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Bruna Trindade – Medicina Unifacs O termo lesão renal aguda (LRA) foi recentemente sugerido como a nova nomenclatura para a insuficiência renal aguda (IRA) por um grupo internacional de nefrologistas e especialistas em cuidados intensivos. A razão para esta mudança surgiu não apenas da falta de consenso histórico de uma definição concisa da IRA, mas também do melhor conhecimento das diversas causas. Esta nova nomenclatura define a LRA como uma anomalia funcional ou estrutural do rim que se manifesta em 48 horas, determinada pelos exames de sangue, urina, biópsias ou exames de imagem. Do ponto de vista diagnóstico, a redução da função renal na LRA está associada ao aumento absoluto na creatinina sérica de 0,3 mg/dL ou a um aumento percentual de 50% da creatinina sérica. Além disso, a redução do volume urinário, constituindo oligúria, de menos de 0,5 ml/kg/h por mais de 6 horas, preenche os critérios diagnósticos daLRA. Injúria Renal Aguda caracterizada por alteração aguda da função com elevação de escórias (uréia/ creatinina) nitrogenadas geralmente com redução do volume urinário. Acometem 5-7% dos internamentos hospitalares e até 30% dos internamentos em CTI. Incidência de 500/100.000 da população (EUA). Muito associada a óbito, principalmente em CTI, cerca de 50%. A injúria renal aguda é um quadro grave, que muitas vezes, quando a gente tem a forma de complicação mais grave, pode levar o paciente a óbito. Aumenta o risco de IRC em período posterior. Causa mais frequente é a sepse. Os pacientes com quadros infecciosos complicados, são os mais acometidos pela lesão renal aguda. Anomalia funcional ou estrutural do rim que se manifesta em 48 horas. Qualquer alteração no rim que aconteceu nas últimas 48h, e é a mais leve possível. Imaginem um paciente que está com uma creatinina de 1.1 e o valor normal é de até 1.2, essa creatinina está boa? Pode depender do peso, do sexo do paciente. Sim, depende, mas nesse exato momento, a creatinina do paciente que está dentro daquele valor normal para pacientes com aquele peso, daquela idade e daquele sexo, está boa de 1.1? Depende, quanto ela estava ontem? E há 48h? porque se eu falar pra vocês que há 48h ou ontem essa creatinina estava de 0.7, essa creatinina de 1.1, que mesmo assim está dentro dos valores normais, ela já pode significar uma lesão renal aguda. Então o critério diagnóstico vem para a gente pegar essa lesão bem no início da alteração. Aumento absoluto da creatinina sérica em 0,3 mg/dL – então uma creatinina que sai de 0.7 para 1.0 já é significativo. - Kidney mais da metadeda Tr basal Bruna Trindade – Medicina Unifacs Aumento da creatinina ≥ 1,5 X o valor basal prévio – não é só olhar se está dentro doa valores normais, é olhar como está em relação ao que era antes. E se eu não tenho o valor basal do paciente? Se ele chegar com uma creatinina alta, eu sei que ele tem uma lesão renal, mas não sei se é aguda ou crônica, isso vai depender da clínica, de outros achados laboratoriais, de exames de imagem, de outras comorbidades. Mas a princípio, pra fazer esse diagnóstico de agudo logo de cara a gente olha os valores prévios do paciente. Redução do volume urinário abaixo de 0,5 ml/kg/h por mais de 6 horas – além de considerar a creatinina, a gente também pode considerar a redução do volume urinário. Reduções de diurese também são consideradas como uma forma de diagnóstico de lesão renal aguda. Aqui temos os critérios diagnósticos, são vários, temos diferentes grupos com diferentes critérios diagnósticos, mas eles concordam na hora do diagnóstico, a diferença é na hora da classificação. Além de fazer o diagnóstico, temos que dizer o quão grave, em que nível de lesão aguda o paciente está. Essas classificações discordam um pouquinho. Precisamos saber classificar o paciente, precisamos saber o quão grave é aquela lesão. A gente usa muito o RIFLE pra fazer essa classificação. Quando falamos de lesão renal agida, geralmente estamos falando de um paciente que está internado. Por quê? A alteração da lesão renal aguda é muitas vezes laboratorial, ela começa laboratorial, porque é uma alteração discreta da creatinina. Então dificilmente a gente vai pegar um paciente no consultório, que fez uma dosagem de creatinina há uma semana, e fez outra hoje e está com lesão renal. Na prática de hepatologia de prof. Marina isso acontece porque ela tem pacientes cirróticos, com ascite, e ela está fazendo diurético e que ela não quer que o paciente seja internado por causa disso, então ela monitora a função renal dos pacientes ambulatorialmente, ela entrega vários pedidos de exames enquanto está ajustando a dose dos diuréticos e a depender da gravidade da lesão do paciente ela pede para ele dosar a cada 4 dias a função renal, e muitas vezes ela pega o desenvolvimento da lesão renal aguda. Paciente de consultório geralmente é lesão renal crônica, e no hospital a gente está monitorando essa função renal, qualquer paciente internado vai ter a função renal monitorada, principalmente se ele está gravemente doente, pode ser que a gente não peça todo dia para um paciente de enfermaria que está bem, mas para os pacientes de UTI a gente pede até duas ou três vezes por dia. A lesão renal aguda é uma ocorrência muito comum em pacientes internados, não estamos falando de insuficiência renal pra precisar de diálise, mas sim de uma lesão renal que preencha aqueles critérios e que a gente conseguiu Bruna Trindade – Medicina Unifacs diagnosticar cedo olhando aqueles critérios, a gente sabia que a gente tinha que ver as pequenas alterações da creatinina e a gente tem que agir para que esse paciente não sofra uma perda maior da função renal dele. Existem diferentes mecanismos da lesão renal aguda, ela pode ser de mecanismo: x Pré-renal x Renal x Pós-renal No hospital, a causa mais comum é a Pré-renal, seguida da renal intrínseca (necrose tubular aguda) e depois a pós-renal como a menos comum. 