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Índice-chave - Hiperemia e edema; - Isquemia e infarto; - Trombose e embolia; - Hemostasia e choque. Hiperemia Hiper = muito + emia = sangue A hiperemia é dividida em hiperemia ativa e passiva. A hiperemia ativa pode ser fisiológica ou patológica, enquanto a hiperemia passiva é apenas patológica. Hiperemia ativa fisiológica: ocorre conforme as necessidades do metabolismo fisiológico dos tecidos. É o que ocorre na musculatura esquelética, no trato gastrointestinal, no cérebro, na ereção peniana, o rubor facial, entre outros. Hiperemia ativa patológica: ocorre por meio de mediadores vasoativos que irão ocasionar vasodilatação da musculatura lisa dos capilares. Isso ocorre por exemplo em reações inflamatórias, em lesões. O calor e o rubor advêm dessa hiperemia. Hiperemia passiva (congestão): ocorre quando o aumento do volume de sangue ocorre sem necessidade desse voluma extra, ocasionada por insuficiência de drenagem venosa seja por obstrução, compressão ou torção. Aqui, o aumento do volume de sangue é venoso, e isso pode gerar uma área isquêmica de necrose (infarto). No fígado pode ocasionar o fígado em “noz moscada”. Edema Acumulo de líquido no interstício ou numa cavidade corporal Em um padrão fisiológico, a pressão hidrostática do capilar empurra água pro interstício. Essa água é reabsorvida 85% pela pressão oncótica capilar e o resto é absorvido pelos vasos linfáticos. Alterar esses mecanismos fisiológicos pode causar edema. Existem 4 mecanismos (patogenia) para o edema A) Aumento da pressão hidrostática capilar: se alguma etiologia causar um aumento da pressão hidrostática capilar, ocorre um extravasamento de liquido pro interstício, causando edema. Esse tipo de edema é composto por transudato. Por exemplo: esquistossomose, hipertensão arterial, cirrose hepática. B) Redução da pressão oncótica capilar: se houver uma queda das proteínas plasmáticas, ocorre uma diminuição da pressão oncótica capilar, isso gera uma pressão de saída de líquido para o interstício. Por exemplo: cirrose hepática, síndrome nefrótica (proteinúria, albuminúria), glomerulonefrite, pré-eclampsia, glomerulonefrite pós estafilocócica beta-hemolítico. Transudato. C) Drenagem linfática: se houver uma deficiência de drenagem linfática, ocorre uma dificuldade do líquido ser drenado do interstício, gerando um edema, no caso o linfedema. Ocorre por exemplo em mastectomia. Edema de transudato. D) Permeabilidade vascular: quando um tecido é exposto a uma agressão, as células residentes liberam mediadores inflamatórios, que irão se ligar as células do endotélio levando a uma contração das células, espaçando as células, aumento a permeabilidade vascular, liberando uma maior saída de líquido e de proteínas plasmáticas. Essa saída gera um edema de exsudato. Patogenia Etiologia Composição Acometimento Pressão hidrostática capilar Hipertensão arterial, insuficiencia hepática, congestão Transudato Local e sistemico Pressão oncótica capilar Hipoproteinemia, cirrose hepática, glomerulonefrite Transudato Sistemico Drenagem Linfática Ressecação de linfonodos, obstrução dos linfonodos Transudato Local - linfedema Permeabilidade Vascular Inflamação Exsudato Local e sistemico Trombose e Embolia Hemostasia: fluxo sanguíneo fluido, livre de coágulo, numa vasculatura integra, com equilíbrio entre as células sanguíneas. Quando ocorre uma lesão endotelial, o tecido conjuntivo do vaso sanguíneo é exposto, e com isso as plaquetas começam a se aderir a essa região lesada, mudando seu tamanho e sua conformação, e liberando grânulos contendo tromboxano A2 e ADP, por exemplo. Esses mediadores recrutam mais plaquetas que irão formar um tampão plaquetário. Além disso, dependendo