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Carla Bertelli – 4° Período Segunda maior causa de infecção bacteriana na pediatria É necessário tratar a infecção urinária para evitar complicações – como a pielonefrite A ITU consiste na presença de germes patogênicos no sistema urinário resultando em processo inflamatório sintomático. É a segunda infecção bacteriana mais prevalente em pediatria. é – E. coli Constipação urinária é uma causa principal causa de infecção do trato urinário. No primeiro ano de vida afeta igualmente meninos e meninas. Os picos de incidência ocorrem no lactente, na segunda infância e na adolescência. Fatores predisponentes em lactentes incluem refluxo vesicoureteral e outras anomalias estruturais e funcionais do trato urinário. – Refluxo vesico uretral (urina sobe da urina para o ureter, classificado de 1 até 5) Toda criança tem febre por mais de 24, ausência de foco (história e exame físico sem alterações). Suspeitar de ITU porque é a segunda maior causa de infecção bacteriana na pediatria. A suspeita diagnóstica deve ser realizada em todo lactente com febre sem foco aparente há mais de 24h. Uma ferramenta disponível para estimar a probabilidade de ITU em lactentes é a UTICALC (https://uticalc.pitt.edu/) A calculadora apresenta duas etapas: (1) cálculo de probabilidade de ITU pré-coleta de urina, com base em sintomas clínicos, (2) cálculo de probabilidade da ITU após o sedimento urinário. É uma opção interessante e prática a ser utilizada na emergência e com capacidade de aumentar a predição clínica e a tomada de decisão Bactéria transforma nitrato em nitrito – nitrito positivo no exame de urina. Quadro clínico varia desde sintomas leves a casos graves de bacteremia O quadro clínico pode variar desde sintomas leves até quadros graves de bacteremia. A idade da criança é outro fator importante na avaliação dos sintomas. Nos menores de dois anos devemos descartar malformações do trato urinário e na anamnese o questionamento sobre alterações na ecografia antenatal devem ser lembradas. Nas crianças com controle esfincteriano as disfunções intestinais e vesicais devem ser abordadas. A disfunção intestinal e urinária está presente em 30% a 50% das crianças na apresentação do primeiro episódio de ITU e a utilização de questionários facilitam seu diagnóstico clínco. Quadro anterior de ITU e história familiar de doenças renais sempre devem ser questionados. Nas adolescentes do sexo feminino, atentar para o início da atividade sexual. (28 dias até 2 anos) – Febre sem foco aparente, irritabilidade, diminuição do apetite, vômitos, diarreia, icterícia persistente, recusa alimentar, septicemia, perda de peso ponderal – Urina fétida, dor abdominal, disúria, polaciúria, incontinência, urgência miccional e febre. – sintomas miccionais descritos acima, enurese secundária (incapacidade de conter micção)1 dor lombar, febre nos casos de pielonefrite – Disúria, polaciúria, urgência miccional. Nos casos de pielonefrite, dor lombar e febre. A coleta adequada de urina é de extrema importância para um correto diagnóstico e abordagem clínica. Método de coleta que depende da idade da criança – é de extrema importância para um correto diagnóstico. Deve ser realizada em crianças com ausência do controle esfincteriano através de punção suprapúbica ou cateterismo vesical. Deve ser realizada por cateterismo vesical ou punção suprapúbica (PSP) nas crianças sem controle esfincteriano. https://uticalc.pitt.edu/ Carla Bertelli – 4° Período Outro método possível é o “ ” descrito por Fernandes. Após 25 minutos de ingestão de líquidos (25ml/kg) o lactente é seguro pelas axilas e recebe estímulos na região sacral e suprapúbica para estimular a micção e coletar o jato intermediário A coleta por saco coletor só deve ser utilizada para descartar diagnóstico (se negativa) se o quadro clínico for leve e a demora no diagnóstico não piorar a evolução do paciente (se positivo, o exame precisa ser repetido por método invasivo). Nas crianças com controle esfincteriano podemos utilizar jato intermediário. Se o teste