Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PLANO DE AULA 1. IDENTIFICAÇÃO: Filosofia / Ciências humanas e suas tecnologias / 2ª serie ensino médio. 2. CONTEÚDO DA AULA: Filosofia Medieval. 3. COMPETÊNCIA: Conhecimento, Pensamento cientifico, crítico e criativo. 4. OBJETIVOS: Analisar o conhecimento filosófico da idade média retratada no filme dirigido por Jean Jacques Annaud e baseado no romance homônimo de Humberto Ecco, O Nome da Rosa (1986) é um filme cuja fidelidade histórica à época medieval é ressaltada por muitos estudiosos do cinema, analisar quais eram os principais filósofos antigos que embasavam a filosofia da época retratada no filme. Analisar o embate entre a Fé e a razão retratada no filme onde a filosofia baseada em santo agostinho que acreditava que a razão e o conhecimento eram de origem divina em que a igreja embasava seus dogmas, versus a filosofia aristotélica, que se baseia no empirismo e na razão para explicar os acontecimentos do mundo. Compreender como e por quê o conhecimento era de difícil acesso e restrito. Dialogar entre o que apresenta no filme com a realidade da Idade Média. 5. SÍNTESE DO ASSUNTO: A utilização de filme em sala de aula para o desenvolvimento do conhecimento sempre nos apresenta dificuldade de como fazer de forma que não se perca muito tempo, considerando que as aulas de filosofia em particular são relativamente curtas para exposição de um filme completo, por isso vamos utilizar apenas alguns trechos do filme dirigido por Jean Jacques Annaud e baseado no romance homônimo de Humberto Ecco, O Nome da Rosa (1986) é um filme cuja fidelidade histórica à época medieval é ressaltada por muitos estudiosos do cinema, para ilustrar a filosofia na Idade Média e que os alunos possam ter um bom aproveitamento desta experiência de desenvolvimento de conhecimento filosófico de uma forma lúdica, para isso vamos apresentar na sequencia alguns autores que tratam do uso de filmes e vídeos na prática docente. Segundo Oliveira (2011, p.32 apud Guimarães, 2009, p.8) A educadora Áurea Maria Guimarães destaca os benefícios e o aprimoramento do processo formativo dos docentes e dissentes que estudam as questões teóricas e metodológicas do trabalho com imagens. Para ela, a interpretação de uma imagem não é jamais uma descrição literal, pois instiga a percepção do observador, ultrapassando as diretrizes traçadas pelo educador: “Ser educador hoje é buscar o visível [ou invisível] que se esconde nas imagens da linguagem”. Ainda segundo Oliveira (2011. P. 32) apesar da s pesquisas atuais terem avançado muito na análise e utilização de imagens, filmes, vídeos, etc., tendo perspectiva de serem mais que meras ilustrações, esses recursos podem se ainda mais explorados nas aulas de história, filosofia, sociologia entre outras disciplinas e mesmo de forma interdisciplinar. O ensino deve abranger o conhecimento prévio do aluno a partir de suas experiências vividas, com materiais lúdico, como no nosso caso os filmes, desta forma a prática pode corroborar para que desmistifiquemos o modelo tradicional de ensino. (Carvalho, 2017. p. 4). Assim podemos assumir que é possível de forma lúdica utilizando filmes, imagens, etc., transmitir um conhecimento no nosso caso o conhecimento filosófico e histórico já que tratamos da filosofia da Idade Média um grande recorte da história humana. A fonte que vamos utilizar nesta aula será o filme Dirigido por Jean Jacques Annaud e baseado no romance homônimo de Humberto Ecco, O Nome da Rosa (1986) é um filme cuja fidelidade histórica à época medieval é ressaltada por muitos estudiosos do cinema. A história se passa em 1327 quando o monge franciscano inglês e ex-inquisidor William de Baskerville (Sean Connery) e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço que o acompanha, chegam a um mosteiro no norte da Itália no qual participariam de um conclave para discutir se a Igreja devia ou não doar parte de suas riquezas. No entanto, a atenção para o evento é desviada devido aos assassinatos que acontecem no mosteiro e que