do tipo de lesão, irá ativar a cascata de coagulação pela via extrínseca ou intrínseca, que converte protrombina em trombina que é uma enzima que quebra o fibrinogênio em fibrina. A fibrina irá formar uma rede em volta do tampão enquanto o tecido é regenerado. Quando o tecido é regenerado, o plasminogênio é convertido em plasmina que faz fibrinólise. Trombose A trombose é o inverso da homeostasia e ocorre quando o equilíbrio do balanço de proteínas pró-trombóticas e anti-trombóticas é comprometido. A patogenia envolve três mecanismos: O fluxo lento venoso causa trombose, pois promove uma baixa oxigenação e nutrientes para as células endoteliais, isso lesa o endotélio. Além disso, essa região com fluxo baixo concentra proteínas pro-coagulantes, que associado a uma maior marginação celular, provoca a formação de trombos. Quando esses trombos se soltam, eles podem chegar a vasos em outras regiões do corpo, e assim são chamados de êmbolos. Uma trombose venosa, geralmente está relacionada aos órgãos superiores, como a TEP. Os trombos por fluxo turbulento é um tipo de trombo arterial, e pode ser causada por três principais fatores: bifurcações, aterosclerose, aneurisma. Esse trombo é mais aderido e mais esbranquiçado pelo acumulo de fibrina. Esses trombos geralmente vão ocasionar embolos para regiões sistêmicas. Pode provocar AVC, isquemia renal, infarto. Isquemia e Infarto A isquemia pode ocorrer por obstrução arterial ou obstrução venosa, e ela é caracterizada pela diminuição da oxigenação e dos nutrientes. A isquemia evolui para a morte do tecido, chamado de necrose, essa área de necrose isquêmica tem um padrão morfológico em que as células mantêm uma arquitetura, mas sem núcleos, caracterizando uma área de necrose de coagulação. Essa área de necrose de coagulação é chamado de infarto. Uma área de infarto tende a ter o formato de cunha, com uma aparência pálida devido a não chegada de sangue, chamando de infarto branco. Em cerca de 12 horas, essa necrose gera inflamação, em torno da área branca, com uma hiperemia em halo, com o objetivo de reparar o tecido. Esse reparo pode substituir por células do tecido ou por tecido cicatricial ou fibroso. Existem outros casos em que a área infartada é caracterizada por uma coloração vermelha, pelo acumulo de sangue. INFARTO BRANCO X INFARTO VERMELHO Infarto branco ou anêmico: Ocorre mais em órgãos sólidos. Ocorre apenas por isquemia arterial, promovendo uma necrose de coagulação. E apenas em fluxos terminais, ou seja, em fluxos arteriais que não possuem anastomoses significativas. Esse tipo de infarto evolui com área branca, inflamação e a longo prazo com cicatriz. Infarto vermelho ou hemorrágico: Ocorre mais em órgãos frouxos. Ocorre por obstrução venosa (congestão), gerando um acumulo de sangue pobre em oxigênio e nutrientes e isso gera uma área de morte celular (necrose de coagulação). Como o sangue fica acumulado, isso gera uma coloração vermelha. (Cianose) Ocorre por obstrução arterial quando há no local um segundo fluxo sanguíneo arterial, que não é suficiente, mas está levando sangue para essa região. Ou seja, ocorre quando a circulação é dupla ou em casos de revascularização tardia, quando o tecido já morreu. Há a morte celular (necrose de coagulação), mas com aparência hemorrágica. Hemostasia 1) Constrição vascular: a lesão vascular irá desencadear a produção de Tromboxano A2 pelas plaquetas, de serotonina pelo tecido lesado, de endotelina pelo endotélio vascular. O tromboxano A2 é importante para vasoconstrição, a serotonina para desencadear impulsos de dor, e a endotelina também vai promover uma forte vasoconstrição. A prostaciclina é produzida para promover a vasodilatação dos vasos periféricos, impedindo a endotelina de atuar em vasos não lesionados. O óxido nítrico atua em ultima etapa,promovendo a vasodilatação do vaso lesionado. 