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Infecções Congênitas

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Maria Clara 
INFECÇÕES CONGÊNITAS 
Existem 3 mecanismos que podem levar a um quadro de infecção 
no período neonatal: 
• Via transplacentária – mulher é infectada durante a 
gravidez ou tem reativação de alguma infecção nesse 
período, transmitindo para o feto por via hematogênica 
transplacentária 
• Via ascendente ou durante a passagem pelo canal de 
parto – os agentes que colonizam o canal podem 
ascender à cavidade uterina ou infectar o RN durante o 
nascimento, também pode ocorrer pelo contato com 
secreções maternas que contenham o agente infeccioso 
• Infecção adquirida na comunidade ou no hospital – O 
RN, após o nascimento pode ser infectado durante a 
permanência hospitalar ou após a alta (na comunidade) 
As infecções congênitas são infecções transmitidas a feto 
intraútero por via hematogênica transplacentária 
Em algumas doenças a transmissão só será possível se a infecção 
aguda ocorrer durante a gestação e em outras a infecção materna 
pode ter ocorrido antes da concepção e ainda sim haverá risco de 
transmissão para o feto. 
O momento da gestação em que a infecção é contraída tem 
impacto no risco de transmissão e na gravidade das manifestações 
apresentadas pelo RN. 
No início da gestação tem: 
• Menor transmissibilidade 
• Maior repercussão de gravidade clínica 
No final da gestação tem: 
• Maior transmissibilidade 
• Menor repercussão de gravidade clínica 
As infecções congênitas podem ser, principalmente: 
• Toxoplasmose congênita 
• Sífilis congênita 
• Citomegalovírus congênito 
• HIV 
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA 
➔ Agente etiológico: Toxoplasma gondii. 
➔ Transmissão: Mãe tem infecção aguda na gestação, 
podendo raramente ocorrer após a reinfecção ou 
reagudização de infecções prévias 
➔ Quadro clínico: A maioria das crianças infectadas são 
assintomáticas 
 
Tríade de Sabin: 
• Coriorretinite 
• Calcificações intracranianas 
• Hidrocefalia 
 
➔ Diagnóstico: 
Infecção materna: 
Métodos sorológicos baseados na detecção de anticorpos 
específicos anti-T gondii são os mais usados 
 
Teste de avidez de IgG: estima o momento em que a infecção 
ocorreu na gestante 
➔ Baixa avidez: 
• Não necessariamente indica infecção aguda, ou seja, 
que ocorreu a menos de três a quatro meses. 
• Pode durar até um ano. 
• Não deve ser utilizado isoladamente para diagnóstico de 
toxoplasmose aguda gestacional 
➔ Avidez intermediária: 
• Não permite nenhuma conclusão 
• Deve ser repetido 
➔ Alta avidez: 
• Anticorpos produzidos há mais de 12 a 16 semanas – 
Infecção crônica (mais de 3-4 meses de evolução) 
• Antes de 16 semanas: Infecção ocorreu antes da 
concepção 
• Após 16 semanas: Infecção adquirida no mínimo 3-4 
meses antes, não descartando a infecção adquirida na 
gestação 
 
➔ Definição de casos de toxoplasmose gestacional: 
Caso suspeito: 
• Gestante com anticorpo IgM reagente ou indeterminado 
• Gestante com história clínica compatível com 
toxoplasmose 
• Gestante com ultrassonografia obstétrica ou exames de 
imagem sugestivos para toxoplasmose congênita 
• Qualquer gestante identificada em situações de surto de 
toxoplasmose 
Caso provável: 
Caso suspeito + uma das seguintes situações: 
• Anticorpos IgM e IgG reagentes com baixa avidez de IgG 
ou avidez intermediária em qualquer idade gestacional 
• Títulos ascendentes de anticorpos IgG em amostras 
seriadas com intervalo mínimo de duas semanas e IgM 
reagente 
 
