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RESUMO DE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES (DIREITO CIVIL II) MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES - CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO OBJETO

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MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES - 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO OBJETO 
 A obrigação principal decorrente de uma 
 relação jurídica consistirá em uma prestação 
 positiva ou negativa de dar, fazer ou não fazer. 
 Não pode-se confundir o objeto da obrigação 
 com o objeto da prestação. 
 O objeto da obrigação é a própria conduta 
 esperada do devedor (entregar ou restituir um 
 objeto, praticar o abster-se de uma atividade). 
 O objeto da prestação é o próprio bem da vida 
 almejado (o carro, a casa, a outorga de uma 
 escritura, a vedação de divulgação de segredo). 
 OBRIGAÇÃO DE DAR E DE RESTITUIR: 
 A obrigação de prestação de coisa vem a ser 
 aquela que tem por objeto mediato uma coisa 
 que, por sua vez, pode ser certa ou determinada 
 ou incerta. 
 Tanto na obrigação de dar coisa certa como nas 
 obrigações de dar coisa incerta, consistirá a 
 prestação na entrega de um ou mais bens ao 
 credor; é a prestação de coisa, pois cumprirá ao 
 devedor transferir a propriedade do objeto, 
 ceder a sua posse ao credor ou meramente 
 restituir a coisa. 
 Na obrigação de dar, o credor está apenas 
 interessado na tradição do bem móvel ou imóvel, 
 sendo-lhe indiferente a atividade que será 
 realizada pelo devedor no momento anterior. 
 OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR: Aplica-se 
 inteiramente o princípio “res perit domino” (a 
 coisa perece ao dono). Restituir significa 
 devolver. Nas obrigações de restituir, o devedor 
 devolve coisa certa, o credor recebe o que já lhe 
 pertencia, pois o dono da coisa é o credor. Se 
 antes da entrega houve um “sinistro” e a coisa se 
 perdeu, sem culpa do dono, o prejuízo é do 
 credor (que é o dono). Restituir é voltar ao 
 estado original, sem perdas e danos. 
 OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA: 
 A coisa certa é quando é identificada e 
 individualizada em suas características. A coisa 
 é certa quando em sua identificação houver 
 indicação da quantidade, do gênero e de sua 
 individualização, que a torne única. Dar coisa é 
 o mesmo que entregar a coisa, e o dono da coisa 
 é o devedor. 
Se a obrigação consiste em dar coisa certa, não 
poderá o credor ser constrangido a receber 
outra, por haver sido originariamente pactuado 
que receberia bem especializado e determinado. 
Art. 313: o credor não é obrigado a receber 
prestação diversa da que lhe é devida, ainda 
que seja mais valiosa (porém, se o credor quiser, 
ele pode). 
A obrigação de dar coisa futura insere-se na 
coisa certa, haja vista que, apesar de não 
existente ao tempo da celebração do negócio 
jurídico, já é certa e determinada. Se a coisa não 
vier a existir, haverá a ineficácia superveniente 
do negócio jurídico. 
A obrigação de dar coisa certa abarca os seus 
acessórios, que são as partes integrantes da 
coisa, sendo: frutos (vacas, cachorro), produtos 
(metais preciosos) e benfeitorias incorporadas 
ao solo (muro de contenção) e que serão 
abrangidos pela obrigação. 
As pertenças (armários, tv) só acompanham a 
coisa se constar expressamente, então como não 
integram a coisa, via de regra não acompanham. 
De modo que somente os bens acessórios que 
são partes integrantes da coisa que vão 
acompanhar ela (frutos, produtos e benfeitorias). 
Art. 233: A obrigação de dar coisa certa abrange 
os acessórios dela embora não mencionados, 
salvo se o contrário resultar do título ou das 
circunstâncias do caso. 
Assim, se alguém vende um imóvel sem fazer 
qualquer menção a uma caverna com metais 
preciosos (produtos), estão incluídos no preço, 
sem possibilidade de acréscimo pecuniário. 
