. 
A estenose aórtica leve não provoca 
distúrbio no desenvolvimento e na to-
lerância ao exercício físico.
Figura 7. Modelo anatômico simples de estenose aórtica. Disponível em: News-medical.net
Na estenose crítica do RN, o quadro 
clínico é semelhante ao da hipoplasia 
do ventrículo esquerdo e em alguns 
casos, aIC desenvolve-se mais tar-
de, no 2º mês de vida, quando há um 
aumento da demanda para o débito 
cardíaco. O sopro cardíaco pode ser 
leve ou, em alguns casos, inaudível, 
em razão do baixo fluxo pela valva. A 
2ª bulha é hiperfonética. 
A estenose aórtica, que não se ma-
nifesta clinicamente nos primeiros 
meses de vida, evolui bem, sendo 
em geral assintomática. Em crianças 
maiores, podem aparecer sinais de 
19CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
dor precordial, tontura e síncope. O 
sopro cardíaco sistólico com irradia-
ção para fúrcula e faces laterais de 
pescoço é o sinal mais importante e 
que leva os pacientes à investigação 
cardiológica. 
No RN com IC, observamos impor-
tante cardiomegalia com congestão 
pulmonar. O ECG nos mostra sobre-
carga de câmaras direitas com alte-
ração de repolarização (alterações da 
onda T e do segmento ST). Nos as-
sintomáticos, o Raio-X é normal e o 
ECG mostra sobrecarga ventricular 
esquerda, mas pode parecer normal 
mesmo com gradiente grave. O ECO 
permite avaliar o local e a natureza da 
lesão, a morfologia da valva aórtica, a 
gravidade da obstrução, o tamanho 
e a espessura do ventrículo esquer-
do, o fluxo no canal arterial, as altera-
ções no padrão de fluxo e as lesões 
associadas.
A dilatação com cateter-balão ou a ci-
rurgia estão indicadas nos pacientes 
sintomático, enquanto que nos assin-
tomáticos, a indicação deve ser feita 
quando houver fluxo sistêmico canal-
-dependente ou um gradiente sistóli-
co maior que 60 mmHg. Nas crianças 
maiores, a dilatação com balão está 
indicada como primeira opção quan-
do o gradiente transvalvar for maior 
que 60 mmHg nos pacientes assin-
tomáticos e maior que 50 mmHg 
nos sintomáticos ou com alterações 
de ECG. A cirurgia deve ser realiza-
da quando esse procedimento não 
for efetivo ou em condições como hi-
poplasia do anel, displasia da valva e 
anomalias associadas.
Coarctação da aorta
É o estreitamento da Aorta e pode ser 
localizada ou segmentar, e se apre-
sentar nas regiões pré-ductal (entre a 
subclávia esquerda e a junção aorto-
ductal), paraductal e pós-ductal, sen-
do a pré-ductal a mais comum. 
SAIBA MAIS! 
A ocorrência de lesões obstrutivas múltiplas esquerdas, associadas à coarctação de aorta, é 
chamada de síndrome de Shone.
Quando a coarctação da aorta é muito 
importante, o débito sanguíneo para 
o dimídio inferior do corpo é feito pelo 
canal arterial, e com o fechamento do 
canal há súbito aumento no retorno 
venoso pulmonar e na pós-carga do 
ventrículo esquerdo, ou seja, gerando 
a falência do ventrículo esquerdo com 
sinais de IC grave. Já a coarctação 
não crítica evolui com hipertrofia do 
20CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
ventrículo esquerdo e hipertensão ar-
terial na parte superior do corpo, po-
dendo ainda desenvolver circulação 
colateral se a obstrução for desenvol-
vida gradualmente.
Figura 8. Modelo anatômico simples de coarctação da 
aorta. Disponível em: https://smart.servier.com/
O RN com coarctação grave desen-
volve clínica de IC e, algumas vezes, 
choque cardiogênico, na 2ª ou na 3ª 
semana de vida. Há ausência de pul-
sos em membros inferiores e normal-
mente não se ouve sopro. Crianças 
maiores podem ser assintomáticas, e 
a suspeita diagnóstica é feita pela di-
ferença de pulsos entre os membros 
superiores e os inferiores e hiperten-
são arterial. Outras queixas como 
fadiga, cefaleia, epistaxe e dor em 
membros inferiores são frequentes. 
O sopro pode ser ouvido em algumas 
situações.
No Raio-X do RN com IC, há cardio-
megalia com congestão pulmonar. 
O ECG mostra, na maioria dos ca-
sos, sobrecarga ventricular direita. O 
Raio-X nas crianças maiores pode ser 
normal com dilatação da aorta ascen-
dente. Em escolares e adolescentes, 
observam-se o “sinal de 3” e erosões 
nas superfícies inferiores das coste-
las e o ECG apresenta-se normal ou 
com sobrecarga ventricular esquer-
da. O ECO com Doppler é um exa-
me importante no auxílio diagnóstico, 
pois há necessidade de demonstrar 
a coarctação já que o gradiente de 
pressão pode estar ausente ou sub-
dimensionado nas coarctações gra-
ves. A ressonância magnética ou a 
tomografia helicoidal são exames que 
demonstram com mais clareza o tipo 
de lesão. Em alguns pacientes, o ca-
teterismo pode ser necessário para 
confirmação diagnóstica ou para es-
clarecer outras anomalias associadas. 
Em RN com choque cardiogênico, a 
conduta inicial é o uso de prostaglan-
dina, enquanto que a indicação para 
tratamento invasivo (dilatação ou ci-
rurgia) deve ser feita em todos os pa-
cientes sintomáticos e nos pacientes 
assintomáticos que apresentarem hi-
pertensão arterial ou sinais de reper-
cussão hemodinâmica nos exames 
complementares.
21CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
O tratamento deve ser de urgência 
nos RN e lactentes com IC, e eletivo 
nos pacientes assintomáticos em tor-
no do 1º ano de vida. A abertura da 
coarctação é feita pelo cateterismo 
cardíaco ou por cirurgia, sendo a ci-
rurgia a melhor escolha para crianças 
pequenas.
Estenose pulmonar
A EP está associada a rubéola con-
gênita e pode ser infundibular, valvar 
e supravalvar e a estenose valvar re-
presenta 90% dos casos. A valva pul-
monar estenótica clássica apresenta 
espessamento das lacíneas, com fu-
são comissural e abertura em cúpula 
que se projeta para a artéria pulmo-
nar durante a sístole ventricular. Ou-
tra forma de estenose é a displasia 
da valva, caracterizada por espessa-
mento mucoide, imobilidade da lací-
nea e ausência de fusão comissural. 
Essa displasia está frequentemente 
presente na síndrome de Noonan.
SAIBA MAIS! 
A estenose pulmonar associada à estenose aórtica supravalvar é um defeito cardíaco fre-
quente nos pacientes com Síndrome de Williams-Beuren. Essa é uma rara síndrome de 
deleção de genes contíguos que se caracteriza por fácies peculiar, anomalias oculares, den-
tárias, cardiovasculares, renais e esqueléticas, deficiência mental e, ocasionalmente, hipercal-
cemia na lactância. 
