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Resumo - patologias do sistema urinário

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Resumo – Patologias do sistema urinário
Estrutura do trato urinário
No trato urinário, há dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra. Uma diferença entre o trato masculino e o feminino é a próstata no sistema masculino. Outra diferença é o tamanho da uretra, sendo a feminina muito mais curta que a masculina, o que é importante para entender o porquê de algumas patologias serem mais prevalentes em mulheres.
Mecanismo de micção normal
Precisa do funcionamento da musculatura lisa da bexiga, representada pelo músculo detrusor e da musculatura do assoalho pélvico.
No momento em que ainda está ocorrendo o enchimento vesical, o m. detrusor encontra-se relaxado. Depois, vem a primeira sensação para urinar, com o aumento do desejo miccional (que é normal). Uma vez cheia e quando ocorrer a micção, ocorre a contração do m. detrusor e o relaxamento do músculo estriado periuretral. Isso permite a diminuição do comprimento da uretra e o aumento do seu calibre, permitindo a saída da urina.
· SINTOMAS
Alterações miccionais
· Alterações do jato urinário:
· Jato urinário “fraco”, “lento”, “fino” em RNs ou meninos: sugestivo de fimose ou de estenose do meato uretral.
· Hesitação: demora para iniciar a micção, esforço para urinar, com diminuição da força e do calibre do jato urinário. É uma descrição comum em pacientes com alguma uropatia obstrutiva infravesical.
· Retenção urinária: incapacidade de a bexiga esvaziar-se, parcial ou completamente. É fundamental diferenciá-la da anúria: paciente com retenção pode ficar sem eliminar a diurese, mas produz a urina normalmente! A anúria, por sua vez, consiste na ausência de produção de urina. Ex.: passando sonda em paciente com retenção, a urina vai sair. Caso esteja em anúria, não está produzindo, então não sai.
· Bexiga neurogênica: retenção urinária é conseqüência da incapacidade de a musculatura vesical contrair-se com força adequada, geralmente em decorrência de neurônio motor superior (lesões de nervos sacrais, assim, podem causar a bexiga neurogênica).
· Incontinência urinária: paciente elimina urina sem perceber, quase que continuamente. Observada em lesões raquimedulares completas.
Alterações do volume e do ritmo urinário
Em uma dieta normal, a quantidade de urina eliminada é de, pelo menos, 800ml de urina em 24 horas.
· Oligúria: elimina < 400ml/24h.
· Anúria: elimina < 100ml/24h.
· Disúria: geralmente, termo utilizado para se referir a dor ou desconforto ao urinar, e é efetivamente recomendado que se use para esse fim. Contudo, conforme a etimologia da palavra, é qualquer alteração da micção (tais como na frequência, hesitação, gotejamento, estrangúria, urgência...). 
· Poliúria: elimina > 2.500ml/24h. Refere-se à quantidade (volume) da urina.
· Polaciúria: relacionada à frequência da necessidade de urinar (não é ao volume!). Quando a necessidade de urinar ocorre repetidamente em intervalos inferiores a duas horas, sem que haja poliúria (aumento do volume de urina).
· Noctúria ou nictúria: despertar diversas vezes para urinar; inversão do ciclo circadiano. Pode ser relacionada a IC, medicamentos, diabetes etc.
Alterações na cor da urina
Normalmente, varia entre amarelo claro e amarelo escuro. Achados com cor alterada.
· Hematúria: sangue na urina; pode ser macroscópica (visível a olho nu) ou microscópica.
· Hemoglobinúria: presença de hemoglobina livre na urina. Ocorre em casos de hemólise intravascular, como malária e leptospirose; transfusão incompatível.
· Mioglobinúria: urina avermelhada em decorrência de destruição muscular maciça por traumatismos e queimaduras, por crises convulsivas ou após exercícios intensos e alongados (por exemplo, uma maratona).
· Porfirinúria: urina vermelho-vinhosa em decorrência da eliminação de porfirinas na urina. Há alteração do metabolismo. Cuidado para não confundir com hematúria.
