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Transgênicos - Prós e contras “Os transgênicos ou Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) são organismos vivos, sejam eles, plantas, animais ou microrganismos que possuem material genético de outro organismo a fim de que tenha suas características melhoradas” (SOUZA E HOSSNE, 2010). “O processo consiste na transferência de um ou mais genes responsáveis por determinada característica num organismo para outro organismo ao qual se pretende incorporar esta característica” (ABREU et al, 2009). “Esses organismos surgiram no início dos anos 80, sendo que a sua comercialização ainda é polêmica” (PIMENTEL, 2010). Pois de acordo com Nodari e Guerra (2003) “pouco se conhece, cientificamente, sobre os efeitos diretos do produto dos transgenes em organismos-alvo, no solo e na água”. Contras Quanto à introdução de OGMs, o GREENPEACE se apresenta no mundo como talvez a maior instituição contrária a essa técnica. Em seu site é possível encontrar diversos documentos e pesquisas referentes a possíveis problemas que o uso de transgênicos poderiam causar ao mundo em geral, inclusive uma cartilha onde são colocados os “os pecados capitais dos transgênicos”, que seriam: 1. Contaminação genética As lavouras convencionais e orgânicas podem ser contaminadas se houver cultivo transgênico próximo. 2. Dependência dos agricultores O agricultor é proibido de guardar sementes de um ano para o outro, podendo sofrer pesados processos caso faça isso. 3. Baixa produtividade Pesquisas de universidades americanas comprovariam que variedades transgênicas são até 15% menos produtivas do que as convencionais. Num primeiro momento, os transgênicos podem até ser mais produtivos do que os cultivos convencionais ou orgânicos/ecológicos, mas no médio e longo prazos, o que se tem verificado é uma redução na produção e um aumento significativo nos preços dos insumos como o glifosato, principal herbicida usado em plantações transgênicas. 4. Desrespeito ao consumidor Apesar da lei de rotulagem em vigor desde 2004 no Brasil, que obriga os fabricantes de alimentos a rotular as embalagens de todo produto que usam 1% ou mais de matéria-prima transgênica, apenas duas empresas de óleo de soja rotulam algumas de suas marcas do produto - e mesmo assim só depois de terem sido acionadas judicialmente pelo Ministério Público. 5. Ameaça à saúde humana Não existem estudos científicos que comprovem a segurança dos transgênicos para a saúde humana. Por outro lado, alguns estudos independentes indicaram problemas sérios, como alterações de órgãos internos (rins e fígado) de cobaias alimentadas com milho transgênico MON863 da Monsanto (GREENPEACE, 2008). O importante papel da CTNBio para a sociedade é o de emitir opinião sobre determinado uso de OGMs no Brasil. As empresas que desejam pesquisar e desenvolver esse tipo de material devem se enquadrar às normas estabelecidas além de permitirem que suas pesquisas sofram fiscalização por parte da referida entidade. No Brasil são inúmeras as empresas que trabalham com o desenvolvimento desse tipo de organismo, destacando uma empresa nacional, que desde a década de 70 vem 1 Ionara Nunes (@ionaraestefany) exercendo importante papel nas pesquisas no agronegócio brasileiro. Prós Porém, mesmo em meio ao debate existente, Silva (2010) afirma que “os alimentos geneticamente modificados se fazem presentes com cada vez mais frequência no Brasil e no mundo”. Portanto os transgênicos são facilmente encontrados nos supermercados e seus efeitos ainda são incertos e motivos de várias discussões. Segundo a empresa Monsanto (2002), “estima-se que atualmente mais de dois bilhões de pessoas consumam transgênicos em todo o mundo, sem ser constatado nenhum registro de danos para a saúde”. Além disso, existem leis que controlam todo o processo de produção e comercialização dos transgênicos, buscando uma maior segurança para a população que irá utilizar estes produtos. Como exemplo, Abreu et al (2009) cita a lei ligada à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Sabendo