são explicados pelos monges como obra do demônio baseados no que era a os dogmas da igreja católica romana, o cristianismo que tem sua base filosófica em Platão que representa a corrente onde para alcançar o conhecimento devemos refutar as experiências sensoriais e dos prazeres da vida e buscar a verdadeira iluminação no mundo das ideias, baseado nisso Santo agostinho ou Agostinho de Hipona que baseado na filosofia de Platão desenvolve sua filosofia como Deus sendo a fonte de todo conhecimento, sendo a luz que deve ser buscada para alcançar a felicidade. Opinião não compartilhada por Baskerville, que começa a investigar os crimes e a solucioná-los lentamente usando a base filosófica aristotélica onde analisa os fatos empiricamente ampara do pela razão Neste contexto o filme se desenrola vamos analisar as questões filosóficas da idade média retratadas no filme para tanto vamos trazer a principal corrente filosófica da época que é retratada no filme onde o filma se passa na baixa idade média onde vamos entender a princípio a base forte da igreja católica romana que na idade média ditava as regras da sociedade e controlava o acesso ao conhecimento, considerando que devido a inquisição que teve início no séc. XIII havia obtido uma vasta gama do conhecimento registrados em pergaminho e livros adquirindo assim uma biblioteca que continha conhecimento de várias nações e religiões pagãs. Segundo Neuroski (2017, p. 55); A influência da Igreja Católica se irradiou por toda a Europa e seu domínio intelectual redesenhou o mapa cultural, colocando Deus como valor máximo da pirâmide axiológica da cristandade. Estamos falando do Deus católico, portanto indiretamente, a cosmovisão teocêntrica colocava a igreja como uma realidade ao mesmo tempo terrena e sagrada, humana e divina, santa e pecadora, mas acima de tudo uma comunidade espiritual de homens e mulheres estabelecidas por uma filiação divina. Ainda Segundo Neuroski (2017, p.55 apud Le Goff, 1994) A igreja foi concebida como mãe, guia e mestra a conduzir, a humanidade por meio de seu magistério, Deus oferecendo aos homens sua palavra, suas promessas, suas bênçãos e a promessa de salvação. Seguindo essa premissa os ministros de Deus, ou seja, padres, bispos, papa, convertem-se em representantes da mensagem divina, gozando de todo o poder e prestigio que a majestade de Deus lhe permitia. Assim podemos dizer que a fé católica exigia uma adesão total de seu credo, havia duas formas de adesão uma era por meio do batismo que era mais direcionada a plebe e outra que era a conversão racionalizada das elites mediante aprendizado da doutrina católica, tratava-se de aceitar as verdades reveladas que a igreja se dizia guardião e promotora. Podemos dizer que a condição humana era precária, de sofrimento e desesperança, restando somente a porta da fé como alternativa para salvação, tudo que era humano, natural e terreno precisava ser negado, a arte sacra deste período se esforçava para suprimir a silhueta da forma humana, negando o homem e até mesmo a corporeidade. (Neuroski 2017, p. 56 -57) Podemos observar a Igreja definia o que era certo e errado, e como para a maioria da sociedade a vida era precária e sem esperança a fé era uma forma de encontrar alento e esperança de dias melhores, assim a cristandade foi muito espalhada pela Europa, a filosofia cristã teve como razão filosófica a filosofia de Santo Agostinho ou como também era conhecido Agostinho de Hipona que baseado na filosofia de Platão desenvolve sua filosofia como Deus sendo a fonte de todo conhecimento, sendo a luz que deve ser buscada para alcançar a felicidade. Vamos ver um pouco sobre essa filosofia: Assim como Platão, que buscou na filosofia a solução para o problema da vida, a filosofia de agostinho possui um forte acento teológico, de cunho teísta eespiritual que falta no platonismo. Para agostinho o cristianismo, como religião e filosofia de vida consegue dar uma resposta integral ao problema da vida, pois o conhecimento de Deus, da alma e do mundo espiritual oferece um caminho