· Urina turva: por outros motivos, tais como causas infecciosas, pacientes com bilirrubina elevada etc. qualquer infecção do trato urinário.
· Proteinúria: geralmente se apresenta com aspecto de espuma. Em condições normais, elimina-se menos que 100mg dia. Decorre de 3 principais mecanismo: glomerular, tubular e hiperproteinemia.
· Microalbuminúria - Tipo importante de proteinúria – o paciente elimina até 300mg de albumina em 24h. É um indicador precoce de nefropatia diabética e de nefroesclerose em hipertensos
Alterações no cheiro da urina
O cheiro normal da urina se deve à liberação de amônia. Diversos fatores podem alterar seu cheiro, tais como infecções e medicações.
Dor
· Dor lombar e no flanco: descrita como dor profunda, de intensidade variável, fixa e persistente, que piora com a posição ortostática e se agrava ao fim do dia. Investigar se não é uma dor osteomuscular.
· Cólica renal: acompanhada de contrações da musculatura lisa. No início, pode haver apenas desconforto na região lombar (do flanco), e esse desconforto vai se irradiar para o quadrante inferior do abdome no mesmo lado.
· Dor vesical: originada no corpo da bexiga e geralmente localizada na região suprapúbica.
· Estrangúria ou tenesmo vesical: emissão lenta e dolorosa de urina, que pode ser causada por inflamação vesical intensa. Se confunde com a disúria. 
· Dor perineal: mais relacionada à infecção aguda da próstata, sendo referida no sacro ou no reto.
· Dor testicular: pode ser primária ou referida, por irradiação da cólica renal. Pode ser consequência de epididimite aguda, torção testicular e dos nos rins ou no retroperitônio que pode ser referida para o testículo.
Se a dor é suprapúbica, já pensamos em algo mais alto, ao nível da bexiga
Outros sinais: edema, febre e calafrios.
· EXAMES COMPLEMENTARES
EXAME SIMPLES DE URINA
· Sinônimos: sumário de urina, urina do tipo I, EAS
· Melhor amostra é a primeira urina da manhã
· Descartar o primeiro jato (pega o meio do jato urinário) e higienizar a região pélvica para evitar contaminação
· Usar frasco limpo
· O que se avalia?
Até 150 mg de proteína é normal.
As bactérias transformam nitrato em nitrito. Assim, a presença de nitrito é um sinal indireto de infecção urinária.
Cilindros são produtos bacterianos.
PROVAS DE FUNÇÕES RENAIS
· Uréia – normal entre 18 e 45 mg dl
· Creatinina – normal entre 0,6 e 1,2 mg dl
EXAME BACTERIOLÓGICO DA URINA
· Precauções para evitar contaminação externa;
· Coleta em recipiente estéril;
· Boa higiene dos órgãos genitais;
· Afastar lábios vulvares;
· Microscopia direta e cultura;
· Cultura com mais de 10.000 (10 a 5) colônias por ml indica seguramente ocorrência de infecção.
Obs.: as alterações bacteriológicas só têm indicativo de tratamento quando for sintomático, gestante ou paciente que vai se submeter a cirurgia do trato urinário. Por isso, não há utilidade em fazer exame de urina de rotina.
ULTRASSONOGRAFIA
· Vantagens: exame não invasivo, ampla disponibilidade, não utiliza radiação ionizante
· Principais indicações: identificação de obstrução, diagnóstico diferencial entre lesões sólidas e císticas, avaliação de insuficiência renal aguda e crônica, seguimento de pacientes com rins transplantados e como guia para procedimentos invasivos.
RADIOLOGIA CONVENCIONAL
· Baixa acurácia para a maioria das doenças renais
UROGRAFIA EXCRETORA (com contraste)
· Baseia-se na propriedade renal de filtrar e concentrar substâncias radiopacas (contraste iodado)
· Avalia aspectos anatômicos e funcionais dos rins e vias urinárias
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
· Fornece mais parâmetros que a urografia excretora em casos de litíase
· Padrão-ouro na avaliação de litíase urinária (sem contraste), pielonefrite
· Avaliar a presença de massas neoplásicas e estabelecer o diagnóstico diferencial entre lesões sólidas, císticas e abcesso ou hematoma.
