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Laringites: Fisiopatologia, Sintomas e Tratamentos

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1 Laylla Oliveira Fagundes - Medicina 
LARINGITES 
 
➔ CONSIDERAÇÕES BÁSICAS: 
• LOCALIZAÇÃO DA LARINGE: 
o Na CRIANÇA → nível C3-C4 → diâmetro da glote reduzido → lâmina própria uniforme (não há 
ligamento vocal); 
o No ADULTO → nível de C6 → 3 camadas bem definidas. 
 
➔ FISIOPATOLOGIA: 
• Infecção viral ou bacteriana das VAS → hiperemia da mucosa → edema submucoso + espessamento da 
prega vocal. 
 
➔ SINTOMAS: 
• Disfonia (+ frequente); 
• Odinofagia; 
• Disfagia; 
• Tosse; 
• Dispneia; 
• Estridor. 
 
➔ ANAMNESE: 
• IVAS prévia; 
• Imunossupressão; 
• Hábitos e vícios; 
• Ocupação; 
• IOT prévia; 
• Idade. 
 
➔ LARINGITES INFECCIOSAS AGUDAS: 
• Duração média: 8 dias; 
• Etiologia: + comumente → viral: rinovírus, adenovírus, piconarvírus; 
• É urgência pediátrica! 
• Está associada a IVAS; 
• SINTOMAS: 
o Sintomas de resfriado + disfonia. 
• DIAGNÓSTICO: 
o Mucosa edemaciada e hiperemiada em regiões glótica e supraglótica; 
o Evolução autolimitada. 
• TRATAMENTO: 
o Sintomáticos; 
o Hidratação; 
o Repouso vocal; 
o Eliminações de fatores predisponentes (abuso vocal, tabagismo, álcool). 
 
• LARINGOTRAQUEÍTE AGUDA (CRUPE): 
o + comum em crianças; 
o Comum no outono e inverno; 
o Duração: 3-7 dias; 
o ETIOLOGIA: 
▪ Parainfluenza 1, 2 e 3; ▪ Influenza A. 
o SINTOMAS: 
▪ Edema de supraglote; 
▪ Obstrução nasal; 
▪ Rinorreia; 
▪ Odinofagia; 
▪ Febre baixa; 
▪ Disfonia e tosse “de 
cachorro” pior à noite; 
▪ Estridor; 
▪ Ausculta pulmonar 
inocente. 
 
o DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: 
▪ Corpo estranho; 
▪ Estenose supraglótica; 
▪ Traqueíte. 
 
2 Laylla Oliveira Fagundes - Medicina 
o DIAGNÓSTICO: 
▪ RX CERVICAL → dilatação da hipofaringe; epiglote normal; dilatação do ventrículo 
laríngeo; estreitamento subglótico (sinal da torre de igreja). 
 
o TRATAMENTO: 
▪ Hidratação; 
▪ Repouso vocal; 
▪ Se dispneia grave: 
• Adrenalina inalatória; 
• Corticoides; 
• IOT, traqueostomia. 
 
• EPIGLOTITE (SUPRAGLOTITE): 
o Envolve epiglote, aritenoides e pregas ariepiglóticas; 
o ETIOLOGIA: 
▪ Haemophilus influenza tipo B; 
▪ Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus, Estreptococos B-hemolíticos e 
Klebsiella pneumoniae. 
o SINTOMAS: 
▪ NA CRIANÇA: 
• Iniciais → odinofagia + febre baixa; 
• Piora da disfagia, odinofagia intensa e febre alta; 
• Aumento da salivação (sialorreia) e acúmulo de secreção → aumento da dispneia; 
• Estridor inspiratório; 
• Postura típica: sentado, pescoço estendido e boca aberta → posição de tripé. 
▪ NO ADULTO: 
• Acentuada dor de garganta; 
• Disfagia com aumento da salivação; 
• Adenopatia cervical; 
• Dores de ouvido (envolvimento das pregas aeriepiglóticas e aritenoides); 
• Febre e queda do estado geral. 
o DIAGNÓSTICO: 
▪ LARINGOSCOPIA COM ÓPTICAS RÍGIDAS OU FLEXÍVEIS: 
• Supraglote edemaciada e hiperemiada (vermelho-cereja). 
▪ RX CERVICAL LATERAL EM POSIÇÃO SENTADA: 
• Falso negativo em 50% dos casos. 
▪ OBS.: 
• Evitar estímulos (abaixar a língua e aspiração bucal) → laringoespasmo reflexo; 
• Evitar decúbito. 
o TRATAMENTO: 
▪ Internação; 
▪ Suplementação de O2 + umidificação + hidratação; 
▪ Corticoide (Dexametasona); 
▪ ATB EV (Ceftriaxona); 
▪ Observação clínica e fibroscopias seriadas; 
▪ Suporte respiratório. 
 
