Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
D i b e P U E R P É R I O N O R M A L É o período que se inicia após o parto e se estende até 6 semanas. Nele ocorrerá o retorno dos órgãos ao estado prévio à gravidez podendo ser na normalidade ou não. Modificações anatômicas Útero- diminui de volume 1kg no pós-parto e 0,5kg ao fim da primeira semana. Globoso; consistência lenhosa entre sínfise púbica e cicatriz umbilical. Após 2 dias diminui de consistência e fundo uterino é palpado na cicatriz umbilical. De 3-4 dias reduz mais ainda e em 2s será palpado na cavidade pélvica; momento em que pesa 200g. Com 30 dias pesa 100g. O colo uterino em 1s deve fechar. Orifício externo como fenda transversal no pós-parto. Lóquios- secreção uterina após parto. Constituídos pela decídua externa que sofre necrose e é eliminada; a interna, intacta, fará a regeneração posterior do endométrio. -Lóquios vermelhos (lochia rubra): sangue vivo eliminado nos 1os dias pós- parto. -Lóquios serosos (lochia fusca): 3-4dias pós-parto; eliminação descorada. -Lóquios claros (lochia alba): 10º dia pós-parto; eliminação esbranquiçada. Vagina e Vulva- involuem no puerpério e cicatrizam, lacerações devem cicatrizam 4-5 dias; níveis de estrogênio se estabilizam e carúnculas mirtiformes aparecem e mucosa vulvovagibal atrofia. Sistema circulatório- débito cardíaco e volume plasmático aumentados pos- parto; aumenta resistência vascular periférica (shunt arteriovenoso) em 2s; pressão venosa volta ao normal e varizes vulvares melhoram. Trato urinário- superdistensão; sensação esvaziamento incompleto. Ovulação- em geral na paciente que não amamenta volta 6-8s após o parto. Ciclos anovulatório; não se deve esperar mestruar para iniciar AC. Mamas-15-25 lóbulos cada um com diversos alvéolos com epitélio secretor de leite. Após o parto o colostro (secreção amarelo-limão) aparece por 5 dias e em 4s o leite maduro é definido. O IgA confere proteção ao RN. Complemento; macrófagos; linfócitos; lactoferrina; lactoperoxidase e lisozimas também. O leite tem gordura e proteínas na constituição. A prolactina é essencial para a lactação; seu aumento é estimulado pela sucção feita pelo bebê na mama. A neuro-hipofise secreta ocitocina que estimula expulsão do leite. Obs: recomendação amamentação EXCLUSIVA por 6 meses ao menos para depois introduzir outros alimentos. Contraindicações a amamentação: • Infecção materna pelo HIV • Positividade para as células T humanas de virus tipo linfotrópico I ou II • Brucelose não tratada • Lesões herpéticas mamárias • Desenvolvimento de varicela cinco dias antes e dois dias depois do parto • Tuberculose ativa • Gripe H1N1 • Hepatite • Abuso de substâncias • Ingestão de álcool • Tabagismo • Medicamentos maternos • Galactosemia na criança • Erros inatos do metabolismo Aspectos clínicos do puerpério Cuidados na 1ª hora pós-parto Verificar sinais vitais a cada 15 min. Observar sangramento vaginal. Se útero não estiver contraído pode ser massageado. Medicações diante de sangramento aumentado. Controle sinais vitais FC, temperatura, PA, FR duas vezes ao dia medir. Palpação uterina Deve ser feita para verificar snais de subinvolução; redução da consistência mobilidade e aumento de dor. Lóquios Examinar cor; odor; cuidar com quadro de infecção puerperal Cólicas MMIIS Detectar edema ou dores; comprometimento venoso. Episiorrafia Caso feita deve-se ter analgesia; paracetamol ou dipirona de 6/6h Infecção de episiotomia- fazer analgesia e observar Infecção de fáscia superficial- ATB amplo espectro Ferida operatória: observar e usar ATB diante de riscos. Imunizações: paciente Rh- com RN rh + Cefaléia pós-punção da dura-máter: complicação, tratar com repouso e analgesia. Orientações na alta hospitalar Anticoncepção Minipílula: ACO só com progestogênios; não altera produção do leite. Iniciado no dia da alta hospitalar ou 4s após nascimento. Sua eficácia diminui se mamadas diluírem. Preservativo: evita IST’S e contato do sêmen de PH elevado em