· Detectar invasão neoplásica do espaço perirrenal
· Examinar urolitíase ou litíase renal
· Guiar biópsia percutânea
· Analisar traumas renais
OUTROS EXAMES
· Ressonância magnética, principalmente para análise da próstata;
· Cintilografia renal;
· Biópsia renal;
· Endoscopia – bastante usada para retirada de cálculos;
·Angiografia renal.
· DOENÇAS DOS RINS E DAS VIAS URINÁRIAS
· Síndrome nefrótica e síndrome nefrítica
· Insuficiência renal (aguda e crônica)
· Infecção urinária alta (pielonefrite) e baixa (cistite)
· Litíase urinária
· Síndrome de obstrução urinária
· Neoplasias dos rins e do trato urinário
· Doença cística renal
CASO 1
Identificação: 68 anos, sexo feminino, procedente de Murici.
QP: Dor nas costas e para urinar há 2 dias. 
HDA: Paciente relata que há 2 dias iniciou quadro de dor lombar à direita associada a disúria, polaciúria, febre e eliminação de urina escurecida. Também refere náuseas e vômitos + prostração e diminuição do apetite. Nega infecções urinárias de repetição. 
Antecedentes: Nega HAS, nega DM e nega uso de medicações regularmente.
História social: Nega tabagismo e etilismo.
Ao exame físico: consciente, eupnéica, acianótica, corada, hidratada, febril e anictérica. PA = 121/61 mmHg FC = 102 bpm. FR = 16 irpm. Tax (temperatura axilar) = 38°C SatO2 = 96% (AA).
-AR : MV audível universalmente sem RA.
-ACV :RCR em 2T BNF sem sopros audíveis.
-ABD: Plano, flácido, sem visceromegalias, sem sinais de irritação peritoneal, peristalse presente. Giordano positivo à direita. 
-EXT: Pulsos presentes, simétricos, sem edemas, panturrilhas livres.
Resultados de exames laboratoriais:
Hemograma: Hb = 11,8g/dl e Ht = 36% GB = 18.500 77% de neutrófilos com desvio à esquerda (15% de bastões) Plaquetas = 150.000.
Creatinina = 2,29 / Uréia = 65
Urina I (sumário de urina): Moderadamente turva, presença 12 leucócitos por campo, flora bacteriana +++, nitrito positivo. 
USG de rins e vias urinárias: alterações parenquimatosas, com presença de micro-abscessos em rim direito.
História clínica congruente com quadro infeccioso; a taquicardia pode ser justificada pela presença da febre. O hemograma também é muito sugestivo de processo infeccioso, com plaquetas de contagem normal. A função normal dele está alterada, conforme valores da creatinina e da uréia. Nitrito positivo também indica bactéria (positividade do nitrito reflete a capacidade de bactérias gram positivas transformarem nitrato em nitrito).
#HD
ITU alta pielonefrite aguda (apesar do US estar normal, sem inflamação renal). 
#Conduta
· Internamento hospitalar.
· Início de antibioticoterapia: Ceftriaxona. 
· Hidratação endovenosa + sintomáticos.
· Profilaxia para TVP.
Evolução
· Evolução com melhora clínica após 3 dias de internamento, principalmente com melhora da dor lombar. Sem febre. 
· Isolamento na urina de E.coli + de 100.000U formadoras de colônias, sensível a celalosporinas de 2ª e 3ª gerações, sulfametoxazol-trimetropin, piperacilinatazobactan e ciprofloxacina, resistente a norfloxacina, cefalosporinas de 1ª geração e amoxicilina-clavulanato.
· Alta hospitalar com medicação por via oral – com cefuroxima 250mg de 12/12 horas por mais 7 dias.
· INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
Epidemiologia
· ITU é a segunda infecção bacteriana mais comum na prática clínica.
· São responsáveis por 7.000.000 de consultas por ano, 1.000.000 de atendimentos em emergência/ano e 100.000 internações/ano nos EUA.
· Cerca de 20% das mulheres apresentam um episódio de ITU durante a vida, predominantemente de cistite. 
· A incidência em mulheres é o dobro da de homens, mas, acima de 50 anos, a incidência passa a ser igual.
· Populações mais suscetíveis a ITU:
· Crianças pequenas;
· Mulheres grávidas;
· Idosos;
· Diabéticos;
· Usuários de sonda vesical;
· Imunodeprimidos;
· Pacientes com lesões medulares (podem evoluir com bexiga neurogênica). 
Fisiopatologia
A litíase (presença de cálculo) se relaciona muito às infecções. Outras causas: refluxo vesicoureteral (pode ser congênito), lesões medulares (bexiga neurogênica), tamanho reduzido da uretra (mulheres).
Etiologia
ITUs de comunidade
· E. coli (70 a 85% dos casos): é a principal bactéria relacionada às ITUs.
· Staphylococcus saprophyticus.
· Proteus.
· Klebsiella.
· Enterococcus faecalis.
ITUs hospitalares: enterobactérias e cândida.
ITUs complicadas e de repetição: germes produtores de beta-lactamase de espectro estendido (ESBL) – bactérias resistentes.
Classificação
De acordo com a localização.
· ITU Alta: pielonefrite.
· ITU Baixa: cistite e uretrite.
OBS.: É possível ter pielonefrite e cistite ao mesmo tempo. 
PIELONEFRITE AGUDA
· Invasão bacteriana do rim e da pelve renal.
· Geralmente unilateral.
· Pode estar associada a:
· Obstrução do trato urinário;
· Cálculos;
· Neoplasias;
· Malformações anatômicas.
· Nas mulheres, é mais comum na primeira infância ou no início da fase de atividade sexual.
· Principal germe: Escherichia coli.
Quadro clínico
· Febre alta (geralmente > 38ºC).
· Calafrios.
· Náuseas e vômitos.
· Prostração, taquicardia e hipotensão arterial podem estar presentes falam a favor de quadro mais grave.
· Dor unilateral ou bilateral em flancos com irradiação para fossa ilíaca e região supra-púbica, principalmente se associada a um cálculo no ureter.
· Cistite associada: queixas de cistite polaciúria, disúria, urgência e eliminação de urina turva, denotando a presença de cistite associada.
Exame físico
· Sinal de Giordano positivo. É uma punho-percussão da região de loja renal; caso esteja com infecção, paciente refere dor à punho-percussão, falando muito a favor de ITU (especialmente ITU alta).
Exames laboratoriais
· Exame de urina:
· Presença de piócitos, cilindros leucocitários e bactérias.
· Hematúria está usualmente presente.
· Resultado é mais rápido.
· Urocultura:
· Identificação do microorganismo.
· + (positiva) quando tem mais de 100.000 ufc/ml colhida do jato médio de maneira asséptica.
· Pacientes idosos, com infecção crônica e em uso de ATB, pode ser valorizado crescimento bacteriano > que 10.000 ufc/ml.
· Bacteriúria assintomática: crescimento de pelo menos 100.000 ufc/ml de uma mesma bactéria em 2 amostras de urina de um paciente.
· Sumário de urina em paciente assintomático e vem com flora bacteriana: pede a urocultura para confirmar a presença de pelo menos 100.000 UFC/ml.
· Em geral, demora 3 a 6 dias para sair o resultado.
· Hemocultura: positiva em 25% a 60% dos casos de ITU alta. Tem relação com a gravidade da doença e risco de sepse.
· Nos casos mais graves. Identifica o MO no sangue; indicação para pacientes em internamento hospitalar.