A EP provoca uma hipertrofia do ven-
trículo direito, com aumento da pres-
são nessa cavidade, mas o fluxo pul-
monar, apesar da estenose, é normal. 
Em situações em que a estenose é 
crítica, pode haver dificuldade no en-
chimento do ventrículo direito, com 
elevação da pressão no átrio direito e 
shunt da direita para a esquerda por 
meio do forame oval, e por conta dis-
so o paciente torna-se cianótico com 
hipofluxo pulmonar.
Figura 9. Modelo anatômico simples de 
estenose pulmonar. Disponível em: https://bit.
ly/2VBSHlO
22CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Na maioria dos casos, o paciente é 
assintomático, mas sintomas como 
dispneia aos esforços, fadiga, dor 
precordial e síncope são referidos. Na 
estenose crítica, pode haver cianose 
central e ocorrer morte súbita. A ca-
racterística da ausculta é o estalido 
protossistólico, sopro sistólico de eje-
ção na borda esternal esquerda alta 
com 2ª bulha hipofonética. 
O Raio-X nos mostra área cardíaca 
normal com circulação pulmonar tam-
bém normal, e a artéria pulmonar é pro-
eminente, devido a dilatação pós-es-
tenótica. Vale pontuar que nos casos 
com estenose crítica, a área cardíaca 
pode estar aumentada e a circulação 
pulmonar, diminuída. O ECG pode ser 
normal nos casos leves ou mostrar 
sobrecarga ventricular direita. O ECO 
nos mostra a lesão e a quantifica.
O tratamento de escolha é a dilata-
ção com cateter-balão, devendo ser 
indicado em todos os pacientes sin-
tomáticos e nos assintomá-
ticos quando o gradiente 
transvalvar for maior que 
50 a 60 mmHg. O trata-
mento de escolha é a 
abertura cirúrgica em ca-
sos que resultado pode 
ser insignificante (casos de valva 
displásica).
Defeito do septo atrioventricular 
total (DSAVT)
Esta é uma anormalidade do desen-
volvimento dos coxins endocárdicos, 
resultando em uma comunicação in-
teratrial (CIA), uma comunicação in-
terventricular (CIV) e uma única valva. 
A alteração morfológica básica aqui é 
a presença de uma junção atrioven-
tricular comum, ou seja, uma valva 
comum entre as cavidades atriais e 
ventriculares, associada a umaco-
municação atrial e a uma CIV. 
O shunt acontece da esquerda para a 
direita, seja no átrio ou no ventrículo, 
mas também existe uma passagem 
de sangue do ventrículo esquerdo 
para o átrio direito, por causa da in-
competência ou da anormalidade da 
valva atrioventricular. 
Figura 10. Modelo anatômico simples 
de DSAVT. Disponível em: https://bit.
ly/2BjuCcI
23CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Figura 11. Modelo anatômico simples de defeito no 
septo atrioventricular. Disponível em: https://smart.
servier.com/
O quadro clínico segue com dispneia, 
baixo desenvolvimento pondero-
-estatural e infecção respiratória de 
repetição. Em crianças com insufici-
ência importante da valva atrioven-
tricular, a IC pode ser mais precoce e 
muitas vezes elas são refratárias ao 
tratamento clínico. 
No exame físico, por causa das pres-
sões equilibradas nos átrios e nos 
ventrículos, o sopro pode ser discreto 
ou até mesmo ausente, e, além disso, 
na presença de regurgitação impor-
tante da valva atrioventricular, aus-
culta-se um sopro sistólico de regur-
gitação em borda esternal esquerda. 
A 2ª bulha é hiperfonética, algumas 
vezes com desdobramento fixo. Com 
o desenvolvimento de hipertensão 
pulmonar com hiper resistência vas-
cular pulmonar, há o aparecimento de 
cianose generalizada, cuja alteração é 
mais precoce na síndrome de Down.
SAIBA MAIS! 
O sopro na CIA é sistólico ejetivo em foco pulmonar e não ocorre devido ao fluxo nos átrios. O 
fluxo de sangue entre os átrios tem um gradiente de pressão baixo o qual não é o suficiente 
para gerar sopro audível. O que ocorre é que há um hiperfluxo de sangue nas câmaras direi-
tas e este pode causar sopro em foco pulmonar devido ao excesso de sangue que passa pela 
valva pulmonar na sístole. Em alguns casos pode-se também auscultar um sopro diastólico 
em foco tricúspide devido ao hiperfluxo através desta valva.
O Raio-X nos mostra aumento da cir-
culação pulmonar e da área cardíaca. 
O ECG mostra hemibloqueio anterior 
esquerdo e no paciente sem hiper-
tensão pulmonar importante, obser-
vamos sobrecarga biventricular com 
padrão de distúrbio de condução do 
ramo direito. O ECO com Doppler é o 
padrão-ouro para o diagnóstico des-
sa lesão e nos mostra tamanho da 
CIA, tamanho da CIV, tipo da valva 
atrioventricular, balanceamento dos 
24CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
ventrículos, via de saída do ventrículo 
direito, via de saída do ventrículo es-
querdo, anomalias da valva atrioven-
tricular e outras anomalias associa-
das, como a PCA. O cateterismo está 
indicado para o estudo das pressões.
O tratamento sempre é cirúrgico e a 
correção definitiva deve ser feita em 
torno dos 6 meses de vida, principal-
mente nos pacientes com síndrome 
de Down. Além disso, a bandagem 
da artéria pulmonar está indicada em 
pacientes de baixa idade com IC re-
fratária ao tratamento clínico, e em 
outras situações que não permitem a 
correção total, como o desbalancea-
mento dos ventrículos.
Interrupção do arco aórtico
A interrupção do arco aórtico é uma 
doença rara, com frequência de 
0,04% entre as cardiopatias congê-
nitas. Existem três tipos morfológicos:
• tipo A: interrupção distal à artéria 
subclávia esquerda;
• tipo B: interrupção entre a artéria 
subclávia esquerda e a carótida 
esquerda;
• tipo C: interrupção entre o tronco 
braquiocefálico e a artéria carótida 
esquerda.
O quadro clínico é semelhante ao da 
coarctação da aorta e o tratamento ci-
rúrgico é obrigatório, pois a evolução 
natural mostra óbito em todos os ca-
sos dentro dos primeiros 6 meses de 
vida.
Origem anômala da coronária 
esquerda
A origem anômala da coronária es-
querda é condição na qual a artéria 
coronária esquerda emerge da artéria 
pulmonar. Geralmente é do seu tron-
co, e, em raras ocasiões, do seu ramo 
esquerdo.