50-60% pré-renal, um pouco menos de 40% na renal e a pós-renal fica em torno dos 5-10%, isso varia de literatura para literatura. Aqui a gente tem um problema que está acontecendo antes do rim. O que está ocorrendo é uma redução no volume circulante efetivo, é uma redução do fluxo sanguíneo para o rim, e isso vai causar uma redução da taxa de filtração glomerular. Geralmente vem por conta de uma alteração hemodinâmica sistêmica. Etiologia mais comum da IRA. Consequente à fluxo plasmático e pressão hidrostática inadequados no glomérulo. Geralmente são reversíveis com controle do mecanismo desencadeador. A manutenção do fluxo urinário é resultante de mecanismos controladores: x Sistêmicos: Angiotensina II, Vasopressina, Epinefrina x Mediadores Renais: Prostaglandina E2, Prostaciclinas, Kalicreínas, óxido Nítrico x Tubular: Macula Densa Não é toda alteração hemodinâmica que vai fazer uma injúria renal. Fatores modificadores podem interferir no controle regulador: x Idade x HAS x Medicamentos - IECA, BRA2, AINES x Aterosclerose A HAS pode impactar diretamente nos mediadores sistêmicos e locais. Lembrando que a hipertensão faz arteríoloesclerose e isso pode dificultar essa resposta aos mediadores que são vasoconstrictores e vasodilatadores. Vamos supor que temos um paciente em situação de desidratação, e que ele precisa da ANG2 para fazer a vasoconstrição da arteríola eferente para manter uma filtração glomerular normal. Esse paciente é hipertenso e faz uso de IECA e BRA, que atuam justamente inibindo a produção de ANG2. Essas drogas vão fazer uma vasodilatação da arteríola eferente e o paciente vai fazer uma hipotensão e o filtrado glomerular diminui. Entre os mediadores locais temos as prostaglandinas, que fazem a vasodilatação da arteríola aferente. Se o paciente faz uso crônico A vasodilata t sancue- remédios pq HDS ↳ Prostatite . - angioIENS . E F E R E N T A NTA ? E{ v aferente Bruna Trindade – Medicina Unifacs de AINEs e nós sabemos que o mecanismo desse medicamento vai inibir a síntese de prostaglandina, se o paciente toma o AINE em uma situação de agudização, de redução do volume circulante, esse AINE pode fechar ou reduzir o calibre da arteríola aferente e reduzir a taxa de filtração glomerular. x Hipovolemia: hemorragias, perdas GI, queimaduras, diuréticos, febre, terceiro espaço. x Diminuição do débito cardíaco: arritmias, ICC, IAM, tamponamento pericárdico. x Drogas: AINE, IECA, ciclosporina, agentes contrastados RX. x Vasodilatação periférica: choque anafilático, bacteremia e anti-hipertensivos. x Vasoconstricção renal: anestesias, cirurgias, síndrome hepatorrenal, REMIT. Os IECA, BRA, AINEs e ciclosporinas acabam alterando a hemodinâmica da filtração glomerular, atual principalmente nas arteríolas eferente e aferente, comprometendo a filtração glomerular. Mas o que geralmente acontece é uma alteração na filtração glomerular por conta de uma complicação sistêmica. Tem 3 situações onde isso pode acontecer: 1- O paciente pode ter uma redução do volume intravascular, seja essa redução real ou redução do volume efetivo, esse paciente pode ter uma hemorragia e ter pouco sangue, ou o paciente pode ter uma cirrose com ascite e hipertensão portal, tem sangue preso no sistema esplânico e isso pode causar uma redução do volume efetivo. 2- Outra coisa que pode acontecer é a redução da perfusão renal, o paciente não tem uma redução no volume, mas existe uma redução da perfusão renal, seja por redução do DC, choque cardiogênico, ou por outras causas de choque. 3- Ou pode ser uma redução da perfusão capilar glomerular, o paciente pode não ter problema nenhum com volume circulante, pode não ter problema nenhum com o DC, o sangue chega no rim, mas na hora de se transmitir para o glomérulo vai acontecer algum problema, isso pode ser causado pelo uso de certas drogas. Por que é tão importante que a gente entenda isso? Obviamente a perfusão renal é dependente da PA, porém o rim consegue fazer uma auto regulação da sua perfusão, da perfusão glomerular. A PA sistólica está de 80, na hora que o indivíduo tem redução de PA mais não chega abaixo desse limiar, o rim faz uma vasodilatação da arteríola aferente, da arteríola que chega no glomérulo, o rim faz isso para reduzir a resistência vascular renal e aumentar a perfusão. Outra coisa que o rim pode fazer a depender da situação é uma vasoconstrição da arteríola eferente, da arteríola de saída, por quê? Se a gente aumenta a vasodilatação da arteríola que chega e faz uma vasoconstrição da arteríola na que sai, o rim aumenta o fluxo chegando e aumenta a pressão no rim de uma saudável e isso mantêm a filtração glomerular apesar da queda da pressão