Exames de imagem
· Indicação àqueles casos de cistite/pielonefrite não resolvidos com terapia empírica.
· A maioria dos casos é E. coli; sabendo disso, já tem opções de tratamento a nível ambulatorial e hospitalar. Se usar de forma empírica o ATB e não resolver é que vai prescrever exames de imagem para investigar se tem outras complicações.
· Assumem maior importância para o diagnóstico de complicações. 
· Podem evidenciar alterações estruturais e/ou funcionais do sistema urinário.
CISTITE
· Infecção na bexiga.
· Caracterizada por polaciúria, disúria, urgência e piúria.
· Desconforto e sensação dolorosa supra-púbica.
· Desejo de urinar acompanhado de dor, mesmo quando o órgão está vazio, ou imediatamente após a micção (estrangúria).
· Urina turva e com odor desagradável pode também estar presente.
· Exame de urina: piócitos, hemácias, células epiteliais e bactérias.
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
· Observação de bactérias na urina de pacientes sem sintomatologia de infecção urinária.
· Pediu o exame de urina ao acaso e percebeu a bacteriúria.
· Deve ser comprovada em 2 culturas consecutivas, com crescimento do mesmo microorganismo (acima de 100.000 colônias/ml de urina).
· Ocorre com mais frequência em crianças com refluxo vesicoureteral ou com outras alterações no trato urinário, mulheres gravidas e em idosos.
Quando tratar bacteriúria assintomática?
· Se o paciente não tem queixa, devem ser pesados os benefícios e malefícios do tratamento, uma vez que, com este, ocorrerá seleção de flora bacteriana e aumento da resistência bacteriana (quando ele adoecer e precisar, os MOs podem já estar selecionados).
· Grupos a serem tratados:
· Mulheres grávidas;
· Homens que serão submetidos a procedimentos urológicos, como a RTU depróstata (ressecção transureteral da próstata);
· Procedimento cirúrgico de trato urinário com previsão de sangramento.
Não existe evidência, tratar bacteriúria assintomática em:
· Mulheres não-grávidas, pré-menopausa ou na menopausa.
· Mulheres diabéticas.
· Idosos.
· Paciente com lesão medular e com alteração funcional da bexiga.
· Paciente com SVD sem sintomas.
· Pacientes transplantados-órgãos sólidos.
CASO 2
Identificação: sexo masculino, 78 anos, natural e procedente de Maceió.
QP: Dor lombar à direita.
HDA: Paciente procura atendimento por dor lombar à direita irradiando para fossa ilíaca direita, com muita náusea e vômitos. Nega febre. Sem história de perda ponderal nos últimos meses.
Creatinina de 3,5mg/dL, sendo a creatinina prévia normal.
Antecedentes: HAS, DM e com passado de nefrectomia a esquerda secundária a neoplasia, paciente considerado curado.
Tomografia de pelve: 
Discussão e #HD
Dor lombar que irradia para FID; sem febre (exclui infecções); sem perda ponderal descarta a neoplasia (apesar de que os pacientes só perdem peso com a doença já avançada); a alteração da creatinina parece ter sido aguda. Na imagem, vê-se um cálculo localizado no ureter direito.
Síndrome obstrutiva de vias urinárias, causada por uma litíase localizada nos ureteres (litíase renal é nos rins!).
· LITÍASE URINÁRIA
· Formação de concentrações calculosas em rins ou vias urinárias. 
· 90% dos casos formados por sais de cálcio (oxalato, fosfato) e os restantes 10%, por ácido úrico e cistina.
Epidemiologia
· A prevalência de nefrolitíase (cálculo no rim) é de 2-3% com incidência em países industrializados de 0,5% a 1% ao ano. 
· A probabilidade de um homem branco desenvolver cálculo até os 70 anos é de 1:8.
· Apresenta alta taxa de recidiva, podendo chegar a 80% ao longo da vida e sendo de até 50% em cinco anos.
· Pacientes com litíase assintomática tornam-se sintomáticos dentro de cinco anos em 50% dos casos.
