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RESUMO Met Ed infantil e Fundamental


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RESUMO
Fundamentos sociopolíticos e históricos da Educação Infantil
Educação Infantil é definida como sendo a primeira etapa da Educação Básica, atendendo crianças de 0 a 5 anos de idade. A infância é uma noção que historicamente vem mudando ao longo dos anos, está em permanente construção. Ela se constrói e se modifica na prática social, em diferentes tempos e espaços, ou seja, na história dinâmica das diferentes organizações sociais. A criança é considerada hoje cidadã de direitos, tem uma identidade própria, sendo a infância um período de desenvolvimento com especificidades próprias da idade, e que deve ser vivida na totalidade dela mesma.
Essa visão que se tinha da criança passa a se modificar social e intelectualmente após a Idade Moderna, a Revolução Industrial, o Iluminismo e a constituição de Estados laicos, porém apenas a criança nobre era tratada melhor, diferentemente da criança pobre. É neste contexto que surgi à figura do Pedagogo que era o escravo que conduzia à criança a escola.
De um ser sem importância a criança passa ser um indivíduo de grande relevância na sociedade, com diretos e que precisa ter suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais supridas.
No Brasil, a educação pública só teve início no século XX. Durante várias décadas, houve diversas transformações: a pré-escola não tinha caráter formal, não havia professores qualificados e a mão de obra era muita das vezes formada por voluntários, que rapidamente desistiam desse trabalho (MENDONÇA, 2012). Graças à Constituição de 1988, a criança foi colocada no lugar de sujeito de direitos e a educação infantil foi incluída no sistema educacional.
Os primeiros movimentos voltados para o cuidado da criança foi em 1874, na qual as Câmaras Municipais do Brasil passaram a destinar uma ajudar financeira para as crianças negras, místicas ou brancas que eram rejeitadas, tinha que apresentar periodicamente às crianças as autoridades. Um tempo depois foi criada pela a Igreja Católica as Rodas dos Expostos, ou dos rejeitados essa instituição era de cunho filantrópico da Santa Casa de Misericórdia, e foram se espalhando pelo país no século XVIII. Com o advento da República houve uma preocupação maior com educação da criança, mas foi no século XX, que há ações que demonstram atuações por parte da administração pública. As instituições destinadas ao cuidado da criança eram de cunho preventivo e de recuperação das crianças pobres, consideradas perigosas para a sociedade. O foco não era a criança, mas naquilo que era denominado como menor abandonado e delinquente. (KUHLMANN JR., 2002), demonstra uma imagem da criança pobre como delinquente e perigosa em potencial, pois, pois as crianças viviam mal alimentadas, em lares nos quais o alcoolismo era uma constante e conviviam com país que, muitas vezes não trabalhavam. 
Em 14 de Novembro de 1930 o Ministério da Educação (MEC) é criado pelo presidente Getúlio Vargas, que é um órgão do governo federal do Brasil fundado no decreto nº 19.402, com o nome Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública, eram encarregados pelo estado e despacho de todos os assuntos relativo ao ensino, saúde pública e assistência hospitalar. Nos anos 70, o Brasil assimilou as teorias desenvolvidas nos Estados Unidos e Europa, que sustentavam que as crianças mais pobres sofriam de privação cultural e eram colocadas para explicar o fracasso escolar delas, esta ideia direcionou por muito tempo a Educação Infantil, enraizando uma visão assistencialista e compensatória foram então adotadas sem que houvesse uma reflexão crítica mais profunda sobre as raízes estruturais dos problemas sociais. Isto passou a influir nas decisões de políticas de educação Infantil. (OLIVEIRA, 2002que vai proporcionar PG. 109). Dessa forma, pode-se observar a origem do atendimento fragmentado que ainda faz parte da Educação Infantil destinada às crianças carentes, uma educação voltada para suprir supostas “carências”, é uma educação que leva em consideração a criança pobre como um ser capaz, como alguém que não responderá aos estímulos dados pela escola.
NA década de 80, com a abertura política, houve pressão por parte das camadas populares para a ampliação do acesso à escola. A educação da criança pequena passa a ser reivindicada como um dever do Estado, que até então não havia se comprometido legalmente com essa função. Em 1888, devido à grande pressão dos movimentos feministas e dos movimentos sociais, a Constituição reconhece a educação em creches e pré-escolas como um direito da criança e um dever do Estado. Vejamos o que diz a Constituição.
Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 1).
Em meados dos anos 90, ocorreu uma ampliação sobre a concepção de criança. Agora se procura entender a criança como um ser sócio-histórico, onde a aprendizagem se dá pelas interações entre a criança e seu entorno social. Essa perspectiva sócio-interacionista tem como principal teórico Vigotsky, que enfatiza a criança como sujeito social, que faz parte de uma cultura concreta (OLIVEIRA, 2002).