arterial. Quando a pressão cai abaixo disso, não tem como o rim melhorar porque ele já chegou na vasodilatação máxima da arteríola aferente, e se ele for fazer uma vasoconstrição maior na eferente, ele pode acabar tendo o efeito oposto do que ele desejava. Então quando a pressão cai abaixo de 80, já ultrapassou a capacidade compensatória do rim. O rim não consegue compensar se o paciente fez o uso de algum medicamento que não permita que o rim faça a compensação. para fazer vasodilatação o rim precisa de que? Prostaglandinas. Se o paciente usa anti-inflamatórios, ele pode perder a capacidade de fazer a vasodilatação da arteríola aferente, então o uso desses medicamentos pode ser uma mecanismo de lesão pré-renal, porque o rim perde a capacidade de fazer a vasodilatação da arteríola aferente, isso diante de algum contexto onde o paciente já tinha outra causa de pré-renal. O que o rim precisa pra fazer a vasoconstrição da arteríola eferente? Ele precisa da ANG2 pra fazer essa vasoconstrição, se ele usa um IECA, ele perde essa capacidade de fazer vasoconstricção e acabar evoluindo com uma redução da taxa de filtração glomerular. Então lembrando que não é só hipotensão e choque ↳ Levando a IRA . → Diarreia → edema → chega menos sangue . > Não tem força paramandar sangue . Bruna Trindade – Medicina Unifacs hemorrágico, temos outras coisas envolvidas nesse processo. É muito importante que a gente veja a questão da resposta a volume. Uma coisa que a gente sempre diz é o seguinte: o paciente chegou no hospital, já tem lesão renal aguda na hora que chegou ou durante o internamento ele desenvolve uma lesão renal, estamos diante de uma lesão renal pré- renal ou renal? Por que essa dúvida? Porque são as principais causas e porque as clínicas são diferentes. Um dos jeitos de diferenciar logo de cara a pré-renal da renal é a resposta ao volume, a gente faz o que chamamos de prova de volume, a gente faz uma hidratação, dá 1000ml de soro (se o paciente tolerar, temos que avaliar o paciente antes de fazer a hidratação), se a diurese melhorar e a creatinina cair, estamos diante de um quadro pré-renal. A maioria esmagadora dos pacientes com lesão aguda pré-renal vai responder ao volume, na hora que a gente melhora o volume circulante efetivo esse paciente apresenta melhora da diurese e da creatinina. Na hora que o paciente não apresenta melhora, a gente pode estar diante de um quadro de lesão renal aguda intrínseca. o paciente cirrótico com síndrome da hipertensão portal e ascite pode desenvolver uma coisa chamada de síndrome hepatorrenal. O paciente com esse quadro tem uma grande vasodilatação periférica acontecendo, ele tem uma grande vasodilatação esplânica, então ele tem muito volume preso na circulação esplânica, ele tem uma redução do volume circulante efetivo e uma redução da circulação renal, por conta disso ele ativa constantemente o SRAA e isso muitas vezes ultrapassa a capacidade de compensação do rim e o paciente acaba reduzindo a taxa de filtração glomerular. O mecanismo parece uma pré-renal, se a gente hidratar esse paciente ele não vai responder ao volume porque o líquido vai ficar preso na circulação esplânica, porque ele tem uma cirrose com hipertensão portal grave, então o volume não resolve. Na hora que o paciente com cirrose desenvolve a síndrome hepatorrenal a única coisa que resolve mesmo é o transplante hepático. O paciente apresenta esse mecanismo misto, o rim não tem lesão, mas também não responde a volume. digamos que temos um paciente com choque cardiogênico que teve IAM. Obviamente ele tem redução do volume efetivo porque a bomba não está bombeando. Ele tem lesão renal, redução da diurese e aumento da creatinina. Isso é renal ou pré-renal? geralmente é pré-renal, só que qualquer lesão pré-renal está causando uma redução do volume para o rim, qualquer mecanismo de lesão pré-renal que seja grave o suficiente e prolongada o suficiente pode evoluir com uma lesão isquêmica do rim. Então a história natural de uma pré-renal grave que não é corrigida é se tornar uma renal intrínseca, por quê? Porque de tanto reduzir o volume circulante pro rim, tem uma hora que gera uma lesão isquêmica. Um paciente que faz uma pré-renal pode evoluir para uma renal desde que seja grave o suficiente. Além de ter a cirrose que é como se fosse uma pré-renal mas não responde a volume, podemos ter um paciente que começou com lesão renal pré-renal e que não responde mais a volume porque ele pode já ter evoluído para uma lesão renal intrínseca por isquemia. A lesão renal aguda do tipo renal acontece quando tem um processo patológico envolvendo o rim, o rim tem uma doença. Aqui já começa que pode ser lesão em qualquer ponto do rim, então uma lesão renal aguda intrínseca pode ter lesão em qualquer canto, pode ser: x Hemodinâmicas (isquêmicas): hemorragias, politraumatismos, pancreatites, gastroenterites, sepse. x Nefrotoxicidade: antibióticos, metais pesados, contrastes, venenos, anestésicos, AINE, mioglobina,etc. x Doenças glomerulares e vasculares. Esse quadro pode ser uma evolução da injúria renal pré-renal, que são aqueles pacientes com uma desidratação crônica, com desidratação por um período prolongado, isso pode fazer uma lesão da célula tubular renal. Quando a lesão pré- renal é perpetuada ao longo do tempo e a gente Bruna Trindade – Medicina