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1 Laylla Oliveira Fagundes - Medicina SÍNDROME DO RESPIRADOR ORAL ➔ FISIOPATOLOGIA: • Decorre de múltiplos fatores e etiologias, tanto intrínsecas, quanto extrínsecas ao nariz, que levam à obstrução nasal completa ou incompleta, podendo ser uni ou bilateral, e que resultam na respiração oral crônica, com alterações decorrentes a nível sistêmico e local. ➔ CAUSAS: • OBSTRUTIVAS: o Rinite alérgica; o Aumento de tonsilas faríngeas; o Aumento de tonsilas palatinas; o Desvio ou septo nasal obstrutivo. • FUNCIONAIS: o Sem componentes alérgicos ou obstrutivos associados; o Hábito de respirar pela boca; o Sucção de chupetas e dedos; o Uso de mamadeira; o Falta do aleitamento materno; o Posição do bebê no berço. ➔ SINTOMAS: • Dormir com a boca aberta; • Roncos; • Prurido nasal; • Sialorreia noturna; • Sono agitado; • Obstrução nasal; • Irritabilidade durante o sono; • Déficit de crescimento; • Sintomas neurocognitivos; • Problemas cardiovasculares; • Enurese noturna; • Infecções de repetição. ➔ REPERCUSSÕES SISTÊMICAS DO RESPIRADOR ORAL: • SISTEMA RESPIRATÓRIO: o Respiração oral → resistência das vias aéreas → diminuição da complacência pulmonar → diminuição da pO2 arterial + diminuição do VEF1 → alteração da curva fluxo/minuto. • SISTEMA CARDIOVASCULAR: o Hipóxia + hipercapnia recorrente → hipertensão pulmonar → insuficiência cardíaca congestiva e cor pulmonale. • SONO: o RONCO PRIMÁRIO: ▪ Condição benigna; não há alteração da arquitetura do sono. o SÍNDROME DE RESISTÊNCIA DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES: ▪ Há fragmentação do sono, com despertares breves e achado à polissonografia, na manometria esofágica, do aumento da pressão negativa. o APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO: ▪ Há pausas respiratórias, sono agitado, não restaurados, enuresse noturna, hiperatividade, baixo aproveitamento escolar, etc.; ▪ Na polissonografia, são achados diagnósticos (padrão-ouro): • IAH (índice de apneia e hipopneia): > ou = 1/h; • SatO2: <90%; • Presença de arritmias ou bradicardias; • Presença de respiração paradoxal. • SISTEMA HEMATOPOIÉTICO: o Policitemia compensatória (hipoxemia → eritropoietina). • SISTEMA GASTROINTESTINAL: o Entre comer e respirar, o paciente respira! 2 Laylla Oliveira Fagundes - Medicina o Disfagia para sólidos; o Preferência por líquidos e pastosos. • SISTEMA ENDÓCRINO: o Altera o ciclo circadiano, diminuindo a secreção do GnRH → retardo do crescimento pôndero- estatural; o A diminuição da secreção do hormônio anti-diurético (ADH) pode acarretar em enurese noturna. • POSTURAL: o Protusão cérvico-cefálica e hiperlordose. ➔ ALTERAÇÕES LOCAIS DO RESPIRADOR ORAL: • ALTERAÇÕES DENTO-CRÂNIO-FACIAIS: o Os pacientes orais tendem, de modo não consciente, alargar a orofaringe, na tentativa de diminuir a resistência ao fluxo respiratório, resultando em: ▪ Lábios invertidos; ▪ Rotação póstero-inferior e lateral da mandíbula → mordia cruzada, má oclusão, proeminência dos incisivos superiores; ▪ Reposicionamento da língua → palato ogival; ▪ Alterações na dinâmica da musculatura facial → crescimento vertical da face (dolicocefálico) e apagamento do sulco nasolabial; ▪ Diminuição/ausência de fluxo aéreo nasal → hipoplasia da maxila e graus variados de hipoplasia dos seios paranasais, podendo ocorrer, até mesmo, atresia. • ALTERAÇÕES OROFARÍNGEAS: o Ressecamento da saliva e da mucosa da orofaringe → favorece o aparecimento de placa bacteriana → halitose, IVAs de repetição. • OTITE MÉDIA E RINOSSINUSITE: o Hipertrofia adenoideana → disfunção tubária e estase de secreções nasossinusais. ➔ CARACTERÍSTICAS CLARAS DO RESPIRADOR ORAL: • Respiração oral habitual → lábios entreabertos + mandíbula e língua em posição anterior e inferior + irrupção contínua dos dentes posteriores + crescimento alveolar excessivo (RONALDINHO GAÚCHO). ➔ TRATAMENTO: • CLÍNICO: o Tratamento da rinite → higiene ambiental, corticoides, anti-histamínicos, descongestionantes, etc.; o Perda de peso; o Uso do CPAP; o Uso de aparelhos orais. • CIRÚRGICO: o Sempre que possível, deve ser indicado precocemente! o Tem como objetivo a remoção dos tecidos que causam essa obstrução → adenoides, amígdalas; o Associação com outros procedimentos: cauterização de conchas inferiores e turbinectomia inferior. • OUTROS: o Acompanhamento complementar com fonoterapeuta e/ou odontólogo.
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