• LARINGITE ESTRIDULOSA (CRUPE ESPASMÓDICO OU FALSO CRUPE): 
o ETIOLOGIA: incerta. 
o SINTOMAS: 
▪ Dispneia de instalação súbita à noite; 
▪ Sufocação, tiragem supra-esternal, respiração ruidosa com estridor, tosse rouca, sudorese 
intensa, agitação, ausência de febre; 
▪ Duração de poucos minutos. 
 
 
3 Laylla Oliveira Fagundes - Medicina 
o DIAGNÓSTICO: 
▪ Anamnese; ▪ Exame físico. 
 
o TRATAMENTO: 
▪ Inalação; ▪ Tranquilização da família. 
 
• DIFTERIA: 
o ETIOLOGIA: Corynebacterium diphteriae (toxina); 
o + comum em >6 anos de idade. 
o SINTOMAS: 
▪ Febre baixa; 
▪ Dor de garganta; 
▪ Rouquidão; 
▪ Edema e eritema da mucosa laríngea e faríngea; 
▪ Exsudato em placa pseudomembranosa (difícil de descolar); 
▪ Adenite cervical. 
o DIAGNÓSTICO: 
▪ Cultura. 
o DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
▪ Epstein-Barr; 
▪ Streptococcus pyogenes; 
▪ Neisseria gonorrhoeae. 
o TRATAMENTO: 
▪ Antibiótico (Penicilina ou Eritromicina); 
▪ Soro anti-toxina diftérica; 
▪ Manutenção das vias aéreas → traqueostomia, se necessário. 
 
• COQUELUCHE: 
o ETIOLOGIA: Bordetella pertussis; 
o + comum em crianças <6 meses (não ocorre passagem intra-útero de anticorpos maternos) e 
adultos. 
o SINTOMAS: 
▪ Tosse paroxística clássica; 
▪ Febre; 
▪ Leucocitose (>20.000 leucócitos). 
o DIAGNÓSTICO: 
▪ Clínico! 
o TRATAMENTO: 
▪ Antibiótico: Eritromicina → diminui o período de transmissibilidade da doença! 
▪ Suporte. 
 
➔ LARINGITES INFECCIOSAS CRÔNICAS: 
• TUBERCULOSE LARÍNGEA: 
o ETIOLOGIA: Mycobacterium tuberculosis; 
o Geralmente, está associada a tuberculose pulmonar ativa. 
o Acomete principalmente: porção posterior da glote, aritenoides, espaço intraeritenoideo 
(próximas à linha de cleareance mucociliar da traqueia). 
o SINTOMAS: 
▪ Disfonia; 
▪ Odinofagia; 
▪ Dispneia. 
▪ Obs.: sintomas 
progressivos. 
 
o QUANDO SUSPEITAR: 
▪ Tuberculose no passado; 
▪ História familiar de tuberculose; 
 
 
4 Laylla Oliveira Fagundes - Medicina 
▪ Fatores de risco: 
• Alcoolismo 
crônico; 
• Imunodepressão; 
• Contactantes; 
• Tratamento 
incompleto; 
• Diabetes. 
▪ Achados radiológicos pulmonares (em 80%); 
▪ LARINGOSCOPIA → lesões ulceradas ou lesões exofíticas. 
 
o DIAGNÓSTICO: 
▪ AP; 
▪ CULTURA. 
▪ OBS.: TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR: 
• Evidências clínicas, achados laboratoriais, inclusive histopatológicos compatíveis; 
OU 
• Paciente com pelo menos uma cultura positiva de material proveniente de uma 
localização extrapulmonar. 
o TRATAMENTO: 
▪ Esquema tríplice viral → 6 meses; 
▪ Corticoide → evitar sinequias. 
o EVOLUÇÃO: 
▪ Progressão para fibrose e estenose laríngea. 
 
• SÍFILIS: 
o ETIOLOGIA: Treponema pallidum; 
o Cancro mole laríngeo; 
o SINTOMAS: 
▪ FORMA SECUNDÁRIA (+ comum): 
• Pápulas eritematosas difusas; 
• Edema e úlceras supraglóticas; 
• Linfoadenopatia cervical. 
▪ GOMA SIFILÍTICA: 
• Pericondrite; 
• Fibrose e deformidades cicatriciais → obstrução das vias aéreas. 
o DIAGNÓSTICO: 
▪ Microscopia de campo escuro; 
▪ VRDL e FTAabs. 
o TRATAMENTO: 
▪ Penicilina Benzatina; 
▪ VDRL → repetir a cada 6-12 meses. 
 