Nesse caso a criança nasce bem e 
começa a apresentar sintomas no fi-
nal do 1º mês, com queda da resis-
tência vascular pulmonar e diminui-
ção da perfusão coronariana, e, por 
isso, ocorre isquemia miocárdica e 
aparecimento de sintomas, como a 
irritabilidade intensa, com sudorese 
e palidez. Em razão da isquemia do 
músculo papilar pode ocorrer IC, di-
ficuldade para se alimentar e sopro 
cardíaco de insuficiência mitral. Al-
guns casos apresentam poucos sin-
tomas, por causa do desenvolvimento 
de circulação colateral pela coronária 
direita, e nesses pacientes o diagnós-
tico é mais tardio. O ECG é típico e 
nos mostra infarto na região lateral e 
sinais de isquemia difusa de ventrícu-
lo esquerdo. No ECO, identificamos a 
origem anômala da coronária esquer-
da e os sinais de isquemia do múscu-
lo papilar. O tratamento é cirúrgico e o 
prognóstico é bom.
25CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
4. CARDIOPATIAS 
CIANÓTICAS
São as cardiopatias que 
se manifestam principal-
mente com cianose. O es-
quema a seguir mostra as 
principais características 
dessas condições.
CARDIOPATIAS ACIANÓTICAS
Persistência do canal arterial
Prematuridade
Sopro em locomotiva
Coarctação de aorta
Queda dos pulsos em 
membros inferiores
Sopro mesotelesistólico
Defeito do septo 
atrioventricular
Total ou parcial
Desdobramento 
da 2ª bulha
Comunicação interventricular
Frêmito em BEE baixo
Membranoso
Muscular
Defeito no septo 
interventricular
Comunicação interatrial
Ostium primium
Ostium secundum
• Forame oval patente
Desdobramento 
da 2ª bulha
Sopro sistólico ejetivo
CARDIOPATIAS CIANÓTICAS
Hipofluxo
Tetralogia de Fallot
Dupla via de saída do VD 
com estenose pulmonar
Normofluxo
Transposição das grandes 
artérias com forame oval
Hiperfluxo
Drenagem anômala total 
das veias pulmonares
Transposição das 
grandes artérias com CIV
Atresia tricúspide
Atresia Pulmonar
Dupla via de saída do VD 
sem estenose pulmonar
Tronco arterioso
26CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Transposição das grandes artérias 
Também conhecida como TGA, esta 
é a cardiopatia cianótica mais comum 
em recém-nascidos, e de forma am-
pla, há uma relação anormal entre as 
grandes artérias e os ventrículos, de 
modo que a aorta se origina do ven-
trículo direito, e a artéria pulmonar, do 
ventrículo esquerdo, ou seja, a circu-
lação pulmonar e sistêmica estão em 
paralelo. 
SAIBA MAIS! 
A transposição das grandes artérias (TGA) é um termo amplo que inclui tanto dextroTGA 
(d-TGA) como um defeito mais raro chamado levoTGA (l-TGA).
• d-TGA: uma variação mais comum na qual a aorta é posicionada à direita e na frente da 
artéria pulmonar, originando-se do ventrículo direito em vez do esquerdo.
• l-TGA: uma variação menos comum na qual a aorta é posicionada à esquerda e na frente 
da artéria pulmonar.
O sangue venoso sistêmico que che-
ga ao átrio direito passa para o ven-
trículo direito e dele para a aorta, 
levando sangue insaturado para a cir-
culação sistêmica. Paralelamente, no 
lado esquerdo, o sangue oxigenado 
que chega ao átrio esquerdo passa 
para o ventrículo esquerdo e retorna 
para a circulação pulmonar. 
Você deve se perguntar como o pa-
ciente ainda nasce vivo com essa con-
dição, e isso pode ser justificado pela 
existência do forame oval patente, ou 
comunicação interventricular (CIV), 
ou de um canal arterial persistente, 
que comunicam os corações defeitu-
osos direito e esquerdo e possibilitam 
uma mistura do sangue saturado e o 
não saturado.
Figura 12. Modelo anatômico da TGA simples. Disponí-
vel em: https://smart.servier.com/
Com o fechamento fisiológico do ca-
nal arterial e do Forame Oval na TGA 
simples, inicia-se um processo de 
27CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
hipóxia progressiva, em função da 
mistura insuficiente, que pode levar 
ao óbito do paciente. Na TGA com 
CIV isso não ocorre, por causa da 
manutenção constante da mistura 
de sangue. Na TGA simples, o fluxo 
pulmonar é normal ou discretamente 
aumentado, e a clínica predominante 
é a cianose. Na TGA com CIV, o fluxo 
pulmonar está aumentado e a clínica 
é de IC com cianose leve.
Acerca das manifestações clíni-
cas, o RN pode se apresentar bem 
ao nascimento por possuir o forame 
oval patente, mas com cianose leveou discreta, piorando de forma pro-
gressiva e acentuada à medida que 
ocorre o fechamento do canal arte-
rial, gerando posteriormente hipóxia 
e acidose metabólica. Essa sequência 
resulta em disfunção miocárdica e 
por isso começam a surgir os sinais 
de IC: taquipneia, cansaço às mama-
das, gemência e palidez cutânea. Não 
se ausculta sopro e a 2ª bulha é única 
e alta, em virtude da posição anterior 
da aorta.
Dentro dos casos de TGA com CIV 
podemos observar cianose leve que 
piora ao choro ou a mamada, sem ou-
tros sinais clínicos. Após a 1ª semana, 
quando a diminuição mais importan-
te da resistência vascular pulmonar 
acontece (hipofluxo pulmonar), o pa-
ciente pode desenvolver IC. Há sinais 
de aumento da área cardíaca com im-
pulsões sistólicas na borda esternal 
esquerda, a 2ª bulha é alta e não se 
ausculta sopro também.
SAIBA MAIS! 
Nos pacientes com CIV e obstrução na via de saída do ventrículo esquerdo, o quadro clínico 
predominante é a cianose com sopro sistólico de ejeção desde o nascimento. O diagnóstico 
pré-natal modifica o prognóstico dos pacientes que apresentam essa patologia com comuni-
cação interatrial (CIA) e persistência do canal arterial (PCA), com a instituição de medicamen-
tos que mantêm o canal arterial patente, evitando o quadro de hipóxia e acidose metabólica, 
com correção cirúrgica precoce, diminuindo a morbimortalidade.
Para diagnóstico, sobre o Raio-X 
da TGA simples, a área cardíaca ge-
ralmente é normal, porém podemos 
ver leve cardiomegalia, e a circulação 
pulmonar é normal ou discretamente 
aumentada. O mediastino superior é 
estreitado em virtude da posição das 
grandes artérias e podemos ver o co-
ração como se fosse um ’’ovo deita-
do’’. Sabe-se que em casos com CIV, 
a área cardíaca e a circulação pulmo-
nar se encontram aumentadas.
28CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Figura 13. Radiografia de tórax em caso de TGA. Dis-
ponível em: https://bit.ly/3eRsEyv
O ECG no paciente com TGA simples 
mostra uma sobrecarga ventricular 
direita com sobrecarga ventricular, e 
biventricular em casos com CIV. 
