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Anhembi Morumbi DL(8)

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A metodologia de pesquisa pode ser considerada uma ciência aplicável na vida prática dos
indivíduos. Ela é aplicada em todas as áreas do conhecimento, no âmbito acadêmico, com
vistas a auxiliar o desempenho de raciocínios adequados, ou seja, auxiliar formas de pesquisa
que sejam legítimas, testadas e aprovadas, em que diferentes observadores, em diferentes
ângulos, atestem que aquele tenha sido um caminho positivo para se chegar ao conhecimento.
Nesse sentido, a metodologia de pesquisa se propõe a ensinar o ser humano a pensar, a
re�etir e a achar o caminho para pesquisar; para isso, é imprescindível ao pesquisador relatar
os fatos de uma maneira cienti�camente documentada.
Caro(a) estudante, ao ler este roteiro, você vai:
aprender a conceituação de metodologia cientí�ca e suas formas de uso;
re�etir sobre a pesquisa acadêmica e seus critérios, e como ela contribui para a
sociedade;
compreender as etapas de uma pesquisa acadêmica, a partir da linha popperiana;
estudar alguns passos importantes para a elaboração de um projeto de pesquisa;
re�etir sobre como elaborar um trabalho de conclusão de curso de forma satisfatória.
Introdução
O conhecimento é a ferramenta que os indivíduos possuem, no contexto coletivo ou individual,
para solucionar problemas do cotidiano, de modo a trazer mais conforto e bem-estar para a
Metodologia da Pesquisa
Roteiro de Roteiro de 
EstudosEstudos
Autor: Drª. Wéllia Pimentel Santos
Revisor: Amanda Murtinho
vida das pessoas. Nessa perspectiva, a pesquisa cientí�ca pode ser compreendida como o meio
pelo qual o indivíduo atinge o conhecimento. Logo, a metodologia de pesquisa nada mais é do
que um conjunto de métodos, procedimentos e protocolos que o pesquisador utiliza para
chegar a um conhecimento. Vale lembrar que conhecimento é diferente de opinião, de crenças
e de intuição; nesse sentido, a pesquisa é o caminho para a construção do conhecimento.
Neste roteiro de estudos, serão tratados assuntos importantes para a disciplina, como um
breve histórico da metodologia cientí�ca, a importância da pesquisa acadêmica, as etapas de
uma pesquisa e o projeto de pesquisa, além do trabalho de conclusão de curso.
A Metodologia Cientí�ca
Agora, trataremos um pouco sobre a metodologia cientí�ca. Mas, a�nal, o que é metodologia
de pesquisa? Para que você precisa utilizar metodologia nos trabalhos acadêmicos, dentro da
sua instituição de ensino?
Primeiramente, é preciso compreender que a metodologia não é algo tão complexo como pode
parecer. É comum ela causar algum tipo de receio nos alunos, mas a metodologia é muito mais
simples do que você possa imaginar, porque ela está presente no seu dia a dia.
A ciência se origina em uma curiosidade, em uma pergunta para a qual você sente necessidade
de encontrar uma resposta. O método de pesquisa nasce a partir do que o pesquisador
pretende pesquisar. É importante não utilizar senso comum em trabalhos acadêmicos, pois
neles não existem fundamentos cientí�cos. Trata-se de tradição que passa, de modo oral ou
escrito, de uma geração para a outra. O conhecimento cientí�co é realizado com base em um
protocolo que direciona toda a pesquisa, buscando evidências de que as descobertas são
verdadeiras.
O cientista é, portanto, o pro�ssional que busca estabelecer protocolos para encontrar
soluções, explicações, hipóteses sobre temas que cercam a nossa vida.
Você, diariamente, pesquisa; por exemplo, quando vai comprar um aparelho eletrônico ou um
objeto qualquer que queira. Você compara preço, especi�cações desse produto e marcas,
veri�cando todas as suas características, para depois decidir sobre qual produto escolher.
Nesse momento, faz pesquisa. Você tem um método para pesquisar o preço, para comparar
com outro produto e, então, chegar ao seu resultado, ou seja, à sua decisão de compra.