Unifacs não trata a causa base, podemos ter uma evolução para a lesão renal intrínseca. Pode ser dividida conforme o acometimento em lesão glomerular, tubulointersticial e vascular. Nefrite intersticial aguda: antibióticos, AINE. Sepse: Incidência superior à 700.000 casos/ano com IRA em mais de 50%. É mais frequente em pacientes internados, geralmente em unidade de terapia intensiva e com uso de drogas vasopressoras. Esse estado de redução da pressão arterial já é um mecanismo dinâmico associado à sepse. A sepse tem fases diferentes, uma vasodilatadora onde o paciente está todo vasodilatador com o sangue concentrado na periferia, e isso reduz o fluxo plasmático renal e pode comprometer a filtração glomerular. E tem a fase de hipoperfusão por conta de uma hipotensão intensa. r Mecanismos Hemodinâmicos – Vasodilatação (NO) e Resposta Vasoconstrictora. O mecanismo causador de lesão renal é complexo, envolve dano celular tubular, mediadores inflamatórios e células inflamatórias e não necessariamente instabilidade hemodinâmica. Lesão na vasculatura: x Microcirculação – síndrome hemolítica urêmica, HELLP, púrpura trombocitopênica trombótica; anemia hemolítica microangiopática. x Macrocirculação – infarto renal, uma trombose, uma embolia. Isquemia: Os rins recebem 20% do débito cardíaco e consomem 10% do O2 em repouso com 0.5% de massa. A medula externa renal é extremamente propensa à lesões por hipóxia. Se a gente tem uma redução da oferta de O2 para a célula tubular, essa redução pode alterar o citoesqueleto da célula, fazer com que as células percam a polaridade e entrem em apoptose ou necrose. Isso gera morte e descamação celular que pode aparecer no sumário de urina como células epiteliais ou cilindros celulares. Essa descamação pode obstruir o túbulo que pode CÉREBRO MIOCÁRDIO RIM MEDULAR EXTERNA 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 m l/m in /1 00 g Bruna Trindade – Medicina Unifacs também fazer lesão renal. Onde descama, podemos ter infiltração de líquido e edema. Pós cirurgia: esses pacientes podem fazer lesão renal por isquemia. • As causas mais comuns são cirurgia cardíaca com CEC, cirurgias vasculares com clampeamento da aorta, cirurgias peritoneais, cirurgias com sangramento e hipotensão. • 1% das cirurgias cardíacas e vasculares evoluem com IRA. • Idade, IRC, diabetes, ICC, cirurgias de urgência são facilitadores. • Fisiopatologia está associada à CEC, hemólise, ativação de resposta inflamatória, proliferação intimal arteriolar, uso de contraste. Nefrotoxinas: são substâncias tóxicas ao rim que podem ser produzidas pelo organismo do paciente ou que podem ser exógenas, como medicamentos. Agentes de Contraste (iodado): Diabéticos, portadores de IRC, Cardiopatas, Mieloma Múltiplo – esses pacientes têm um risco aumentado de desenvolver IRA com o uso de contraste iodado. x Hipóxia na medula externa. x Citotoxicidade tubular direta pelos agentes ou radicais livres. x Obstrução tubular. x Elevação da creatinina em 24-48 h, pico c/ 3-5 dias e resolução em 1 semana. Aminoglicosídeos: são antibióticos – gentamicina, amicacina, garamicina. Quando a gente utiliza para tratar um paciente com infecção, temos que pensar na possibilidade do paciente complicar com IRA. Esses medicamentos fazem muita concentração tubular, esse excesso de concentração faz com que seja tóxico para o túbulo renal. x Livre Filtração e Concentração cortical. x Lesão após 5-7 dias a adm da droga. x Hipomagnesemia. x Sinais de comprometimento tubular: elevação de ureia, creatinina, queda de alguns eletrólitos como magnésio e cálcio que são absorvidos no túbulo renal. Anfotericina B: é um antibiótico utilizado para micoses profundas e sepse fúngica. É utilizado também para o tratamento de leishmaniose. Essa droga faz vasoconstrição da arteríola aferente, ela fecha a entrada de sangue para o glomérulo. Além disso ela é tóxica diretamente para a célula tubular, por conta dos radicais livres. x Toxicidade tubular direta por radicais livres. x Ligação ao componente lipídico da célula tubular, isso agride a célula e pode fazer necrose. x Hipomagnesemia e Hipocalcemia. Toxinas Endógenas: Mioglobina, hemoglobina, proteínas de cadeia leve (imunoglobulina), ácido úrico. Vasoconstricção, dano tubular direto, obstrução tubular. Interstício: podemos ter também uma lesão do parênquima renal. x Nefrite intersticial aguda que pode ser alérgica, o paciente está usando alguma medicação. Ele pode ter leucocitúria, eosinófilos na urina, rash. x LES, Sjögren, cirrose biliar primária, crioglobulinemia. Necrose tubular aguda: é a segunda causa de mecanismo fisiopatológico da lesão renal aguda, porque ela é a progressão da isquemia. Bruna Trindade – Medicina Unifacs Imaginem um paciente que tem lesão pré-renal, ele tem redução da circulação pro rim ou uma redução da perfusão glomerular. Esse rim está sujeito a isquemia, e dentro do rim qual é o lugar que está mais sujeito a isquemia? são os túbulos, porque eles têm um gasto energético enorme, um consumo de oxigênio muito grande e a irrigação para os túbulos não é tão boa. Na hora que uma lesão pré-renal evolui para uma lesão isquêmica renal, geralmente gera uma necrose tubular aguda. Os túbulos têm uma alta capacidade de regeneração desde que o problema seja identificado precocemente. Teve a lesão seja