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Caso Dora no “Fragmento de análise de um caso de histeria” (Freud) Dualidade de sentimentos - Hostis e Amorosos. A partir de uma carta de suicídio escrita por Dora, ela e seus familiares resolvem procurar Freud. Nesta carta Dora relatava que não via mais sentido em viver. Mãe sofria de psicose doméstica - Vivia arrumando a casa, dificultando assim os laços interfamiliares. Relação do pai com a dora - Ele vivia doente, portanto isso dificultava um pouco sua relação com a filha, mas a ligação entre eles era forte. Dora relata que a família conheceu um casal, a senhora K. e o senhor K., Dora afirma que parece que o seu pai tem uma relação amorosa com a Senhora K. e que o senhor K. parece não se consentir com isso. A parceria do senhor K. com o pai da Dora tem relação com o assédio do senhor K. perante a Dora. Ela lembra de uma vez em que ela se encontrou com o senhor K., quando tinha 14 anos e ele a roubou um beijo e apertou seu seio, a partir daí, Dora relatou que sentia um desprazer enorme, tosse, e aversão a homens que tem uma conversa afetiva. Esse acontecimento deixa uma incógnita na relação dela com o próprio corpo, ela não sabe se foi prazerosa ou não a relação com o senhor K. Dora também não sabia se deveria contar sobre a relação do pai com a senhora K., ela se vê refém dos desejos do pai. Freud faz uma intervenção: Pergunta a Dora o que ela pode fazer em detrimento dos seus sentimentos. Dora então pensa na possibilidade de subjetivar e responder de outra maneira, que não como os seus sintomas - que eram traduções simbólicas dos conflitos internos vivenciados pela mesma. O caso se desdobra em duas situações A “situação A” mostra que Dora mantém uma identificação, idealização e admiração pela senhora K. A senhora K. como uma espécie de introdutora do saber sexual, que ela poderia então esclarecer o enigma da sexualidade. A “situação B” diz respeito à ambivalência que ela sente em relação ao pai e ao senhor. K, Por exemplo: Anos depois, Dora vai fazer um passeio com o senhor K. e Freud se pergunta: Mas se ela sofreu aquele primeiro assédio, porque ela volta a se encontrar com o senhor K.? Durante o passeio, o senhor K. confidencia a Dora que a sua esposa não representa nada para ele, Dora então se vê furiosa e dá um tapa na cara dele. Freud se pergunta: Será que ela está se vingando do maltrato que sofreu por ele na infância? Ou ela estaria se vingando porque ele disse mal da senhora K.? Ela traz o sonho da casa pegando fogo, onde um ingrediente é adicionado ao caso de Dora. Ela diz que frequentemente após o início da análise sonha que acorda com um cheiro de fumaça que ela sente no quarto. Freud interpreta o sonho como uma atualização dos conflitos de Dora na transferência com ele, afinal Freud fumava bastante.Isso faz com que a relação de Freud com Dora atualize a ambivalência e o conjunto de conflitos que Dora vivia com o seu pai. A partir disso Freud faz algumas intervenções, dando a entender que não era uma ideia tão ruim assim se Dora aceitasse a corte que o senhor k. estava fazendo e então desse início ao namoro, o que então iria ajudar ela a sair desse lugar de conflito. Essa sugestão de Freud “caiu muito mal”, não só por causa da sugestão em si, mas também porque ela “passa por cima” do conflito no qual Dora se encontrava. Dora leu essa ideia muito mal, de forma que resolveu abandonar a terapia com Freud. Freud interpretou que Dora estava o tratando como um funcionário e que estaria o demitindo. Ou seja, Freud se dedicou demasiadamente à série masculina na transferência e tampouco de dedicou a fase feminina na transferência, e isso prejudicou seu tratamento em Dora. Isso talvez tenha relação com a identificação do próprio Freud na sua posição de pai ou de homem…
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