Porém, podem as partes convencionar em 
contrário, no sentido de excluir os acessórios da 
esfera da obrigação principal. 
Art. 237: até a tradição pertence ao devedor a 
coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, 
pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o 
credor não anuir, poderá o devedor resolver a 
obrigação. 
Pf.un.: os frutos percebidos (recolhidos) são do 
devedor, cabendo ao credor os pendentes (não 
retirados). 
IMPOSSIBILIDADE NAS OBRIGAÇÕES DE DAR: a 
impossibilidade de prestar ocorre quando a 
atividade de prestar não é realizável ou quando 
o resultado que se pretendia atingir com a 
prestação não é alcançável. 
Art. 234: se a coisa se perder, sem culpa do 
devedor, antes da tradição, ou pendente a 
condição suspensiva, fica resolvida a obrigação 
 para ambas as partes; se a perda resultar de 
 culpa do devedor, responderá este pelo 
 equivalente, e mais perdas e danos. 
 (até a tradição a coisa pertence ao dono). 
 Art. 235: deteriorada a coisa, não sendo o 
 devedor culpado, poderá o credor resolver a 
 obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu 
 preço o valor que perdeu. 
 Art. 236: sendo culpado o devedor, poderá o 
 credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no 
 estado em que se acha, com direito a reclamar, 
 em um ou em outro caso, indenização das 
 perdas e danos. 
 TEORIA DOS RISCOS 
 OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA: 
 Está relacionada aos casos de perda ou 
 deterioração da coisa certa. 
 Antes da tradição (bens móveis) ou do registro 
 (imóveis) todos os riscos quanto a perda da coisa 
 serão imputados ao alienante (dono). 
 As teorias do vício redibitório e a da evicção 
 asseguram ao adquirente tutela processual em 
 face do alienante, mesmo diante da perda ou 
 deterioração da coisa na fase posterior à 
 tradição, respectivamente em virtude da 
 constatação de vícios ocultos da coisa já 
 existentes ao tempo da tradição, mas que só se 
 manifestaram mais tarde, ou por vício jurídico do 
 bem adquirido, que na verdade não era de 
 propriedade do alienante. 
 No intervalo que separa a contratação da 
 tradição, o negócio jurídico opera efeitos de 
 ordem meramente obrigacionais e os riscos da 
 coisa serão imputados ao dono pelo fato de 
 ainda manter a condição de proprietário. 
 Já o comprador suportará os riscos do preço em 
 relação ao bem alienado. 
 Até a tradição pertence ao devedor (dono) a 
 coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, 
 podendo exigir aumento do preço (art. 237). 
 Se a coisa se perder, sem culpa do devedor, 
 antes da tradição, ou pendente a condição 
 suspensiva, fica resolvida a obrigação para 
 ambas as partes; se a perda resultar de culpa do 
 devedor, responderá este pelo equivalente e mais 
 perdas e danos (art. 234). 
 Assim, caso o perecimento ocorra sem culpa do 
 devedor, resolve-se a obrigação para ambas as 
 partes, sendo restituído ao adquirente o 
 montante eventualmente antecipado. Se nada foi 
 adiantado, nada é restituído. A evidência 
 incumbirá ao devedor o ônus de provar o fato 
que não lhe foi imputável e acarretou a 
impossibilidade superveniente. 
Ex: se A ajustar com B a entrega de um veículo 
para o dia 15 de agosto e na véspera da tradição 
o carro for furtado, a solução será a resolução 
contratual pela falta superveniente do objeto, 
sem ônus para o alienante, pois a perda não 
decorreu da quebra do dever de diligência na 
guarda das coisas. 
Esse ideal se baseia na regra de: 1) res perito 
domino, ou seja, a coisa perece para o seu dono; 
2) ninguém pode assumir responsabilidade pelo 
que acontece por acaso. Portanto, enquanto não 
houver transmissão da propriedade,o titular 
continuará sendo o credor, que suportará a 
perda da coisa em razão do fortuito. 
