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Puerpério Normal e Patológico

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D i b e 
P U E R P É R I O N O R M A L 
É o período que se inicia após o parto e se estende até 6 semanas. Nele 
ocorrerá o retorno dos órgãos ao estado prévio à gravidez podendo ser na 
normalidade ou não. 
 
 
 
Modificações anatômicas 
Útero- diminui de volume 1kg no pós-parto e 0,5kg ao fim da primeira 
semana. Globoso; consistência lenhosa entre sínfise púbica e cicatriz 
umbilical. Após 2 dias diminui de consistência e fundo uterino é palpado na 
cicatriz umbilical. De 3-4 dias reduz mais ainda e em 2s será palpado na 
cavidade pélvica; momento em que pesa 200g. Com 30 dias pesa 100g. 
O colo uterino em 1s deve fechar. Orifício externo como fenda transversal no 
pós-parto. 
Lóquios- secreção uterina após parto. Constituídos pela decídua externa que 
sofre necrose e é eliminada; a interna, intacta, fará a regeneração posterior 
do endométrio. 
-Lóquios vermelhos (lochia rubra): sangue vivo eliminado nos 1os dias pós-
parto. 
-Lóquios serosos (lochia fusca): 3-4dias pós-parto; eliminação descorada. 
-Lóquios claros (lochia alba): 10º dia pós-parto; eliminação esbranquiçada. 
Vagina e Vulva- involuem no puerpério e cicatrizam, lacerações devem 
cicatrizam 4-5 dias; níveis de estrogênio se estabilizam e carúnculas 
mirtiformes aparecem e mucosa vulvovagibal atrofia. 
Sistema circulatório- débito cardíaco e volume plasmático aumentados pos-
parto; aumenta resistência vascular periférica (shunt arteriovenoso) em 2s; 
pressão venosa volta ao normal e varizes vulvares melhoram. 
Trato urinário- superdistensão; sensação esvaziamento incompleto. 
Ovulação- em geral na paciente que não amamenta volta 6-8s após o parto. 
Ciclos anovulatório; não se deve esperar mestruar para iniciar AC. 
Mamas-15-25 lóbulos cada um com diversos alvéolos com epitélio secretor 
de leite. Após o parto o colostro (secreção amarelo-limão) aparece por 5 dias 
e em 4s o leite maduro é definido. O IgA confere proteção ao RN. 
Complemento; macrófagos; linfócitos; lactoferrina; lactoperoxidase e 
lisozimas também. 
O leite tem gordura e proteínas na constituição. 
A prolactina é essencial para a lactação; seu aumento é estimulado pela 
sucção feita pelo bebê na mama. A neuro-hipofise secreta ocitocina que 
estimula expulsão do leite. 
Obs: recomendação amamentação EXCLUSIVA por 6 meses ao menos para 
depois introduzir outros alimentos. 
Contraindicações a amamentação: 
• Infecção materna pelo HIV 
• Positividade para as células T humanas de virus tipo linfotrópico I ou II 
• Brucelose não tratada 
• Lesões herpéticas mamárias 
• Desenvolvimento de varicela cinco dias antes e dois dias depois do parto 
• Tuberculose ativa 
• Gripe H1N1 
• Hepatite 
• Abuso de substâncias 
• Ingestão de álcool 
• Tabagismo 
• Medicamentos maternos 
• Galactosemia na criança 
• Erros inatos do metabolismo 
 
Aspectos clínicos do puerpério 
Cuidados na 1ª hora pós-parto 
Verificar sinais vitais a cada 15 min. 
Observar sangramento vaginal. 
Se útero não estiver contraído pode ser massageado. 
Medicações diante de sangramento aumentado. 
Controle sinais vitais 
FC, temperatura, PA, FR duas vezes ao dia medir. 
Palpação uterina 
Deve ser feita para verificar snais de subinvolução; redução da consistência 
mobilidade e aumento de dor. 
Lóquios 
Examinar cor; odor; cuidar com quadro de infecção puerperal 
Cólicas 
MMIIS 
Detectar edema ou dores; comprometimento venoso. 
Episiorrafia 
Caso feita deve-se ter analgesia; paracetamol ou dipirona de 6/6h 
Infecção de episiotomia- fazer analgesia e observar 
Infecção de fáscia superficial- ATB amplo espectro 
Ferida operatória: observar e usar ATB diante de riscos. 
Imunizações: paciente Rh- com RN rh + 
Cefaléia pós-punção da dura-máter: complicação, tratar com repouso e 
analgesia. 
 