seguro para o homem. Para ele, a salvação vem pela palavra de cristo e pela prática de seus ensinamentos supera a iluminação da alma em Platão, desse modo, a humanidade ganha status de transcendência definida no modo que Agostinho interpreta o pecado e da ressurreição da carne inaugurada por cristo. (Neuroski 2017, p.55 apud Agostinho 2000). Como podemos observar a filosofia de Agostinho defendia que iluminação e era alcançada pela fé e pela pratica dos ensinamento de cristo, a seguir veremos um trecho que relaciona a filosofia de Agostinho com o pensamento cristão retratado no filme O nome da rosa, onde ele descreve que o desenvolvimento de novos conhecimentos não cabe a razão humana, que deve-se preservar os textos sagrados pois eles contem a revelação da sabedoria divina. Santo Agostinho, desenvolveu-se o que se deve chamar propriamente de Tradição, ou seja, a convicção de que não cabe à razão humana criar novos conhecimentos. Cabe-lhe, em primeiro lugar, preservar os textos sagrados (canônicos), pois estes se assentam na revelação da sabedoria divina. Em segundo lugar, cabe à razão interpretar (exegese e hermenêutica), inspirada e iluminada pela fé, o sentido daquilo que está revelado nos textos canônicos, mas tomando o extremo cuidado para não modificar ou acrescentar novas verdades aos textos revelados. Em terceiro lugar, cabe à razão a responsabilidade pela transmissão, às futuras gerações e povos, dos conteúdos revelados pelos textos canônicos. Desta forma, a razão fica com um papel subordinado, coadjuvante à fé. É à fé que cabe a responsabilidade pela Verdade. (Kraemer, 2009, p. 52-53) Assim como é retratado no filme “O nome da rosa” os monges não permitem o acesso a biblioteca onde contém o conhecimento, apenas os responsáveis pela biblioteca e permitido o acesso. Assim definimos um dos lados filosóficos retratado no filme, o contraponto vem no personagem de William de Baskerville (Sean Connery) que busca desvendar os segredos da mortes no monastério e deseja ter acesso a biblioteca onde acredita que pode encontrar a causa das mortes em um livro perdido de Aristóteles segundo livro da Poética, no qual o filósofo, ao tratar da comédia, faz uma apologia do riso e suas virtudes, cujo o conhecimento pode abalar a fé cristã que vê o riso com maus olhos, como algo demoníaco. Usando como base a filosofia aristotélica o personagem busca desvenda esse mistério usando a razão e o empirismo, ou seja, observando como os acontecimentos se deram e como pode ser explicado de uma forma lógica e raciona, para isso vamos ver um pouco sobre a filosofia aristotélica. Aristóteles nasceu em Estagira, em 384 e faleceu em Atenas, 322 a. C., foi aluno de Platão por mais de vinte anos. Seguiu seu mestre na estrutura geral do cosmos e na noção de homem, entendendo-o como um composto de alma e corpo. A filosofia de Aristóteles também é dualista. Mas sua Teoria do Conhecimento é Realista e não idealista. Por haver nascido em Estagira, na Trácia, Aristóteles não teve os mesmos direitos políticos de Platão; não era, de pleno direito, um cidadão ateniense. Também fundou seu próprio centro de estudos, bastante dedicado ao estudo da natureza. Sua escola chamada liceu, conhecido ainda como escola peripatética, pelo hábito de andar (perípatos) nos corredores enquanto dava as lições. (Kraemer, 2009, p. 40) O pensamento filosófico de Aristóteles partia da realidade sensível, das experiências sensoriais empíricas para chegar à ideia das coisas, o filosofo já não utilizava mais a dialética, mas sim a lógica para chegar ao conhecimento verdadeiramente cientifico e universal. Para Aristóteles, as ideias das coisas estão nelas própria e não em mundo suprassensível ou ideal, descobrimos a verdade e alcançaremos um conhecimento cientifico e seguro se partimos da existência das coisas, utilizando de um método lógico indutivo, ou seja, um método baseado em experiências empíricas individuais e especificas em direção às ideias universais e gerais. Desta forma a ciência teria como um de seus objetivos compreender o caráter universal das coisas a partir de experiências sensoriais empíricas particulares. (Braga Junior 2015 p.176-177) A filosofia de Aristóteles se baseia na razão ampara da pela sensação do mundo, ou seja, pelas experiências sensoriais que o mundo nos oferece, desta forma baseado nessa experiência e munidos dos dados que ela nos oferece podemos elaborar racionalmente uma solução para o problema que é apresentado. Neste plano de aula vamos analisar filosoficamente o filme “O nome da rosa” que traz essas duas linhas filosóficas distintas, embasados pelos autores citados. 