mucosa vaginal atrofiada. DIU (cobre ou progestágeno): inserido de 8 a 12 semanas após o nascimento, ou pode ser inserido logo após a dequitação da placenta, em partos vaginais vai haver alto risco de expulsão e nas cesáreas tem risco de sair do lugar. Ligadura tubária: conforme legislação não é permitido que esse procedimento seja feito no periodo do parto ou aborto, exceto em casos de comprovada a necessidade da pcte. Analgesia Em paciente que realizaram episiorrafia vai estar indicado o uso do paracetamol. Em casos de partos mais laboriosos ou cesáreas, pode ser associado um antiinflamatório não esteroidal ou codeína por curto período. Retorno às relações sexuais É recomendado que seja após duas semanas de puerpério com adequada cicatrização e desejo da pcte. Sempre orientar que é normal haver diminuição do desejo sexual, sendo que os principais responsáveis por isso são os ajustes hormonais, mudanças de papéis sociais, satisfação marital, humor, fadiga, necessidades físicas associadas ao nascimento, a amamentação e readaptação ao trabalho. Carinho, apoio e conforto devem ser valorizados. Muitas vezes devem ser prescrito um lubrificante vaginal para amenizar o desconforto e prevenir a dor. P U E R P É R I O P A T O L Ó G I C O BLUES PUERPERAL/ BABY BLUES Distúrbio psiquiátrico mais comum no periodo puerperal, afeta cerca de 40% a 80% das mães. Ele se caracteriza pela ocorrência de sintomas depressivos leves, como disforia (tristeza, irritabilidade, choro fácil e ansiedade), insônia e redução e concentração. Está mais relacionado com a ansiedade da mãe em não dar conta da situação. Se inicia do 3° ou 5° dia após o parto, tendo piora na primeira semana e melhora do quadro após 10 a 14 dias do parto. Sua causa é desconhecida, mas fatores psicossociais; hormonais podem estar relacionados. Fatores de risco relacionados a maior ocorrência • História de depressão; • Sintomas depressivos durante e gestação; • História familiar de depressão; • Alteração de humor pré-menstruais ou relacionadas ao uso de contraceptivos hormonais; • Estresse relacionado aos cuidados do recém-nascido; • Desajuste psicossocial relacionado ao trabalho, as relações interpessoais ou a atividades de lazer. Obs: 20% das pctes com blues evoluem para depressão. Manejo Puerpério Fisiológico Distúrbios psicológicos no Puerpério D i b e • Suporte psicossocial e auxílio familiar de modo que a puérpera possa dormir e descansar de forma adequada; • Uso criterioso de tranquilizantes pode ser recomendado; • Uso de benzodiazepínicos em baixas doses e por pequeno período, pode ajudar na insônia; • Ingesta de álcool é contraindicada. DEPRESSÃO PÓS-PARTO Definição e Epidemio Caracteriza-se por mudança de humor; ansiedade; irritabilidade; depressão; pânico e fenômenos obsessivos. Os primeiros sintomas geralmente surgem entre 4ª e 6ª semana pós-parto; mas pode iniciar do nascimento. Até 70% das puérperas que tiveram episódio de depressão em gestação anterior, desenvolvem novo episódio. FR • Antecedente pessoal de depressão; • Menor escolaridade; • Baixo nível socioeconômico; • Baixo suporte social; • História de doença psiquiátrica; • Blues puerperal; • Depressão diagnosticada durante o pré-natal; • Baixa autoestima; • Ansiedade pré-natal; • Estresse; • Gravidez não planejada; • Tentativa de interromper a gravidez; • Transtorno disfórico pré-menstrual; • Sentimentos negativos em relação a criança; • Gestantes solteiras; • Tabagistas; • Usuárias de drogas ilícitas durante a gestação Etiologia Algumas mulheres têm maior sensibilidade às alterações hormonais que se iniciam na menarca e que aumentam a vulnerabilidade aos fatores de estresse psicológicos, ambientais e fisiológicos que ocorrem durante toda a menacme. Nessas mulheres, os fatores de estresse podem desencadear a manifestação de um transtorno de humor especificamente feminino emmomentos de altas flutuações hormonais, como no parto. Alguns pesquisadores demonstraram interações reciprocas entre o eixo