Há um fortalecimento da nova concepção de infância, garantindo em lei os direitos da criança enquanto cidadã. Cria-se a ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente); a nova LDB, Lei nº9394/96, incorpora a Educação Infantil como primeiro nível da Educação Básica, e formaliza a municipalização dessa etapa de ensino.
A Lei de Diretrizes e Base da Educação foi criada para definir e regularizar o sistema de educação brasileira com bases na Constituição. Observa-se uma inversão, na Constituição a educação é obrigação em primeira instância do Estado, já na LDB a obrigação passa a ser de responsabilidade da família. Vejamos o que o Art. 3º da LDB diz acerca da educação nacional:
Art. 3º. O ensino será com base nos seguintes princípios: igualdade de condição para o acesso a permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço a tolerância; coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; valorização do profissional da educação escolar; gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da igualdade e dos sistemas de ensino; garantia de padrão de qualidade; valorização da experiência extraescolar; vinculação entre educação escolar, o trabalho e as práticas sociais (BRASIL, 1996, p. 1)
Em 1998, é criado RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil), um documento que procura nortear o trabalho realizado com crianças de zero a seis anos de idade. Ele representa um avanço na busca de se estruturar melhor o papel da Educação Infantil, trazendo uma proposta que integra o cuidar e o educar, o que é hoje um dos maiores desafios da Educação Infantil.
No art. 29 da LDB, foram destinadas às crianças de até seis anos de idade, com a finalidade de complementar a ação da família e da comunidade, objetivando o desenvolvimento integral da criança nos aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais. Isto nos remete à questão da formação humana [...] mas que ressalta a necessidade de promover o processo humanizado da criança. Esse processo requer e implica em um projeto de educação infantil fundamentado em um conceito de educação para a vida, pois ele dará os recursos cognitivos iniciais para o pleno desenvolvimento da vida da criança. (MENDONÇA, 2012, p. 42).
De acordo com a citação acima, é na Educação Infantil que a criança irá se desenvolver integralmente, pois é durante essa etapa que ocorre o processo de humanização e troca de experiências sociais que a tornarão sujeito com identidade. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), a educação infantil é o sistema destinado à faixa etária de zero a seis anos: as crechespara a faixa de zero até três anos e as pré-escolas para a faixa de quatro a seis anos (MATTIOLI apud TADEI; STORER, 1998).
A Educação Infantil é fundamental e essencial porque desenvolve um papel de destaque no desenvolvimento humano e social da criança. Ela vai evoluir de forma cognitiva, tendo contato com diversos objetos e com a arte, cultura e a ciência, dando vazão à sua criatividade na escola e essa instituição deve ser esse espaço preparado, com professores que levem em conta a criatividade e a capacidade dessa criança que já tem um conhecimento prévio, tem uma história e a sua própria linguagem.
Princípios básicos da Educação Infantil
São princípios indissociáveis tanto nas creches quanto nas pré-escolas: 
a) Cuidar e ensinar, pois é necessário ter clareza de que, na Educação Infantil, o cuidado deve se fazer sempre presente, mas tudo tem que ser muito bem ensinado. 
b) Assistir e educar, pois a assistência é o que fundamenta o princípio educativo. 
c) Brincar e cuidar, pois sempre que as crianças vão ao parquinho elas brincam, mas há necessidade de que haja supervisão. 
d) Cuidar e educar, pois são princípios que se completam auxiliando no desenvolvimento integral da criança. 
e) Amparar e alimentar, pois muitas crianças não recebem carinho e alimentação em casa.
Princípios éticos – valorização da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. 
 Princípios políticos – garantia dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. 
Princípios estéticos – valorização da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.
a) Cabe às instituições de Educação Infantil, de acordo com os princípios éticos:
 - assegurar às crianças a manifestação de seus interesses, desejos e curiosidades ao participar das práticas educativas; 
- valorizar suas produções, individuais e coletivas; 
- apoiar a conquista pelas crianças de autonomia na escolha de brincadeiras e de atividades e para a realização de cuidados pessoais diários; 
- proporcionar às crianças oportunidades para: 
• ampliar as possibilidades de aprendizado e de compreensão de mundo e de si próprias trazidas por diferentes tradições culturais;
Construir atitudes de respeito e solidariedade, fortalecendo a autoestima e os vínculos afetivos de todas as crianças, combatendo preconceitos que incidem sobre as diferentes formas dos seres humanos se constituírem como pessoas; 
• aprender sobre o valor de cada pessoa e dos diferentes grupos culturais; 
• adquirir valores como os da inviolabilidade da vida humana, a liberdade e a integridade individuais, a igualdade de direitos de todas as pessoas, a igualdade entre homens e mulheres, assim como a solidariedade com grupos enfraquecidos e vulneráveis política e economicamente; 
• respeitar todas as formas de vida, o cuidado de seres vivos e a preservação dos recursos naturais. 
