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RADIOLOGIA EM ODONTOPEDIATRIA PERIGO DA RADIAÇÕES IONIZANTES EFEITOS BOLÓGICOS DOS RAIOS X EFEITOS ESTOCÁSTICOS: - A probabilidade de ocorrência é proporcional a dose de radiação recebida, sem existência de limiar; - Doses pequenas, abaixo dos limites estabelecidos por normas e recomendações de radioproteção podem induzir tais efeitos, como a indução do câncer; - A probabilidade de ocorrência de um câncer radioinduzido depende do número de clones de células modificadas no tecido ou órgão, uma vez que depende da sobrevivência de pelo menos um deles para garantir a progressão; - O período de detecção do câncer após a exposição pode chegar até 40 anos; - No caso de leucemia, a frequência é de no máximo 5-7 anos, com período de latência de 2 anos. EFEITOS DETERMINÍSTICOS: - Causados por irradiação total ou localizada de um tecido, causando um grau de morte celular não compensado pela reposição ou reparo, com prejuízos detectáveis no funcionamento do tecido ou órgão; - Existe um limiar de dose, abaixo do qual a perda de células é insuficiente para prejudicar o tecido ou órgão de modo detectável; - São produzidos por doses elevadas, acima do limiar, onde a severidade ou gravidade do dano aumenta com a dose aplicada; - A probabilidade de efeito determinístico, é nula para valores de dose abaixo do limiar; - Fatores controladores: dose, ritmo de aplicação (intervalo de tempo), tamanho da área irradiada e idade. RADIOSSENSIBILIDADE - Células com alta taxa de proliferação são mais sensíveis; - É inversamente proporcional ao grau de diferenciação das células; - Maior quanto maior for o número de divisões necessárias para a célula ficar totalmente formada; - Células mais sensíveis: basais da epiderme, eritrócitos, células hematopoiéticas (eritrócitos, leucócitos e plaquetas), espermatozoides e óvulos; - Quanto mais indiferenciada for uma célula mais sensível ela será à ação dos raios X; - De modo geral, as crianças são mais sensíveis à radiação do que os adultos. PERIGO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES ALARA X ALADA - Princípio internacional seguido para a radioproteção, serve para orientar a prática no âmbito do radiodiagnóstico; - A exposição deve ser “tão baixa quanto racionalmente possível”, novo conceito “tão baixa quanto diagnosticamente aceitável”; - Devemos usar o mínimo possível de exposição sem comprometer a qualidade do exame/diagnóstico. PROTEÇÃO DO OPERADOR - Não ficar atrás da ampola; - Não ficar na direção do feixe principal; - Não ficar atrás da cabeça do paciente; - Não segurar o filme, o cabeçote ou o cilindro localizador; - Usar aparelhos com botão retardados que possibilite a distância de 2m; - Usar biombo; - Monitoramento por meio de dosimetria. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS EM ODONTOPEDIATRIA TÉCNICA PERIAPICAL Permite observar: - As relações anatômicas entre dentes decíduos e permanentes; - Quantidade de raiz reabsorvida em dentes decíduos; - Quantidade de raiz formada em dentes permanentes; - Auxilia no diagnóstico de alterações pulpares, periodontais e periapicais; - Auxilia no diagnóstico de anomalias dentárias. DO PARALELISMO OU CILINDRO LONGO: Vantagens: - O dente é reproduzido em todas as suas partes de maneira uniforme; - O método é mais simples; - Padronização das radiografias. Desvantagens: - Maior o tempo de exposição; - Maior chance da criança mexer; - Maior exposição aos raios X. BISSETRIZ OU CILINDRO CURTO: Vantagens: - Não exige recursos específicos para realiza-lo. Desvantagens: - Dificuldade de visualizar o plano bissetor; - Propicia erros, imagens com alongamento ou encurtamento; - O paciente mantém o filme na posição: maxila utiliza o polegar e na mandíbula o indicador. PERIAPICAL DA BISSETRIZ PARA PRÉ- ESCOLA Indicação: - Crianças com idade até os 6 anos; - Diagnóstico de alterações pulpares, periapicais ou anomalias dentárias. Posição da cabeça: - Criança sentada, plano sagital mediano perpendicular ao plano horizontal; - Maxila: trágus até a asa do nariz perpendicular ao plano horizontal; - Mandíbula: trágus até comissura labial perpendicular ao plano horizontal. REGIÃO ANTERIOR: - Posição do filme: periapical de adulto e oclusal com filme dobrado. - Incidência e angulação do feixe de raios x: Superior anterior: a angulação do cone