A impossibilidade superveniente acarreta na 
perda do interesse do credor na prestação, eis 
que o negócio jurídico perdeu o objeto. O poder 
de exigir o que adiantou nasce da própria lei. 
Se a perda da coisa deveu-se à conduta 
maliciosa ou negligente do devedor, ressarcirá 
os valores adiantados pelo adquirente, 
acrescidos de perdas e danos. Entenda-se por 
perdas e danos apenas a expectativa 
patrimonial frustrada (lucros cessantes) pois os 
danos emergentes compensam-se na devolução 
dos valores pagos pela estimativa pecuniária do 
objeto. 
Haverá uma presunção de culpa do devedor 
inadimplente, quanto ao fato que gerou a perda 
do objeto, tendo ele o ônus probatório de 
desconstituí-la. 
Ex: caso A não entregue o veículo para B, em 
razão de um acidente que inutilize o bem, 
provocado por sua embriaguez ao volante, 
caberá a fixação de uma indenização capaz de 
propiciar a B uma satisfação pela frustração das 
legítimas expectativas. 
Nada impede que os contratantes estabeleçam 
regras diversas quanto à distribuição dos riscos 
pela perda da coisa, de modo a agravar a 
situação do devedor no dever de conservação 
do bem no tempo anterior à tradição. 
Nos casos de deterioração da coisa certa, o 
negócio jurídico não perde o seu objeto, porém 
há uma redução das qualidades essenciais da 
coisa ou de um valor econômico, mas ela ainda 
guarda a sua identidade. Na hipótese de perda 
parcial, as soluções também deverão variar 
conforme o tempo e a conduta do devedor. 
Se a deterioração parcial for consequência do 
acaso ou do fato de terceiro, duas possibilidades 
 se conjugam: 1) o credor resolver a obrigação, 
 retornando as partes à situação originária; 2) 
 alternativamente, poderá o credor aceitar o bem 
 deteriorado, com abatimento proporcional no 
 preço. 
 Todavia, se o perecimento parcial foi provocado 
 pelo comportamento culposo do devedor, ao 
 credor oportunizam-se duas opções: 1) recusar a 
 coisa e exigir o equivalente; 2) aceitá-la no 
 estado em que se encontra. 
 Seja ao optar pela resolução ou insistir na tutela 
 específica, o credor fará jus à pretensão 
 ressarcitória, pois houve o inadimplemento da 
 obrigação pelo devedor, eis que o credor 
 recebeu coisa diversa daquela que fora 
 avençada. 
 Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com 
 os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais 
 poderá exigir aumento no preço; se o credor não 
 anuir, poderá o devedor resolver a obrigação 
 (237). 
 Assim, todas as benfeitorias e acessões 
 efetivadas na coisa até a tradição serão 
 incorporadas ao patrimônio do seu titular, que 
 será legitimado, portanto, caso o credor se 
 recuse a pagar o novo valor, poderá postular a 
 extinção da obrigação. 
 OBRIGAÇÕES DE RESTITUIR COISA CERTA: 
 O proprietário da coisa não é o devedor, mas o 
 credor, que anseia pela devolução da coisa em 
 contratos como locação, comodato, mútuo e 
 depósito. Não há transmissão de propriedade, 
 mas apenas de posse, pois o bem está cedido 
 temporariamente ao devedor, de forma gratuita 
 ou onerosa, devendo este restituir o seu poder 
 fático ao credor, ao final da relação. 
 Restituir é o mesmo que devolver, e o dono é o 
 credor. 
 A perda da coisa a ser restituída será avaliada 
 pela apuração de culpa. 
 Se a coisa se perde sem culpa do devedor, 
 resolve-se ex lege a obrigação pela perda do seu 
 objeto. Simplesmente arcará o credor com os 
 prejuízos pela perda do bem de sua 
 propriedade, mas serão ressalvados os direitos 
 constituídos anteriormente à tradição, até o dia 
 da perda. 