que Biossegurança é o conjunto de procedimentos voltados para prevenção, mitigação, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades associadas aos OGMs e seus derivados, que possam comprometer a saúde do homem, das plantas, dos animais e do meio ambiente. A função primordial dos procedimentos de biossegurança de OGMs é o de analisar os efeitos adversos da engenharia genética, conforme preconizado pela legislação de biossegurança (ABREU et al, 2009). Ao mesmo tempo em que existem legislações ligadas à busca pela utilização segura dos processos envolvidos com a modificação genética, outras leis procuram informar aos consumidores a procedência dos produtos derivados da transgenia e dá-los o direito de escolher se desejam utilizar tais mercadorias. Neste sentido, segundo Souza e Hossne (2010) “no Brasil, o Decreto n. 3871 determina que: alimento embalado, destinado ao consumo humano, que contenha, ou seja, produzido, com organismos geneticamente modificados, com presença acima do limite de 4% do produto, deverá conter informações a esse respeito em seus rótulos”. Partindo deste pressuposto Abreu et al (2009) enfatiza que “estes alimentos deverão apresentar no rótulo um retângulo com um “T” no centro (de acordo com a Portaria 2568/2003 do Ministério da Justiça). O rótulo deve especificar o nome do produto transgênico, do ingrediente transgênico ou se é produzido a partir de algum organismo geneticamente modificado”. Fortuna, 2009 comenta que os que defendem o uso dos transgênicos apresentam diversos fatores que viabilizam sua introdução no complexo agroindustrial. A agricultura, por exemplo, poderia auferir ganhos em qualidade com produtos mais nutritivos e também com o uso menor de herbicidas e inseticidas, contribuindo ainda para evitar a poluição de solos e águas, fator esse que prejudica muito a agricultura brasileira. Outro fator que os defensores apresentam é que a pesquisa e desenvolvimento de organismos transgênicos passam por rigorosos processos de avaliação, só sendo liberada se passar por todos os pré-requisitos impostos pela entidade determinada. No Brasil foi criada a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) por meio da lei nº. 8974/95, com o objetivo de cumprir essa prerrogativa de fiscalizar a pesquisa de organismos modificados geneticamente. Ela é composta por 36 membros, entre cientistas, produtores e consumidores de produtos geneticamente modificados e representantes do governo. Ela concede seu parecer sobre determinado estudo 2 Ionara Nunes (@ionaraestefany) conforme seus padrões de biossegurança. A aplicação do uso desses organismos podem trazer resultados mais diretos, segundo Murta (2004), como: - Aumento da produção e produtividade com redução de custos; - Melhoria da qualidade dos produtos agrícolas; - Plena abertura de oportunidades para evitar o aparecimento de monopólios ou oligopólios na produção de sementes melhoradas; - Melhor controle ambiental, especialmente pela redução ou extinção do uso de agrotóxicos. Os transgênicos requerem uma aplicação única de herbicida, enquanto uma plantação normal necessita de três a quatro pulverizações em épocas distintas. (MURTA, CUNHA, PERES, FERREIRA, RODRIGUES, 2004, p. 3). O cultivo das plantas transgênicas ajuda a aumentar a produtividade agrícola e contribui para a conservação dos ecossistemas, da biodiversidade, da vida selvagem e das florestas para as gerações futuras. Outro ponto importante é a possibilidade de produzir mais no mesmo espaço de terra, evitando-se a devastação de novas áreas. (MONSANTO, 2004). Referências CRUZ et al. Transgênicos: Heróis ou Vilões? Publicação dos Anais. Fepeg 2014. Unimonteshttp://www.fepeg2014.unimonte s.br. FORTUNA, Luiz Eduardo Bett. O Papel da Embrapa na Produção de Tecnologia Transgênica Para a Agricultura Brasileira. Florianópolis, 2009. XXX. Monografia (Graduação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico. GREENPEACE. TRANSGÊNICOS: A VERDADE POR TRÁS DO MITO. 2007. 3 Ionara Nunes (@ionaraestefany)
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