da fita reagente for sugestivo de ITU, ou não realizado, mas a suspeita diagnóstica for alta, deve-se prosseguir com a avaliação do sedimento urinário (exame físico e químico), bacterioscópico (Gram) e urocultura para confirmação diagnóstica. A ITU pode ser dividida em três categorias: çã á ú á á Clinicamente a distinção entre elas pode ser difícil, mas nos auxilia na tomada de decisão em relação ao tratamento e investigação. Sedimento urinário sugestivo de ITU: acima de 5-10 leucócitos por campo de grande aumento, nitrito positivo, esterase leucocitária positiva, presença de bactérias. Urocultura: na amostra obtida por PSP qualquer contagem de colônias; por cateterismo vesical acima de 1000UFC/ml, jato intermediário acima de 50 a 100 mil UFC/ml Não há necessidade de urocultura de controle após o tratamento para determinado microrganismo causador. Quando não tem urocultura e seguiu um tratamento empírico realiza-se a urocultura para observar Não existe um antibiótico padrão ouro. Recomenda-se iniciar empiricamente com í , com base na coloração de Gram, se disponível. Caso contrário, , conforme o padrão de sensibilidade bacteriana local A via de administração preferencial nos maiores de três meses de vida é a oral Na presença de febre é necessário que o nível de concentração do medicamento no parênquima renal seja suficiente para tratar pielonefrite, contraindicando-se o uso de nitrofurantoína e ácido nalidíxico. A revisão da terapia precisa ocorrer em 48 a 72 horas, apoiada no antibiograma, avaliando a possibilidade de descalonamento antibiótico Na falta de melhora clínica em 48 horas é importante descartar anormalidades do trato urinário e ampliar a cobertura antibiótica. Havendo resposta terapêutica e confirmação de sensibilidade no antibiograma, não há necessidade de exame cultural de controle. Tempo de tratamento: Na infecção urinária febril o tempo de tratamento com antibiótico é de 10 dias, em acordo com as diretrizes inglesa (NICE), italiana (ISPN) e australiana (KHA-Cari).10,13,14 As diretrizes Canadense e Americana (AAP) sugerem sete a 14 dias e a Colaboração Cochrane afirma serem necessários novos estudos para definir tempo de tratamento. Tempo de Tratamento – 10 dias (antes de sair o resultado de Urocultura) • Nitrofurantoina • Cefalexina • Sulfametoxazol –Trimetoprima -> Bactrim Indicações de hospitalização: idade inferior a dois meses, pacientes criticamente doentes, ou com risco de não adesão ao tratamento. Carla Bertelli – 4° Período Ainda não existe consenso sobre este tópico. A avaliação deve ser individualizada e com bom senso, discutindo com familiares os riscos e benefícios. Objetivo de reduzir os episódios de pielonefrite, e cicatrização renal. O objetivo da profilaxia é reduzir os episódios recorrentes de pielonefrite e a formação ou piora de cicatrizes renais. Devemos selecionar de modo adequado os pacientes que se beneficiarão de profilaxia, levando em conta a resistência bacteriana e a eficácia do tratamento. Faz-se profilaxia em crianças com çõ (dois ou mais episódios de pielonefrite, 3 ou mais episódios de cistite) devem iniciar profilaxia até o término da investigação. Não deve ser utilizado em reinfecção (novo episódio de ITU < 2 semanas). Sempre preferir drogas com alto nível urinário e baixo nível sérico, menos efeitos colaterais, baixo custo, bom sabor, ecológica (poucos efeitos na flora intestinal), ativa contra uropatógenos, pouca resistência bacteriana. Utilizar na dose de 1/3 a 1/2 da dose terapêutica, uma vez ao dia (melhor à noite). As drogas atualmente mais efetivas em nosso meio são: nitrofurantoína e sulfametoxazol e trimetroprima. É importante considerar a oscilação no perfil de resistênciaantimicrobiana e verificar com regularidade a sensibilidade bacteriana local. Um exemplo recente é o sulfametoxazol e trimetroprima, que volta à prescrição após ter sido afastado por décadas devido alta resistência. é çã ê é çã O foco da investigação complementar tem como base descartar malformações do trato urinário que possam implicar em piores desfechos no futuro. Os