Litíase renal
· Cálculos podem ser únicos ou múltiplos.
· Cálculos são formados nos rins, nos cálices ou pelve renal, adotando inclusive a forma dos cálices e da pelve.
· Pode lesar os rins, mesmo na condição assintomática. 
· Discreta sensação de dor ou peso no flanco correspondente.
· Hematúria microscópica geralmente está presente.
· Pacientes que apresentam sumário de urina com hematúria isolada, sem alterações infecciosas (sem nitrito positivo, sem piócitos, sem leucócitos) não deve ser infeccioso, então precisa investigar a presença de litíase, pelo que você solicitará um ultrassom. Litíase geralmente é descoberta na investigação da hematúria (em pacientes assintomáticos).
Litíase vesical
· Cálculos formados nos rins e que não foram eliminados durante a micção.
· Obstrução e infecção urinária são fatores importantes no aparecimento dos cálculos vesicais. 
· Disúria, urgência e interrupção brusca do jato urinário: ocorrem quando o cálculo obstrui a uretra. 
· Pode causar cistite.
· Diagnóstico radiológico, endoscópico ou ultra-sonográfico.
Avaliação de um paciente com litíase
· História clínica com ênfase em hábitos alimentares, medicamentos em uso, história familiar de doenças do sistema urinário, cólica renal, hematúria.
· Hábitos alimentares podem estar diretamente associados a formações calculosas.
· Exame de urina: hematúria e cristalúria (cristais indicam cálculo – são pedaços do cálculo que conseguiram ser expelidos.).
· USG de vias urinárias.
· Avaliação de alterações metabólicas capazes de causar litíase recorrente.
Tratamento
· O tratamento das litíases urinárias depende do tamanho, localização e composição dos cálculos. 
· Pode ser necessário urgência/emergência ou constituir um procedimento eletivo.
· Na urgência, é comum que o paciente não saiba que tem o cálculo; há a obstrução e só se busca atendimento porque está com muita dor e alterações da função renal.
· No ambulatório, a depender do tamanho do cálculo, é interessante o encaminhamento para o urologista, a fim de que este avalie se é cabível algum procedimento eletivo. 
· Cálculos menores que 6 mm: tratamento clínico conservador. Cálculo é pequeno, então provavelmente será expelido, não sendo necessária qualquer intervenção.
· Cálculos maiores que 6 mm e menores que 2 cm: Esses cálculos não conseguem migrar, vão obstruir e causar muita dor, além de outras complicações. O tratamento de eleição é a ureteroscopia flexível, realizada através da introdução de endoscópio fino e flexível pelo canal uretral. Os cálculos são fragmentados com auxílio de fibras de laser (ou seja: quebra em cálculos menores para que o paciente consiga expeli-los).
· Maiores que 2 cm: nefrostolitotomia percutânea. Nefroscópio é inserido e retira-se o cálculo sem a necessidade de abrir o paciente. Para cálculos maiores, avalia-se a possibilidade de procedimentos mais invasivos. 
· SÍNDROME DE OBSTRUÇÃO URINÁRIA
· Principais causas intrínsecas: litíase, neoplasias e anomalias congênitas. Causas internas do aparelho urinário.
· Principais causas extrínsecas: neoplasias e fibrose. Causas fora do aparelho urinário. Pacientes de neoplasia na pelve podem cursar com síndrome de obstrução urinária (ex.: neoplasia de colo uterino acaba comprimindo extrinsecamente o ureter).
OBS.: no caso clínico 2, o paciente tinha uma síndrome de obstrução urinária. O cálculo pode ter tido origem renal, porém o que estava causando o quadro clínico era a sua presença no ureter.
· Pode ser causa de insuficiência renal aguda ou crônica. 
· Lesão acima da bexiga pode produzir hidronefrose (quando a dilatação atinge os cálices renais). Urina vai se acumulando nos cálices renais.
· Na gravura ao lado estão os graus de hidronefrose.