Você também usa, todos os dias, produtos que são validados por pesquisas cientí�cas, como
medicamentos, roupas e alimentos; tudo isso é testado e validado cienti�camente. A
metodologia está envolvida em todos os processos da vida das pessoas, mas, em geral, não nos
damos conta de tudo isso.
Assim, a metodologia cientí�ca é uma ciência que estuda os métodos do trabalho cientí�co. Ela
diz respeito à aplicação de métodos e técnicas para realizar uma pesquisa, ou seja, para
descrever todas as etapas pelas quais uma pesquisa passou. Ela também pode ser considerada
uma forma de validar o conhecimento cientí�co, o qual é tão apreciado na nossa sociedade e
que, portanto, precisa ser validado e testado (BASTOS, 2014).
É por meio da metodologia que você explica os caminhos que utilizou para desenvolver a sua
pesquisa. E, por isso, podemos de�nir a racionalidade como característica do pensamento
cientí�co. Conforme Bastos (2014), é preciso considerar que o conhecimento cientí�co não é o
único tipo de conhecimento na nossa sociedade, mas, dentre alguns contextos, como o
acadêmico e o empresarial, o conhecimento cientí�co, às vezes, é o mais valorizado. De tal
modo, estudantes de cursos de graduação, especialização, mestrado ou doutorado, dentre
outros, precisarão desenvolver um trabalho acadêmico dentro de critérios metodológicos.
Vale salientar que existem proposições metodológicas que o aluno poderá seguir, mas é
sempre bom pensar nas seguintes questões: O que é que você está fazendo? O que você quer
fazer? Quais resultados você pretende alcançar com a sua pesquisa? Partindo desses
questionamentos, o pesquisador começa a delimitar as etapas pelas quais pretende passar
para construir sua pesquisa e chegar ao seu resultado.
Assim, todas as etapas (desde o tema, a delimitação do problema de pesquisa e a identi�cação
dos objetivos) precisam ser descritas, e é a isso que a metodologia se propõe. Nesse sentido, é
possível dizer que a metodologia é a descrição do “como” se chegou ao resultado ou como o
pesquisador pretende chegar ao seu resultado. Cabe salientar a existência de vários métodos
cientí�cos e suas adequações para variadas situações, e também a possibilidade de se utilizar
variados métodos em uma mesma pesquisa.
Quanto aos seus objetivos, a pesquisa pode ser classi�cada em exploratória, descritiva ou
explicativa. Na exploratória, é preciso realizar um levantamento sobre o tema, aprofundando o
conhecimento por meio de uma revisão bibliográ�ca, de modo a explorar um fenômeno; em
um estudo descritivo, o pesquisador vai descrever uma situação, uma questão social, um
acontecimento; na pesquisa explicativa, o pesquisador explica como os fenômenos ocorrem.
A Pesquisa Acadêmica
Você certamente já ouviu falar em pesquisa, mas você sabe exatamente o que é? A pesquisa é
quando coletamos informações sobre as pessoas, os produtos, as empresas, e fazemos uma
análise detalhada dessas informações. Essas investigações servem, por exemplo, para as
empresas tomarem decisões em determinados momentos ou identi�carem tendências. Os
dados de pesquisa também auxiliam no conhecimento da opinião dos consumidores. Cada
pesquisa pode ser feita por meio de análises qualitativas ou quantitativas, independentemente
ou combinadas etc.
Ao trabalhar questões que envolvem interpretação de dados e produção de signi�cados,
usando, por exemplo, a técnica de entrevista ou ainda de questões abertas, estamos fazendo
uma pesquisa qualitativa. Quando coletamos dados com questões objetivas e podemos
quanti�car as respostas, estamos fazendo uma pesquisa quantitativa.
No momento de realizar uma pesquisa, é preciso avaliar o público de referência, para saber se
é possível entrevistar todo o universo de pesquisa ou se o pesquisador irá pesquisar apenas
LIVRO
Metodologia Cientí�ca
Autores : Amado L. Cervo, Pedro A. Bervian e Roberto da Silva
Editora : Pearson Prentice Hall
Ano : 2007
Comentário : o livro discute o conhecimento cientí�co, os
métodos e as técnicas de pesquisa, as formas de pensamento,
as técnicas para coleta de dados, as fases de elaboração de uma
pesquisa, além da estruturação de relatórios acadêmicos. Valea
pena conferir o Capítulo 1, que inicia uma re�exão sobre o
histórico do método cientí�co, tratando do conhecimento e seus
níveis, além das características inerentes à formação de um
pesquisador cientí�co.