Maria Clara 
• Primeira sorologia realizada após 16 semanas de idade 
gestacional que apresente resultado para anticorpo IgG 
em níveis elevados (acima de 300UI/dl ou de acordo 
com a metodologia utilizada) e IgM reagente 
Caso confirmado: 
Caso suspeito + uma das seguintes situações: 
• Soroconversão de anticorpos IgM e IgG durante a 
gestação 
• Detecção de DNA do parasita em amostra de líquido 
amniótico, em tecido placentário, fetal ou de órgãos 
(exame anatomopatológico, cultivo de tecido e 
bioensaio) 
• Mãe de criança que teve toxoplasmose congênita 
confirmada. 
Caso descartado: 
Caso suspeito + uma das seguintes situações: 
• IgG reagente mais de três meses antes da concepção 
(considera-se IgM residual, portanto, infecção crônica 
anterior à gestação) 
• Teste de avidez de IgG alto coletado até 16 semanas de 
gestação 
• Duas amostras de IgG negativas (coletados com 
intervalo de duas a três semanas), apesar de IgM 
reagente (resultado falso-positivo para IgM, portanto, 
considerar gestante suscetível). 
Infecção fetal: 
Em casos de infecção materna aguda comprovadamente adquirida 
durante a gestação é recomendado investigar infecção fetal, 
sendo a técnica PCR usando amostras de líquido amniótico a mais 
indicada 
A USG obstétrica não confirma diagnóstico, mas fornece dados 
que podem sugerir, como: 
• Dilatação ventricular uni ou bilateral 
• Calcificações intracranianas ou intra-hepáticas 
• Ascite, hepatoesplenomegalia, derrames pericárdicos ou 
pleural 
• Hidropsia fetal 
• Alterações placentárias 
Infecção no RN 
Pode ser diagnosticada pelo: 
• Isolamento do T.gondii no sangue ou líquidos corporais 
• Detecção do parasito pela PCR 
• Demonstração de cistos na placenta ou tecidos do RN 
• Exames sorológicos (é dificultada pela presença de 
anticorpos maternos IgG, que podem persistir até 12m) 
Na criança não infectada: redução dos níveis de IgG em até 50% 
por mês, desaparecendo entre seis e 12 meses. 
A soronegativação deve ser confirmada com novo exame, colhido 
após dois meses de intervalo. 
O aumento ou persistência de IgG após 12 meses de vida sugere 
infecção congênita. 
➔ Definição de toxoplasmose congênita: 
Caso suspeito: 
• RN ou lactente menor que seis meses, cuja mãe era 
suspeita, provável ou confirmada 
• RN ou lactente menor que seis meses com clínica 
compatível para toxoplasmose e IgG reagente 
• RN ou lactente menor que seis meses com exames de 
imagem fetal ou pósparto compatível com 
toxoplasmose e IgG reagente. 
Caso provável: 
Caso suspeito + uma das seguintes situações: 
• IgM e/ou IgA indeterminados ou não reagentes até seis 
meses de idade e IgG em títulos estáveis 
• Evoluiu ao óbito antes de realizar exames confirmatórios 
• Manifestações clínicas ou exames de imagem 
compatíveis com toxoplasmose congênita e IgG 
reagente com IgM ou IgA não reagentes e que não 
tenham coletados exames laboratoriais que excluam 
outras infecções congênitas antes de completar 12 
meses de idade 
• As crianças assintomáticas em investigação, durante os 
primeiros 12 meses de idade 
Caso confirmado: 
Caso suspeito + uma das seguintes situações: 
• Presença de DNA de Toxoplasma gondii no líquido 
amniótico da mãe ou em tecidos fetais, líquor, sangue 
ou urina da criança 
• Resultado de IgM ou IgA e IgG reagente até seis meses 
de vida 
• Níveis séricos de IgG em elevação em pelo menos duas 
amostras seriadas com intervalo mínimo de três 
semanas durante os primeiros 12 meses de vida 
• IgG persistentemente reagente após 12 meses de vida 
• Retinocoroidite e/ou hidrocefalia e/ou calcificação 
cerebral com IgG reagente afastadas outras infecções 
congênitas e mãe com toxoplasmose confirmada na 
gestação. 
Caso descartado: 
Caso suspeito + uma das seguintes situações: 
• Negativação dos títulos de IgG antes de 12 meses de 
idade 
• Nas crianças que receberam tratamento, a 
soronegativação só deve ser considerada definitiva no 
mínimo após dois meses da suspensão das drogas 
antiparasitárias 
• Negativação dos títulos de IgG após 12 meses de idade. 
Todo RN com suspeita de toxoplasmose congênita deve ser 
submetido à investigação completa: 
 