 Art. 238: se a obrigação for de restituir coisa 
 certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder 
 antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a 
 obrigação se resolverá, ressalvados os seus 
 direitos até o dia da perda. 
Ex: se A concede um automóvel em locação a B e 
a perda da coisa verifica-se em força do fortuito, 
não obstante ser B exonerado do dever de 
indenizar e de pagar o aluguel a partir da data 
de destruição do bem, o credor A poderá exigir 
os encargos locatícios vencidos até a data da 
perda da coisa. 
Porém, se a perda do bem cedido for em face de 
conduta maliciosa do próprio devedor, 
responderá este pelo equivalente pecuniário da 
coisa, acrescido das perdas e danos, 
compreendendo danos emergentes e lucros 
cessantes. 
Quanto à deterioração parcial do bem objeto de 
restituição ao proprietário, deverá o credor 
aceitá-la em seu estado atual, caso a 
depreciação não se relacione com a culpa do 
devedor. 
O devedor poderá deliberar por manter o bem 
consigo, apesar de parcialmente destruído, com 
abatimento proporcional do valor que paga ao 
credor a título de posse. 
Art. 240: se a coisa restituível se deteriorar sem 
culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual 
se ache, sem direito de indenização... 
Se a deterioração do bem for uma consequência 
direta da falta de cuidado do devedor, não só 
poderá o credor exigir o equivalente adicionado 
à indenização pecuniária, como também lhe fará 
facultado receber a coisa no estado em que se 
encontra, certamente com o acréscimo das 
perdas e danos. 
Art. 239: se a coisa se perder por culpa do 
devedor, responderá este pelo equivalente, mais 
perdas e danos. 
Ex: se A conceder um automóvel a B em locação 
e o bem móvel vier a ser danificado na parte 
dianteira, em virtude de colisão não provocada 
por B, restará ao proprietário A a assunção dos 
prejuízos subsequentes à deterioração, exceto 
não se incumba B de demonstrar a correção de 
ser comportamento, o que lhe acarretará o 
dever de indenizar, seja ele acrescido da 
restituição da coisa ou de ser equivalente 
pecuniário. 
Art. 241: se no caso do art. 238, sobrevier 
melhoramento ou acréscimo à coisa, sem 
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o 
credor, desobrigado de indenização. 
Afinal, não se trata de enriquecimento 
injustificado. Se o terreno cedido ao 
comodatário sofrer acessão natural em virtude 
 de forças da natureza, a valorização beneficiará 
 o credor, que ao tempo do evento era o 
 proprietário. 
 Já se o melhoramento ou acréscimo resultar das 
 despesas ou da atividade do devedor, 
 aplicar-se-ão as normas relativas à realização de 
 benfeitorias necessárias ou úteis, conforme a 
 sua boa-fé ou má-fé, o mesmo raciocínio 
 aplicando-se aos frutos. 
 Na conduta de boa-fé subjetiva, tanto fará jus o 
 devedor à indenização (ressarcindo o valor 
 atual) como ao direito de retenção pela 
 efetivação de benfeitorias necessárias (construir 
 um muro de contenção) ou úteis (trocar o piso da 
 casa), podendo, quanto às benfeitorias 
 voluptuárias (chafariz), levantá-las se isso não 
 causar dano à integridade da coisa. 
 Mas a má-fé do possuidor reduzirá as suas 
 vantagens, eis que apenas será ressarcido 
 (sendo pelo valor atual ou de custo, pagando o 
 ressarcindo o menor valor) pelas benfeitorias 
 necessárias (mesmo realizando a útil e 
 voluptuária), sem a possibilidade de invocar o 
 direito de retenção. 
 A regra res perit creditori indica que se a coisa 
 restituível se deteriorarsem culpa do devedor, 
 deverá recebê-la o credor no estado em que se a 
 encontre, sem direito à indenização. 
 OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA 
 As obrigações de dar coisa incerta são 
 obrigações genéricas. Há uma indeterminação 
 do objeto ao tempo de sua gênese, embora seja 
 determinável, de modo que as partes não 
 convencionam a entrega de coisa 
 individualizada, mas a prestação deve ser 
 definida pelo gênero e pela quantidade. 