b) Para a concretização dos princípios políticos apontados para a área, a instituição de Educação Infantil deve trilhar o caminho de educar para a cidadania, analisando suas práticas educativas de modo a: 
• promover a formação participativa e crítica das crianças; 
• criar contextos que permitam às crianças a expressão de sentimentos, ideias, questionamentos, comprometidos com a busca do bem estar coletivo e individual, com a preocupação com o outro e com a coletividade; 
• criar condições para que a criança aprenda a opinar e a considerar os sentimentos e a opinião dos outros sobre um acontecimento, uma reação afetiva, uma ideia, um conflito.
• garantir uma experiência bem sucedida de aprendizagem a todas as crianças, sem discriminação, e lhes proporcionar oportunidades para o alcance de conhecimentos básicos que são considerados aquisições valiosas para elas; 
c) O trabalho pedagógico na unidade de Educação Infantil, em relação aos princípios estéticos deve voltar-se para: 
d) • valorizar o ato criador e a construção pelas crianças de respostas singulares, garantindo-lhes a participação em diversificadas experiências; • organizar um cotidiano de situações agradáveis, estimulantes, que desafiem o que cada criança e seu grupo de crianças já sabem sem ameaçar sua autoestima nem promover competitividade;
• ampliar as possibilidades da criança de cuidar e ser cuidada, de se expressar, comunicar e criar, de organizar pensamentos e ideias, de conviver, brincar e trabalhar em grupo, de ter iniciativa e buscar soluções para os problemas e conflitos que se apresentam às mais diferentes idades; 
• possibilitar às crianças apropriar-se de diferentes linguagens e saberes que circulam em nossa sociedade, selecionados pelo valor formativo que possuem em relação aos objetivos definidos em seu projeto político pedagógico.
 Os princípios expostos devem sustentar as práticas de Educação infantil e privilegiar aprendizagens como ser solidário com todos os colegas, respeitá-los, não discriminá-los e saber por que isso é importante, aprender a fazer comentários positivos e produtivos ao trabalho dos colegas, a apreciar suas próprias produções e a expor a adultos e crianças o modo como as fez. Na integração dessas metas, “a proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo principal promover o desenvolvimento integral das crianças de zero a cinco anos de idade garantindo a cada uma delas o acesso a processos de construção de conhecimentos e a aprendizagem de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e interação com outras crianças” (Resolução CNE/CEB nº 05/09, art.8º).
 Nessa direção as práticas cotidianas na Educação Infantil devem: 
• considerar a integralidade e indivisibilidade das dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural das crianças, 
• apontar as experiências de aprendizagem que se espera promover junto às crianças e 
• efetivar-se por meio de modalidades de experiências que assegurem as metas educacionais de seu projeto pedagógico.
Currículo na educação infantil
O currículo busca articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico da sociedade por meio de práticas planejadas e permanentemente avaliadas que estruturam o cotidiano das instituições.
Identidade e autonomia na educação infantil
Identidade
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, identidade remete à ideia de distinção. Diz o documento: “é uma marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as características físicas, de modos de agir, de pensar e da história pessoal”.
Construir a identidade implica conhecer os próprios gostos e preferências e dominar habilidades e limites, sempre levando em conta a cultura, a sociedade, o ambiente e as pessoas com quem se convive. Esse autoconhecimento começa no início da vida e segue até o seu fim, mas é fundamental que alguns conhecimentos sejam adquiridos ainda na creche.
Assim que nasce, o bebê permanece um bom tempo em fusão com a mãe. Isso significa que ele ainda não é capaz de reconhecer os próprios limites e os limites do outro. Por isso, o desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida está intimamente ligado a experiências de frustração – no jargão freudiano (leia mais sobre Sigmund Freud) – pelas quais terá de passar para compreender-se como um ser único em meio a outros seres igualmente singulares, ou seja, um ser com identidade própria.
O cerne da construção da identidade está nas pessoas com as quais a criança estabelece vínculos. A família é o primeiro canal de socialização. Em seguida, e tão importante quanto, está a escola.