Maria Clara 
 
 
➔ Tratamento: 
Gestante e do feto: 
• Infecção aguda na gestante suspeita ou confirmada: 
espiramicina 
• Infecção no feto suspeita ou confirmada: sulfadiazina, 
pirimetamina e ácido folínico. 
RN: Esquema tríplice (pirimetamina + sulfadiazina, associadasao 
ácido folínico) 
• Todas as crianças com toxoplasmose congênita 
confirmada devem receber tratamento durante os 
primeiros 12 meses de vida, independentemente da 
presença de sinais/sintomas 
• Sulfadiazina: 100mg/kg/d por VO, 12/12h por 1 ano 
• Pirimetamina: 1mg/kg/d por VO, dose diária por 2-6 
meses, dependendo da intensidade do acometimento – 
seguir 1mg/kg, 3x na semana até 1 ano do uso do 
medicamento 
• Ácido folínico: 10mg, VO, 3x por semana – sempre 
usado durante o uso de pirimetamina (previne os efeitos 
dela) 
• Prednisona ou prednisolona: 1mg/kg/dia, VO, 12/12h – 
se houver retinocoroidite em atividade e/ou 
proteinorraquia >1000mg/dl 
SÍFILIS CONGÊNITA 
➔ Transmissão: espiroqueta do Treponema pallidum 
Passível de ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio da 
doença materna 
➔ Quadro clínico: Maioria são assintomáticos ao 
nascimento, apenas casos mais graves nascem com 
sinais/sintomas 
➔ Sinais mais comuns: 
• Hepatomegalia 
• Icterícia 
• Corrimento nasal (rinite sifilítica) 
• Rash cutâneo 
• Linfadenopatia generalizada 
• Anormalidades esqueléticas 
2 estágios: 
• Sífilis congênita precoce (até 2 anos) 
• Sífilis congênita tardia (após os 2 anos) 
 
➔ SÍFILIS CONGÊNITA PRECOCE 
Lesões cutâneas e mucosas: 
• Pênfigo palmoplantar: lesões maculopapulares, 
eritematosas ou aspecto acobreado. Ricas em 
treponemas. Bastante sugestivo do diagnóstico. 
• Condiloma plano 
• Rinite (coriza sifilítica): frequentemente é a 1° 
manifestação 
• Alterações ectodérmicas 
 
Lesões ósseas: 
• Osteocondrite: lesões metafisárias acometendo úmero, 
fêmur e tíbia, são dolorosas (pseudoparalisia de Parrot). 
• Periostite: várias camadas de periósteo em formação, 
acomete ossos longos e ossos do crânio 
 
Lesões viscerais: 
• Hepatomegalia 
• Esplenomegalia 
• Sindrome nefrótica ou nefrítica 
• Pneumonia alba 
Lesões oculares: 
• Coriorretinite: “sal e pimenta” 
• Glaucoma, catarata e uveite 
“Sal e pimenta” 
Lesões hematológicas: 
• Anemia hemolítica; leucopenia, leucocitose com 
monocitose, plaquetopenia 
• Linfadenopatia (epitroclear) 
Outras lesões: 
• Miocardite, sindrome disabsortiva, desnutrição. 
• Funisite necrotizante (patognomonico) 
 
Maria Clara 
Funisite necrotizante 
➔ SÍFILIS CONGÊNITA TARDIA: 
Sequelas de periostite: 
• Bossa frontal e fronte olímpica 
• Tibia em sabre. 
Anormalidades dentárias: 
• Dentes de Hutchinson 
• Molares em formato de amora 
Face: 
• Maxilar curto 
• Nariz em sela 
• Rágades 
• Articulação de Clutton 
• Ceratite intersticial 
• Lesão do 8° par craniano (surdez e vertigem) 
• Hidrocefalia 
• Retardo mental 
 Tíbia em sabre 
 Dentes em hutchinson 
 Nariz em sela 
➔ Avaliação complementar: 
Reações sorológicas 
Testes não treponêmicos: VDRL 
VDRL: 
• Reativo para IgM e IgG 
• Significado quando o título for maior que o materno em 
pelo menos 2 diluições 
• Resultado negativo não exclui a doença. 
Testes treponêmicos: TPHA, FTA-Abs, EQL, ELISA ou Testes 
rápidos – Não usados em < 18m 
Outros exames 
Avaliação do líquor: 
• Realizar em todos os casos de sífilis congênita 
• Parâmetros: VDRL, celularidade e proteina. 
• VDRL positivo e/ou Leucocitose (cels > 25 leuc./mm³) 
e/ou proteinas > 150mg/dl: neurossífilis 
Raio X de ossos longos 
Hemograma: Avaliar plaquetas antes da realização da punção 
lombar 
Transaminases (TGO e TGP): Podem estar elevadas 
Bilirrubinas: Icterícia 
Eletrólitos: Distúrbios hidroeletrolíticos 
Avaliação oftalmológica 
 