 Assim, como a especificação da coisa não se 
 verifica em um primeiro momento, a sua 
 identificação inicial exigirá, no mínimo, a 
 revelação do gênero e quantidade 
 conjuntamente, jamais se admitindo que tais 
 requisitos sejam alternativos. 
 Ex: em uma obrigação de entregar 20 cavalos, 
 não há ainda a concretização dos animais ou 
 mesmo a demonstração de sua raça (qualidade), 
 mas estão identificados o gênero e a 
 quantidade. 
 Art. 244: nas coisas determinadas pelo gênero e 
 pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, 
 se o contrário não resultar do título da 
obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem 
será obrigado a prestar a melhor. 
Por esse viés, submete-se a escolha ao devedor. 
Porém, restringe o ordenamento jurídico a sua 
opção por bens que estejam no meio-termo 
qualitativo dos que lhe pertencem 
(razoabilidade), isto é, não poderá selecionar a 
coisa melhor ou a pior, mas aquela de patamar 
intermediário. 
Todavia, nada impede que as partes 
convencionem que a entrega recairá sobre a 
melhor ou a pior dentre as coisas do gênero. 
OBS: o gênero nunca perece, é irrelevante a 
constatação de culpa ou não do devedor pois há 
a indeterminação do objeto. Porém, se o gênero 
já estiver limitado na natureza, ele pode perecer. 
Ex: arara-azul. 
Art. 246: antes da escolha, não poderá o devedor 
alegar perda ou deterioração da coisa, ainda 
que por força maior ou caso fortuito. 
É no momento da cientificação da escolha pela 
parte contrária que a obrigação de dar coisa 
incerta vira em obrigação de dar coisa certa. 
Enquanto a contraparte não é comunicada da 
concentração, colocando-se a coisa à sua 
disposição, a simples separação do objeto não 
transfere os riscos de perda e deterioração ao 
credor. 
Apesar de o dispositivo referir-se à ciência do 
credor, haverá de estender-se à pessoa do 
devedor, quando a escolha couber ao credor, ou 
a ambas as partes, quando a escolha partir de 
terceira pessoa. 
OBRIGAÇÃO DE FAZER 
É uma obrigação positiva. Pretende o credor a 
prestação de um fato, consiste na realização de 
uma atividade pessoal ou serviço pelo devedor 
ou por um terceiro, de que não resulta 
imediatamente a transferência de direitos 
subjetivos. Enfim, busca-se a conduta do 
devedor, e não o bem que eventualmente resulte 
dela. 
Em situações intermediárias em que houver 
simultaneamente prestações de coisas e de 
atividades (obrigação de dar e de fazer), será 
tipificada a obrigação pelo critério da 
preponderância. 
Obrigações duradouras são as que a obrigação 
protrai-se no tempo de forma continuada 
(pintura de tela), ou de modo periódico, mediante 
 trato sucessivo (funcionário encarregado de 
 fazer abrir as aulas todas as manhãs). 
 Obrigações instantâneas são as que se 
 aperfeiçoam em um único momento (registrar 
 aquisição de bem). 
 Na obrigação de fazer de natureza 
 personalíssima, caso o devedor se negue a 
 cumpri-la, a obrigação de fazer converter-se-á 
 em obrigação de dar, devendo o sujeito passivo 
 arcar com perdas e danos, incluídos os danos 
 materiais. 
 Art. 247: incorre na obrigação de indenizar 
 perdas e danos o devedor que recusar a 
 prestação a ele só imposta, ou só por ele 
 exequível. 
 Infungível é a obrigação que só pode 
 obrigatoriamente ser prestada pelo devedor 
 (show da Lady Gaga). Ou quando o credor queira 
 impor natureza personalíssima a uma obrigação 
 em tese fungível (outorgar procuração a 
 advogado, vedando substabelecimento). 