· Obstrução no colo vesical ou uretra: a dilatação é bilateral.
· A obstrução aguda apresenta-se clinicamente com sintomas marcantes, enquanto na crônica as manifestações são insidiosas, não despertando a atenção dos pacientes.
Quadro clínico da síndrome de obstrução urinária
· Dor tipo “cólica renal”.
· Relato de peso na região dos flancos.
· Infecção urinária ou retenção urinária pode estar presente.
· Obstrução bilateral podem acontecer sinais e sintomas de uremia.
· Se for bilateral, os dois rins estarão acometidos, de forma que a uréia vai se acumular e terá sintomas relacionados à uremia, tais como vômitos.
OBS.: no caso clínico 2, o paciente só tinha um rim. Com a obstrução da via urinária, logo a função renal foi alterada.
· CISTOS RENAIS
Cistos renais adquiridos
· Normalmente após os 50 anos, aumentam de freqüência com o avançar da idade e estão presentes em mais de 50% das pessoas após os 60 anos. 
· Podem ser solitários, múltiplos, uni ou bilaterais e, eventualmente, podem apresentar sintomas clínicos de dor lombar, sangue na urina, infecção urinária e hipertensão arterial. 
· Dificilmente, os cistos se infectam e formam abscessos.
· Pode ocorrer, eventualmente, ruptura e surgir sangramento interno ou aparecer no exame de urina. É mais raro.
· São achados comuns em tomografias e em USG; o paciente deve ser tranquilizado no sentido de que cistos não são nódulos. A depender de determinadas características tomográficas é que se toma uma conduta de acompanhamento ou encaminhamento (classificação radiológica vista a seguir).
· Cistos renais: sem tratamento específico, apenas seguimento com tomografia.
Classificação radiológica: Bosniak
 
Doença policística renal
· Doença hereditária.
· Origem genética, constitui uma anormalidade da estrutura tecidual renal. 
· Pode associar-se a outras anormalidades congênitas como o fígado policístico.
· 2 tipos:
· Adultos: Herança autossômica dominante de alta penetrância.
· Crianças: Herança autossômica recessiva.
CASO 3
· CSA, 5 anos, masculino, estudante, natural e procedente de Maceió
· Queixa principal: inchaço nos olhos
· HDA: Refere edema periorbital matutino há 5 dias, que diminui ao longo do dia. Há 3 dias observou hematúria com urina cor de café. A mãe refere que há 3 semanas a criança teve uma “crise de infecção de garganta”. Paciente queixa-se de fraqueza, adinamia e de que está urinandomuito pouco (< 400ml por dia)
· Exame físico: 
· Pressão Arterial= 150x95 mmHg
· Frequência cardíaca= 92 bpm
· Regular estado geral, dispneia leve, afebril, hidratado, normocorado, edema periorbitário e de membros inferiores discretos
· Exames complementares: 
· Urina 1:
· Presença de cilindros hemáticos
· 1.000.000 de hemácias
· Cite duas hipóteses diagnósticas para o caso: glomérulo nefrite
· Como se chama a alteração de volume da urina apresentado pelo paciente? Oligúria
· Cite um dado da HDA que se refere à uma possível etiologia da patologia renal do paciente acima. A infecção de garganta e a idade do paciente.
· SINDROME NEFRÍTICA
Classificada em:
· Glomerulonefrite aguda
· Glomerulonefrite rapidamente progressiva
· Glomerulonefrite crônica
· Glomerulonefrite aguda
Caracterizada por urina turva, hipertensão arterial (decorrente do aumento do volume intravascular), edema (especialmente periorbitário), azotemia (elevação dos níveis de uréia e creatinina) e recuperação em dias ou semanas.
No sumário de urina temos: hemácias dismórficas e cilindros hemáticos.
Principais causas: Pós-estreptocócica e Deposição de imunocomplexos (LES e nefropatia por IgA)
· Pós-estreptocócica;
· Pós infecciosa não estreptocócica
· Nefropatia por IgA ou doença de berger

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