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Vict�ria K. L. Card�so Urgências ur�lógicas Infecções do trato urinário Conceito: ● Agressão do trato urinário, geralmente por uropatógenos. ● Faixa etária: todas. ● Sexo: maior prevalência no sexo feminino → como a vagina fica mais próxima da uretra, que na mulher já é um canal pequeno, há maior chance de contaminação. ○ Em meninos com idade < 1 e na presença de fimose, pode haver maior chance de ITU. ○ Homens > 40-50 anos também têm maiores chances, por conta da hiperplasia benigna da próstata. ● ITU de repetição: presença de ITU > 3x ao ano, ou > 2x em 6 meses. ○ Disúria. ○ Dor supra-púbica. ○ Polaciúria. ● Alvos das infecções: ○ Uretrite = uretra. ○ Cistite = bexiga. ○ Pielonefrite = rins. Uropatógenos: ● Escherichia coli – principal. ● S. saprophyticus. ● Klebsiella sp. ● Proteus spp. ● Pseudomonas aeruginosa. ● Enterococcus faecalis. Obs: na presença de Staphylococcus aureus ou algum patógeno incomum da via urinária, deve-se pensar em contaminação da coleta. Fatores de risco: ● Vida sexual ativa. ● Diabetes. ● Imunodepressão. ● Constipação intestinal (o acúmulo de fezes no reto possibilita a proliferação bacteriana, com maiores chances de translocação bacteriana para o canal uretral). ● História familiar. ● Presença de infecção urinária na infância. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Para mulheres: ○ Pré-menopausa: atividade sexual, uso contínuo de espermicida, uso repetido de ATB, gravidez (aumento do útero, compressão da bexiga, compressão dos ureteres, contração da musculatura lisa, estase de urina e alteração da mucosa vaginal). ○ Pós-menopausa: alterações anatômicas, alterações funcionais e alterações estrogênicas. Obs: mulheres que fazem uso de espermicida ou que tem relação sexual desprotegida também tem maior chance de desenvolver ITU, por conta da alteração da flora/pH vaginal. Tríade sintomatológica da ITU: ● Disúria. ● Polaciúria. ● Dor supra púbica. Obs: se fugir desses 3, deve-se pensar em diagnósticos diferenciais. Obs: infecção do trato urinário baixo geralmente não cursa com febre. Cistite persistente ou recorrente: ● Caracterizada principalmente pelo paciente que realizou antibioticoterapia sem melhora, ou que teve recorrência em até 4 semanas. ● Deve-se solicitar a urocultura, para avaliar a possibilidade de cistite atípica ou intersticial. Diagnóstico: ● É essencialmente clínico, com história condizente e clínica esperada (disúria, polaciúria e dor supra púbica). ● Urina tipo 1 (jato médio): (há…) ○ Leucocitúria. ○ Hematúria. ○ Nitrito positivo. ● Urocultura: é complementar à história clínica, não é exclusivamente definidor e não precisa do resultado para iniciar o tratamento. ○ Confirmação: > 100.000 UFC-ml. ● Situações em que necessariamente se realiza a urocultura: ○ Suspeita de pielonefrite (infecção do trato urinário alto), principalmente na presença de febre. ○ Presença de sintomas atípicos. ○ Cistite de repetição. ○ Qualquer suspeita em grávidas (mesmo sem a sintomas). ● Outros exames: ○ Urocultura de jato livre (valor > 100 mil unidades = atenção). @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Uretrocistografia miccional (principalmente para pesquisa de estenose uretral). ○ USG de vias urinárias. ○ TC com contraste de vias urinárias → pedir principalmente na suspeita de obstrução e no caso de pielonefrite sem melhora, depois de 48-72h de antibioticoterapia. ○ Urodinâmica →método de avaliação da forma como o paciente urina. Obs: no caso de hematúria, leucocitúria e nitrito negativo, pensar em cálculo ureteral (apesar de poder haver infecção com nitrito negativo). Tratamento: ● Pacientes em uso de sonda: tratar apenas na presença de sintomas. ● Grávidas: tratar sempre. ● Casos não complicados: ATB. ○ Principal grupo: mulher, em idade fértil, não grávida. ● Casos complicados: ATB por tempo estendido, em média 7-10 dias. ○ Trato urinário alto → 14 dias. ○ Prostatite → 21 dias. ● Pacientes idosos: só trata na presença de sintomas, mesmo que atípicos. ○ Se for assintomático, apenas acompanha. Prevenção: ● Boa ingesta hídrica. ● Micção programada para determinados pacientes (pessoas que geralmente não vão urinar, principalmente por conta de questões laborais). ● Evitar relação anal vaginal. ● Orientar o não uso de espermicida e diafragma. ● Orientar o uso de preservativos. ● Hábitos de higiene adequados – evitar uso da ducha higiênica. Medidas profiláticas: ● Antibioticoprofilaxia por 3-6 meses. ○ Apenas após comprovação de recorrência → 2 recorrências em 6 meses ou 3 ao ano. ● Antibiótico pós coito – apenas para pacientes que relatam ITU toda vez que tem relação. ○ Prescrever 1 comprimido por dia depois da relação. ● Uso de cranberry – realizam mucoproteção na bexiga e impede que a bactéria se fixe na bexiga. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Uso de imunomodulador - apenas para casos especiais. ● Creme vaginal com estrogênio – para pacientes pós-menopausa. ○ Utilizar 2 ou 3x na semana. ○ Utilizar em toda a vagina e também ao redor do canal da urina. Urgências urológicas Urgências não traumáticas: ● Obstrução urinária - alta ou baixa. ● Escroto agudo. ● Priapismo. ● Parafimose. Obstrução urinária: ● Conceito: presença de cálculos renais geralmente INDOLORES, mas que necessitam de seguimento urológico. ● Diagnósticos diferenciais: tumores (bexiga, próstata ou colo de útero) e causas iatrogênicas. ● Dor = cálculo ureteral. ○ Localização: proximal, médio e distal. ○ Tamanho < 1 cm → tratamento não invasivo (farmacológico). Obstrução urinária alta: ● Quadro clínico: ○ Sintomas típicos: dor em flanco com ou sem irradiação para a fossa ilíaca e ou escroto ou vagina. ○ Sinais de alarme: febre e piora da função renal = cirurgia! ● Atenção para: ○ Características do cálculo (USG + RX ou TC → para verificação de tamanho e localização). ○ Febre → realizar hemograma, EAS e urocultura. ○ Piora da função renal → alteração de uréia, creatinina, Na e K. ● Diagnósticos diferenciais: ○ Tumores de colo de útero. ○ Causas iatrogênicas. ● Tratamento conservador = expulsivo: ○ Analgésicos → dipirona e paracetamol. ○ AINEs → ibuprofeno e cetoprofeno. ○ Analgésicos de resgate → tramal e paco. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Dilatadores → doxazosina e tansulosina. ● Quando realizar tratamento cirúrgico → procedimento de derivação urinária: ○ Pielonefrite → dor + febre. ○ Piora da função renal. ○ Rim único. ○ Ureterolitíase bilateral. ○ Dor refratária. ○ Tumores. ○ Iatrogenias. Retenção urinária baixa: ● Conceito: incapacidade de esvaziar a bexiga completamente ou parcialmente. ○ Pode haver dificuldade para iniciar a micção ou dificuldade para esvaziar completamente a bexiga. ● Causas: ○ Litíase. ○ Hiperplasia prostática benigna (HPB) ○ Estenose de ureteres. ○ Câncer. ○ Coágulos em ureteres. ● Tratamento: ○ Sondagem vesical de demora (no. 16-18). ○ No caso de HPB → terapia combinada com Doxa ou Tansu + Finasterida OU Dutasterida. ○ No caso de hematúria → sondagem vesical de demora (no. 20-22) 3 vias + lavagem. ■ Iniciar irrigação contínua com SF a 0,9% gelado pela SVD. Escroto agudo: orquiepididimite ou torção? ● Orquiepididimite: inflamação dolorosa do epidídimo e do testículo, geralmente causada por infecção bacteriana. ○ Quando pensar em orquiepididimite: ■ Testículo aumentado e endurecido. ■ Há melhora da dor na suspensão. ■ Presença do reflexo cremastérico (tração superior do testículo por suave toque na face interna da coxa → costuma estar ausente). @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Torção: processo de rotação do testículo → pode ocorrer após atividades intensas ou durante o sono; Emergência → resolver em até 6h. ○ Quando pensar em torção: ■ Paciente jovens. ■ Escroto cefalizado → testes redux. ■ Escroto horizontalizado → sinal de Angel. ■ Sem melhora a suspensão. ■ Sem reflexo cremastérgico → sinal de Rabinowitz. ● Como diferenciar: uso de ultrassom com doppler (em caso de dúvida) ● Tratamento: ○ Orquiepididimite:ciprofloxacino 500mg, 12-12h, por 14 dias. ○ Torção: distorção manual + cirurgia imediata. Priapismo: ● Conceito: ereção > 4h. ○ Deve-se realizar punção (gasometria) para diferenciar alterações de baixo fluxo das de alto fluxo. ● Alteração de baixo fluxo: (isquêmico) é uma emergência. ○ Dor extrema. ○ Rigidez intensa. ○ pH mais ácido. ○ pCO2 > 60. ○ pO2 < 30. ○ Ocorre mais em negros. ● Alteração de alto fluxo: não é urgência. ○ Geralmente há história de trauma perineal. ○ pH neutro. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ pCO2 < 60. ○ pO2 normal. ● Tratamento: punção (evitar a linha mediana) e drenagem. Parafimose: ● Conceito: é uma complicação da fimose e ocorre quando o paciente, portador de algum grau de fimose, consegue expor a glande, mas não consegue recobri-la. ○ É uma emergência urológica, pois dificulta o fluxo sanguíneo no local, causando edema e dor. ● Tratamento: analgésico + antiinflamatório + redução por compressão manual da glande e tração do prepúcio. @p�sitivamed
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