Orientações na alta hospitalar 
Anticoncepção 
Minipílula: ACO só com progestogênios; não altera produção do leite. 
Iniciado no dia da alta hospitalar ou 4s após nascimento. Sua eficácia diminui 
se mamadas diluírem. 
Preservativo: evita IST’S e contato do sêmen de PH elevado em mucosa 
vaginal atrofiada. 
DIU (cobre ou progestágeno): inserido de 8 a 12 semanas após o nascimento, 
ou pode ser inserido logo após a dequitação da placenta, em partos vaginais 
vai haver alto risco de expulsão e nas cesáreas tem risco de sair do lugar. 
Ligadura tubária: conforme legislação não é permitido que esse 
procedimento seja feito no periodo do parto ou aborto, exceto em casos de 
comprovada a necessidade da pcte. 
Analgesia 
Em paciente que realizaram episiorrafia vai estar indicado o uso do 
paracetamol. Em casos de partos mais laboriosos ou cesáreas, pode ser 
associado um antiinflamatório não esteroidal ou codeína por curto período. 
Retorno às relações sexuais 
É recomendado que seja após duas semanas de puerpério com adequada 
cicatrização e desejo da pcte. Sempre orientar que é normal haver 
diminuição do desejo sexual, sendo que os principais responsáveis por isso 
são os ajustes hormonais, mudanças de papéis sociais, satisfação marital, 
humor, fadiga, necessidades físicas associadas ao nascimento, a 
amamentação e readaptação ao trabalho. Carinho, apoio e conforto devem 
ser valorizados. Muitas vezes devem ser prescrito um lubrificante vaginal 
para amenizar o desconforto e prevenir a dor. 
 
P U E R P É R I O P A T O L Ó G I C 
O 
 
 
 
 
 
BLUES PUERPERAL/ BABY BLUES 
Distúrbio psiquiátrico mais comum no periodo puerperal, afeta cerca de 40% 
a 80% das mães. Ele se caracteriza pela ocorrência de sintomas depressivos 
leves, como disforia (tristeza, irritabilidade, choro fácil e ansiedade), insônia e 
redução e concentração. Está mais relacionado com a ansiedade da mãe em 
não dar conta da situação. 
Se inicia do 3° ou 5° dia após o parto, tendo piora na primeira semana e 
melhora do quadro após 10 a 14 dias do parto. Sua causa é desconhecida, 
mas fatores psicossociais; hormonais podem estar relacionados. 
Fatores de risco relacionados a maior ocorrência 
• História de depressão; 
• Sintomas depressivos durante e gestação; 
• História familiar de depressão; 
• Alteração de humor pré-menstruais ou relacionadas ao uso de 
contraceptivos hormonais; 
• Estresse relacionado aos cuidados do recém-nascido; 
• Desajuste psicossocial relacionado ao trabalho, as relações 
interpessoais ou a atividades de lazer. 
Obs: 20% das pctes com blues evoluem para depressão. 
Manejo 
Puerpério Fisiológico 
 
Distúrbios psicológicos no Puerpério 
 
 
 D i b e 
• Suporte psicossocial e auxílio familiar de modo que a puérpera 
possa dormir e descansar de forma adequada; 
• Uso criterioso de tranquilizantes pode ser recomendado; 
• Uso de benzodiazepínicos em baixas doses e por pequeno 
período, pode ajudar na insônia; 
• Ingesta de álcool é contraindicada. 
 