2) Formação do tampão plaquetário (hemostasia primária): Plaquetas As plaquetas são células anucleadas, com meia-vida de cerca de 8-12 dias, produzidas a partir da estimulação de trombopoetina. As plaquetas possuem uma morfologia caracterizada pelas seguintes estruturas: - Glicoproteina GPIIb/IIIa: importante para adesão plaquetária; - Grânulas alfa e delta; - Actina e Miosina II; - Enzimas produtoras de Tromboxano A2; Os grânulos alfa das plaquetas expressam selectina P que auxilia na adesão plaquetária. Nesses grânulos também estão contidos o fibrinogênio, o fator de von Willebrand, fibronectina, fator V, fator VIII, fator IV (de ligação a heparina), PDGF (fator de crescimento derivado de plaqueta), TGFa e trombospondina. Os grânulos delta, são chamados de grânulos denso, contém ADP e ATP, fator VI, histamina (vasodilatador periférico), serotonina, epinefrina. Os fatores de von Willebrand é importante para agregação de plaquetas. Ele é circulante em sua forma associada ao fator VIII, produzido pelas células endoteliais. Quando em contato com colágeno ele se agrega e permite com que o fator VIII agregue mais fatores, que se agregam a plaquetas e assim por diante. As glicoproteínas IIb/IIIa das plaquetas se aderem a outras plaquetas, a fibrinogênio e ao fator de von Willebrand. As plaquetas agregadas degranulam, iniciando pelos grânulos delta, que irão secretar cálcio (fator VI) que atua na vasoconstrição e na agregação plaquetária. O tromboxano A2 e o ADP são liberados atraindo mais plaquetas que também vão desgranular. Quando o granulo alfa desgranula, isso gera a liberação de selectina P e PDGF, a selectina P atrai leucócitos e o PDGF começa o processo de reparação. 3) Coagulação sanguínea (hemostasia secundária): Quando o fator Xa se associa ao cálcio, a protrombina, produzida no fígado mediante a vitamina K é ativada em trombina. A trombina converte o fibrinogênio em fibrina. Quando isso é produzido, o coágulo começa a se contrair por meio das fibras de actina e miosina, liberando o soro do coágulo. O soro não possui fibrinogênio, logo não coagula. 4) Dissolução do Coágulo (fibrinólise): O plasminogênio é precursor da plasmina, que é a substância que degrada fibrina. Mas pra isso, a proteína C precisa ser ativa, inativando o fator V e o fator VIII, quando a proteína C inativa o fator VIII, o fator de von willebrand se solta e as plaquetas se soltam. A proteína C também ativa os ativadores de plasminogênio que irão ativar a plasmina, quebrando as redes de fibrina. Deficiencia em proteína C pode provocar tromboses. Distúrbios hemorrágicos Por lesões na parede vascular: - Ruptura da parede vascular (rexe): aneurisma, traumatismos, supurações, granulomas; - Saída de sangue pelos espaços entre o endotélio (hemorragia por diapedese): ocorre em casos de congestão. Por alterações na coagulação sanguínea: - Hemofilia A (deficiência do fator VIII); - Hemofilia B (deficiência do fator IX) - Doença de Von Willebrand; - Deficiência de vitamina K; - Warfarina + AAS; Por diminuição de plaquetas: - Trombocitopenia (<100.000mm³); - Purpura trombocitopenica idiopática; Choque O choque é uma síndrome caracterizada pela redução da perfusão tecidual sistêmica. Pode ser cardiogênico (coração), obstrutivo, distributivo (vaso) e hipovolêmico (volume). Principais etiologias: - Hipovolemico: hemorragia, trauma, digestiva, diarreia, vomito, urinaria. - Cardiogenico: IAM, arritmia, miocardiopatia. - Obstrutivo: TEP, tamponamento cardíaco, pneumotórax, hipertensão. - Distributivo (vasodilatação): séptico, anafilático, neurogênico.
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