hipotálamo-hipófise-ovário e o sistema serotoninérgico. Os baixos níveis dos hormônios esteróides ovarianos, típicos do puerpério, podem diminuir a atividade serotoninérgica central e proporcionar vulnerabilidade maior ao desenvolvimento de sintomas de transtorno de humor nas mulheres que são suscetíveis. Diagnóstico Leva em conta a presença do sintoma na maior parte do dia, todos os dias, por 2 semanas. Pensamentos repetitivos de incapacidade de cuidar ou mesmo de maus tratos do recém-nascido e pensamentos suicidas podem ocorrer nesse quadro, raramente eles são espontaneamente revelados. Pctes com planejamento suicida e alucinações auditivas que comandem suicídio ou infanticídio devem ser internadas em caráter de emergência. Nesses casos a pcte tem indicação do uso de medicamentos antidepressivos, principalmente os inibidores da recaptação de serotonina (menor incidência de efeitos colaterais e menor chance de superdosagem). É esperado a melhora dos sintomas em um periodo de 4 a 6 semanas, caso isso ocorra, o tratamento deve ser mantido por pelo menos 6 a 12 meses para prevenir recidivas. Tratamento Pscicofármacos- amitriptilina, Inibidores seletivos da recaptação de serotonina ISRS( sertalina; fluoxetina’citalopram...), antidepressivos tricíclicos; inibidor da recaptaçãp de serotonina-noradrenalina. PSICOSE PUERPERAL Definição e Epidemio É o distúrbio psiquiátrico mais grave do periodo puerperal, sua incidência é de 1 a 2 a cada 1.000 gestações, ela tende a se manifestar em até 2 semanas após o parto. Diagnostico As pctes vão demonstrar sinais de confusão mental e desorientação, alucinações, distorção da realidade, insônia e pensamentos anormais ou obsessivos sobre os seus filhos. Fantasias e ideações agressivas contra si mesmas e contra os filhos são comuns, sendo que são relatadas taxas de 5% de suicídios e até 4% de homicídios. FR: quadros psicóticos anteriores a gestação e ocorrencia de psicose puerperal em gestações anteriores ou antecedente bipolar. Manejo Esse quadro é considerado uma emergência médica e pctes devem ser hospitalizadas e a família deve ser mobilizada para que os cuidados adequados sejam garantidos aos recém-nascidos. Pcte não deve ficar sozinha com o filho, visitas supervisionadas são estimuladas, além de drogas antipsicóticas poderem ser associadas. Em casos refratários pode ser indicado eletroconvulsopterapia. Definição e Epidemio Se origina no aparelho genital após parto recente. Às vezes é quase impossível caracterizar a infecção que ocorre após o parto, pode ser conceituada da seguinte maneira: febre de no mínimo 38°C, durante dois dias quaisquer, dos primeiros 10 dias do periodo pós-parto, excluída as 24h iniciais. No brasil ela vai ser a 3° causa de morbidade materna. Etiopatogenia Zonas com potencial para infecção: cavidade uterina e área remanescente do descolamento placentário. Mecanismos de defesa: atividade contrátil normal do útero, involução puerperal, reação leucocitária e hemóstase trombótica na zona de implantação da placenta. A vagina e a cérvice da puérpera contém bactérias, algumas tem potencial patogênico, muitas delas se tornam virulentas no puerpério. Provavelmente na junção cervicoendometrial, a colonização bacteriana vai ser interrompida e a cavidade se torna estéril. A endometrite vai ter fisiopatologia semelhante a da corioamnionite, envolve os mesmos microorganismos e frequentemente é precedida por infecção intraamaniótica clinica ou subclínica. Anaeróbios são os patógenos mais comuns na infecção após a cesárea, sendo isolados em 40 a 60% das culturas. Já na endometrite após o parto vaginal, vai ter destaque o Streptococcus na infecção. Antes do aparecimento dos antibióticos, a incidência de morte materna secundária a sepse era determinada em 75% dos casos pelos estreptococos beta-hemolíticos do grupo A. Mas após a introdução da penicilina e de técnicas mais rígidas de assepsia e antissepsia, a infecção exógena desse germe foi reduzida ao mínimo. As infecções endógenas, que