Esse título está disponível na Biblioteca Virtual Ânima.
uma parte desse público, o que seria a amostra. Em sequência, por meio de critérios
estatísticos, é selecionado, dessa amostra, um grupo representativo de determinada
população.
Para você entender melhor, quando queremos pesquisar a opinião dos brasileiros sobre o
rumo do país, a população do Brasil seria o nosso universo, porém, seria praticamente
impossível entrevistar toda a população brasileira, por isso trabalhamos com um grupo menor
de pessoas, que chamamos de amostra. O tamanho e o per�l desse grupo são de�nidos por
meio de técnicas estatísticas, de maneira que a amostra, mesmo sendo parcial, representará
toda a população brasileira.
A margem de erro existe em toda pesquisa, porque não estamos entrevistando todo o
universo. Mesmo com critérios estatísticos bem estabelecidos e metodologias muito rigorosas,
há uma chance de que os resultados não correspondam exatamente à realidade total. Essas
pequenas diferenças que podem gerar resultados um pouco maiores ou menores do que o
número real; é o que chamamos de erro amostral.
As pesquisas on-line , como o próprio nome diz, são aquelas realizadas por meio de
questionários respondidos pela internet, seja por computador, notebook , tablet ou, ainda, por
meio de aparelhos celulares.
Se no Brasil, por exemplo, 53% da sua população estão conectados e usam alguns desses
dispositivos, a amostra das pesquisas on-line no país dirá sobre essa parcela da população, ou
seja, a população conectada que corresponde, na sua maioria, às classes, A, B, e C. No entanto,
quando queremos mostrar dados que falem da população total, incluindo as classes D e E,
pesquisas presenciais ou por telefone podem ser usadas, sozinhas ou juntamente às pesquisas
on-line .
As Etapas de uma Pesquisa
Acadêmica
O estudo cientí�co deve ser “[...] objetivo, racional, sistemático, geral, veri�cável e também
falível” (GIL, 1999, p. 20). Ele é objetivo por tratar da realidade, daquilo que é observável,
racional, pelo fato de se valer da razão para alcançar os seus resultados, e não simplesmente as
concepções do pesquisador. O estudo cientí�co também é sistemático, pois precisa construir
ideias organizadas racionalmente, e geral, por se interessar por responder questões mais
amplas, mas complexas. É, ainda, veri�cável, porque sempre possibilita demonstrar a
veracidade das informações que contém, e também falível, porque assume não ser o “dono da
verdade” – na realidade, o conhecimento cientí�co é passível de falhas e de erros.
Então, agora que você sabe o que é o conhecimento cientí�co e quais são os seus
pressupostos, aprenderemos como obtê-lo. Existem várias linhas que falam sobre como iniciar
um estudo cientí�co, mas trataremos aqui da linha popperiana. Popper dizia que nós devemos
LIVRO
Metodologia Cientí�ca
Autor : Sidney A. Mascarenhas
Editora : Pearson Education do Brasil
Ano : 2017
Comentário : o livro traz inúmeras contribuições sobre a
importância do conhecimento cientí�co, descrevendo o que é
método cientí�co e os objetivos de aprendizagem. Vale a pena
conferir a Unidade 3, que trata da pesquisa cientí�ca, de como
realizar a escolha do tema e a de�nição do problema de
pesquisa, dos instrumentos de coleta de dados e de como fazer
a leitura, a análise e as interpretação desses dados.
Esse título está disponível na Biblioteca Virtual Ânima.
ter três coisas fundamentais para iniciar um estudo cientí�co: a primeira é uma pergunta; a
segunda é a hipótese; e a terceira é a predição. Para que o pesquisador possa elaborar uma
pergunta, é preciso que ele tenha domínio sobre a teoria, outro aspecto muito relevante do
conhecimento cientí�co (BASTOS; KELLER, 2014).