NEUROSÍFILIS: 
• Infecção do SNC pelo T. pallidum 
• Pode ser sintomática ou assintomática 
• Ocorrência mais provável em crianças que nascem 
sintomáticas 
 
➔ Tratamento: 
Penicilina Benzatina: 50.000UI/Kg, IM, dose única. 
Penicilina Procaína: 50.000UI/Kg, IM, por 10 dias. 
Penicilina Potássica/Cristalina: 50.000 UI/Kg, EV, de 12/12h (com 
menos de 1 semana de vida) e de 8/8h (com mais de 1 semana de 
vida), por 10 dias. 
Tratamento no período pós-neonatal: 
• • Penicilina Potássica/Cristalina: 50.000 UI/Kg, EV, de 
4/4 a 6/6h, por 10 dias. 
Tratamento adequado para sífilis materna: 
• Penicilina benzatina 
• Início do tratamento até 30 dias antes do parto 
• Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico 
• Respeito ao intervalo recomendado entre as doses 
• Avaliação quanto ao risco de reinfecção 
• Documentação de queda do título do teste não 
treponêmico em pelo menos 2 diluições em 3 meses, ou 
de 4 diluições em 6 meses após conclusão do 
tratamento. 
É preciso reiniciar o tratamento se houver atraso na dose por mais 
de 24h. 
(Fluxograma de tratamento está no final do resumo) 
➔ Seguimento: 
 
Maria Clara 
Habitual na rotina de puericultura 
VDRL: 1,3,6,12 e 18m – interrupção caso 2 testes consecutivos não 
reagentes 
Espera-se que teste não treponêmicos declinem aos 3 meses de 
idade, devendo ser não reagentes aos 6 meses, nos casos de 
crianças que não foram infectadas ou adequadamente tratadas 
Nos casos de LCR alterado: repetir coleta a cada 6 meses até 
normalização 
Acompanhamento oftalmológico, neurológico e audiológico 
semestrais por 2 anos 
 
 
➔ Critérios de falha no tratamento: 
• Persistência de titulação reagente aos 6 meses de idade 
e/ou 
• Aumento de titulações do teste não treponêmico em 2 
diluições. 
CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA 
Membro da família Herpesviridae. 
Propriedades biológicas de latência e reativação. 
 
Tanto a infecção materna primária quanto a não primária 
(reativação ou reinfecção), podem causar infecção no feto e no RN 
Maior risco de transmissão vertical: infecção primária. 
➔ Quadro clínico: Maioria são assintomáticas ao nascer 
RCIU 
Petéquias 
Hepatoesplenomegalia 
Icterícia 
Microcefalia 
Prematuridade 
Calcificações intracranianas (tipicamente periventriculares) 
Surdez neurossensorial (sequela mais comum) 
Coriorretinite 
➔ Diagnóstico: 3 formas de identificação 
Isolamento viral em cultura de fibroblastos humanos: 
• Padrão-ouro tradicional 
• Amostra de urina e saliva 
• Resultado positivo em 5 a 7 dias 
• Resultado negativo após período de 1 mês. 
Detecção do DNA viral pela reação em Cadeia da Polimerase 
(PCR): 
• Amostra de urina e saliva 
• Resultados mais rápidos. 
Sorologia: 
• IgM anti-CMV e IgG anti-CMV 
• Papel limitado 
• Presença de IgM no RN: sugestivo de infecção 
congênita. Deve ser sempre confirmado pelo isolamento 
viral na urina ou saliva 
• Ausência de IgM: não exclui o diagnóstico. 
• Interpretação de IgG: Ac maternos x Ac RN 
 