isquêmica ou tóxica, quando a célula tubular morre ela descama, no que ela descama ela vai percorrendo o túbulo ela empaca e forma um plug e obstrui. Primeiro a célula for perdida e deixou de exercer a função, a depender da localização da célula vamos ter diferentes consequências. O túbulo obstruído vai fazer um aumento de pressão de forma retrógrada que vai interferir na taxa de filtração glomerular. Se é uma necrose tubular aguda tóxica ela se relaciona com a concentração e tempo de exposição à droga. Pacientes que já são susceptíveis a lesão renal podem fazer a necrose tubular aguda com doses normais de medicamentos, doses normais de drogas podem produzir nefrotoxicidade em pacientes idosos e desidratados, nesses pacientes temos que chegar o ajuste renal da dose. Glomérulos: (GN – LES, Wegener, PAN, PHS) Aqui não existe uma redução do fluxo sanguíneo para o rim e o problema também não é uma lesão renal intrínseca. O problema é uma obstrução ao fluxo da urina depois do rim, e isso aumenta a pressão no sistema coletor, isso vai se transmitir para os túbulos, que vai se transmitir para os glomérulos e isso vai reduzir a TFG. Qualquer patologia que comprometa o trânsito normal do filtrado glomerular, dentro das vias urinárias, pode fazer uma IRA pós-renal. Não está relacionada com a perfusão sanguínea do rim, rim está ótimo, mas no existe uma obstrução no caminho de saída da urina, pode ser no ureter desde que seja dupla, pra ter uma obstrução ureteral tem que ser bilateralmente no ureter. É mais comum que seja na bexiga ou uretra, aí temos que lembrar da questão da próstata. Quem é o paciente que vem com pós-renal? é o paciente que tem evidência que tem alguma outra doença que possa obstruir, tipo uma nefrolitíase, uma hiperplasia prostática, câncer de pelve, bexiga neurogênica. Esse paciente vem com Bruna Trindade – Medicina Unifacs clínica de redução do débito urinário, muitas vezes súbita, que pode ter clínica de prostatismo ou de alterações na bexiga, que vem muitas vezes com dor supra púbica porque a bexiga está muito cheia, pode ter atéum bexigoma palpável. Causas: x Obstrução bilateral de ureteres (extra- luminal); tumores, iatrogenia. x Obstrução bilateral de ureteres (intraluminal) x Obstrução de bexiga, infecção. x Obstrução uretral: válvula congênita, estenose, tumor, hiperplasia prostática. Notem que são pacientes diferentes. Quem chega com uma pré-renal? é um paciente com estado de hipoperfusão. Quem é o paciente com lesão renal intrínseca? É um paciente com outra comorbidades que leve a essa lesão ou em uso de um medicamento que também leve à lesão. A pós-renal tem causas completamente diferentes. Independente do problema, muitas vezes, na hora que estamos diante de um paciente com injuria renal aguda, o que a gente tem é o paciente com alteração laboratorial, e a depender da gravidade dessa alteração o paciente pode evoluir com a clínica da insuficiência renal que é a síndrome urêmica aguda, diagnóstico sindrômico, são os sintomas clínicos decorrentes da insuficiência renal, independente da causa, qualquer paciente com lesão renal aguda pode evoluir com síndrome urêmica aguda, é o comum? Não, mas acontece. E porque a síndrome urêmica acontece? A perda das funções renais causa o que? O rim não filtra, ele não elimina o que ele deveria eliminar, então o paciente vai acumulando toxinas que muitas vezes são dialisáveis. Muitas vezes pode acabar retendo volume e o paciente pode fazer hipervolemia. O rim tem um papel muito importante no equilíbrio hidrieletrolítico e ácido-básico, então o paciente pode fazer distúrbios hidrieletrolíticos e ácido-básicos. A síndrome urêmica de apoia nesse tripé: x Acúmulo de toxinas dialisáveis x Hipervolemia – acúmulo de líquidos x Distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos Dentro da clínica da insuficiência renal, faz parte dos critérios a diminuição da diurese, a oligúria, mas esse é um dos critérios. Um paciente pode ter lesão renal aguda e não ter redução do volume urinário, ou ele ser até mesmo poliúrico. Geralmente no contexto de uma lesão tubular. Os túbulos geralmente conseguem reabsorver até 98% do volume que chega neles, então vamos supor que o paciente esteja com a taxa de filtração glomerular perfeita e ele não tenha lesão renal, digamos que ele produz 100l de filtrado em um dia, o túbulo consegue reabsorver 98% desses 100 litros e a pessoa faz 2 litros de urina. Agora vamos considerar que ele tenha uma lesão tubular, uma necrose tubular aguda, os plugs foram formados e estão obstruindo a passagem e estão causando um aumento de pressão no sistema tubular, esse aumento de pressão foi transmitido para o glomérulo de forma que reduziu a taxa de filtração glomerular, e aí ao invés de filtrar 100l o paciente só consegue filtrar 80. E se o túbulo não estiver absorvendo por conta da necrose? E se o túbulo só conseguir absorver 60% desses 80l? pode ser que saia muita urina, as vezes o paciente faz 4-5 litros de xixi por dia com uma taxa de filtração glomerular bem reduzida, porque o problema não é só a redução da taxa de filtração glomerular, mas também a perda da capacidade de reabsorção. Então um paciente com insuficiência renal pode ter oligúria, anúria, pode ter o volume urinário preservado e até ter poliúria. Então a ausência de oligúria não afasta