são determinadas pelos anaeróbios e por gram- negativos aeróbios, presentes na microbiota normal da vagina, cérvice e intestinos, atualmente, são os principais responsáveis pela infecção das puérperas. A maioria vai ser polimicrobiana. Fatores de risco Cesárea Parto e amniorrexe prolongados. Numerosos toques vaginais. Baixo nível socioeconômico ENDOMETRITE Definição É a mais frequente, surgindo na área de implantação da placenta. Após os partos vaginais, vai incidir em 1 a 3% dos casos e tende a se instalar por volta do 4° ou 5° dia após o parto, quando aparece antes desse periodo vai sugerir uma virulencia maior. QC Infecção puerperal D i b e O início da infecção se dá com a ascensão da temperatura, que pode chegar até 39°C, os lóquios vão se tornar purulentos e com mal cheiro quando bactérias anaeróbias estão envolvidas. A clamídia é a bactéria associada à endometrite puerperal tardia (após o 10o dia). Dx No exame físico vai haver presença de útero amolecido e doloroso, engrandecimento do abdome, colo permeável a polpa digital, que quando manipulado escoa secreção purulenta. A miometrite, acompanha a endometrite, tendo um quadro similar ou mais intenso. Geralmente o prognóstico vai ser benigno e em poucos casos vai haver evolução para abcesso pélvico, peritonite generaliza e tromboflebite pélvica. Tratamento Quando quadro leve e que se desenvolve após a alta: ATB oral. Infecções moderadas e graves após cesárea : ATB EV de largo espectro, 90% dos casos vai ter melhora após 48 a 72h . Quando persistência da febre após esse periodo, pensar em alguma complicação. Esquema de ATB mais usado é a clindamicina 900mg EV a cada 8h + gentamicina 1,5mg/kg EV e cada 8h. Pode ser associado ampicilina ou metronidazol quando cesárea para cobertura dos germes anaeróbios. Intervenção cirúrgica é indicada apenas quando suspeita de restos ovulares com sangramento anormal persistente. É feita curetagem com ocitócitos + ATB. SALPINGITE Definição A salpingite geralmente está associada à endomiometrite.É uma alteração que causa inflamação nas tubas uterinas QC Há dor abdominal aguda, principalmente nas fossas ilíacas, defesa abdominal discreta e febre alta. Dx O toque mostra anexos extremamente dolorosos. A palpação de tumoração anexial é notada na evolução da doença. Tratamento O tratamento é o mesmo da endometrite. ANEXITES 1-ABSCESSO INTRAPÉLVICO Cursa com febre vespertina persistente, em paciente com antibioticoterapia adequada e massa pélvica identificável à palpação abdominal. O tratamento consiste em drenagem e antibioticoterapia. 2-PERITONITE Acompanha muitas formas de infecção puerperal localizada: endometrite, salpingite, parametrite. Ela aparece como febre alta, palidez, pulso rápido, dor pélvica intensa localizada e, posteriormente, difusa. O sinal de Blumberg é positivo, há diminuição do peristaltismo, ou distensão abdominal com íleo paralítico. O toque vaginal é hipersensível, às vezes com abaulamento de fundo de saco (quando há coleção purulenta). A peritonite generalizada intercorre quando o microrganismo é muito virulento, como no caso do estreptococo beta-hemolítico. Tratamento Abcesso no fundo do saco de douglas → colpotomia e drenagem, apenas nos casos de a pcte em bom estado geral e com o abdome flácido e ruídos presentes. Quando quadro generalizado → laparotomia com aspiração dos exsudatos. Focos sépticos → incisados por via abdominal, com permanência dos drenos nas fossas ilíacas, fazer lavagem peritoneal com solução fisiológica antes de fechar e proceder com ampicilina. Considerar retirada do útero quando ele é o foco septicêmico. 