principais exames incluem (UCM) e á í é Não há evidência científica que suporte um protocolo de investigação específico. A maioria das diretrizes concorda na indicação da US como avaliação inicial nos menores de dois anos apresentando pielonefrite. É notório que protocolos agressivos aumentam a sensibilidade diagnóstica de RVU e cicatriz renal, mas com benefício questionável, devido ao maior custo financeiro e exposição à radiação. Comparativamente, o protocolo Top Down Approach (TDA) tem os maiores custos e exposição à radiação, enquanto o AAP tem a menor exposição à radiação e o NICE o menor custo Ureterocistografia miccional (vê melhor sobre RVU) é realizada em todas as crianças com USG alterado, coleta de urina adequada, febre alta persistente. Cintolografia não se pede mais pelo risco de exposição aos radiótopos Mais de 90% dos refluxos ureterovesicais se curam sozinho O prognóstico de ITU é bom desde que a infecção seja diagnosticada e tratada precocemente. As crianças com maior probabilidade de doença renal crônica são aquelas com anormalidade renal congênita ou que já apresentem alteração da função renal inicialmente. Portanto, pacientes com RVU de alto grau, com cicatrizes renais ou outras malformações do trato urinário devem ser seguidos com monitorização da pressão arterial, função renal e albuminúria. Carla Bertelli – 4° Período Diagnóstico de gestação de autor risco e manejo da gestação de Auto Risco As questões que permeiam a necessidade da manutenção do sigilo profissional, do direito à privacidade e da confidencialidade na relação do médico com o paciente adolescente envolvem aspectos de grande complexidade1. A assistência à saúde implica em cuidados voltados ao rápido processo de desenvolvimento biopsicossocial porque naturalmente passam os adolescentes, bem como a atenção especial em situações que envolvem, por exemplo, as doenças sexualmente transmissíveis, a gravidez indesejada e o uso de drogas A confidencialidade é um çã í ú Em nosso país, o sigilo é regulamentado pelo artigo 103 do Código de Ética Médico. Em todas as situações em que se caracterizar a a (por exemplo, quando este coloca em risco a sua saúde ou de outrem), Os Departamentos de Bioética e Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Pediatria apresentam a recomendação de que o médico deva , ó á ç á No entanto, surge entre os profissionais de saúde o . Essa preocupação cresce na medida em que o atendimento envolve a atenção de problemas como comportamentos de risco, depressão, violência, abuso sexual, uso de drogas e risco de gravidez. Em situações como essas fica necessariamente questionada a autonomia do adolescente e em consequência, sua capacidade de tomar decisões. Leone defende que essas situações devam merecer um Segundo o diagnóstico de Thomasma & Pellegrino, a bioética contemporânea leva a importância da autonomia a extremos perigosos. Estes autores pedem que se restitua o princípio da beneficência na forma da "beneficência fiduciária" (fiduciária - fidúcia: confiança, atrevimento, segurança e ousadia). Isso quer dizer que os médicos e os pacientes mantenham em confiança a meta de atuar em prol de melhores interesses mútuos. Quando o adolescente procura ajuda do profissional de saúde e com isso queira garantir que suas queixas possam estar asseguradas pelo sigilo profissional, está à procura de alguém em quem possa confiar, o que configuraria o pressuposto e asseguraria a confidencialidade. O trabalho realizado por Loch et al.10 nos mostrou que no grupo de adolescentes estudados, 36,3% conferem ao médico a autoridade para revelar, sem consentimento, aqueles fatos que o médico julgar importante que a família tome consentimento, e 82,6% declararam que quando a quebra do sigilo for consentida pelo adolescente, que o médico revele as informações à família. O adolescente expõe as informações sensíveis por necessidade de ajuda e confia que o médico possa ajudá- lo e, se para isto houver necessidade de revelar à família, ele espera que o médico o faça.
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