insuficiência renal. x Cutâneo: prurido. x Imunológicos: depressão imunológica. Bruna Trindade – Medicina Unifacs x Nutricional: catabolismo aumentado, perda de massa muscular. x Neurológico: sonolência, tremores, agitação, torpor, convulsão, mioclonia, flapping, hiperreflexia, sinal de Babinsky, neuropatia periférica, coma. x Cardio-respiratórios: arritmias, pericardite, tamponamento cardíaco, pleurite, insuficiência cardíaca, dispnéia, edema, hipertensão arterial. x Digestivas: inapetência, náuseas, vômitos incoercíveis (induzido por toxinas), diarreia, sangramento digestivo, soluços (inflamação da mucosa e dismotilidade). x Distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos: hiperK, hipoNa, hiperP, hipoCa, hiperMg, hiperuricemia, acidose metabólica Poliúria, oligúria, anúria. O acúmulo de toxinas pode levar a prurido cutâneo, pode levar a um não funcionamento do sistema imunológico, mesma coisa para o sistema hematológico. Anemia não é achado característicos da síndrome urêmica aguda, porém é muito comum que o paciente com essa síndrome tenha anemia. A síndrome em si não costuma causar diretamente anemia, mas na hora que o paciente faz um quadro grave o suficiente pra ter a síndrome urêmica aguda, ele tem outras comorbidades que causaram a anemia, então é comum a ocorrência concomitante dos dois fatores). O paciente com síndrome urêmica aguda ainda não teve tempo o suficiente pra ter redução da EPO e ser essa a causa da anemia, isso a gente vai ver quando o paciente é crônico. A síndrome leva o corpo a um estado catabólico – REMIT. As toxinas dialisáveis que estão se acumulando vão causar a encefalopatia urêmica, vários sintomas neurológicos centrais podem acontecer, algumas vezes os periféricos também aparecem. As toxinas podem afetar o funcionamento cardíaco, seja de condução – onde os distúrbios hidroeletrolíticos também têm um papel, o paciente pode fazer uma endocardite urêmica que é indicação de diálise porque pode levar a um tamponamento cardíaco. O paciente não está eliminando líquido como deveria, essa retenção hídrica pode levar a uma sobrecarga hídrica que a depender do estado que esse paciente tinha antes ele pode evoluir com IC, edema pulmonar, HAS, edema pulmonar cardiogênico. As toxinas podem fazer um quadro de pleurite. Os distúrbios e as toxinas podem afetar o funcionamento do TGI, principalmente peristalse e trocas. Lembrando que a hiponatremia é um distúrbio da água, porque está retendo água e isso dilui o sódio. O distúrbio eletrolítico vai depender da região dos túbulos que foi afetada. Se a lesão foi no local onde há reabsorção de potássio, o paciente vai ter uma insuficiência renal hipocalêmica. Tem uma clássica que temos que lembrar principalmente aqui em salvador: o paciente chega dizendo que está com febre, icterícia, dor muscular principalmente na panturrilha, nos últimos dois dias a icterícia piorou e adquiriu uma coloração avermelhada (icterícia rubínica), nos exames vemos que ele tem elevação de creatinina e potássio baixo, isso logo depois de uma chuva muito grande que teve aqui em salvador. Eu acabei de descrever a leptospirose grave – síndrome de Weil – a leptospirose afeta as células que reabsorvem potássio e faz uma insuficiência renal hipocalêmica. Aumento da Creatinina > 0.3 mg/dl em 48 hs, > 50% em relação à creatinina basal em 1 semana. Ou redução do volume urinário superior a 0.5 ml/Kg/Hr em período superior à 6 horas. Existem classificações que nos ajudam a determinar o prognóstico do paciente, para saber aqueles que precisam de diálise ou não. Bruna Trindade – Medicina Unifacs Quando temos um paciente pré-renal, vamos hidratar, tratar hemodinamicamente, pra ver se ele melhora e sai da lesão renal. Quando temos um paciente com lesão renal intrínseca é aquele paciente que tem uma chance maior de fazer diálise, por isso que devemos tentar identificar esses pacientes. Os critérios abaixo ajudam nessa diferenciação. Diferenciar da IRC com creatinina basal, alterações hematológicas, exames de imagem, alterações eletrolíticas ou pela presença de doença óssea. Dentro da lesão renal aguda, a primeira coisa é estabelecer a lesão renal aguda. Depois temos que ver a localização da lesão. Estamos diante de uma Pré renal? Pós renal? Intrínseca? Essa parte é clínica, quem é esse paciente? É um paciente com hipotensão? É um paciente que responde a volume? É um paciente com hiperprostatismo? Isso aqui é anamnese e exame físico. Se é um paciente pré-renal eu preciso normalizar o fluxo. Se é um paciente pós-renal eu preciso desobstruir. Sãocoisas que podemos fazer logo de cara e que vai ter um impacto quase instantâneo. Não é nem pré ou pós-renal? é possível que seja intrínseca, a gente suspeite por eliminação. É uma situação comum tentar diferenciar entre pré-renal e NTA isquêmica, até porque elas podem ser contínuas, um paciente com pré-renal pode evoluir com NTA isquêmica. Tem uma coisa que ajuda a diferenciar. Se o paciente já evoluiu para uma lesão renal ele não vai responder a volume, outra coisa é a análise da urina, que aqui vai ser fundamental na análise de um paciente com LRA. O paciente com pré-renal, o rim dele ainda funciona bem, o que está acontecendo? Redução do volume efetivo, chega menos sengue, o rim está mal perfundido, o rim ativa SRAA, reabsorve sal e água. Como