3-TROMBOFLEBITE PÉLVICA SÉPTICA Normalmente é o ponto de partida da pioemia (êmbolos sépticos), determinandoabcessos renais, pulmonares e de outros órgãos. Os agentes causadores normalmente são peptococos, peptoestreptococos e bacterioides. A maioria das pctes apresentam febre e calafrios, além de taquicardia e taquipneia, dor torácica, tosse e hemoptise. Quadro mais brando: febre persistente mesmo com uso de ATB, é ambulatorial, com presença de dor ou dor mal localizada. Exame físico é mínimo e vago. Trombose de veia ovariana: quando ocorre afeta a veia direita em mais de 90% dos casos. Os sinais e sintomas mais comuns são febre, dor pélvicas e massa abdominal palpável. Na grande maioria dos casos ela não vai ser diagnosticada até que a febre não responda aos ATBs em até 48h. O trombo pode levar a outras complicações, sendo a mais comum a embolia pulmonar. Tratamento ATB associado com anticoagulante. ➔ Enoxaparina 1mg/kg 12/12h SC, após seu uso inicial é associado a varfarina, com posterior suspensão da heparina. O INR deve ficar entre 2 e 3. Recomenda-se que os ATB sejam mantidos por 48 a 72h e os anticoagulantes por 7 a 10 dias após a resolução da febre. Quando o trombo se estende a veia renal ou cava inferior o anticoagulante deve ser mantido por 3 meses. 4-SÉPSE/CHOQUE SÉPTICO Principal responsável por esse quadro é a E. coli, prognóstico é grave, embora a mortalidade seja baixa. Antes do choque vai estar presente a septicemia, que é caracterizada pela presença de calafrios, febre contínua de 40°c, taquicardia e mau estado geral. O útero pode não estar doloroso e o lóquio pode estar ausente ou discreto. Indicativos do choque: calafrios, febre, sede. Taquicardia, obnubilação mental e hipotensão, além disso, em alguns casos a ausência de febre vai ser regra. Infecção por clostridium perfrigens vai haver a presença de gangrena gasosa, hemólise intravascular com hemoglobinemia, coagulação intravascular disseminada e insuficiência renal aguda. Tratamento Realizar hemocultura (exame obrigatório) para identificação do germe. Infecção por clostridium + presença dos sinais que indicam a sua infecção → histerectomia com anexectomia bilateral. 5-OVARITE Inflamação dos ovários causada por bactérias do sistema reprodutor feminino; pode ser causada por problemas imunológicos. Tratamento ATB- amoxicilina; azitromicina 8-14 dias. Definição Perda sanguínea vaginal >500mL após p vaginal ou >1000mL após cesariana, imediata nas 1as 24h do puerpério ou tardia, sempre 6s pós-parto. Hemorragia Pós-puerpério (HPP) D i b e FR QC Sangramentp vaginal, dor intensa; instabilidade hemodinâmica. Sinais de hipovolemia- tonturas; fraqueza; palpitações; inquietação; confusão; palidez; pele fria; sudorese; taquicardia; hipotensão; oligúria e anúria. Diagnóstico A interveção precose previne o choque hipovolêmico da tríade letal (hipotermia, acidose, coagulopatia). Causas 4 T’s tonus, tecido, traima, trombina Atonia uterina; Trauma; Coagulopatias. Manejo D i b e ATONIA UTERINA Perda da capacidade de contração do útero após o parto. Aumenta riscos de hemorragia. O aumento na sua incidência pode estar relacionado com uso de ocitocina no 1º período. TECIDO Retração placentária; Restos pós-dequitação; Acretismo placentário TRAUMAS Lacerações; Hematomas; Rotura uterina; Inversão uterina. Tratamento MEDICAMENTOSO Medicamentos uterotônicos:disponíveis no brasil são a ocitocina, derivados do ergot e o misoprostol. Ocitocina: é a droga de escolha no tratamento de atonia uterina, deve-se ter cuidado com o dowregulation nas pctes que fizeram uso dessa substância no trabalho de parto ou quando o TP foi muito prolongado. Derivados do ergot: são de segunda linha no tratamento devido aos seus efeitos colaterais. Maleato de ergotamina é a droga mais usada no Brasil, é administrado via IM, seu início de ação é entre 2 e 3 min e sua meia vida varia de 30 a 120min.São indicados quando a ocitocina falha no tratamento, sua dose varia de acordo com a hemorragia, não pode ultrapassar 1mg em 24h. Misoprostol: é o medicamento de terceira linha no tratamento da atonia, é proposto o seu uso na dose de 800mcg via retal ou 400 a 800mcg VO. Seus efeitos colaterais são mais comuns quando usado VO, sendo eles náuseas, vômitos e febre. Contraindicado em pctes com doença cerebral vascular e doença coronariana. Ácido tranexâmico: droga antifibrinolítica