6. DESENVOLVIMENTO DA AULA: 7. Vamos iniciar com a introdução ao filme “O nome da rosa” que será analisado com as informações técnicas do filme como a obra em que foi inspirada, o diretor, enredo, principais personagens. Aproveitando o gancho vamos situar historicamente a época em que o filme se passa e relacionar com o mundo na idade média. Após será exibido um trecho do filme de no máximo 3 minutos para apresentar a filosofia cristã que não permite o livre acesso ao conhecimento. Daremos início a apresentação filosófica do filme apresentando primeiro baseado enredo do filme relacionando os acontecimentos do filme com a filosofia de Santo Agostinho que dá suporte filosófico para o que a cristandade prega, como por exemplo que o conhecimento é algo que vem do divino, e que a razão humana não deve desenvolver conhecimento, mas sim proteger o conhecimento canônico advindo das escrituras e como no filme não permitem o acesso ao conhecimento, e que os assassinatos que acontecem no mosteiro são obras demoníaca, e tratam o riso como algo negativo representada no filme pelos monges, inquisidores etc. Após será exibido um trecho do filme de no máximo 3 minutos para apresentar a filosofia aristotélica que busca o conhecimento através da experiência sensorial e a razão. Apresentamos então a filosofia aristotélica representada no filme pelo monge franciscano inglês e ex-inquisidor William de Baskerville (Sean Connery) que busca ao contrário dos monges, uma explicação lógica e racional para os acontecimentos, buscando de forma empírica desvendar o que causou as mortes. Vamos relacionar a filosofia aristotélica com o que William de Baskerville desenvolve sua teoria sobre os acontecimentos. O encerramento será um resumo de tudo de forma bem sucinta e direta contrapondo as duas raízes filosóficas apresentada no filme “O nome da rosa”, e o que podemos aprender com o filme sobre a filosofia. 8. RECURSOS: Notebook, câmera, slides e vídeo. 9. REFERÊNCIAS: Braga Junior; Antonio Djalma. Introdução à filosofia antiga/Antonio Djalma Braga Junior, Luís Fernando Lopes. Curitiba: InterSaberes, 2015. (Serie Estudos de filosofia). Carvalho, Ana Carolina de Souza. Importância da inserção de filmes e vídeos na prática docente no ensino fundamental I. 2017. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/dominiosdaimagem/article/view/23350 http://www.ufjf.br/pedagogia/files/2017/12/Import%C3%A2ncia-da- Inser%C3%A7%C3%A3o-de-filmes-e-v%C3%ADdeos-na-pr%C3%A1tica- docente-no-Ensino-Findamental-I.pdf Kraemer, Celso. Temas e Teorias da Filosofia / Celso Kraemer [e] Melissa Probst Stamm. Centro Universitário Leonardo da Vinci – Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2009.x; 133 p.: OLIVEIRA, Edlene. O Cinema em Sala de Aula: representações da Idade Média em O Nome da Rosa de Jean-Jacques Annaud/ Domínios da imagem, Londrina, ano iV, n. 8, p. 31-40, maio 2011. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/dominiosdaimagem/article/view/23350http://www.ufjf.br/pedagogia/files/2017/12/Import%C3%A2ncia-da-Inser%C3%A7%C3%A3o-de-filmes-e-v%C3%ADdeos-na-pr%C3%A1tica-docente-no-Ensino-Findamental-I.pdf http://www.ufjf.br/pedagogia/files/2017/12/Import%C3%A2ncia-da-Inser%C3%A7%C3%A3o-de-filmes-e-v%C3%ADdeos-na-pr%C3%A1tica-docente-no-Ensino-Findamental-I.pdf http://www.ufjf.br/pedagogia/files/2017/12/Import%C3%A2ncia-da-Inser%C3%A7%C3%A3o-de-filmes-e-v%C3%ADdeos-na-pr%C3%A1tica-docente-no-Ensino-Findamental-I.pdf
Compartilhar