 
Autonomia
A autonomia, segundo o mesmo referencial curricular é “a capacidade de se conduzir e de tomar decisões por si próprio, levando em conta regras, valores, a perspectiva pessoal,bem como a perspectiva do outro”. Mais do que autocuidado – saber vestir-se, alimentar-se, escovar os dentes ou calçar os sapatos -, ter autonomia significa ter vontade própria e ser competente para atuar no mundo em que vive. É na creche que a criança conquista suas primeiras aprendizagens – adquire a linguagem, aprende a andar, forma o pensamento simbólico e se torna um ser sociável.
 
Planejamento na educação infantil
O planejamento pode ser compreendido como a possibilidade de antever e projetar ações. Para quaisquer eventos cotidianos necessitamos de planejamentos e meios para alcançarmos nossos objetivos. Assim, planejar experiências no contexto da Educação Infantil prevê essa antecipação de ações, pautando-se, inicialmente, em concepções claras de: infância, referenciais teóricos que fundamentam as práticas e a legislação que integra este vasto percurso que compõe as etapas do planejamento. Dessa forma, o planejamento reflete, antes de tudo, um comprometimento ético que norteia as ações pedagógicas nas escolas. 
O planejamento também envolve a construção formal de materiais escritos. Normalmente, esses materiais incluem ideias de ações futuras, a descrição dos materiais, organização dos espaços, estratégias de condução, execução e interações com as crianças, os registros mais significativos após a realização das ações, a avaliação reflexiva do professor e a possibilidade de elencar novas propostas. Escrever sobre esses aspectos é algo fundamental, não no sentido burocrático ou como mera prestação de contas, mas sobretudo como forma de autorreflexão do educador e também como ferramenta para se discutir e reflexionar junto à equipe e a coordenação pedagógica. Além disso, os registros escritos podem também ser compartilhados com a família e com as crianças.
Planejar as experiências das crianças é fundamental para que as intenções educativas sejam revertidas em aprendizagem e desenvolvimento. O planejamento nada mais é do que projetar o que está por vir. No ato de planejar, o professor toma decisões considerando suas concepções: quem é a criança, como ela aprende, quais competências e habilidades importantes em cada faixa etária, qual é o papel do professor, qual é o material mais adequado para determinada situação, quanto tempo é necessário para cada experiência, como a organização do espaço pode favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem de cada um e do grupo como um todo.
Para essa ação que antecede a prática, não existe um modelo único. O planejamento tem estruturas diversas que estão relacionadas com o tempo que se pretende organizar e prever - um dia, uma semana, alguns meses, um ano. No entanto, diferentes tipos de planejamentos são importantes para que todas as experiências tenham por trás um objetivo claro. Uma pessoa desavisada pode entrar em uma escola de Educação Infantil bem no momento da brincadeira e achar tudo uma grande bagunça. Um observador mais atento, porém, perceberá o papel ativo do professor na organização dos espaços, na escolha dos materiais, na mediação das relações entre as crianças e da interação com elas.
Estrutura e Organização do Tempo e do Espaço na Educação Infantil
Buscando uma perspectiva de sucesso para a aprendizagem, é preciso que a organização deste espaço seja pensada como um ambiente acolhedor e prazeroso para a criança, ou seja, um lugar onde as crianças possam brincar e criar suas brincadeiras sentindo-se estimuladas e autônomas. O espaço criado para a criança deverá estar organizado de acordo com a sua faixa etária, isto é, propondo desafios que a farão avançar no desenvolvimento de suas habilidades.
Neste sentido, pensamos que a professora da Educação Infantil deve tomar consciência da importância de ofertar espaços ricos de informações na vida das crianças, passando a reconhecer a seriedade das trocas que ocorrem nos espaços oferecidos como um fator essencial na vida dos alunos.
Entendendo a turma como um espaço heterogêneo, tendo em vista a faixa etária, o histórico, as necessidades biológicas, psicológicas, sociais e históricas de cada criança, devemos pensar em atividades diversas, as quais deverão envolver as crianças e assim estimular a partir do dia-a-dia o desenvolvimento de uma série de habilidades.
Esta organização do tempo que se repete diariamente, o que chamamos de rotina, deve ser construída a partir deste conjunto de atividades que possibilitam, entre outras competências, a iniciativa, a segurança, a confiança etc. Para proporcionar estas atividades é necessário, sobretudo, fazer um planejamento pensando nos momentos mais adequados e no local em que serão realizadas.
Sabendo que tudo no ambiente escolar exerce influências na educação da criança, sejam as cores, a arrumação da sala de aula, o refeitório, os banheiros, o espaço externo, pensamos que a organização dos espaços na Educação Infantil é essencial, pois desenvolve potencialidades e propõe novas habilidades cognitivas, motoras e afetivas. Deste modo, as aprendizagens que acontecem dentro dos espaços disponíveis e ou acessíveis à criança são fundamentais na construção da autonomia, tendo a criança como umas das construtoras de seu conhecimento.