está a urina dessa paciente com pré-renal? é uma urina concentrada porque ele reabsorve sal e água, então a urina é hiperosmolar, é uma urina com pouco sódio, então é uma urina com densidade aumentada, mas com pouco sódio. Agora na hora que o paciente evolui para uma NTA, o rim vai perdendo a capacidade de reabsorção, ele perde a capacidade de concentrar a urina, a urina fica menos densa, mais hiposmolar e com mais sódio. Diarreia, vômitos, glicosúria, uso de diuréticos, uso de IECA, BRAT2, AINES. Relato de Febre, artralgia, rush cutâneo + relato de droga nova, pode ser nefrite túbulo intersticial alérgica – processo alérgico no rim. Relato e Sinusite, púrpura palpável, hemorragia pulmonar – pode ser doença autoimune, LES, vasculite. Presença de hipotensão ortostática, taquicardia, diminuição do turgor cutâneo, mucosas secas, sinais de desidratação. História de litíase renal, tumor em pelve ou paraórtico, mudanças no aspecto da urina, urgência miccional, polaciúria, noctúria, massa suprapúbica, cólicas em flancos – fator obstrutivo. Aparecimento de livedo reticular (lesões em extremidades associadas a má perfusão), lesões Bruna Trindade – Medicina Unifacs cutâneas em extremidades, procedimentos vasculares. Anuria súbita, evolução lenta para oligúria, poliúria. Laboratoriais: a avaliação laboratorial tem que ser completa porque temos que avaliar outras situações. x Hemograma, uréia, creatinina, eletrólitos x Gasometria arterial – olhar bicarbonato x Urina 1 – sumário de urina: olhar se tem bacteriúria, hematúria, leucocitúria, cilindros, os tipos de cilindros, Sódio, creatinina, eosinófilos urinários x Exames específicos (IC, sepse, culturas, PSA, etc.) – a depender da situação a gente vai pedindo os exames mais específicos. Achados urinários: Proteinúria < 1g – Alterações Isquêmicas ou Nefrotoxicidade. Se o paciente tiver uma proteinúria intensa acima de 3,5g em 24h, ele pode ter uma síndrome nefrótica. Proteinúria intensa: Dano à membrana de filtração glomerular ou excreção de proteínas de cadeia leve. Fenômenos Tromboembólicos com graus variáveis de proteinúria. Presença de hemoglobinúria sem células vermelhas – Rabdomiólise ou Hemólise. Hemoglobina sem hemácias indica lesões por pigmento. Aspectos morfológico das hemácias – Dismorfismo Eritrocitário, morfologia diferente do habitual. O paciente tem uma provável causa da doença renal de origem glomerular, com glomerulopatia. A hemácia dismórfica é aquela que vem no sangue e que passou na barreira de filtração glomerular, alterou a morfologia e saiu na urina. A hemácia de morfologia renal vem de vias urinárias, litíase, tumor. Presença de cilindros, que podem estar associados com patologias específicas. Quando o paciente tem cilindros hemáticos ou hemácias, isso pode estar associado com glomerulonefrite, vasculites, hipertensão maligna, doença de microcurclação. A presença de cilindros leucocitários geralmente indica processos inflamatórios – pielonefrite, nefrite intersticial. Cilindros celulares ou células epiteliais indicam descamação do epitélio tubular, o paciente teve alguma lesão tubular. Quando temos cilindros granulares (fragmentos celulares com proteína) podemos ter necrose tubular aguda, nefrite túbulo intersticial. Bruna Trindade – Medicina Unifacs Achados hematológicos: Anemia, presença de esquizócitos, aumento de LDH, redução de haptoglobina. Pesquisa de Atividade da ADAMS 13 – quando a atividade dessa enzima está baixa, pode ser púrpura trombocitopênica trombótica. Pesquisa de Toxina Shiga – intoxicação por E. coli – síndrome hemolítico urêmcia. Complemento Sérico – Churg-Strauss, Poliarterite Nodosa, Nefrite Intersticial, Ateroembolismo. Concentrações de Fósforo, Potássio, Cálcio. Níveis de CPK e Ácido Úrico. FAN, Anti-DNA – são marcadores de LES. O paciente com lúpus pode fazer doença renal. ANCA – marcador de vasculite de pequenos vasos. Anticorpo Antimembrana Basal Glomerular. Uréia (elevada na disfunção renal), Sorologias Virais – alguns vírus podem ser causas de glomerulopatias e doenças renais. Imagem: Na pré-renal o exame de imagem não é tão significativo. Rx – Avaliar presença de calcificações, nível líquido em alças. USG – Avaliar tamanho, contornos, ecogenicidade do parênquima, dilatações, presença de cálculos. É um exame de fácil acesso e fácil realização. Rim com contorno bem definido pode indicar injúria renal aguda. Tomografia – Permite avaliar cálculos não perceptíveis ao USG (menores tamanhos), topografia de obstrução. Em pacientes com IRA o rim é de tamanho normal, com contorno bem definido e podemos diferenciar córtex de medula, na IRC não é assim. Cálculos em ureter que geralmente não aparecem no USG a TC mostra. USG e tomografia são os exames de imagem mais utilizados para IRA. Pielografia descendente ou retrógrada – Avaliar topografia de obstrução. Doppler – Avaliar Vasos renais, perfusão do parênquima renal, índices hemodinâmicos do fluxo renal. Atentar para o risco de complicações com contraste. Bruna Trindade – Medicina Unifacs Quando temos um rim branco, com perda da ecogenicidade, a gente não consegue identificar o que é córtex ou medula, isso indica uma doença do parênquima renal. Podemos ter as consequências do não funcionamento do rim com as retenções das toxinas urêmicas, entre elas a uréia. Uremia: Náuseas, vômitos, astenia, torpor, crise