 Fungível é a obrigação quando outra pessoa 
 puder dar-lhe cumprimento sem prejuízo ao 
 credor. São hipóteses em que o credor está 
 interessado no resultado da atividade, sem 
 atentar às qualidades pessoais de quem a 
 executa. 
 Art. 248: se a prestação do fato tornar-se 
 impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a 
 obrigação; se por culpa dele, responderá por 
 perdas e danos. 
 Art. 249: se o fato puder ser executado por 
 terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar 
 à custa do devedor, havendo recusa ou mora 
 deste, sem prejuízo da indenização cabível. 
 Pf.Un.: em caso de urgência, pode o credor, 
 independentemente de autorização judicial, 
 executar ou mandar executar o fato, sendo 
 depois ressarcido. 
 Se houver o descumprimento da obrigação 
 infungível sem culpa do devedor, resolve-se o 
 contrato com a liberação do devedor (ex: por 
 doença ou falta de material dequado). 
 Se houver o descumprimento da obrigação 
 infungível com culpa do devedor, o devedor pode 
 ser condenado a pagar por perdas e danos. 
 OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER 
É uma obrigação negativa. A obrigação de não 
fazer implica uma abstenção, permissão ou 
tolerância, impedindo que o devedor pratique 
um determinado ato que normalmente não lhe 
seria vedado, tolere ato do credor que 
normalmente não admitiria, ou se obrigue a não 
praticar um certo ato jurídico que em princípio 
lhe seria lícito. 
As obrigações negativas sempre compreendem 
restrição a uma atividade determinada, pois 
ninguém pode ser cerceado a um não fazer de 
caráter genérico e sem prazo em razão da 
evidente compressão ao direito fundamental de 
liberdade. 
A obrigação de não fazer tem sempre natureza 
infungível, personalíssima e insubstituível, haja 
vista que toda omissão é uma atitude pessoal e 
intransferível do devedor. 
Em caso de impossibilidade objetiva e 
superveniente de adimplemento da prestação de 
não fazer sem culpa do devedor, em razão de sua 
externidade e inevitabilidade, será hipótese de 
resolução da obrigação. 
Ex: alguém se compromete a não alienar 
determinado imóvel durante certo prazo, mas 
ainda naquele interregno se verifica a 
desapropriação do imóvel, ou qualquer ato que 
implique adequação do bem à função social da 
propriedade. 
Art. 250: extingue-se a obrigação de não fazer, 
desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne 
impossível abster-se do ato, que se obrigou a 
não praticar. 
Art. 251: praticado pelo devedor o ato, a cujo 
abstenção se obrigara, o credor pode exigir que 
o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, 
ressarcindo o culpado perdas e danos. 
Pf. Un.: em caso de urgência, poderá o credor 
desfazer ou mandar desfazer, 
independentemente de autorização judicial, sem 
prejuízo do ressarcimento devido. 
As obrigações instantâneas são aquelas que 
quando descumpridas uma única vez são 
irreversíveis, gerando inadimplemento absoluto 
(não divulgar segredo da coca-cola). Não há 
incidência de mora. 
As obrigações permanentes ou contínuas 
admitem, mesmo após o descumprimento, a 
opção pela purgação da mora através da 
recomposição ao status quo ante (obrigação de 
não poluir, sanada pela instalação de aparelhos 
 não poluentes), eis que perduram ao longo do 
 tempo. São passíveis de desfazimento.Assim, o ressarcimento não figura como opção, 
 mas como acréscimo aos efeitos da violação 
 culposa. A tutela ressarcitória é aquela que 
 naturalmente se adapta ao inadimplemento de 
 uma obrigação negativa. 
 Ex: se A se compromete perante B a não alienar 
 determinado imóvel, porém vem a descumprir a 
 obrigação pelo fato de vendê-lo posteriormente 
 a C, tal negócio jurídico dispositivo será válido e 
 eficaz, cabendo a B demandar em face de A as 
 consequências do inadimplemento.

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