SAIBA MAIS! 
Encontramos no ECG um desvio de eixo para a direita, sobrecarga ventricular direita e V1 com 
morfologia Rs e R’ com onda T positiva em V1 e V2.
Além disso, o ECO pode ser utilizado 
para nos mostrar os aspectos anatô-
micos anormais: relação espacial das 
grandes artérias, tamanho dos ven-
trículos, medida dos anéis das valvas 
aórtica e pulmonar, origem das arté-
rias coronárias, dimensão da CIA e da 
CIV, permeabilidade do canal arterial 
e identificação de defeitos associados.
O tratamento divide-se em clínico e 
cirúrgico. Sobre o tratamento clínico, 
pode-se fazer:
• Infusão de Prostaglandina E1 (que 
retarda o fechamento do canal 
arterial);
• Oxigenioterapia;
• Atriosseptostomia de Rashkind 
(com cateter-balão);
• Corrigir distúrbios acidobásicos e/
ou hidroeletrolítico;
• Digoxina e diuréticos caso haja IC.
SE LIGA! A infusão de PGE1 geralmen-
te é útil na TGA, mas pode ser prejudicial 
se o forame oval patente é pequeno. A 
PGE1 pode ter o efeito oposto no forame 
oval patente com uma pequena abertu-
ra porque o aumento no retorno de san-
gue ao átrio esquerdo pode fechar a aba 
do forame oval, levando à uma mistura 
diminuída. Além disso, a abertura do ca-
nal pode diminuir o fluxo sanguíneo sis-
têmico. Assim, deve-se utilizar a PGE1 
com precaução e deve-se monitorar os 
pacientes atentamente.
29CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Figura 15. Modelo das alterações anatômicas da Tetra-
logia de Fallot. Disponível em: pediatriaufcspa.wix.com
Figura 14. Septostomia atrial por 
balão (procedimento de Rashkind). 
Nesse procedimento, avança-se 
um cateter revestido com balão até 
o átrio esquerdo através do forame 
oval patente. O balão é inflado e 
abruptamente desviado para o átrio 
direito, ampliando assim a abertu-
ra no septo atrial. O procedimento 
melhora imediatamente a satura-
ção arterial sistêmica de oxigênio. 
Disponível em: https://msdmnls.
co/38u7TH3
Sobre o tratamento cirúrgico:
• Cirurgia de Jatene (a troca arterial 
patológica para a fisiológica) nas 2 
primeiras semanas de vida. Se for 
com CIV pode ser feita após isso, 
já que a CIV equaliza as pressões 
entre ventrículos.
Tetralogia de Fallot
É um conjunto de anormalidades que 
envolve: comunicação interventri-
cular (CIV), estenose pulmonar, 
dextroposição (ou cavalgamento) 
da aorta e hipertrofia do ventrículo 
direito e que fazem o sangue circular 
pelo corpo sem oxigênio suficiente. 
30CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
A quantidade de sangue desviado do 
ventrículo direito para a circulação sistê-
mica depende do tamanho da estenose 
pulmonar, ou seja, quanto mais esteno-
se mais cianose e mais alto o sopro e o 
oposto é verdadeiro. Nos casos de RN 
em que há uma obstrução grave na via 
de saída do ventrículo direito (cianose 
grave desde o nascimento), a circula-
ção pulmonar pode ser dependente da 
persistência de um canal arterial. Crian-
ças maiores podem apresentar baque-
teamento digital e adotar a posição de 
cócoras para melhora da hipóxia, que 
acaba sendo um opção de tratamento.
A crise de hipóxia é comum e nessa 
situação o paciente apresenta ciano-
se intensa, acompanhada por taquip-
neia e, frequentemente, alterações de 
consciência. A crise geralmente ocor-
re pela manhã, precipitada por ati-
vidades como defecar ou chorar e é 
mais frequente em lactentes, entre 2 
e 6 meses de idade. É preciso intervir 
rapidamente nessas crises.
SE LIGA! Lactentes com pouca cianose 
são propensos a episódios mais graves, 
são os chamados de ‘’Pink Fallot’’. O que 
ocorre é que esses pacientes não estão 
adaptados (não possuem uma policite-
mia ) para remediar a crise de hipóxia.
No exame físico não se observa hi-
peratividade do precórdio e pode não 
haver frêmito. A 1ª bulha tem inten-
sidade normal ou pouco aumentada, 
a 2ª bulha é única e o sopro varia de 
intensidade e duração de acordo com 
o grau da estenose pulmonar, como 
já dito. É válido pontuar que os sinais 
de IC raramente estão presentes.
SE LIGA! O sopro tende a diminuir ou 
até mesmo desaparecer, refletindo a di-
minuição da passagem de sangue pela 
valva pulmonar.
Obstrução da saída do 
ventrículo direito
Hipertrofia do VD
Tetralogia 
de Fallot Comunicação interventricular
Dextroposição da aorta
ALTERAÇÕES ANATÔMICAS NA TETRALOGIA DE FALLOT
31CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
O diagnóstico é obtido intraútero na 
maioria dos casos, mas após o nas-
cimento, o ECO é o exame mais efi-
ciente para detecção dessa condição. 
O Raio-X pode nos mostrar uma área 
cardíaca normal ou aumentada, mas 
principalmente o chamado ‘’coração 
bota’’. O ECG evidencia alterações elé-
tricas que justificam a hipertrofia ven-
tricular direita, com onda T ascendente 
em V1 com onda R pura e sem onda S.
Figura 16. Radiografia de tórax em caso de Tetralogia 
de Fallot. Disponível em: biomed.com.br
Acerca do tratamento clínico, deve-
mos oferecer um suporte de oxigê-
nio para evitar piora cianose e evitar 
crise de hipóxia, como no esquema a 
seguir:
• Fornecer oxigênio;
• Morfina para supressão de centro 
respiratório e evitar taquipneia;
• Posição joelho-tórax e uso de va-
soconstritores (epinefrina) para 
aumentar a resistência vascular 
periférica;
• Bicarbonato de sódio intravenoso;
• Betabloqueadores para relaxa-
mento de musculatura infundibular 
(propranolol);
• Cetamina para sedar e aumentar a 
resistência vascular periférica.
FÁRMACO
VIA DE 
ADMINISTRAÇÃO
DOSE INICIAL DOSE MÁXIMA
Esmolol IV
100–500 mcg/kg por 1 min
Proceder com infusão de 25–100 mcg/kg/min
500 mcg/kg/min
Morfina IV, IM ou SC 0,1 mg/kg 0,1 mg/kg
Fenilefrina IV
5–20 mcg/kg a cada 10–15 min, conforme 
necessário
Proceder com Infusão de 0,1–0,5 mcg/kg/min
Bolo máximo, 500 mcg
Infusão máxima, 5 mcg/
kg/min
Propranolol IV 0,015–0,02 mg/kg, escalonada para efeito 0,1–0,2 mg/kg
Tabela 3. Fármacos para crises hipercianóticas. Fonte: https://msdmnls.co/2VEvWxx
A cirurgia de correção total vem sen-
do realizada nos grandes centros aos6 meses e consiste no fechamento 
da CIV e na ampliação da via de saída 
do VD. Além dessa, pode ser feita o 
Shunt sistêmico pulmonar (Blalock 
-Taussig).
32CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Figura 17. Shunt de Blalock-Thomas-Taussig (também chamado de shunt de Blalock-Taussig). (A) derivação clássica 
de Blalock-Thomas-Taussig do lado direito. (B) derivação de Blalock-Thomas-Taussig modificada do lado direito, que 
utiliza um tubo de Dacron para criar a comunicação entre a artéria subclávia e a artéria pulmonar. Na era moderna, a 
derivação modificada é preferida. O shunt atua para aumentar o fluxo sanguíneo e a saturação da artéria pulmonar e 
é realizado como procedimento paliativo em pacientes cianóticos com fluxo sanguíneo pulmonar reduzido. Esses des-
vios podem ser realizados no lado esquerdo ou direito. Disponível em: 2020, UpToDate Inc.
quantidade de fluxo sanguíneo pul-
monar. Nos casos com estenose pul-
monar é evidente que o fluxo pulmo-
nar é menor e é por conta disso que a 
mistura na cavidade principal contém 
mais sangue venoso, ou seja, mais 
cianose; e o oposto é verdadeiro. Vale 
pontuar que nesses casos, o quadro 
predominante é insuficiência cardíaca 
(devido a queda da resistência vascu-
lar) com sua clínica já conhecida.
Dupla via de entrada (ventrículo 
único)
Como o nome já diz, é a situação anô-
mala que corresponde ao recebimen-
to do sangue atrial para apenas uma 
cavidade ventricular, podendo se dar 
pelas duas válvulas ou apenas uma. 
Além dessa situação, pode ocorrer 
pelo fato de o coração possuir uma ca-
vidade hipoplásica e uma dominante 
de qualquer um dos lados, ou seja, se 
for posterior seria um ventrículo único 
do tipo direito e se for anterior, do tipo 
esquerdo. 
O que ocorre nessa modalidade é que 
o sangue arterial e o sangue venoso 
são misturados na câmara ventricular 
principal, de forma que a saturação 
da aorta sempre será dependente da 
33CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Figura 18. Modelo de ventrículo único. Disponível em: 
https://bit.ly/38hnTfc
Falando em clínica, o quadro clínico do 
RN sempre vai depender das lesões 
que estão associadas. Ao exame físico, 
observa-se 2ª bulha única com sopro 
sistólico de ejeção referente a este-
nose pulmonar, e observam-se ainda 
taquipneia, bulha hiperfonética e, às 
vezes, não se auscultam sopros. Es-
ses casos podem evoluir para doença 
vascular pulmonar, com aparecimento 
de cianose importante com baquetea-
mento digital em crianças maiores.
Para diagnóstico, pode ser feito Raio-X, 
que mostram uma possível cardiome-
galia e um ECO, que é o padrão ouro. 
O ECG fornece achados inespecíficos.
Para tratamento clínico deve-se fazer 
prostaglandina para aqueles com este-
nose pulmonar severa e ionotrópicos e 
diuréticos para aqueles com sintomas 
de IC. O tratamento cirúrgico é com-
posto pela cirurgia de Blalock-Taussig 
(shunt sistêmico pulmonar) para aque-
les com fluxo pulmonar diminuído, e 
bandagem da artéria pulmonar caso 
esteja com fluxo pulmonar aumentado. 
A cirurgia definitiva, que é a cirurgia de 
Fontan é feita posteriormente.
Tronco arterioso
Anomalia rara que corresponde a sa-
ída de um tronco arterial único do co-
ração que supre as circulações sistê-
mica, pulmonar e coronariana, sendo 
obrigatório apresenta de uma CIV, ou 
seja, esse tronco recebe sangue tanto 
do ventrículo direito como do esquer-
do. Esse tronco arterial dá origem a 
aorta ascendente e a artéria pulmo-
nar e suas saturações de oxigênio 
são iguais, o que configura um tipo de 
lesão com mistura total de sangues (e 
vão para circulações pulmonar, sistê-
mica e coronariana) e por conta disso 
as pressões das cavidades são iguais. 
Sabe-se ainda que a valva desse vaso 
único é chamada de valva truncal e 
ela cavalga o septo interventricular.
SE LIGA! Caso haja hiperfluxo pulmo-
nar, ocorre maior retorno de sangue 
oxigenado para o ventrículo esquerdo 
e a mistura sanguínea na aorta conterá 
maior taxa de sangue oxigenado. O con-
trário ocorrerá quando houver hipofluxo 
pulmonar.
34CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Figura 19. Modelo anatômico de tronco arterioso. Dis-
ponível em: https://smart.servier.com/
Essa cardiopatia possui quatro tipos:
• Tipo I: existe tronco pulmonar, que 
se origina da porção posterolateral 
do vaso único, pouco acima da val-
va truncal;
• Tipo II: não existe tronco pulmonar, 
as artérias pulmonares nascem 
separadamente da porção póste-
ro-lateral desse vaso único;
• Tipo III: não existe tronco pulmo-
nar, as artérias pulmonares nas-
cem separadamente, cada uma de 
um lado do vaso truncal;
• Tipo IV: a nutrição pulmonar acon-
tece por colaterais da aorta des-
cendente. Essa forma tem sido 
descrita como uma variante da 
atresia pulmonar com CIV.
Os sintomas clínicos, como é de se 
imaginar, dependem do fluxo sanguí-
neo pulmonar e da presença ou não 
de regurgitação da valva truncal, ou 
seja, durante as primeiras semanas 
de vida, como a resistência vascular 
pulmonar ainda é alta, a única mani-
festação clínica é a cianose e após a 
queda da resistência vascular pulmo-
nar, em torno de 4 semanas de vida, o 
fluxo pulmonar aumenta com melho-
ra da cianose, entretanto surgem os 
sinais de hiperfluxo e de congestão 
pulmonar, como taquipneia, cansa-
ço às mamadas, sudorese e palidez. 
Ainda podem surgir sinais de IC pre-
coces nos casos de insuficiência da 
valva truncal importante. 
Os pulsos periféricos geralmen-
te possuem amplitude aumentada 
e a 2º bulha é única e hiperfonética, 
podendo haver um sopro diastólico 
audível ao longo de toda a borda es-
ternal esquerda, que fala a favor de 
insuficiência da valva ventrículo-arte-
rial principalmente.
Na Raio-X a área cardíaca e a circula-
ção pulmonar estão aumentadas e no 
ECG observamos sobrecarga biven-
tricular. O ECO nos mostra as defor-
midades anatômicas, e o cateterismo 
cardíaco é apenas indicado quando o 
ECO não definir bem a anatomia.
35CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Precisamos encaminhar os pacientes 
urgentemente para correção cirúrgica 
(o fechamento da CIV e o estabele-
cimento de uma continuidade entre o 
ventrículo direito e as artérias pulmo-
nares) já que há um risco alto de de-
senvolverem hipertensão pulmonar 
grave precocemente. 
Atresia pulmonar com septo 
interventricular íntegro
A atresia pulmonar é caracterizada 
por uma valva pulmonar completa-
mente fechada ou tão rudimentar, que 
é como se ela não existisse e houves-
se um músculo fechando a passagem 
de sangue do ventrículo direito para a 
artéria pulmonar, ou seja, não vai san-
gue do lado direito do coração para os 
pulmões.
Na atresia pulmonar com septo inter-
ventricular íntegro, geralmente, todo 
o lado direito do coração está acome-
tido. A valva tricúspide pode ser pe-
quena ou não funcionar bem e, prin-
cipalmente, o ventrículo direito pode 
ser tão pequeno e subdesenvolvido 
(hipoplásico) que não ajuda no movi-
mento global do coração.
O sangue chega aos pulmões, então, 
através de um caminho alternativo, 
o canal arterial. Além disso, precisa 
existir uma comunicação interatrial 
ou mesmo um forame oval, permitin-
do a passagem de sangue do átrio 
direito para o átrio esquerdo e, poste-
riormente, para o ventrículo esquerdo 
e aorta. Nesses casos, o septo que 
separa os ventrículos é íntegro, sem 
comunicações.
Figura 20. Modelo anatômico de atresia pulmonar sem 
CIV. Disponível em: https://bit.ly/3gks8ts
A cianose é central, precoce, e a sua 
intensidade depende do diâmetro do 
canal arterial, e com o início do fecha-
mento do canal arterial, a cianose in-
tensifica-se, aparecendo taquipneia e 
palidez. Na ausculta, a 2ª bulha é úni-
ca e o sopro cardíaco pode estar au-
sente, ou ser discreto. Pode-se aus-
cultar, também, um sopro sistólico de 
regurgitação tricúspide. 
O Raio-X mostra o coração de tama-
nho normal nos casos com hipoplasia 
do ventrículo direito e hipofluxo pulmo-
nar, mas o órgão pode apresentar um 
grande aumento quando a cavidade 
ventricular direita está aumentada, com 
importante regurgitação tricúspide.
No ECG, o eixo do QRS estádesvia-
do para a esquerda, sem hemiblo-
queio anterior esquerdo como ocorre 
36CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
na atresia tricúspide. Há aumento do 
átrio direito e sobrecarga ventricular 
esquerda. Alterações no segmento 
ST sugerem isquemia. 
O ECO serve para avaliar a CIA, o ta-
manho e a morfologia do ventrículo 
direito, a valva tricúspide, o tronco e as 
artérias pulmonares e o canal arterial. 
Além desses, o cateterismo cardíaco 
é indicado para avaliação da pressão 
do ventrículo direito, para definição 
precisa dos sinusoides coronarianos 
(conexão ventrículo coronária) e para 
avaliação das artérias pulmonares. 
Em casos com forame oval restritivo, 
há necessidade de atriosseptostomia 
com balão.
O tratamento clínico consiste em 
instalar prostaglandina assim que 
possível para manter o canal arterial 
aberto, além de corrigir os distúrbios 
acidobásicos e hidroeletrolíticos, e 
ventilação mecânica para os pacien-
tes graves.
O tratamento cirúrgico é realizado em 
casos de ventrículo direito pequeno 
ou de coronária ventrículo dependen-
te, no qual a indicação é de cirurgia 
univentricular. Pacientes com grandes 
malformações coronarianas podem 
necessitar de transplante cardíaco.
Drenagem anômala total das 
veias pulmonares (DATVP)
A DATVP é mais frequente no sexo 
masculino e caracteriza-se quando 
as quatro veias pulmonares estão 
drenando anormalmente no átrio di-
reito ou em uma das veias sistêmicas, 
assim, a CIA é imprescindível para a 
manutenção do débito sistêmico. De 
acordo com o local de drenagem, a 
DATVP é classificada em quatro tipos, 
em ordem decrescente de frequência:
• Tipo supracardíaco: a drenagem é 
feita para a veia inominada ou veia 
cava superior;
• Tipo cardíaco: pode ocorrer a dre-
nagem direta no átrio direito ou 
no seio coronário. Raramente, ob-
serva-se obstrução nesse tipo de 
drenagem;
• Tipo infracardíaco: a drenagem, 
em geral, é infradiafragmática e é 
realizada para os seguintes locais: 
veia cava inferior, sistema porta, 
ducto venoso, veias hepáticas ou 
veia gástrica esquerda. Obstrução 
à drenagem venosa pulmonar é 
frequente nesse tipo morfológico;
• Misto: as veias drenam em dois 
ou mais locais diferentes dos já 
citados.
De forma resumida, então, toda dre-
nagem venosa, sistêmica e pulmonar 
chega ao átrio direito e esse sangue 
é, portanto, uma mistura do sangue 
oxigenado pulmonar com o sangue 
venoso sistêmico. A maior parcela é 
direcionada para o ventrículo direito 
e para a circulação pulmonar, o que 
37CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
justifica o hiperfluxo pulmonar. Uma 
parte menor alcança a circulação 
sistêmica após passar por uma CIA. 
O fluxo pulmonar aumentado gera 
taquipneia, dispneia e interrupções às 
mamadas, e a cianose normalmente é 
leve.
Figura 21. Modelo anatômico de DATVP. Disponível 
em: https://bit.ly/3eRRezs
Ao exame físico, verificam-se cianose 
central moderada a intensa e sinais 
de desconforto respiratório grave, 
além de palidez, sudorese, gemência 
e dificuldade para mamar. No exame 
precordial, os achados são inespecí-
ficos. O ritmo cardíaco pode ser em 
galope, em razão da presença de 3ª 
bulha. O sopro cardíaco geralmen-
te está ausente ou, quando presen-
te, é discreto. Nesses pacientes, há 
sempre hepatomegalia, podendo ser 
acompanhada de edema periférico e 
de crepitações na ausculta pulmonar.
Nos casos sem obstrução à drenagem 
venosa pulmonar, o Raio-X mostra 
moderada a importante cardiomega-
lia com sinais de aumento da circula-
ção pulmonar e em crianças maiores 
com drenagem supracardíaca, pode-
-se observar uma imagem típica de 
‘’boneco de neve’’. Na obstrução à 
drenagem venosa pulmonar, a área 
cardíaca mostra-se normal ou discre-
tamente aumentada, com sinais de 
marcante congestão pulmonar. 
38CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Figura 22. Radiografia de tórax de paciente com DAT-
VP. Disponível em: https://bit.ly/2D0yG1S
O ECG apresenta sinais de sobrecar-
ga do ventrículo direito e do átrio di-
reito. O ECO permite avaliar a CIA, a 
confluência das veias pulmonares, o 
tamanho das câmaras cardíacas e as 
artérias pulmonares. O cateterismo 
cardíaco é indicado quando há neces-
sidade de elucidação diagnóstica e de 
estudo das pressões. A correção ci-
rúrgica deve ser indicada assim que o 
diagnóstico clínico esteja confirmado.