É preciso entender sobre o que o pesquisador está lendo, e também sobre a área com a qual
tenha a�nidade ou que pretenda conhecer para elaborar o seu estudo. O pesquisador ainda
precisa aprender sobre tudo aquilo que existe em relação a determinado assunto. Nesse
sentido, a teoria nada mais é do que todo aquele conjunto de informações que existe sobre
determinada área. Algumas áreas têm muito conhecimento, muita teoria, sendo mais
estudadas, enquanto outras áreas são menos estudadas e têm menos teoria.
A partir dessa compreensão, torna-se mais fácil realizar as perguntas de pesquisa com base em
áreas que sejam pouco investigadas do que o pesquisador tentar elaborar uma pergunta de
pesquisa numa área que seja muito conhecida.
Obviamente, o ser humano não consegue entender a realidade na totalidade, pois ela é muito
complexa e tem uma relação de dados muito uni�cados. O que fazemos, na realidade, é
montar um “quebra-cabeças”. Nesse sentido, a essência da investigação cientí�ca é contribuir
para a construção do conhecimento, e caberá ao pesquisador ler, encontrar essas lacunas e
tentar responder a uma pergunta que preencha essa lacuna. Logo, a partir do momento em
que o pesquisador começar a ler mais sobre a sua área, perguntas tendem a surgir com base
naquilo que não tenha sido encontrado a partir de leituras (DEMO, 2000). A�nal, a pesquisa nos
permite buscar ideias a partir de leituras, e também tem à sua volta a necessidade de
interpretações.
Para se fazer uma boa investigação cientí�ca, é preciso ler muito, consistindo na etapa de
preparação da pesquisa, ou seja, o levantamento bibliográ�co sobre o tema, pois a leitura
facilitará a elaboração do problema de pesquisa e das hipóteses. Com base na predição, será
possível escolher um método cientí�co mais adequado, que também exista na literatura.
Também é importante que o cientista/pesquisador considere o tempo atual na execução da
pesquisa, de modo que haja um cronograma executável. É de relevância, ainda, a preocupação
com a elaboração de um orçamento apropriado, no que se refere a recursos tanto humanos
quanto materiais.
LIVRO
Pesquisa Cientí�ca: da Teoria à Prática
Autor : Helen de Castro Silva Casarin e Samuel José Casarin
Editora : InterSaberes
Ano : 2012
Comentário : o livro discute sobre a diferenciação entre ciência
e conhecimento, e traz algumas noções introdutórias sobre as
pesquisas cientí�cas, a construção da pesquisa cientí�ca,
técnicas de leitura, �chamento, resumo e resenha, o projeto de
pesquisa e suas etapas, além dos aspectos formais do trabalho
cientí�co. Vale a pena conferir o Capítulo 3, que aborda como
ocorre a construção da pesquisa cientí�ca, suas etapas e os
demais itens que devem ser considerados para a elaboração de
uma pesquisa acadêmica.
Esse título está disponível na Biblioteca Virtual Ânima.
O Projeto de Pesquisa
Existem alguns passos importantes para a elaboração de um projeto de pesquisa. O primeiro
deles parte da compreensão do que seja o projeto. O pesquisador poderá esbarrar, durante o
seu percurso acadêmico, na necessidade de elaboração de um projeto de pesquisa, um pré-
projeto de pesquisa ou, às vezes, o que é chamado de “TCC 1”; todos eles são considerados a
mesma coisa. Mas o que seria, então, o projeto de pesquisa?
Ele é a intencionalidade de uma pesquisa, ou seja, o planejamento. O projeto de pesquisa
contém alguns dos elementos que estarão no trabalho �nal; no entanto, ainda não tem a parte
mais importante da pesquisa, que é a apresentação dos resultados e a discussão e a análise
desses resultados. De tal modo, conhecer a estrutura de um projeto de pesquisa é essencial
para sua elaboração.