Avaliação da aprendizagem na educação infantil
É necessário compreender a avaliação como norteadora de caminhos no processo de aprendizagem das crianças. Avaliar é acompanhar essa trajetória, levando em conta suas mudanças e transformações. Segundo Vygotsky, precisamos levar em conta também as potencialidades cognitivas das crianças.
De acordo com Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (BRASIL, 1998), os principais instrumentos avaliativos são a observação e o registro, através dos quais o professor pode fazer a abordagem contextualizada dos processos de aprendizagem das crianças, das qualidades de interações e acompanhar os processos
Assim como outras práticas educativas, a Avaliação na Educação Infantil revela concepções político pedagógicas de uma instituição. A avaliação permeia processos, deve ser uma prática constante e não acontecer somente nos momentos finais. É o ponto de partida para fazer um planejamento e mediar experiências significativas.
Já de acordo com a BNCC, “parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações, garantindo a pluralidade de situações que promovam o desenvolvimento pleno das crianças”. Dessa maneira, substituem-se referências herdadas do ensino fundamental e passa-se a pensar em práticas adequadas e próprias para a infância.
CINCO IMPORTANTES PASSOS PARA A AÇÃO AVALIATIVA DOS PROFESSORES
1. PLANEJAR_Enxergar a avaliação como meio para novas aprendizagens, tanto do professor, quanto das crianças.
2. OBSERVAR_ A partir da observação e reflexão da própria prática, o professor deve pensar, avaliar suas ações e dar continuidade ou propor mudanças no planejamento
3. REGISTRAR_Observar, ouvir e registrar crítica e cuidadosamente as pesquisas da meninada, atividades propostas, brincadeiras e interações das crianças no cotidiano.
4. REFLETIR_Utilizar múltiplos instrumentos de registros (diários de bordo, cadernos de anotações, planejamento, fotos, vídeos, entre outros recursos que o professor sentir necessidade de utilizar para dar visibilidade as aprendizagens)
5. COMUNICAR_O professor deve propor a criação coletiva de documentação pedagógica que permita a criança e as famílias reconhecer os processos de desenvolvimento e aprendizagens na educação infantil.
Fundamentos sociopolíticos e históricos do ensino fundamental
A ampliação do ensino fundamental de 8 para 9 anos regulamentada pela Lei 11.274 (BRASIL, 2006) em 2006, embora já indicada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 9394 (BRASIL, 1996) gerou muitas controvérsias e desafios tanto aos sistemas de ensino, quanto para as crianças. Ainda hoje, muitas perguntas estão sem resposta, principalmente com relação às razões reais (e não apenas as proclamadas) para tal ampliação, ao corte etário e, principalmente, às práticas a serem desenvolvidas comas crianças nos primeiros anos do ensino fundamental. Do ponto de vista organizacional, no contexto brasileiro, o ensino fundamental integra a educação básica, juntamente com a educação infantil e o ensino médio. Ou seja, por lei, o ensino fundamental é um nível de ensino responsável pela educação escolar de crianças e adolescentes de seis a quatorze anos, que se desenvolve, predominantemente, em instituições próprias (BRASIL, 1996). 
Esse nível de ensino faz parte do sistema de ensino brasileiro, sendo que sua estrutura e funcionamento são regulamentados pelos órgãos superiores, dentre eles o Ministério da Educação (MEC), as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, Conselho Nacional de Educação (CNE) e Conselho Estadual de Educação (CEE). Nos municípios devem estar organizados os Conselhos Municipais de Educação, com o intuito de pensar e propor ações mais voltadas para a realidade local.
2 A LDB 4024/61, A LDB 5692/71 E A LDB 9394/96: DO ENSINO PRIMÁRIO AO ENSINO DE PRIMEIRO GRAU PARA O ENSINO FUNDAMENTAL Do ponto de vista histórico são relativamente recentes as disposições legais que tratam da organização do ensino no Brasil. A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei 4024 (BRASIL, 1961), estabeleceu diretrizes para o então chamado ensino primário que era composto por no mínimo quatro séries, podendo ser ampliado para até seis séries. Esse nível de ensino, que hoje corresponde ao ensino fundamental, tinha como objetivo, segundo a lei: Art. 25. O ensino primário tem por fim o desenvolvimento do raciocínio e das atividades de expressão da criança, e a sua integração no meio físico e social (BRASIL, 1961). O ingresso nessa etapa do ensino era obrigatório a partir dos sete anos de idade completos, como previa o artigo 27 da lei: Art. 27. 