 
DEPRESSÃO PÓS-PARTO 
Definição e Epidemio 
Caracteriza-se por mudança de humor; ansiedade; irritabilidade; depressão; 
pânico e fenômenos obsessivos. 
Os primeiros sintomas geralmente surgem entre 4ª e 6ª semana pós-parto; 
mas pode iniciar do nascimento. 
Até 70% das puérperas que tiveram episódio de depressão em gestação 
anterior, desenvolvem novo episódio. 
FR 
• Antecedente pessoal de depressão; 
• Menor escolaridade; 
• Baixo nível socioeconômico; 
• Baixo suporte social; 
• História de doença psiquiátrica; 
• Blues puerperal; 
• Depressão diagnosticada durante o pré-natal; 
• Baixa autoestima; 
• Ansiedade pré-natal; 
• Estresse; 
• Gravidez não planejada; 
• Tentativa de interromper a gravidez; 
• Transtorno disfórico pré-menstrual; 
• Sentimentos negativos em relação a criança; 
• Gestantes solteiras; 
• Tabagistas; 
• Usuárias de drogas ilícitas durante a gestação 
 
Etiologia 
Algumas mulheres têm maior sensibilidade às alterações hormonais que se 
iniciam na menarca e 
que aumentam a vulnerabilidade aos fatores de estresse psicológicos, 
ambientais e fisiológicos que ocorrem durante toda a menacme. Nessas 
mulheres, os fatores de estresse podem desencadear a manifestação de um 
transtorno de humor especificamente feminino emmomentos de altas 
flutuações hormonais, como no parto. 
Alguns pesquisadores demonstraram interações reciprocas entre o eixo 
hipotálamo-hipófise-ovário e o sistema serotoninérgico. Os baixos níveis dos 
hormônios esteróides ovarianos, típicos do puerpério, podem diminuir a 
atividade serotoninérgica central e proporcionar vulnerabilidade maior ao 
desenvolvimento de sintomas de transtorno de humor nas mulheres que são 
suscetíveis. 
Diagnóstico 
Leva em conta a presença do sintoma na maior parte do dia, todos os dias, 
por 2 semanas. 
Pensamentos repetitivos de incapacidade de cuidar ou mesmo de maus 
tratos do recém-nascido e pensamentos suicidas podem ocorrer nesse 
quadro, raramente eles são espontaneamente revelados. Pctes com 
planejamento suicida e alucinações auditivas que comandem suicídio ou 
infanticídio devem ser internadas em caráter de emergência. Nesses casos a 
pcte tem indicação do uso de medicamentos antidepressivos, principalmente 
os inibidores da recaptação de serotonina (menor incidência de efeitos 
colaterais e menor chance de superdosagem). 
É esperado a melhora dos sintomas em um periodo de 4 a 6 semanas, caso 
isso ocorra, o tratamento deve ser mantido por pelo menos 6 a 12 meses 
para prevenir recidivas. 
Tratamento 
Pscicofármacos- amitriptilina, Inibidores seletivos da recaptação de 
serotonina ISRS( sertalina; fluoxetina’citalopram...), antidepressivos 
tricíclicos; inibidor da recaptaçãp de serotonina-noradrenalina. 
 
PSICOSE PUERPERAL 
Definição e Epidemio 
É o distúrbio psiquiátrico mais grave do periodo puerperal, sua incidência é 
de 1 a 2 a cada 1.000 gestações, ela tende a se manifestar em até 2 semanas 
após o parto. 
Diagnostico 
As pctes vão demonstrar sinais de confusão mental e desorientação, 
alucinações, distorção da realidade, insônia e pensamentos anormais ou 
obsessivos sobre os seus filhos. 
Fantasias e ideações agressivas contra si mesmas e contra os filhos são 
comuns, sendo que são relatadas taxas de 5% de suicídios e até 4% de 
homicídios. 
FR: quadros psicóticos anteriores a gestação e ocorrencia de psicose 
puerperal em gestações anteriores ou antecedente bipolar. 
Manejo 
Esse quadro é considerado uma emergência médica e pctes devem ser 
hospitalizadas e a família deve ser mobilizada para que os cuidados 
adequados sejam garantidos aos recém-nascidos. 
Pcte não deve ficar sozinha com o filho, visitas supervisionadas são 
estimuladas, além de drogas antipsicóticas poderem ser associadas. 
Em casos refratários pode ser indicado eletroconvulsopterapia. 
 