Atresia tricúspide
A atresia tricúspide se define pela au-
sência completa da conexão atrioven-
tricular direita, ou seja, não há qual-
quer comunicação entre átrio direito e 
ventrículo direito. Como a valva tricús-
pide está ausente, o assoalho do átrio 
direito é completamente muscular 
(fechado) e o ventrículo direito, hipo-
plásico. De forma lógica, comunica-
ção interatrial ou forame oval paten-
te, e comunicação interventricular ou 
permanência de canal arterial são le-
sões associadas obrigatórias para a 
manutenção do fluxo pulmonar.
Todo o sangue do retorno venoso sis-
têmico passa para o átrio esquerdo por 
meio da CIA e mistura-se com o san-
gue oxigenado proveniente da circula-
ção pulmonar antes de atingir o ventrí-
culo esquerdo. Essa mistura de sangue 
que chega ao ventrículo esquerdo é di-
recionada tanto para a circulação sistê-
mica como para a circulação pulmonar. 
O fluxo pulmonar, portanto, depende 
do diâmetro dessas comunicações e do 
grau da estenose pulmonar e pode ser 
controlado exclusivamente pelo grau de 
comprometimento da valva pulmonar.
Figura 23. Modelo anatômico de atresia tricúspide. 
Disponível em: https://smart.servier.com/
39CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
O principal sintoma é a cianose cen-
tral, que surge no 1º dia de vida e está 
diretamente relacionada com o fluxo 
sanguíneo pulmonar, sendo mais in-
tensa nos casos com CIV restritiva e 
estenose pulmonar. Crises hipoxêmi-
cas podem ocorrer até os 6 meses de 
vida e têm como causas a diminuição 
ou o fechamento da CIV, a piora da 
estenose ou o fechamento do canal 
arterial e o sinais de IC são comuns 
nos casos com fluxo sanguíneo pul-
monar aumentado. 
No exame físico, observa-se cianose 
em todas as faixas etárias e em crian-
ças maiores, também há baquetea-
mento digital, déficit de peso/altura 
e abaulamento precordial. O frêmito 
sistólico pode estar presente nos ca-
sos com estenose pulmonar e a 2ª 
bulha é única e um sopro sistólico de 
regurgitação ou ejeção é audível em 
toda a borda esternal.
O Raio-X nos pacientes com fluxo 
sanguíneo pulmonar diminuído mos-
tra área cardíaca normal ou pouco 
aumentada, mas nos pacientes com 
fluxo sanguíneo pulmonar aumenta-
do, a área cardíaca está aumentada 
e a circulação pulmonar exibe sinais 
de congestão venosa importante. O 
ECG mostra hemibloqueio anterior 
esquerdo, sobrecarga atrial direita e 
sobrecarga ventricular esquerda. O 
ECO nos mostra a atresia tricúspide, 
além de se observar a ausência da 
valva tricúspide, tamanho do ventrí-
culo direito, as dimensões das CIV e 
CIA, a relação das grandes artérias, 
o tamanho e a confluência das arté-
rias pulmonares, a presença do canal 
arterial e as anomalias associadas. A 
indicação do cateterismo cardíaco é 
imprescindível antes da correção de-
finitiva, para estudo das pressões. 
O tratamento de recém-nascidos 
com atresia tricúspide e cianose gra-
ve deve ser imediato e o uso de pros-
taglandina é essencial para manter 
a permeabilidade do canal arterial. 
Após a confirmação diagnóstica, a 
atriosseptostomia com cateter-balão 
pode ser necessária nos casos com 
CIA restritiva. 
O tratamento cirúrgico é obrigatório 
para todos os tipos de atresia tricús-
pide e em crianças com menos de 3 
meses de vida com hipoxemia impor-
tante, indica-se a cirurgia de Blalock-
-Taussig modificada, que consiste na 
colocação de um tubo entre a artéria 
subclávia e a artéria pulmonar direita 
ou esquerda. Após 3 meses da cirur-
gia, o paciente deve ser submetido 
à anastomose da veia cava superior 
com o ramo direito da artéria pul-
monar (cirurgia de Glenn ou Fontan). 
Após 6 a 12 meses da cirurgia de 
Glenn ou Fontan, indica- se a cone-
xão da veia cava inferior com a artéria 
pulmonar,derivando-se, dessa ma-
neira, todo o sangue venoso sistêmi-
co para a circulação pulmonar (cirur-
gia de Fontan). 
40CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
SE LIGA! Nos pacientes com hiperfluxo 
pulmonar e IC, a primeira cirurgia a ser 
realizada é a bandagem da artéria pul-
monar, a fim de se evitar o desenvolvi-
mento de hipertensão pulmonar, o que 
inviabiliza as correções futuras.
Anomalia de Ebstein
Uma alteração no tamanho do átrio 
direito (muito grande) que mergulha 
no ventrículo direito e isso favorece 
a passagem direta do sangue para o 
ventrículo esquerdo por meio do Fo-
rame Oval (FO). Além disso, essa con-
dição é piorada pois a válvula tricús-
pide é regurgitante e ainda obstrui a 
saída de sangue do VD, ou seja, mui-
to sangue vai para o átrio esquerdo, 
desce para o ventrículo esquerdo, se-
gue para a Aorta e por meio do canal 
arterial o sangue chega nas artérias 
pulmonares.
Figura 24. Modelo anatômico de anomalia de Ebstein. Disponível em: https://bit.ly/38igc8B
Em neonatos, a clínica pode ser de IC 
com importante cardiomegalia e cia-
nose central, mas a cianose diminui 
à medida que a resistência vascular 
pulmonar também reduz. Em crianças 
maiores, os sinais clínicos mais fre-
quentes são dispneia, fadiga, palpita-
ção e cianose, falta de ar e emagreci-
mento. Na ausculta, os achados são 
desdobramento de bulhas, presença 
41CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
de 4ª bulha e sopro sistólico. Arritmia 
cardíaca é frequente. 
A Raio-X nos mostra cardiomegalia 
e o sinal mais típico no ECG é o blo-
queio do ramo direito, mas é o ECO 
que define o diagnóstico. O tratamen-
to clínico consiste em PGE1 (prosta-
glandina) para neonato para manter o 
Canal Arterial aberto e o cirúrgico ba-
seia-se num shunt aorto-pulmonar.
Síndrome de hipoplasia do 
ventrículo esquerdo (HVE)
Síndrome definida por um conjunto de 
anormalidades: atresia ou estenose 
das valvas aórtica e mitral, hipoplasia 
das câmaras esquerdas, hipoplasia 
da aorta ascendente e canal arterial 
persistente. Ou seja, o coração es-
querdo é quase que inútil para com 
suas funções.
SAIBA MAIS! 