O ensino primário é obrigatório a partir dos sete anos e só será ministrado na língua nacional. Para os que o iniciarem depois dessa idade poderão ser formadas classes especiais ou cursos supletivos correspondentes ao seu nível de desenvolvimento (BRASIL, 1961). Meneses (2002, p. 96) tece algumas considerações sobre a educação básica a partir da LDB 4024, de 1961: 
Com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) – Lei nº 4024, de 20/12/61– dá-se um importante passo no sentido da unificação do sistema de ensino e da eliminação do dualismo administrativo herdado do Império. Inicia-se pela primeira vez, uma relativa descentralização do sistema como um todo, concedendo-lhe considerável margem de autonomia aos estados e proporcionando-lhes as linhas gerais a serem seguidas na organização de seus sistemas, linhas estas que deveriam responder por uma certa unidade entre eles. E ainda, propriamente sobre a organização do ensino primário, comenta: Mantendo a tradicional autonomia dos estados quanto à organização do ensino primário, a LDB limitou-se a um mínimo de dispositivos referentes a esse nível de instrução, não indo muito além da fixação de suas finalidades, duração e obrigatoriedade (MENESES, 2002, p. 97). Segundo o autor, a LDB 4024 (BRASIL, 1961), não conseguiu resolver a questão da descontinuidade entre o ensino primário e o ensino médio, o que continuava se configurando como um problema na extensão e continuidade do processo de escolarização da época. Já na LDB 5692 (BRASIL, 1971), de 11 de agosto de 1971, o até então chamado ensino primário passou a ser denominado ensino de primeiro grau, e objetivava a formação da criança e/ou adolescente, preparo para o trabalho e para o exercício da cidadania, como dispõe em seu artigo primeiro: 
Art. 1º O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto realização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania (BRASIL, 1971).
Observe-se que com relação aos objetivos apresentados na legislação anterior, acrescentou-se a ênfase na formação para o mercado de trabalho. O ensino de primeiro grau tinha a duração de oito anos e a lei estabelecia como obrigatória a matrícula das crianças com sete anos de idade nesse nível de ensino.
A LDB 9394 (BRASIL, 1996), seguindo determinações da Constituição de 1988 em seu artigo 205, prevê a educação como direito de todo cidadão, visando o desenvolvimento e preparo para a cidadania, incluindo sua qualificação para o mundo do trabalho. Como dever do Estado e da família, com relação à obrigatoriedade, tanto a Constituição quanto a LDB estabelecem os mesmos princípios. A Constituição Federal (BRASIL, 1988) em seu artigo 208 estabelece e garante o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que não tiveram acesso na idade própria, como dever do Estado. A LDB 9394 (BRASIL, 1996) dispõe, em seu artigo 4º, Título III, Do Direito à Educação e do Dever de Educar: 
Art. 4º. O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; [...] (BRASIL, 1996). A partir de então, o ensino fundamental passou a ter a duração mínima de 8 anos e ampliou os seus objetivos, sendo que a obrigatoriedade para a matrícula de ingresso ao ensino fundamental com 8 anos de duração era aos sete anos de idade: 
Art. 32º. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social (BRASIL, 1996).
Dando continuidade à perspectiva de universalização da educação básica, em 2001, o Plano Nacional da Educação, Lei 10.172 (BRASIL, 2001), estabeleceu como uma de suas metas para a década 2001- 2010 “Ampliar para nove anos a duração do ensino fundamental obrigatório com início aos seis anos de idade, à medida que for sendo universalizado o atendimento na faixa etária de 7 a 14 anos”, (BRASIL, 2001) com o objetivo de oferecer maiores oportunidades de aprendizagem às crianças e um maior nível de escolaridade. Tanto a Constituição de 1988, como a LDB 9394 (BRASIL, 1996) e o Plano Nacional de Educação apresentam como um de seus objetivos proclamados a garantia do padrão de qualidade de ensino. Assim, no plano legal, a ampliação do ensino fundamental de 8 para 9 anos surge como uma possibilidade de melhoria da educação. Em 2004, o Conselho Nacional de Educação, juntamente com a Câmara de Educação Básica, iniciou uma série de encontros regionais sobre a ampliação do Ensino Fundamental até então com 8 anos de duração, para 9 anos. 
Nesses encontros, alguns estados que já haviam implantado o ensino fundamental de 9 anos em seus sistemas de ensino, apresentaram ponderações sobre suas experiências exitosas com a ampliação, sendo também promovidas discussões entre representantes das secretarias estaduais e municipais sobre a ampliação. Além disso, os estados e municípios participantes recebiam um documento com as primeiras orientações e objetivos da ampliação, o qual era analisado coletivamente em grande assembleia (Parecer CNE/CEB nº6/2005). Esses encontros foram o início de uma série de pareceres, orientações e documentos para a efetiva ampliação do ensino fundamental na maioria dos estados brasileiros no ano de2006. 