O projeto de pesquisa, assim como o trabalho �nal (que pode ser um artigo, uma monogra�a,
um relatório �nal, um estudo de caso etc.), contém elementos pré-textuais (capa, folha de rosto
LIVRO
A Prática da Pesquisa
Autor : Cláudio de Moura Castro
Editora : Pearson Prentice Hall
Ano : 2006
Comentário : o livro discute sobre o rigor necessário para uma
pesquisa cientí�ca, os discursos sobreo método cientí�co, a
escolha do tema, como construir uma tese, o diálogo do método
com o objeto de estudo, além da logística necessária para a
construção da pesquisa cientí�ca. Vale a pena a leitura do
capítulo 9, que faz um roteiro necessário para a elaboração de
uma pesquisa, dividindo-a em doze etapas, descrevendo-a
minuciosamente.
Esse título está disponível na Biblioteca Virtual Ânima.
etc.), elementos textuais e, ainda, os elementos pós-textuais (anexos, referências bibliográ�cas
etc. (AQUINO, 2012).
Concentrando-se no que consta nos elementos textuais (salvo exigências especí�cas, de cada
instituição de ensino, fazendo-se necessária a leitura do manual da sua instituição), em geral,
seus elementos são a introdução, a estrutura básica, o referencial teórico e o cronograma.
Na etapa da introdução, é necessário cuidado, pois essa introdução não é igual à do trabalho
�nal; ela é simplesmente uma contextualização, uma apresentação do tema, sendo bem
menor, mais concisa do que a introdução de uma monogra�a, um artigo ou um trabalho �nal.
Geralmente, na introdução, haverá um breve histórico e uma evolução do tema proposto, com
vistas a situar o leitor sobre o assunto (AQUINO, 2012).
Após essa etapa, há os elementos fundamentais, aqueles que compõem a estrutura básica de
um projeto. Dentro dessa estrutura básica, haverá um tema delimitado, um problema de
pesquisa, que implica no que o pesquisador tentará responder com o seu trabalho, e o objetivo
geral e os objetivos especí�cos, que pressupõem responder ao seguinte questionamento: quais
são os objetivos que o pesquisador irá perseguir com o seu trabalho? Todos esses
questionamentos devem ser feitos sempre a partir de ações no futuro, pois, agora, o aluno está
fazendo um planejamento, e não é o seu trabalho �nal. Há, ainda, as hipóteses, que são
a�rmações prévias, as quais serão validadas ou não, ao longo do trabalho, e também se tem a
justi�cativa, outro elemento do projeto de pesquisa que visa justi�car o motivo da escolha de
determinado tema, sua relevância acadêmica e social (AQUINO, 2012).
Já o referencial teórico, ou fundamentação teórica, é a parte mais ampla da pesquisa. Nela, será
feito um apanhado do que outros autores produziram a respeito do tema escolhido pelo
pesquisador - é recomendada a construção consistente desse referencial já na etapa de
projeto. E, por último, há o cronograma, ou seja, os prazos estabelecidos para que o
pesquisador possa executar as ações. Assim, a partir de um determinado tempo, o aluno irá
aplicar os seus questionários. Ele irá escrever o seu desenvolvimento de pesquisa e todas as
etapas subsequentes. Uma dica para o cronograma é que o aluno utilize no seu TCC prazos
razoáveis (AQUINO, 2012).
Tudo isso forma o que pode ser chamado de estrutura básica do projeto de pesquisa, a qual
também pode ser a estrutura básica do trabalho �nal. Salienta-se que o projeto de pesquisa
não tem resultados, discussões, análises. Ele acaba na fundamentação teórica. É importante
que o aluno monte uma estrutura básica para o seu projeto que já sirva para o seu trabalho
�nal. Assim, é essencial elaborar o seu referencial teórico de maneira consistente e sólida.
O Trabalho de Conclusão de
Curso
O trabalho de conclusão de curso, ou TCC, con�gura-se, basicamente, em duas opções: a
monogra�a de graduação ou um artigo cientí�co, que terá a �nalidade de conclusão de curso.
Seja qual for o tipo de trabalho acadêmico a se realizar (monogra�a, artigo, experimento, texto
para eventos etc.), é importante salientar que é preciso manter uma linguagem cientí�ca para a
descrição dos fenômenos, fatos ou objetos que permeiam a pesquisa, lembrando de não
inserir opiniões ou suposições. Toda a pesquisa deve ser amplamente documentada,
apresentando provas da veracidade das informações.