➔ Avaliação complementar: 
Fundoscopia: ao nascimento, 12 e 60 meses 
BERA: Nascimento – 3 anos, a partir dessa idade faz audiometria 
infantil a cada 6m até os 6 anos 
TC de crânio: Nascimento e, se alterada, repetir de acordo com a 
necessidade 
Exames laboratoriais: hemograma, BTF, enzimas hepáticas, 
avaliação do LCR (celularidade, proteinorraquia, glicorraquia e 
pesquisa do DNA do CMV – realizada em todas as crianças 
sintomáticas) 
➔ Tratamento: Objetivo de melhorar o prognóstico 
auditivo a longo prazo 
Critérios de inclusão para o tratamento: 
• RN sintomáticos com evidências de envolvimento do 
SNC incluindo calcificações intracranianas, microcefalia, 
atrofia cortical, surdez neurossensorial, líquor anormal e 
coriorretinite. 
• RN com quadro de síndrome sepsis-like viral, 
pneumonite intersticial por CMV, excluídas outras 
etiologias. 
• Crianças com imunodeficiência primária, 
independentemente do grau de sintomas. 
• Idade inferior a um mês na ocasião do diagnóstico. 
Drogas: 
O tratamento deve ser iniciado nos primeiros 30 dias de vida 
• Ganciclovir 8-12mg/kg/d de 12/12h, EV 
• Valganciclovir 16mg/kg/d 12/12h, VO 
 
Maria Clara 
• A duração do tratamento é de 42 dias (um dos dois 
medicamentos) 
Efeitos adversos: 
• Anemia, neutropenia, trombocitopenia e, menos 
comumente, elevação de enzimas hepáticas,uréia e 
creatinina. 
• Tremores, flebite, náuseas, vômitos, erupção cutânea e 
febre. 
Contraindicações do uso da droga ou modificações da dose 
quando já estiver em uso: 
• Neutropenia ( 2,0 mg/dl 
• Creatinina séria > 2,0mg/dl 
• Se essas alterações persistirem por mais de uma semana 
ou piorarem, a droga deverá ser suspensa até a 
normalização dos parâmetros laboratoriais. 
Controle laboratorial durante o tratamento: 
• Hemograma completo, uréia e creatinina, TGO, 
bilirrubinas totais e frações, nos dias 3, 5, 7, 10, 14, 17, 
21, 28, 35, 42 e 49 de tratamento. 
• Monitorização da virúria: coleta de urina para 
isolamento viral e PCR nas semanas 1, 2, 4, 6, 8, 10 e 12. 
• Líquor antes do início do tratamento e, se alterado, 
repetir no dia 4 
 
➔ Prevenção: 
Higienização das mãos após contato com secreções de crianças; 
não compartilhar talheres; evitar contato com pessoas portadoras 
febris; reduzir o número de parceiros sexuais; usar preservativos 
de barreira. 
Uso de hemoderivados leucodepletados para todos os RN, de 
preferência com doador único para os RNPT< 30 sem e PN < 1500 
g. 
Lactantes com CMV positivo, deve-se: manter o aleitamento em 
RN> 32 semanas de gestação; em RNPT < 32 sem ou 
imunodeficientes, interromper o aleitamento materno (leite cru) 
durante as primeiras 8 semanas de vida (período de eliminação do 
CMV pelo leite materno) 
RN EXPOSTO AO HIV 
A maioria das infecções pelo HIV em crianças ocorre por 
transmissão vertical: gestação, intraparto e após o parto 
• 65% ocorrem durante o trabalho de parto e no ato do 
parto. 
• 35% ocorrem intra-útero. 
• 7% a 22% pós-parto (aleitamento materno). 
Com programas de prevenção, a taxa de transmissão vertical do 
vírus reduziu para menos de 2% 
➔ Abordagem da gestante com HIV: Toda gestante deverá 
ser testada para HIV (teste rápido) no momento da 
admissão para o parto 
 