• PARACOCCIDIOIODOMICOSE: 
o ETIOLOGIA: Paracoccidioides brasiliensis; 
o + comum em homens (14:1) da zona rural; 
o TRANSMISSÃO: via inalatória. 
o SINTOMAS: 
▪ + COMUM: 
• Pulmão → tosse, febre, dispneia. 
▪ DOENÇA DISSEMINADA: + comum em crianças e adultos jovens 
• Úlceras orofaríngeas; 
• Adenopatia cervical; 
• Granulomatose da laringe e árvore traqueobrônquica. 
o DIAGNÓSTICO: 
▪ Visualização do fungo birrefringente (“roda de leme”) em pesquisa direta de lesões 
supuradas ou escarro; 
▪ Isolamento do agente em cultura. 
 
5 Laylla Oliveira Fagundes - Medicina 
o TRATAMENTO: 
▪ Imidazólicos (Cetoconazol) → por 1-6 meses; 
▪ Se possibilidade de sinequias → corticoides. 
 
• CANDIDÍASE: 
o ETIOLOGIA: Candida sp.; 
o Associação com candidíase oral e/ou faríngea; 
o SINTOMAS: 
▪ Achado isolado ou quadro sistêmico; 
▪ Edema de pregas vocais → disfonia; 
▪ Enantema; 
▪ Placas esbranquiçadas esparsas ou vegetante nas cordas vocais; 
▪ Doença definidora de AIDS. 
o DIAGNÓSTICO: 
▪ Exame micológico direto; 
▪ Cultura; 
▪ Biópsia. 
o TRATAMENTO: 
▪ Fluconazol; ▪ Anfotericina B. 
 
• LEISHMANIOSE: 
o ETIOLOGIA: Leishmania brasiliensis; 
o Vetor: mosquito palha. 
o SINTOMAS: 
▪ FORMA MUCOCUTÂNEA (+ comum): 
• Fossas nasais; 
• Mucosa da cavidade oral; 
• Orofaringe; 
• Laringe. 
▪ Úlcero-granulomatosas supraglóticas; 
▪ Disfonia, tosse, disfagia e dispneia; 
▪ Porta de entrada cutânea em atividade ou cicatricial! 
o DIAGNÓSTICO: 
▪ Achados clínicos; 
▪ Reação de Montenegro: 
• Negativo na fase inicial e em quadros disseminados. 
▪ Histopatológico; 
▪ Sorologia → imunofluorescência indireta. 
o TRATAMENTO: 
▪ Antimoniais pentavalentes(Glucantime). 
 
• GRANULOMATOSE DE WEGNER: 
o + comum em homens (2:1); 
o SINTOMAS: 
▪ Granulomas necrotizantes no trato respiratório; 
▪ Vasculite; 
▪ Glomerulonefrite; 
▪ Ulceração laríngea; 
▪ Estenose subglótica → obstrução da via aérea 
• Obs.: traqueostomia ou laringotraqueoplastia. 
o DIAGNÓSTICO: 
▪ Exame histopatológico; ▪ ANCA-C. 
o TRATAMENTO: 
▪ Corticoides; 
▪ Ciclofosfamida; 
▪ Azatioprina; 
▪ Metotrexate
 
6 Laylla Oliveira Fagundes - Medicina 
➔ LARINGITES REACIONAIS: 
• ANGIOEDEMA: 
o Reação mediada por histamina → vasodilatação + aumento da permeabilidade vascular. 
o CAUSAS: 
▪ Alimentos; 
▪ Picadas de insetos; 
▪ Transfusão sanguínea; 
▪ Drogas. 
 
o TRATAMENTO: agressivo! 
▪ Adrenalina; 
▪ Corticosteroides; 
▪ Anti-histamínicos; 
▪ Aminofilina EV; 
▪ O2; 
▪ IOT / Traqueostomia. 
 
• LARINGITE TRAUMÁTICA: 
o Autolimitada; 
o CAUSAS: 
▪ Trauma vocal; 
▪ Tosse persistente; 
▪ Lesão direta endolaríngea. 
o SINTOMAS: 
▪ Graus variados de disfonia e odinofagia. 
o EXAME FÍSICO: 
▪ Mucosa das pregas vocais verdadeiras → hiperemiadas; 
▪ Edema no espaço de Reinke; 
▪ Hemorragia submucosa. 
o TRATAMENTO: 
▪ Repouso vocal; 
▪ Umidificação. 
 
• LARINGITE POR RADIAÇÃO (ACTÍNICA): 
o CAUSAS: 
▪ Radioterapia para tumores laríngeos. 
 
o SINTOMAS: 
▪ Disfonia; 
▪ Disfagia; 
▪ Odinofagia; 
▪ Globus faríngeo. 
 
o EXAME FÍSICO: 
▪ Laringe com hiperemia, exsudato e crostas. 
 
o DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
▪ Recorrência tumoral; radionecrose. 
 
o TRATAMENTO: 
▪ Hidratação; 
▪ Umidificação; 
▪ Supressão ácida.

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