O septo interventricular pode ser íntegro ou apresentar uma CIV e a comunicação entre os 
átrios está presente, mas existem casos com septo íntegro.
Figura 25. Modelo anatômico de anomalia de hipopla-
sia de VE. Disponível em: https://smart.servier.com/
A hipoplasia do ventrículo esquerdo 
não traz qualquer prejuízo para o de-
senvolvimento do feto, pois o débito 
sistêmico é mantido pelo ventrículo 
direito. O sangue que vem do pulmão 
passa para o AE, vai para o AD pela 
CIA e chega ao VD, onde é bombe-
ado e passa para a aorta pelo canal 
arterial. Após o nascimento, ocorre 
queda da resistência vascular pulmo-
nar, aumento da resistência sistêmica 
e fechamento do canal arterial e, con-
sequentemente, inviabilidade da vida.
42CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Enviado ao canal arterial
Bandagem das artérias pulmonares
Balão para atriosseptostomia
Ventrículo direito
Tronco pulmonar
Ventrículo esquerdo
Aorta
Figura 26. Modelo anatômico 
de anomalia de hipoplasia de VE 
corrigida. Disponível em: https://bit.
ly/2YO6BmM
cardíaco pode ser usado para coloca-
ção de stent no canal arterial ou para 
abertura do septo atrial.
O tratamento clínico visa a estabilizar 
o doente para a cirurgia, utilizando 
prostaglandina para manter o canal 
arterial pérvio. A técnica mais utili-
zada é a cirurgia de Norwood no 1º 
estágio, seguida pelas cirurgias de 
hemi-Fontan e Fontan. Pode-se utili-
zar também a abordagem híbrida ou 
até mesmo esperar pelo transplante 
cardíaco.
SE LIGA! Oxigênio não deve ser utiliza-
do. Algumas vezes, o uso de CO2 ajuda 
a manter o equilíbrio hemodinâmico, ao 
aumentar a resistência vascular pulmo-
nar e proporcionar maior fluxo à aorta. 
Quando nasce, o RN parece estar 
normal, mas após 24 horas de vida, 
a criança desenvolve quadro de bai-
xo débito, com uma coloração de pele 
acinzentada, taquipneia, dificuldade 
respiratória e hipotermia, e, assim, 
aparecem sinais de acidose metabó-
lica, hipoglicemia, anúria e choque, no 
qual leva a óbito se não for tratado. 
As bulhas cardíacas são nítidas, com 
2ª bulha única e clique de ejeção pul-
monar e os pulsos estão reduzidos ou 
ausentes nos quatro membros.
O Raio-X mostra cardiomegalia leve 
a moderada com aumento da trama 
vascular pulmonar, enquanto que o 
ECG é inespecífico. O ECO define o 
diagnóstico pela demonstração das 
lesões da síndrome. O cateterismo 
43CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
5. CARDIOPATIAS 
CONGÊNITAS QUE SE 
MANIFESTAM COM 
ARRITMIA
A arritmia cardíaca pode estar presen-
te na evolução de várias cardiopatias 
congênitas, mas, em geral, está asso-
ciada às alterações hemodinâmicas. 
Na doença de Ebstein e na transpo-
sição corrigida das grandes artérias 
(TCGA), a arritmia pode ser a primeira 
manifestação clínica.
Transposição corrigida das 
grandes artérias 
A transposição corrigida dos grandes 
vasos da base é uma cardiopatia rara, 
na qual as conexões atrioventricular e 
ventrículo- arterial são discordantes. 
O átrio direito está conectado com o 
ventrículo esquerdo, que se liga à ar-
téria pulmonar. O átrio esquerdo co-
necta-se com o ventrículo direito, que, 
por sua vez, liga-se à aorta. Portanto, 
do ponto de vista funcional, a circula-
ção é normal. 
As crianças sem anomalias cardíacas 
associadas, em geral, são assintomá-
ticas. A arritmia cardíaca pode ser a 
manifestação inicial da doença e na 
CARDIOPATIAS CIANÓTICAS
Tetralogia de Fallot
Estenose pulmonar
Hipertrofia de VD
CIV
Transposição das 
Grandes Artérias
Hiperfluxo pulmonar
Relação anormal entre grandes 
artérias e ventrículos
Diagnóstico
• Sopro sistólico com B2 
única e hiperfonética
• Radiografia de tórax
• “ovo deitado”
• Hipóxia 
• Acidose
• ICC
Tratamento
• Clínico
• Cirúrgico até o 25º dia de vida
Dextroposição da aorta
Hipofluxo pulmonar
Diagnóstico
• Baqueteamento digital
• Sopro sistólico ejetivo 
• Radiografia de tórax
• “coração bota”
Tratamento cirúrgico
44CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
ausculta, observa-se somente uma 
2ª bulha hiperfonética em área pul-
monar, por causa do posicionamento 
anterior da aorta. Complicações como 
insuficiência tricúspide, IC e arritmia 
são comuns na evolução clínica do 
paciente, e decorrem da disfunção do 
ventrículo direito, que está conectado 
com a circulação sistêmica.
6. TESTES DE OXIMETRIA
O teste da oximetria consiste em um 
exame não invasivo realizado com 
um aparelho chamado oxímetro, en-
costando-se o sensor, que mede a 
oxigenação do sangue. O local de 
aferição é no membro superior direito 
e um dos membros inferiores e faze-
mos a aferição entre 24 e 48 horas de 
vida, antes da alta hospitalar.
O resultado normal: saturação peri-
férica de oxigênio (SpO2) ≥ 95% em 
ambas as medidas (membro superior 
direito e membro inferior) e diferença 
< 3% entre as medidas do membro 
superior direito e membro inferior.
O resultado anormal: caso qualquer 
medida da SpO2 seja < 95% ou haja 
uma diferença ≥ 3% entre as medi-
das do membro superior direito e do 
membro inferior, uma nova aferição 
deve ser realizada após 1 hora. Caso 
o resultado seja confirmado, uma eco-
cardiografia deve ser realizada dentro 
das 24 horas seguintes, antes da alta 
hospitalar.
A realização desse teste não descar-
ta a necessidade de exame físico mi-
nucioso e detalhado em todo recém-
-nascido, antes da alta hospitalar.
OXIMETRIA DE PULSO
Membro superior direito e um dos membros inferiores entre 24h e 48h de vida, antes da alta hospitalar
SpO2 < 95% ou 
uma diferença ≥ 3% 
entre as medidas
SpO2 ≥ 95% e 
uma diferença < 3% 
entre as medidas
Segmento neonatal de rotina
SpO2 < 95% ou 
uma diferença ≥ 3% 
entre as medidas
SpO2 ≥ 95% e uma 
diferença < 3% 
entre as medidas
Realizar outra 
oximetria dentro de 1h
Realizar ecocardiograma e 
não dar alta até esclarecimento 
45CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Diagnóstico
ECO fetal
Teste do coraçãozinho
• Oximetria de pulso no RN
Exame físico
Manifestações clínicas
Cianose

Continue navegando