que reduz o sangramento por meio da inibição da plasmina que faz a degradação enzimática do fibrinogênio e de fibrina. A dose recomendada é de 1g EV em infusão lenta por 10min, a segunda dose é recomendada apenas quando o sangramento persista após 30min ou reinicie nas primeiras 24h. INVASIVO NÃO CIRÚRGICO Compressão bimanual: primeira manobra usada frente a quadro de atonia uterina, tem como objetivo o controle transitório do sangramento, enquanto as medicações não são realizadas. Balão de tamponamento intrauterino: método mecânico de controle do sangramento por meio do uso de um balão de tamponamento intracavitário, que ao ser posicionado dentro do útero é enchido com líquido aquecido, ele realiza pressão hidrostática contra as paredes internas, sendo capaz de reduzir o sangramento capilar e venoso do endométrio e miométrio.Sua principal indicação é o controle temporário ou definitivo quando as drogas uterotônicas falharam. É contraindicado em casos de: neoplasias e infecções cervicais, vaginais ou uterinas, sangramentos uterinos arteriais que precisam de cirurgia, suspeita ou presença de lacerações ou rotura uterina e anomalias uterinas que distorçam a cavidade. Pode ficar por até 24h dentro da cavidade uterina sendo que durante a permanência é recomendado o uso de uterotônicos e ATB profilático, assim como o uso de um tampão vaginal para evitar a sua saída. Traje antichoque não pneumático: é uma nova tecnologia que tem como objetivo ter tempo extra para transferência ou abordagem da hemorragia. É uma veste de Neoprene com velcro, reutilizável, que recobre a pcte do tornozelo ao abdome de forma segmentada. Realização de pressão circunferencial de 20 a 40 mmHg nas partes inferiores do corpo, reduzindo o fluxo no sítio da lesão pélvica e redirecionando-o para as regiões superiores (órgãos nobres) Seu uso vai estar indicado para os pctes com HPP e instabilidade hemodinâmica ou sangramento vultuoso com iminência de choque hipovolêmico. É contraindicado em pctes com lesões supradiafragmáticas, doenças cardíacas e pulmonares graves. CIRÚRGICO Indicações: lações graves do canal de parto e nos casos de atonia uterina onde as drogas uterotônicas e o BTI não conseguiram controlar. Anatomia cirúrgica do útero: é divido em duas áreas: S1 e S2 S1 é composto pela região do fundo e corpo e a sua irrigação se dá pelos ramos ascendentes da artéria uterina. S2 é composta pelos região uterina inferior, cérvice, parte superior da vagina e paramétrios, a sua irrigação ocorre principalmente pela pudenda interna e dos vasos colaterais das artérias ilíacas interna, uterinas e vesicais inferiores.Todos esses vasos são subperitoneais, e por isso nesses casos deve ser prestado atenção para as hemorragias subperitoneais. Suturas hemostáticas: Suturas compressivas e ligadurasvasculares, que tendem a preservar a fertilidade da pcte. O sucesso desse procedimentos está relacionado com a facilidade de execução, familiaridade do cirurgião com a técnica, a gravidade e local da lesão. Suturas compressivas: Promovem a compressão mecânica sobre o útero. As mais conhecidas são as suturas de B-Lynch, de Hayman e de Cho. Todas elas vão ser eficientes no segmento S1 e normalmente são usadas em associação com ligaduras vasculares. Suturas vasculares Ligadura dos vasos que irrigam as partes uterinas, os mais conhecidos são a ligaduras das artérias uterinas, ovarianas e hipogástricas Embolização seletiva dos vasos pélvicos: usado em pctes estáveis com sangramento persistente, mas não excessivo.Útil nos casos de abordagem eletiva de acretismo placentário. Complicação: obstrução do fluxo, seguido de necrose de áreas não desejadas. Ocorre mais nos casos de acretismo placentário devido ao desenvolvimento de circulação colateral. Histerectomia: última etapa do tratamento cirúrgico, quando indicada vai ser procedimento salvador e deve ser realizada imediatamente. Normalmente é escolhido a histerectomia total, tendo uma perda sanguínea de quase 2L.
Compartilhar