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Do litisconsórcio

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
Do litisconsórcio 
- Litisconsórcio é a reunião, no polo ativo e/ou passivo da relação processual, de mais de uma pessoa. PLURALIDADE 
em ao menos um dos polos processuais. 
- Dois tipos de cumulação de ações: subjetiva ou objetiva. O litisconsórcio é cumulação subjetiva, pois o polo ativo ou 
passivo é composto por mais de uma pessoa > acumulação de sujeitos em um processo só. Todos os litisconsortes são 
partes e têm iguais direitos. 
- As razões pelas quais a lei o admite são a economia processual e a harmonia dos julgados. 
- Para que ele se forme, é preciso que exista uma certa similaridade de situações entre os litisconsortes. 
- A lei não estabelece um máximo de litigantes, o que deverá ser decidido no caso concreto, levando em consideração 
o tipo de questão posta em juízo, e o número de participantes razoável, que permita que o processo tenha uma rápida 
solução. A limitação pode ser determinada pelo juiz de ofício ou a requerimento do réu. 
- O litisconsórcio é uma EXCEÇÃO. 
Classificação do litisconsórcio 
- São 4 critérios simultâneos: 
Quanto ao polo da relação processual: 
• Ativo; 
• Passivo; 
• Misto (bilateral) 
- É onde se encontra a pluralidade. Ex.: A e B ajuízam ação contra C > ativo > lembrando que A e B são litisconsortes 
(C não). 
Quanto ao momento de formação: 
• Originário (incidental) = via de regra, o litisconsórcio deve ser originário, ou seja, a pluralidade de sujeitos em 
um dos polos existe desde o início do processo. 
• Posterior (ulterior) = o litisconsórcio posterior somente é aceito por via excepcional, que é aquele em que um 
sujeito entra em um dos polos quando o processo já se iniciou. O posterior pode ser por: sucessão processual 
(caso de morte, em que sai a parte entram seus herdeiros, no caso de existir mais de um, ou espólio); 
intervenção de terceiro e conexão. 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: Isso 
possui benefícios: economia processual > uma sentença resolve ambos os problemas / harmonia dos julgados. 
I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; 
II – entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III – ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
§1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na 
liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou 
o cumprimento da sentença. 
§2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da 
decisão que o solucionar. 
 
Quando à necessidade de formação: 
• Facultativo = o legislativo deixa facultativo no polo ativo, pois não se pode obrigar que duas pessoas 
proponham uma ação. Ex.: casos de solidariedade ativa e passiva, na qual há uma única dívida, que tem mais 
de um titular. 
• Necessário (obrigatório) > só pode existir no polo passivo > em duas hipóteses será obrigatório o litisconsórcio: 
- Quando houver lei determinando a sua formação. Ex.: art. 73, §1º, que determina a citação de ambos os 
cônjuges nas ações que versem sobre direito real imobiliário. Art. 73, §1º Ambos os cônjuges serão 
necessariamente citados para a ação: que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o 
regime de separação absoluta de bens. Caso de obrigação de criação de litisconsórcio no polo passivo. No polo 
ativo, o juiz pode exigir a autorização da esposa, e não a sua participação no processo. 
- Quando a natureza da relação jurídica for tal que a eficácia da sentença depender da citação de todos que 
devam ser litisconsortes. Ex.: se de um contrato fizeram parte 4 pessoas, e uma delas quiser anulá-lo, será 
preciso citar as outras 3, porque o contrato não pode ser anulado para um e não para os outros. 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica 
controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. Natureza da relação: 
não é possível ajuizar a ação somente contra um. 
Quanto à necessidade de uniformidade dos efeitos da decisão: 
• Simples: pode ter resultados diferentes para os litisconsortes > EFEITOS DIFERENTES. Ex.: a vítima de um 
acidente de trânsito que ajuíza ação em face da pessoa que dirigia o veículo e da que aparenta ser a 
proprietária está formando um litisconsórcio simples, pois é possível que o pedido seja procedente quando ao 
motorista e improcedente quando ao proprietário (caso, por exemplo, ele prove que já tinha vendido o carro). 
• Unitário: não tem como existir resultados diferentes para os litisconsortes > a solução do litigio deverá ser 
igual para todos > EFEITOS IGUAIS. Ex.: se o MP ajuíza ação anulatória de casamento em face do marido e da 
mulher, não será possível, em hipótese alguma, que o juiz anule o matrimônio para um e não o faça para o 
outro. 
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de 
modo uniforme para todos os litisconsortes. 
Regimes do litisconsórcio 
- REGIME DA AUTONOMIA: os litisconsortes são considerados, em suas relações com a parte contrária, como litigantes 
distintos. Um litisconsorte não pode ser prejudicado por outro litisconsorte. Se a ação for benéfica a um litisconsorte, 
o resultado será indiferente ao outro. Para litisconsórcio simples. 
- REGIME DA INTERDEPENDÊNCIA: os atos processuais praticados, o ato benéfico praticado por um litisconsorte é 
aproveitado aos demais litisconsortes. Se o ato processual for prejudicial, os demais litisconsortes não serão afetados. 
Para litisconsórcio unitário. 
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos (regime 
da autonomia), exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, 
mas os poderão beneficiar (regime da interdependência). 
- Litisconsórcio multitudinário é aquele em que existe um número excessivo de pessoas no polo ativo da relação 
processual, que imobiliza a celeridade do processo ou dificulte o exercício da defesa. Permite ao juiz limitar o número 
de litisconsortes, desde que verificadas determinadas circunstâncias: compromete a rápida solução do litígio; dificulta 
a defesa; dificulta o cumprimento da sentença. A limitação pode ser determinada pelo juiz de ofício ou a requerimento 
do réu. 
Art. 113. §1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, 
na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa 
ou o cumprimento da sentença. O número (se é muito ou pouco) vai depender de cada caso concreto. Fica a critério 
do magistrado decidir se, em determinado caso, o número está excessivo, podendo desmembrar esse processo.

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