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Medicina Veterinária – Jeysa Reis Doenças Aviarias o Newcastle Definição É uma doença viral contagiosa que afeta várias espécies de aves assim como repteis e mamíferos e até mesmo o homem -> ZOONOSE Doença político-sanitária que pode matar até 100% das aves de um lote de qualquer espécie e qualquer idade - A exportação fica inviabilizada se não houver controle da doença no País Virose respiratória, também com sintomatologia nervosa e digestiva altamente contagiosa Ocorrência Brasil Primeiro relato no Brasil em 1955 em Belém do Pará Os últimos casos confirmados no Brasil ocorreram em 2006 -> aves de subsistência nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Endêmica (existe em todo mundo) Galinhas, perus, patos -> acomete aves jovens e adultas, selvagens ou domesticas Agente etiológico Agente etiológico: Paramixovirus aviário do sorotipo 1 (APMV-1) - Viscerotrópico Velogênico Patótipos: - Neurotrópico Velogênico - Mesogênico - Lentogênico (respiratório) - Assintomático (entérico) Notificação obrigatória à OIE Paramyxovírus aviário – Família Paramyxoviridae RNA de fita simples, envelopado Apresenta duas projeções glicoprotéicas típicas – a hemaglutinina – neuraminidase (HN) e a proteína de Fusão (F) - Desencadeamento da resposta imune protetora induzida pelo VDN, nas aves. Resistencia no meio ambiente -> carcaças, fezes, secreções, cascas, ovos, plumas. Inativação -> Raios solares e alta temperatura Severidade da doença 1) Viscerotrópico e velogênico – doença severa e fatal – apatia, diarréia esverdeada e lesões hemorrágicas 2) Neurotrópicos e velogênio – espirros e corrimento nasal, inchamento da cabeça e face, fraqueza, sintomas nervosos – mortalidade pode chegar até a 100% das aves. 3) Mesogênicos – leves sintomas respiratórios, queda de postura em poedeiras – mortalidade é normalmente baixa 4) Lentogênicos – são comumente usadas como cepas vacinais e podem causar sintomas respiratórios brandos em aves jovens Transmissão Transmissão contato direto -> aerossóis e secreções respiratórias são a principal via de transmissão, além de secreções oculares e fezes de aves infectadas (via fecal-oral) Transmissão contato indireto -> água, alimentos e fômites. Zoonose -> Conjuntivite transitória em humanos Reservatórios -> Aves silvestres, ornamentais e de companhia (psitacídeos podem eliminar o vírus intermitentemente por mais de um ano) Os vírus podem sobreviver por várias semanas no ambiente Geralmente o vírus é eliminado durante o período de incubação e por um curto período de tempo durante a recuperação P.I – 1 a 21 dias Pombos - transmissão intermitente durante um ano ou mais Quando o vírus é introduzido em um lote suscetível, praticamente todas as aves serão infectadas dentro de dois a sete dias Sinais clínicos Morbidade e mortalidade variáveis - Aparecem entre dois e doze dias após a exposição, e se espalha rapidamente pelo rebanho - Os sinais clínicos incluem: sinais respiratórios – respiração ofegante, tosse, espirros e estertores - Diarreia - Queda parcial ou total na produção de ovos - Mortalidade é variável, mas pode chegar a 100% Diagnóstico diferencial Influenza aviária, laringotraqueite infecciosa aviária (LTI), bronquite infecciosa, encefalomielite, doença de gumboro, intoxicação, hepatite viral dos patos, cólera aviária (forma aguda) e infecção por PPMV-1 (columbiformes). Os sinais clínicos e lesões não são patognomônicos e podem ser confundidos com outras doenças, o diagnóstico definitivo depende de exame laboratorial Diagnóstico Por ser uma doença de extrema importância para a economia, deve ter seu diagnóstico definitivo realizado por Médico Veterinário Oficial Mediante a suspeita clinica para a doença o médico veterinário devera acionar imediatamente o serviço oficial O diagnóstico do vírus pode ser realizado pela inoculação de macerados de órgãos de aves suspeitas em ovos embrionados ou por testes moleculares, como RT-PCR Sequenciamento de DNA, para determinar a sua patogenicidade A replicação viral resulta em atividade hemaglutinante no liquido cório alantóide (LCA) Tratamento Não há tratamento Vacinação Biosseguridade Diagnóstico APMV-1 pode ser isolado em embriões de galinhas (SPF, livres de patógenos específicos), inoculados aos 8-11 dias de incubação via cavidade córioalantóide Vigilância Epidemiológica Vigilância no abate das aves - No frigorifico o Auditor Fiscal Federal Agropecuário (AFFA) do SIF, avalia as informações contidas no Boletim Sanitário e na GTA - Caso sejam observadas altas taxas de mortalidade e não for comprovada a notificação ao SVO e a consequente investigação na granja, o fiscal realizará coleta de amostras no abatedouro para envio ao laboratório oficial do MAPA visando à pesquisa de vírus de influenza aviária e doença de Newcastle - Caso seja constatada no Boletim Sanitário a visita do serviço de defesa sanitária animal a campo e a suspeita de doenças respiratórias e nervosas nas aves foi descartada pelo médico veterinário oficial, a colheita de amostras no abatedouro não se faz necessária. Vigilância em estabelecimentos avícolas de reprodução e postura comercial - Plano de vigilância ativa em aves de descarte das granjas de postura comercial e de reprodução, com uma colheita mínima de 10 lotes\estado\mês selecionados ao acaso pelo SVO - A colheita de material é realizada no estabelecimento de criação das aves pelo SVO antes da saída do lote para abate e encaminhamento ao laboratório oficial do MAPA Vigilância em aves importadas - O material genético (ovos férteis e aves de um dia) e as aves ornamentais importadas também passam por vigilância ativa no país de origem e ao ingressarem no Brasil - Para importação de material genético avícola (ovos incubáveis e pintos de um dia), são colhidas amostras para pesquisa de vírus da influenza aviária, vírus da doença de Newcastle, Salmonella Gallinarum, S. Pullorum, S.Typhimurium, S. Enteritidis, Mycoplasma gallisepticum, M. synoviae e M. meleagridis (somente perus).
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