A Lei nº 11.114 (BRASIL, 2005), do dia 16 de maio de 2005, estabeleceu a obrigatoriedade da matrícula das crianças de seis anos de idade no ensino fundamental, alterando a LDB 9394 (BRASIL, 1996) em seus artigos 6, 30, 32 e 87, que passaram a vigorar.
Já no início de 2006, a Lei 11.274 (BRASIL, 2006a), de 6 de fevereiro, fixa em seu art. 5º, o prazo final para a implementação do ensino fundamental de 9 anos, aos Municípios, Estados e o Distrito Federal, que teriam até 2010 para efetivar tal orientação.
Principios Da Educação Fundamental
Os atuais princípios e fins da educação brasileira estão definidos no título II - Dos Princípios e Fins da Educação Nacional, nos artigos 2º e 3º, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - Lei nº. 9.394/96.
O artigo 2º afirma que “a educação é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Já, o artigo 3º reafirma o disposto no artigo 206 da CF, estabelecendo que:
O ensino será ministrado nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extraescolar;
XI- vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
A atual LDB não se preocupa apenas em garantir o acesso ao aluno na escola, mas também sua permanência. É possível entender este dispositivo se nos reportarmos às altas taxas de evasão e repetência indicadas pelas pesquisas realizadas na década de 1990.
Traz também a proposta da gestão democrática, o que possibilitou a formação de colegiados escolares, eleição para escolha do diretor, etc.
Ampliou o conceito de educação para além do espaço escolar quando a vincula com o mundo do trabalho, a qualificação profissional e as práticas sociais, com vistas ao exercício da sua cidadania, ideia reforçada no artigo 1º da LDB.
Currículo no ensino fundamental: possibilidades de desenvolvimento da identidade e da autonomia
As disciplinas correspondem ao momento analítico em que necessito identificar os diferentes elementos. É o momento em que diferencio a matemática, da biologia, da sociologia, da história, da geografia. No entanto, elas nunca se dissociam. Numa visão sincrética, isto tudo parece caótico, parece que tudo está em tudo. Mas na visão sintética percebe-se com clareza como a matemática se relaciona com a sociologia, com a história, com a geografia e vice-versa. (p. 146)
] o currículo na perspectiva da Pedagogia histórico crítica tem por objetivo a apreensão da totalidade do conhecimento, o que se dá em um movimento de análise das partes para articular a compreensão do todo. Isso explica a importância dos conteúdos selecionados para o ensino e a aprendizagem no âmbito escolar, pois será com base nesses conteúdos que os indivíduos poderão chegar à compreensão unitária, coerente, e articulada da realidade. (MALANCHEN, 2016, p. 202)
Por meio da organização pedagógica de um currículo que se preocupe com a apreensão do conhecimento, há possibilidade que o aluno conquiste a síntese, ou seja, a apreensão do conhecimento organizado que o fará compreender a realidade e, consequentemente, desenvolver sua identidade e autonomia. Não é possível que tais características sejam garantidas fora do U3 - Fundamentos, princípios e currículo dos anos iniciais do ensino fundamental 123 processo de apropriação do saber historicamente acumulado, que passa, necessariamente, pelo momento analítico do currículo disciplinar, como defende Saviani (2003). Os defensores do currículo interdisciplinar, multidisciplinar, pluridisciplinar e transdisciplinar, ao afirmarem que o currículo disciplinar representa a fragmentação do conhecimento, desconsideram o processo sintético, permeando a manutenção da síncrese. Em outras palavras, não há avanço no processo de aquisição do saber, permanecendo o aluno no nível do senso comum.
A criança do ensino fundamental está em pleno processo de desenvolvimento de sua identidade e será a organização do currículo que lhe dará subsídios para constituir sua identidade e autonomia, pois todo currículo pode definir uma concepção de mundo, sociedade e que tipo de sujeito pretende formar. A seleção dos conteúdos e a abordagem metodológica, também integrantes do currículo, exercem forte influência e determinam a constituição do sujeito em processo de formação. Na perspectiva da pedagogia histórico-crítica, temos a abordagem histórico-cultural a subsidiar a constituição e o desenvolvimento das crianças de 6 a 10 anos, ou seja, fundamentada nos princípios de desenvolvimento apregoados por Vygotsky, Leontiev, entre outros, os quais são utilizados de forma eclética, junto a autores que possuem outra perspectiva de desenvolvimento humano, tais como Piaget, Montessori, Dewey, etc.
Ao estabelecer o currículo dos anos iniciais do ensino fundamental, é necessário compreender a necessidade da superação dos conceitos espontâneos sem, no entanto, desconsiderar sua importância.