 
 
 
Definição e Epidemio 
Se origina no aparelho genital após parto recente. Às vezes é quase 
impossível caracterizar a infecção que ocorre após o parto, pode ser 
conceituada da seguinte maneira: febre de no mínimo 38°C, durante dois 
dias quaisquer, dos primeiros 10 dias do periodo pós-parto, excluída as 24h 
iniciais. 
No brasil ela vai ser a 3° causa de morbidade materna. 
Etiopatogenia 
Zonas com potencial para infecção: cavidade uterina e área remanescente do 
descolamento placentário. 
Mecanismos de defesa: atividade contrátil normal do útero, involução 
puerperal, reação leucocitária e hemóstase trombótica na zona de 
implantação da placenta. 
A vagina e a cérvice da puérpera contém bactérias, algumas tem potencial 
patogênico, muitas delas se tornam virulentas no puerpério. Provavelmente 
na junção cervicoendometrial, a colonização bacteriana vai ser interrompida 
e a cavidade se torna estéril. 
A endometrite vai ter fisiopatologia semelhante a da corioamnionite, envolve 
os mesmos microorganismos e frequentemente é precedida por infecção 
intraamaniótica clinica ou subclínica. Anaeróbios são os patógenos mais 
comuns na infecção após a cesárea, sendo isolados em 40 a 60% das culturas. 
Já na endometrite após o parto vaginal, vai ter destaque o Streptococcus na 
infecção. 
Antes do aparecimento dos antibióticos, a incidência de morte materna 
secundária a sepse era determinada em 75% dos casos pelos estreptococos 
beta-hemolíticos do grupo A. Mas após a introdução da penicilina e de 
técnicas mais rígidas de assepsia e antissepsia, a infecção exógena desse 
germe foi reduzida ao mínimo. 
As infecções endógenas, que são determinadas pelos anaeróbios e por gram-
negativos aeróbios, presentes na microbiota normal da vagina, cérvice e 
intestinos, atualmente, são os principais responsáveis pela infecção das 
puérperas. 
A maioria vai ser polimicrobiana. 
Fatores de risco 
Cesárea 
Parto e amniorrexe prolongados. 
Numerosos toques vaginais. 
Baixo nível socioeconômico 
 
ENDOMETRITE 
Definição 
É a mais frequente, surgindo na área de implantação da placenta. 
Após os partos vaginais, vai incidir em 1 a 3% dos casos e tende a se instalar 
por volta do 4° ou 5° dia após o parto, quando aparece antes desse periodo 
vai sugerir uma virulencia maior. 
QC 
Infecção puerperal 
 D i b e 
O início da infecção se dá com a ascensão da temperatura, que pode chegar 
até 39°C, os lóquios vão se tornar purulentos e com mal cheiro quando 
bactérias anaeróbias estão envolvidas. A clamídia é a bactéria associada à 
endometrite puerperal tardia (após o 10o dia). 
Dx 
No exame físico vai haver presença de útero amolecido e doloroso, 
engrandecimento do abdome, colo permeável a polpa digital, que quando 
manipulado escoa secreção purulenta. A miometrite, acompanha a 
endometrite, tendo um quadro similar ou mais intenso. Geralmente o 
prognóstico vai ser benigno e em poucos casos vai haver evolução para 
abcesso pélvico, peritonite generaliza e tromboflebite pélvica. 
Tratamento 
Quando quadro leve e que se desenvolve após a alta: ATB oral. 
Infecções moderadas e graves após cesárea : ATB EV de largo espectro, 90% 
dos casos vai ter melhora após 48 a 72h . 
Quando persistência da febre após esse periodo, pensar em alguma 
complicação. 
Esquema de ATB mais usado é a clindamicina 900mg EV a cada 8h + 
gentamicina 1,5mg/kg EV e cada 8h. 
Pode ser associado ampicilina ou metronidazol quando cesárea para 
cobertura dos germes anaeróbios. 
Intervenção cirúrgica é indicada apenas quando suspeita de restos ovulares 
com sangramento anormal persistente. 
É feita curetagem com ocitócitos + ATB. 
 