AZT (Zidovudina) deve ser administrado no início do trabalho de 
parto ou até 3 horas antes da cesárea, até o clampeamento do 
cordão umbilical 
➔ Cuidados com o RN na sala de parto e pós-parto 
imediato: 
Realizar o parto empelicado, mantendo as membranas 
corioamnióticas integras 
Clampeamento imediato do cordão após o nascimento, sem 
ordenhar 
Imediatamente após o nascimento, realizar o banho com água 
morna e sabão, ainda na sala de parto. Se não for possível, limpar 
com compressas macias, de forma delicada para não lesionar a 
pele, todo o sangue e secreções maternas no RN e realizar o 
banho assim que esteja estável. Somente após a remoção de 
secreções maternas pode-se administrar medicações injetáveis. 
Se necessário, aspirar delicadamente o conteúdo gástrico de 
líquido amniótico. 
 Colocar o RN junto à mãe o mais breve possível, garantindo o 
vínculo mãe-filho 
Coletar a primeira CV de HIV do RN. 
Classificar o RN como baixo ou alto risco para definição de 
indicação de ARV. A amamentação deve ser contraindicada. 
Iniciar a profilaxia de acordo com a classificação, 
preferencialmente antes de 4 horas de vida. 
É recomendado o alojamento conjunto, com o intuito de 
fortalecer o vínculo mãe-filho. 
Iniciar precocemente (ainda na maternidade ou na primeira 
consulta ambulatorial) o monitoramento laboratorial em todas as 
crianças expostas, considerando a possibilidade de eventos 
adversos aos ARV utilizados pela mãe 
➔ Profilaxia antiretroviral no RN exposto ao HIV: 
Baixo risco: 
Critérios: Uso de TARV desde a primeira metade da gestação + 
CV-HIV indetectável a partir da 28° semana (3° trimestre) 
Sem falha na adesão à TARV 
• Zidovudina (AZT) por 28 dias. 
Alto risco: 
Mãe sem pré-natal 
Mãe sem TARV durante a gestação 
Mãe com início de TARV após a 2° metade da gestação 
Mães com indicação para profilaxia no momento do parto e que 
não a receberam 
 
Maria Clara 
Mães com infecção aguda de HIV durante a gestação ou 
aleitamento 
Mães com CV-HIV detectável no 3° trimestre, recebendo ou não 
TARV 
Mães sem CV-HIV conhecida 
Mães com TR de HIV + no momento do parto (sem diagnóstico ou 
seguimento prévio). 
• Alto risco > 37 semanas: AZT + Lamivudina (3TC) + 
(Raltegravir)RAL por 28 dias 
• Alto risco < 37 semanas: AZT + 3TC por 28 dias e NVP 
por 14 dias 
• < 34 semanas independente do risco: AZT por 28 dias 
 
Criança sem condições de receber por VO, pode ser utilizado o 
AZT injetável (75% da dose VO). 
➔ Seguimento laboratorial da criança exposta: 
Monitoramento dos efeitos adversos à exposição intra-uterina e 
pós natal aos ARV (antiretrovirais): 
• Hemograma 
• TGO, TGP, BTF, FA e GGT 
• Glicemia 
• Checar sorologias maternas 
• Carga viral ao nascimento e após com 14 dias de vida. 
• Crianças sintomáticas ou que permanecem internadas 
solicitar sorologias para TORCHs (Toxoplasmose – Outras 
doenças – Rubéola – Citomegalovírus – Herpes.) 
CV-HIV detectável -> Nova coleta imediata 
CV-HIV indetectável -> Nova coleta em 14 dias de vida e 2 e 8 
semanas após o término da profilaxia 
 
➔ Profilaxia de prevenção primária para pneumonia por 
Pneumocystis jiroveci 
Recomendada para todas as crianças expostas ao HIV 
Sulfametoxazol-trimetoprima (SMX-TMP) 
A partir de um mês de vida até que tenham 2 CV indetectáveis. 
Mantida somente para crianças infectadas até 1 anos de idade. 
Dose: 750mg de SMX/m²/dia, em 1 ou 2x ao dia, 3x/semana em 
dias alternados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Clara 
 
FLUXOGRAMA DO TRATAMENTO DA SÍFILIS 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
Aula ministrada pela professora Mariani Giffoni 
Rotinas de Neonatologia do Hospital Infantil Albert Sabin – HIAS, 2017. 
Protocolo Clínico e Diretrizes Para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente transmissíveis (IST), Ministério da Saúde, Brasília-DF, 2019. 
CLOHERTY, J.P.; EICHENWALD, E.C.; STARK, A.R. Manual de Neonatologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p. 706-723 
Tratado de pediatria / organização Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - 45 Barueri [SP] : Manole, 2022. v1 781-798. 
Protocolo de Notificação e Investigação: Toxoplasmose gestacional e congênita. 
Nota técnica Nº 14/2020 COSMU/CGCIVI/D APES/SAPS/MS

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