A monogra�a é um trabalho aprofundado sobre determinado tema, principalmente no que se
refere ao arcabouço teórico, dado que consistirá em um compilado de textos sobre
determinado assunto, de modo a trazer o olhar de muitos autores para explicar uma
consideração ou explicar um conceito. Então, o aluno escolhe o tema junto com o seu
orientador, e ele terá um período para construir um problema para pesquisar sobre o assunto,
encontrar uma resposta e apresentar para a banca de defesa.
A monogra�a é um texto mais longo, com maior número de páginas. Já o artigo é mais curto e
parte da ideia de publicizar o conhecimento por meio da publicação em revistas cientí�cas, por
isso não costuma ser muito longo. Mas, independente de qual seja o trabalho de conclusão de
curso, este se con�gura numa parte muito importante de formação acadêmica. Basicamente, é
o trabalho �nal e requer muita atenção e muito cuidado no momento em que está sendo feito.
O Trabalho de Conclusão de Curso de um mestrado designa-se dissertação; e o de doutorado,
tese.
Em relação ao tema de pesquisa, é importante que o aluno escolha um tema que lhe interesse,
ou seja, do qual ele gostaria de aprofundar mais o seu conhecimento ou que talvez tenha
vivenciado na prática. Temas assim instigam mais o aluno na elaboração do trabalho, pois
quanto mais o estudante gostar do tema e estiver instigado por ele, mais fácil será a elaboração
do trabalho �nal.
No que diz respeito à estrutura do TCC, o primeiro ponto que o aluno precisa saber é que o TCC
não é um texto único; trata-se de um conjunto de textos diferentes que vão formando uma
sequência. Nesse sentido, há três etapas: introdução, desenvolvimento e conclusão.
O TCC, então, é subdividido em elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. Os elementos
pré-textuais são algumas folhas que mostrarão dados de identi�cação e mapeamento do
trabalho, sendo eles: capa, folha de rosto, folha de aprovação, dedicatória, agradecimentos,
epígrafe, resumo (português e língua estrangeira) sumário, lista de ilustrações, lista de
abreviaturas e lista de siglas. Na elaboração do TCC, nem todos esses elementos são
obrigatórios. No entanto, como o resumo é um item obrigatório em todas as modalidades de
TCC, cabe pontuar que ele se con�gura em um pequeno texto com, apenas, um único
parágrafo (VOLPATO, 2015).
Por sua vez, os elementos textuais são aqueles que formam o teor do trabalho. Na introdução
da pesquisa, deverá ser deixado claro o tema, balizando bem a questão temporal, a pergunta
de pesquisa, os objetivos gerais e especí�cos e o método de pesquisa, além de uma descrição
breve dos capítulos.
No desenvolvimento dos capítulos, é necessário que o aluno se atente para aspectos como
clareza, coesão e coerência da pesquisa, com uma escrita em terceira pessoa. Já nas
considerações �nais, é preciso retomar a pergunta que o aluno se propôs a responder, a
contribuição que a sua pesquisa tem para aquela área de pesquisa e re�exões sobre o tema
(VOLPATO, 2015).
Já os elementos pós-textuais são algumas folhas com informações sobre coisas que foram
usadas no trabalho, como as referências e os anexos. De acordo com Mendonça (2013), cada
instituição de ensino tem a liberdade de escolher se exigirá todos esses elementos ou não; isso
porque a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma instituição privada, e cada
faculdade pode escolher se irá ou não seguir essas normas. Por isso, é recomendado que o
aluno procure o manual de trabalhos cientí�cos da sua instituição de ensino.