SALPINGITE 
Definição 
A salpingite geralmente está associada à endomiometrite.É uma alteração 
que causa inflamação nas tubas uterinas 
QC 
Há dor abdominal aguda, principalmente nas fossas ilíacas, defesa abdominal 
discreta e febre alta. 
Dx 
O toque mostra anexos extremamente dolorosos. 
A palpação de tumoração anexial é notada na 
evolução da doença. 
Tratamento 
O tratamento é o mesmo da endometrite. 
ANEXITES 
1-ABSCESSO INTRAPÉLVICO 
Cursa com febre vespertina persistente, em paciente 
com antibioticoterapia adequada e massa pélvica identificável à palpação 
abdominal. 
O tratamento consiste em drenagem e antibioticoterapia. 
 
2-PERITONITE 
Acompanha muitas formas de infecção puerperal localizada: endometrite, 
salpingite, parametrite. Ela aparece como febre alta, palidez, pulso rápido, 
dor pélvica intensa localizada e, posteriormente, difusa. 
O sinal de Blumberg é positivo, há diminuição do peristaltismo, ou distensão 
abdominal com íleo paralítico. O toque vaginal é hipersensível, às vezes com 
abaulamento de fundo de saco (quando há coleção purulenta). 
A peritonite generalizada intercorre quando o microrganismo é muito 
virulento, como no caso do estreptococo beta-hemolítico. 
Tratamento 
Abcesso no fundo do saco de douglas → colpotomia e drenagem, apenas nos 
casos de a pcte em bom estado geral e com o abdome flácido e ruídos 
presentes. 
Quando quadro generalizado → laparotomia com aspiração dos exsudatos. 
Focos sépticos → incisados por via abdominal, com permanência dos drenos 
nas fossas ilíacas, fazer lavagem peritoneal com solução fisiológica antes de 
fechar e proceder com ampicilina. 
Considerar retirada do útero quando ele é o foco septicêmico. 
 
3-TROMBOFLEBITE PÉLVICA SÉPTICA 
Normalmente é o ponto de partida da pioemia (êmbolos sépticos), 
determinandoabcessos renais, pulmonares e de outros órgãos. 
Os agentes causadores normalmente são peptococos, peptoestreptococos e 
bacterioides. 
A maioria das pctes apresentam febre e calafrios, além de taquicardia e 
taquipneia, dor torácica, tosse e hemoptise. 
Quadro mais brando: febre persistente mesmo com uso de ATB, é 
ambulatorial, com presença de dor ou dor mal localizada. Exame físico é 
mínimo e vago. 
Trombose de veia ovariana: quando ocorre afeta a veia direita em mais de 
90% dos casos. 
Os sinais e sintomas mais comuns são febre, dor pélvicas e massa abdominal 
palpável. Na grande maioria dos casos ela não vai ser diagnosticada até que a 
febre não responda aos ATBs em até 48h. 
O trombo pode levar a outras complicações, sendo a mais comum a embolia 
pulmonar. 
Tratamento 
ATB associado com anticoagulante. ➔ Enoxaparina 1mg/kg 12/12h SC, após 
seu uso inicial é associado a varfarina, com posterior suspensão da heparina. 
O INR deve ficar entre 2 e 3. 
Recomenda-se que os ATB sejam mantidos por 48 a 72h e os anticoagulantes 
por 7 a 10 dias após a resolução da febre. 
Quando o trombo se estende a veia renal ou cava inferior o anticoagulante 
deve ser mantido por 3 meses. 
 