Planejamento do ensino fundamental
O planejamento para os anos iniciais de ensino deve ter como foco processo de leitura e de escrita. Para tanto, a coordenação pedagógica pode centrar suas orientações na mediação na sala de aula entre professor e aluno, momento em que o professor tem condições de identificar os conhecimentos prévios do aluno, sua prática social inicial e organiza o seu plano de aula propondo a superação dessa condição inicial, levando o aluno à apropriação de conhecimento mais elaborado.
A seleção de um método que oriente o fazer pedagógico na escola deve estar alinhada ao que propõe o projeto pedagógico curricular, suas orientações e a partir do documento norteador, estabelecer as análises da prática social dos alunos e definir os objetivos de aprendizagem, as fontes de estudos e de aproximação com o conteúdo, os procedimentos metodológicos, o processo de avaliação.
Fica evidente a necessidade de a coordenação pedagógica propor um planejamento fundamentado na concepção do desenvolvimento de práticas sociais de leitura e de escrita e de elaboração de instrumentos que possibilitem ao professor analisar o caminho da aprendizagem do aluno.
Para a elaboração de uma matriz de referência da avaliação, o professor deve se guiar primeiramente, pela definição das capacidades referentes ao processo de alfabetização e letramento que serão desenvolvidas ao longo de um ano letivo. No caso da alfabetização, deve definir as capacidades referentes a apropriação do sistema da escrita alfabético-ortográfico, bem como o desenvolvimento de capacidades motoras pertinentes a esse processo, como, por exemplo, se a criança compreende as diferenças entre a escrita alfabética e outras formas gráficas, se conhece as letras do alfabeto, se reconhece algumas sílabas, etc. (SILVA; CASTANHEIRAS, 2005, p. 21).
Avaliação de aprendizagem na educação fundamental
 No Ensino Fundamental séries iniciais a avaliação acontece através de observações, registros individuais, acompanhamento individual e coletivo, através da aplicação de diversos estilos de atividades. Nesse processo leva-se em consideração os limites das crianças, a participação individual e em grupo, o interesse, a pontualidade, criatividade, responsabilidade e organização. Concebemos a avaliação como um elemento integrador entre o ensino e a aprendizagem que ocorre ao longo de todo ano letivo.
Destacamos a importância de uma avaliaçãoonde o processo seja mediador e acolhedor na ação pedagógica do professor, onde a avaliação cumpra seu papel durante toda a trajetória vivenciada pelo docente e contribua na ampliação do conhecimento de si e do mundo e que em última instância ao avaliar seu aluno, o professor também estará avaliando sua ação pedagógica. Destacamos ainda a importância do trabalho pedagógico ser estabelecido a partir do conhecimento que o professor adquire sobre o docente, articulando à sua proposta educativa, a ser desenvolvida no cotidiano da instituição, com base nos interesses, necessidades dos alunos, valorizando as experiências de vida, suas vivências culturais, raciais, religiosas etc.
Avaliar é pesquisar é procurar o porquê da dificuldade e como solucionar a mesma. Falar de avaliação nos leva a refletir em momentos e situações diversas. Podemos citar a avaliação formativa, a qual tem o objetivo central fornecer informações ao professor sobre como que os alunos estão, as habilidades, conhecimentos e competências que o aluno precisa adquirir para vencer as etapas do programa de ensino. E através dessas informações o professor poderá se necessário corrigir o rumo seja adaptando o programa ao aluno, seja ajudando o aluno a adaptar–se ao programa. A avaliação somativa permite ao professor ter uma noção objetiva, ao final de um determinado período letivo, de onde o aluno chegou. Ela não deve ser confundida com a nota final do ano. Sendo assim ao constatar que os resultados desejados não foram alcançados é preciso analisar todo o processo desenvolvido no termo ensino–aprendizagem, pois na instituição educacional, fracasso do aluno é o mesmo que dizer fracasso da escola. Com isso a avaliação deve ser encarada como uma reorientação para uma aprendizagem realmente significativa, que leve em conta os fatores culturais e afetivos dos educandos.
O professor deve utilizar técnicas e instrumentos de avaliar diferenciados, ciente de que há diferentes tipos de avaliação e de que ela desempenha funções diversas. A seleção desses procedimentos deve também considerar as diferenças dos alunos, suas formas variadas de expressão e de comunicação, bem como a especificidade dos conteúdos curriculares.
Compete à criatividade do professor a escolha de procedimentos de avaliação que favoreçam o uso de diferentes linguagens para a manifestação do processo de desenvolvimento do aluno como um todo. A título de sugestões temos: a observação, trabalhos em grupo, prova, produção dos alunos, auto avaliação e conselhos de classe.