do aparelho vai depender do ângulo do plano oclusal: em 30º ou paralelo ao plano horizontal. Inferior anterior: a angulação do cone do aparelho vai depender do ângulo do plano oclusal: em 30º ou paralelo ao plano horizontal. Posição do filme: Incidência do feixe de raios x: - Arco superior: linha tragus – asa do nariz; - Arco inferior: 0,5cm da borda da mandíbula. Biossegurança: proteção plástica no posicionador. INTERPROXIMAL OU BITE-WING Indicação: - Diagnóstico de cárie nas faces proximais; - Sulcos e fissuras oclusais cariadas em molares e pré-molares; - Processos patológicos nas áreas de furca dos molares; - Verificar a proximidade das lesões cariosas com a polpa; - Alterações na crista alveolar; - Adaptação de restaurações. Distância foco-filme: 20cm Posição da cabeça: criança sentada, plano sagital mediano perpendicular ao plano horizontal e linha tragus – asa do nariz. Incidência do deixe de raios X: paralela às faces interproximais e sobre a linha trágus comissura labial. TÉCNICA OCLUSAL Indicação: - Indicada por apresentar a facilidade do filme ser preso e mantido na posição através da oclusão; - Visão geral da mandíbula e/ou maxila; - Diagnóstico de dentes supranumerários, dentes não irrompido, anomalias e controle radiográfico. Incidência do feixe de raios X e posição da cabeça: Arco superior: a incidência é na glabela e a linha trágus – asa do nariz paralelo ao plano horizontal; Arco inferior: a incidência é no mento e a linha trágus – comissura labial em 45º com o plano horizontal. TÉCNICA DE CLARCK Indicação: - Localização de dentes não irrompidos, corpos estranhos e processos patológicos etc.; - Dissociação de raízes e canais radiculares; Esta técnica baseia-se na lei da paralaxe: o corpo que se localiza à distância (por palatino) acompanha o deslocamento. Com incidência do feixe de raios x variando a angulação horizontal. LATERAL DE FAZZI Indicada para os casos de trauma na região antero-superior e auxilia na visualização no sentido vestíbulo-palatino, da relação do dente intruído com a tábua óssea vestibular e com o germe do permanente. Utiliza-se filme periapical de adulto ou oclusal mantido em posição pelo responsável que o apoiará de encontro à face da criança, no qual é mantido pela oclusão utilizando 2 espátulas de madeira, 1 dobrada ao meio e outra inteira presas com fita crepe. PANORÂMICA Características: permite uma visão das estruturas que compõem o complexo maxilomandibular (dentes, tecidos ósseos de suporte, seios maxilares, ATM e cavidade nasal); exame radiográfico dos dentes decíduos e permanentes; análise do estágio de desenvolvimento dos germes dos dentes permanentes e análise da relação existente entre dentes decíduos e permanentes. Vantagens: - Exame de todos os dentes e estruturas ósseas em uma única tomada radiográfica; - Facilidade da técnica; - Baixa dose de irradiação recebida pelo paciente; - Permite uma melhor compreesão das condições de saúde bucal pelo paciente e/ou pais; - Permite ao profissional explicar com mais facilidade aos pais, o diagnóstico, tratamento e possíveis prognósticos. Desvantagens: - Sobreposição de imagens, principalmente na região anterior. TELERRADIOGRAFIA Indicação: - Ortodontia → cefalometria; - Cirurgia ortognática:possibilita a análise esquelética e de tecidos moles, estabelece o plano de tratamento e avalia o transoperatório e os resultados alcançados. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Permite observar as estruturas tridimensionalmente sem sobreposição, sem distorção e sem ampliação da imagem, de baixo custo, baixa dose de irradiação, rápido, múltiplas aplicações e potencial de se tornar instrumento de diagnóstico de rotina. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA É um exame de diagnóstico por imagem capaz de produzir imagens de secção do corpo sem exposição do paciente à radiação; Indicação em odontopediatria: avaliação de tecidos moles, disfunção de ATM, avaliar tumores de tecidos moles e a extensão de neoplasias e estudo das cavidades paranasais e das glândulas salivares. Vantagens: ausência de radiação ionizante, não invasivo e alta resolução para tecido mole; Desvantagens: alto custo, tempo de duração do exame, necessidade de sedação em pacientes claustrofóbicos e interferência de instrumentos metálicos.
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