4-SÉPSE/CHOQUE SÉPTICO 
Principal responsável por esse quadro é a E. coli, prognóstico é grave, 
embora a mortalidade seja baixa. Antes do choque vai estar presente a 
septicemia, que é caracterizada pela presença de calafrios, febre contínua de 
40°c, taquicardia e mau estado geral. O útero pode não estar doloroso e o 
lóquio pode estar ausente ou discreto. 
Indicativos do choque: calafrios, febre, sede. Taquicardia, obnubilação 
mental e hipotensão, além disso, em alguns casos a ausência de febre vai ser 
regra. 
Infecção por clostridium perfrigens vai haver a presença de gangrena gasosa, 
hemólise intravascular com hemoglobinemia, coagulação intravascular 
disseminada e insuficiência renal aguda. 
Tratamento 
Realizar hemocultura (exame obrigatório) para identificação do germe. 
Infecção por clostridium + presença dos sinais que indicam a sua infecção → 
histerectomia com anexectomia bilateral. 
 
5-OVARITE 
Inflamação dos ovários causada por bactérias do sistema reprodutor 
feminino; pode ser causada por problemas imunológicos. 
Tratamento 
ATB- amoxicilina; azitromicina 8-14 dias. 
 
 
 
 
 
 
Definição 
Perda sanguínea vaginal >500mL após p vaginal ou >1000mL após cesariana, 
imediata nas 1as 24h do puerpério ou tardia, sempre 6s pós-parto. 
Hemorragia Pós-puerpério (HPP) 
 D i b e 
 
 
 
 
 
FR 
QC 
Sangramentp vaginal, dor intensa; instabilidade hemodinâmica. 
Sinais de hipovolemia- tonturas; fraqueza; palpitações; inquietação; 
confusão; palidez; pele fria; sudorese; taquicardia; hipotensão; oligúria e 
anúria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico 
A interveção precose previne o choque hipovolêmico da tríade letal 
(hipotermia, acidose, coagulopatia). 
Causas 
4 T’s tonus, tecido, traima, trombina 
Atonia uterina; 
Trauma; 
Coagulopatias. 
 
 
Manejo 
 
 
 
 D i b e 
 
 
ATONIA UTERINA 
Perda da capacidade de contração do útero após o parto. 
Aumenta riscos de hemorragia. 
O aumento na sua incidência pode estar relacionado com uso de ocitocina no 
1º período. 
 
TECIDO 
Retração placentária; Restos pós-dequitação; 
Acretismo placentário 
 
TRAUMAS 
Lacerações; Hematomas; Rotura uterina; Inversão uterina. 
 
