Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Polyana Túrmina Torres DOR ARTICULAR DOR ARTICULAR Sintoma frequente. Manifestação de diversas doenças, de naturezas distintas. Tratamento e prognostico diferentes. Pode ser devido a: Doença degenerativa; Traumática; Imuno-mediada; ANAMNESE E EXAME FÍSICO Quem é o paciente? Dor é onde? Periférica (cotovelo, punho, mão, joelho e pés) ou axial (coluna e ombros); Articular ou periarticular? É referida? É o primeiro episódio? Quando começou e quanto tempo dura? Exame físico Há dor para movimentação ativa? Dor a movimentação passiva? Edema? Calor? Rubor? – Artrite; Limitação de movimento? Lesões de pele? Febre? Comprometimento do estado geral? ARTRALGIA É a dor articular. ARTRITE É a dor articular acompanhada por sinais flogísticos – edema, rubor, calor. Compromete sinóvia, capsula articular. O edema é comum. Há dor no momento ativo e no movimento passivo. Pode ocorrer limitações de movimentos. PERIARTRITE Envolve tendão, bursa, êntese. A dor é mais focal e ocorre à movimentação ativa, mas alivia na movimentação passiva. O edema difuso é raro. ARTRITE A artrite possui alguns fatores que devem ser avaliados, como: 1. Aguda X crônica (consideradas agudas quando menos de 6 semanas de duração). 2. Monoarticular (1 art. acometida) X oligoarticular (até 4 art. acometidas) X poliarticular (5 ou mais articulações acometidas). 3. Simétrico X assimétrico / aditivo X migratório. - Inflamatório infeccioso X inflamatório por deposito X inflamatório imunomediado X degenerativo. ARTRITE SÉPTICA Mais periférica. Em geral monoarticular aguda, acompanhada por sinais flogísticos importantes. Bacteriana, fungica, tuberculose. SECUNDÁRIA A UM PROCESSO INFECCIOSO SISTÊMICO / VIRAIS Periférica ou axial. Mono ou poliarticular, aguda, simétrica, migratória. Chikungunya, gonocócica, pós estreptocócica, febre reumática. TRAUMÁTICA Monoarticular, aguda, história compatível. Ruptura ligamentar, hemartrose. MICROCRISTALINA Periférica. Monoarticular, aguda, assimétrica, crises. Gota “pseudo-gota”. TODA MONOARTRITE AGUDA DEVE SER PUNCIONADA. OSTEOARTRITE PRIMÁRIA Axial ou periférica; Mono oi poliarticular, crônica, assimétrica; Pouco inflamatória – dor predominantemente mecânica, rigidez matinal fugaz. ARTRITE REUMATOIDE Periférica. Poliarticular, crônica, aditiva, de pequenas articulacoes, simétrica; Dor inflamatória com rigidez matinal prolongada. Polyana Túrmina Torres ARTRITE PSORIÁSICA Axial e/ou periférica; Oligo ou poliarticular, crônica, assimétrica. Compromete IFD; Dor inflamatória com rigidez matinal prolongada. ESPONDILOARTRITE Predominantemente axial, crônica; Oligoarticular, assimétrica; Dor inflamatória, com rigidez matinal prolongada. GOTA É a resposta inflamatória desencadeada pela deposição de cristais de urato monossódico nas articulações e tecidos periarticulares. Prevalência de 5% mais em homens entre a 4ª e a 6ª década de vida. HIPERURECEMIA Fator necessário, mas não suficiente para a ocorrência da gota. Em geral, o ponto de saturação do urato é de 6 – 6,8 mg/dL, tanto em homens, como em mulheres. Variáveis: a temperatura e o pH do meio. Quando altera o nível de ácido úrico e dependendo do pH e temperatura, ele tende a se precipitar em algumas articulações – se depositando e se instalando nas mesmas. Os níveis ficam estáveis excretando o ácido pelos rins ou fígado A hiperuricemia é necessária para a gora, mas não para o diagnóstico final. FATORES DE RISCO História familiar (herança poligênica ou monogênica); Sexo masculino / status pós menopausa; Etnia; Consumo de álcool; Consumo excessivo de purinas (ex.: carne vermelha e branca); Obesidade / sd metabólica; Uso de medicações (diuréticos, inibidores da calcineurina). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS i. Hiperurecemia assintomática; ii. Gota aguda (dor); iii. Episódios recorrentes; iv. Gota tofácia crônica. A segunda crise de gota ocorre 11 meses após a primeira crise. tofo de gota. ANÁLISE DO LÍQUIDO SINOVIAL Aumento de celularidade > 2000 – 75.000 células, com PMN; Sem bactérias coradas no Gram; Pesquisa de cristais POSITIVA – cristais em formato de agulha com birrefringência NEGATIVA a luz polarizada; Culturas negativas. NA CRISE AGUDA DE GOTA, O ÁCIDO ÚRICO SÉRICO PODE SER NORMAL! Polyana Túrmina Torres DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE GOTA Regras para diagnostico ambulatorial da gota aguda: CARACTERÍSTICA PONTUAÇÃO Sexo masculino 2 História de artrite aguda prévia 2 Inicio do quadro há 1 dia 0,5 Eritema articular 1 Envolvimento da 1ª articulação metatarsofalangica 2,5 Hipertensão arterial sistêmica ou > 1 fator de risco cardiovascular* 1,5 Nível sérico de ácido úrico > 5,88 mg/dL 3,5 ESCORE TOTAL: < 4 pontos: ausência de gota em 95%. > 4 a < 8 pontos: diagnóstico incerto, realizar artrocentese. > 8 pontos: gota em 87% dos casos. TRATAMENTO Mudança no estilo de vida; Crise aguda; Tratamento profilático; Terapia uricorredutora. Depois que trata a crise aguda, tem que tirar o ácido úrico do corpo com medicação, como alopurinol. PARA QUEM PRESCREVE ALOPURINOL? > 2 crises/ano; Ácido úrico > 9; Dano articular documentado / tofo; Doença renal crônica; História de nefrolitíase. TRATAMENTO PARA CRISE AGUDA Conduta imediata: Colchicina 1mg + 0,5 mg – 8/8 horas ou; AINE dose plena Naproxeno 500 mg BID ou; Corticoide 0,5mg/kg (+/- 7 dias). **avaliar função renal. Conduta profilática: Colchicina 0,5 mg BID. Tratamento uricorredutora: alopurinol 100 mg (com ajuste até 800-900 mg/dia). **alopurinol é para SEMPRE!
Compartilhar