Conclusão
Como vimos, a pesquisa cientí�ca pode ser considerada um processo de criação do
conhecimento cientí�co, o que compreende uma informação estruturada, acessível e estável,
capaz de explicar fenômenos complexos. O método cientí�co, por sua vez, expressa um
conjunto de regras e normas, as quais o pesquisador deverá seguir para poder orientar um
fundamento que seja verdadeiro, conclusivo, pelo menos nessa época, nesse momento atual,
de acordo com as estruturas que se tem de conhecimentos. A pesquisa pode ser, portanto,
considerada uma mudança cultural, e, ao colocar a pesquisa no ambiente de graduação, busca-se trabalhar a cultura de pesquisa dentro de uma sociedade. Nesse sentido, é possível
considerar que a pesquisa propicia uma mudança cultural, que se torna mais sentida no Brasil
quando a pesquisa cientí�ca começa a se sedimentar no âmbito das graduações, o que se deu
LIVRO
Como escrever trabalhos de conclusão de curso:
instruções para planejar e montar, desenvolver,
concluir, redigir e apresentar trabalhos monográ�cos
e artigos
Autor : Joaquim Martins Júnior
Editora : Vozes
Ano : 2017
Comentário : o livro citado auxilia o discente na elaboração do
trabalho de conclusão de curso. O autor traz, assim, um passo a
passo sobre o planejamento de um TCC, como escolher um
orientador, um tema para o trabalho �nal e como escrever um
título para a pesquisa, além de suas etapas subsequentes. Vale
a pena conferir os capítulos 3 e 4, que tratam, especi�camente,
sobre todas as etapas de um TCC, além das normas técnicas
exigidas para a redação de um trabalho �nal.
Esse título está disponível na Biblioteca Virtual Ânima.
há poucas décadas. Portanto, a pesquisa é para ser uma constante em todas as áreas do
conhecimento e, em consequência, em todas as áreas da graduação.
Por sua vez, o discente inserido dentro do ambiente de pesquisa acaba tendo uma mudança de
perspectiva relevante. Obviamente que não se diz que um estudante de graduação se tornará
um pesquisador se ele �zer a iniciação cientí�ca, ou seja, a pesquisa na graduação. O principal
valor a ser agregado no processo formativo desse estudante é, de fato, a mudança de
perspectiva. Com isso, ele começa a enxergar a metodologia cientí�ca em prática, na aplicação,
e, obviamente, isso é uma inserção de um longo processo formativo de pesquisa.
Referências Bibliográ�cas
AQUINO, I. de S. Como escrever artigos cientí�cos : sem arrodeio e sem medo da ABNT. 8.
ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
BASTOS, C. L.; KELLER, V. Aprendendo a aprender : introdução à metodologia cientí�ca. 27. ed.
Petrópolis: Vozes, 2014.
CASARIN, H. de C. S.; CASARIN, S. J. Pesquisa cientí�ca : da teoria à prática. Curitiba:
InterSaberes, 2012.
CASTRO, C. de M. A prática da Pesquisa . São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. da. Metodologia cientí�ca . São Paulo: Pearson Prentice
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CIEIRA, A. A. N. et al . Metodologia cientí�ca no Brasil: ensino e interdisciplinaridade. Educação
& Realidade , Porto Alegre, v. 42, n. 1, p. 237-260, jan./mar. 2017. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/edreal/v42n1/2175-6236-edreal-42-01-00237.pdf . Acesso em: 12 ago.
2020.
DEMO, P. Metodologia do conhecimento cientí�co . São Paulo: Atlas 2000.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social . São Paulo: Atlas, 1999.
MARTINS JUNIOR, J. Como escrever trabalhos de conclusão de curso : instruções para
planejar e montar, desenvolver, concluir, redigir e apresentar trabalhos monográ�cos e artigos.
Petrópolis: Vozes, 2017.
MASCARENHAS, S. A. Metodologia cientí�ca . São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2017.
MENDONÇA, G. M. Manual de normalização para apresentação de trabalhos cientí�cos . 3.
ed. Salvador: Editora Unifacs, 2013.
https://www.scielo.br/pdf/edreal/v42n1/2175-6236-edreal-42-01-00237.pdf
VILAR, H. T.; GUEDES, J. C. Avaliação, pelos estudantes, da atividade “Trabalho de Conclusão de
Curso” como integralização do eixo curricular de Iniciação à Pesquisa Cientí�ca em um curso de
medicina. Revista Brasileira de Educação Médica , Brasília, v. 36, n. 2, p. 162-171, 2012.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbem/v36n2/03.pdf . Acesso em: 12 ago. 2020.
VOLPATO, G. Guia prático para redação cientí�ca . São Paulo: Best Writing, 2015.
https://www.scielo.br/pdf/rbem/v36n2/03.pdf

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