convulsiva, coma. Alterações cardiovasculares: Hipertensão, ICC, Pericardite, Arritmias por distúrbios eletrolíticos, edema pulmonar, derrame pericárdico. Anormalidades eletrolíticas e acido-básicas: Hipernatremia, hiponatremia, hipercalemia, acidose metabólica, hiperfosfatemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, hipocalemia. Sangramentos: Disfunção plaquetária, plaquetopenia ou alterações hepáticas associadas à doença de base. O ambiente urêmico do paciente leva a uma disfunção plaquetária, a plaqueta tem um bom número mas não funciona de maneira adequada. Esses pacientes com injúria renal aguda sempre têm risco de sangramento. Infecções: Alteração funcional na imunidade humoral e celular, redução do complemento sérico; Alteração funcional dos neutrófilos. Os anticorpos não funcionam direito em um ambiente urêmico. Desnutrição: Resultante do estado hipercatabólico. Quando o paciente tem doença renal, o rim para de funcionar e ele fica em acidose metabólica, esse é um estado hipercatabólico e ele pode fazer um grau de desnutrição. Para tratar a LRA temos que saber que um paciente que chega no hospital com hipotensão ou com qualquer potencial causa do volume circulante efetivo ou redução da perfusão renal, está em risco, então temos que agir no fator de risco desse paciente. Temos que reconhecer rapidamente através das pequenas alterações laboratoriais e ir atrás da causa para poder corrigir esse fator que está causando a lesão. o mais importante é tratar a causa. As vezes a gente pode precisar fazer uma terapia específica com corticoide porque pode ser um paciente com LES ou umanefrite intersticial. Temos que tratar as complicações que o paciente pode desenvolver: distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básico e temos que ficar atentos para a possibilidade do paciente precisar de diálise porque eles não respondem à terapia ou pacientes que a única solução é a diálise: pacientes com hipervolemia grave que faz crise hipertensiva e EAP que não melhora com as terapias específicas. Otimização Hemodinâmica: principalmente quando o paciente tem uma causa pré-renal de IRA. x Reposição de Sangue x Reposição de Cristalóides e/ou Colóides x Uso de Drogas Inotrópicas x Uso de Drogas que reduzam a pré e pós carga x Tratamento de arritmias Bruna Trindade – Medicina Unifacs Eliminação de Agentes Nefrotóxicos: AINES; IECAS; BRAT2; Aminoglicosídeos, anfotericina B. Na fase de agudização da doença, esses medicamentos precisam ser retirados. Rabdomiólise: paciente chega com dor muscular, urina escura, CPK elevado e fósforo elevado. x Hidratação vigorosa, uso de diuréticos x Alcalinização urinária – pH de urina mais básico reduz a chance de precipitação do pigmento no túbulo renal, então a gente administra solução com bicarbonato venoso. x Quanto mais o paciente urina, mais pigmento ele tira do tubo. Síndrome de Lise Tumoral: x Hidratação vigorosa x Uso de Alopurinol Sobrecarga Volêmica: x Uso de diuréticos x Restrição de Sal x Hemofiltração Hipercalemia: x Suspensão de IECA, BRAT2, AINES – drogas que sobem potássio. x Restrição Dietética de potássio. x Uso de Resinas de Troca Intestinal (Poliestirenossulfonato de Cálcio) – tira o potássio do organismo e troca por cálcio. x Uso de solução de Insulina e Glicose ¼ - a insulina leva a glicose para a célula e junto leva o potássio. x Uso de B2- Agonista x Uso de Gluconato de cálcio – ele evita que a gente tenha arritmia por hipercalemia. x Uso de Diurético de Alça – furosemida. Paciente chega com potássio alto e QRS estranho, a gente pode fazer gluconato de cálcio, ele não abaixa o potássio, mas protege o coração da hipercalemia. A hipercalemia pode comprometer a despolarização da célula miocárdica. O paciente pode sair de um QRS normal para uma arritmia ou assistolia, ele pode parar porque o paciente está alto. Acidose Metabólica (pH < 7.2 e HCO3 < 15 mmol/l): paciente com doença renal tende a fazer acidose metabólica, porque os rins (junto com os pulmões) são controladores de pH do sangue. x Reposição de Bicarbonato x Diálise se necessário Nutrição: x Pacientes não catabólicos e sem diálise – 0.8- 1,0 g/Kg/dia de proteínas x Pacientes em diálise -1,0-1,5 g/kg/dia de proteínas x Pacientes hipercatabólicos e em diálise – 1,7g/kg/dia de proteínas Ajuste de dose das drogas: precisamos ajustar as doses para que os pacientes não tenham os efeitos colaterais dessas drogas, principalmente os antibióticos. Hiperfosfatemia: quando o rim para de funcionar, o fósforo pode aumentar e trazer consequências, Bruna Trindade – Medicina Unifacs principalmente do ponto de vista de doenças ósseas. x Restrição de Fósforo na dieta x Uso de quelantes – substâncias que pegam o fósforo no intestino e elimina nas fezes, não deixam o fósforo ser absorvido (carbonato de cálcio, acetato de cálcio, sevelamer, hidróxido de alumínio). Hipervolemia refratária – crise hipertensiva / congestão. Encefalopatia urêmica. Pericardite urêmica. Pulmão urêmico – é um edema de pulmão por agressão inflamatória tóxica por conta das toxinas acumuladas. Hipercalemia intratável. Acidose metabólica intratável / refratária a bicarbonato. Tem algumas situações que por si só já indicam hemodiálise e outras que são pela falha na terapia.
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