Tratamento 
MEDICAMENTOSO 
Medicamentos uterotônicos:disponíveis no brasil são a ocitocina, derivados 
do ergot e o misoprostol. Ocitocina: é a droga de escolha no tratamento de 
atonia uterina, deve-se ter cuidado com o dowregulation nas pctes que 
fizeram uso dessa substância no trabalho de parto ou quando o TP foi muito 
prolongado. 
Derivados do ergot: são de segunda linha no tratamento devido aos seus 
efeitos colaterais. Maleato de ergotamina é a droga mais usada no Brasil, é 
administrado via IM, seu início de ação é entre 2 e 3 min e sua meia vida 
varia de 30 a 120min.São indicados quando a ocitocina falha no tratamento, 
sua dose varia de acordo com a hemorragia, não pode ultrapassar 1mg em 
24h. Misoprostol: é o medicamento de terceira linha no tratamento da 
atonia, é proposto o seu uso na dose de 800mcg via retal ou 400 a 800mcg 
VO. 
Seus efeitos colaterais são mais comuns quando usado VO, sendo eles 
náuseas, vômitos e febre. Contraindicado em pctes com doença cerebral 
vascular e doença coronariana. 
Ácido tranexâmico: droga antifibrinolítica que reduz o sangramento por meio 
da inibição da plasmina que faz a degradação enzimática do fibrinogênio e de 
fibrina. A dose recomendada é de 1g EV em infusão lenta por 10min, a 
segunda dose é recomendada apenas quando o sangramento persista após 
30min ou reinicie nas primeiras 24h. 
 INVASIVO NÃO CIRÚRGICO 
Compressão bimanual: primeira manobra usada frente a quadro de atonia 
uterina, tem como objetivo o controle transitório do sangramento, enquanto 
as medicações não são realizadas. 
Balão de tamponamento intrauterino: método mecânico de controle do 
sangramento por meio do uso de um balão de tamponamento intracavitário, 
que ao ser posicionado dentro do útero é enchido com líquido aquecido, ele 
realiza pressão hidrostática contra as paredes internas, sendo capaz de 
reduzir o sangramento capilar e venoso do endométrio e miométrio.Sua 
principal indicação é o controle temporário ou definitivo quando as drogas 
uterotônicas falharam. 
É contraindicado em casos de: neoplasias e infecções cervicais, vaginais ou 
uterinas, sangramentos uterinos arteriais que precisam de cirurgia, suspeita 
ou presença de lacerações ou rotura uterina e anomalias uterinas que 
distorçam a cavidade. 
Pode ficar por até 24h dentro da cavidade uterina sendo que durante a 
permanência é recomendado o uso de uterotônicos e ATB profilático, assim 
como o uso de um tampão vaginal para evitar a sua saída. 
Traje antichoque não pneumático: é uma nova tecnologia que tem como 
objetivo ter tempo extra para transferência ou abordagem da hemorragia. 
É uma veste de Neoprene com velcro, reutilizável, que recobre a pcte do 
tornozelo ao abdome de forma segmentada. 
Realização de pressão circunferencial de 20 a 40 mmHg nas partes inferiores 
do corpo, reduzindo o fluxo no sítio da lesão pélvica e redirecionando-o para 
as regiões superiores (órgãos nobres) Seu uso vai estar indicado para os pctes 
com HPP e instabilidade hemodinâmica ou sangramento vultuoso com 
iminência de choque hipovolêmico. 
É contraindicado em pctes com lesões supradiafragmáticas, doenças 
cardíacas e pulmonares graves. 
 
CIRÚRGICO 
Indicações: lações graves do canal de parto e nos casos de atonia uterina 
onde as drogas uterotônicas e o BTI não conseguiram controlar. 
Anatomia cirúrgica do útero: é divido em duas áreas: S1 e S2 S1 é composto 
pela região do fundo e corpo e a sua irrigação se dá pelos ramos ascendentes 
da artéria uterina. S2 é composta pelos região uterina inferior, cérvice, parte 
superior da vagina e paramétrios, a sua irrigação ocorre principalmente pela 
pudenda interna e dos vasos colaterais das artérias ilíacas interna, uterinas e 
vesicais inferiores.Todos esses vasos são subperitoneais, e por isso nesses 
casos deve ser prestado atenção para as hemorragias subperitoneais. 
Suturas hemostáticas: Suturas compressivas e ligadurasvasculares, que 
tendem a preservar a fertilidade da pcte. O sucesso desse procedimentos 
está relacionado com a facilidade de execução, familiaridade do cirurgião 
com a técnica, a gravidade e local da lesão. 
Suturas compressivas: Promovem a compressão mecânica sobre o útero. As 
mais conhecidas são as suturas de B-Lynch, de Hayman e de Cho. Todas elas 
vão ser eficientes no segmento S1 e normalmente são usadas em associação 
com ligaduras vasculares. 
Suturas vasculares Ligadura dos vasos que irrigam as partes uterinas, os mais 
conhecidos são a ligaduras das artérias uterinas, ovarianas e hipogástricas 
Embolização seletiva dos vasos pélvicos: usado em pctes estáveis com 
sangramento persistente, mas não excessivo.Útil nos casos de abordagem 
eletiva de acretismo placentário. 
Complicação: obstrução do fluxo, seguido de necrose de áreas não desejadas. 
Ocorre mais nos casos de acretismo placentário devido ao desenvolvimento 
de circulação colateral. 
Histerectomia: última etapa do tratamento cirúrgico, quando indicada vai ser 
procedimento salvador e deve ser realizada imediatamente. Normalmente é 
escolhido a histerectomia total, tendo uma perda sanguínea de quase 2L.

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