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QUESTÕES comentadas de Pediatria da prova de Residência Médica E-BOOK Sin ÍN DI CE Neuropediatria ...................................................... Pediatria Geral ....................................................... Síndromes Respiratórias ............................... Neonatologia .......................................................... Cardiopediatria ..................................................... Materiais Relacionados .................................. 03 15 29 39 54 67 NEUROPEDIATRIA Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA 03 SP, FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP, 201701 Em março de 2016, em uma unidade básica de saúde, foram atendidos: CASO 1: menino, 3m, portador de síndrome de Down; CASO 2: menina, 5m, antecedente de prematuridade nasceu com 26 semanas; CASO 3: menino, 14m, antecedente de prematuridade 30 semanas e uso de oxigênio domiciliar continuo; CASO 4: menina, 3m, teste de triagem neonatal positivo para fibrose cística; CASO 5: menino 13m, portador de defeito septo atrioventricular forma total em uso de digoxina e furosemide. Os pacientes que deveriam ter recebido palivizumabe são: A) 1, 2 e 3 B) 2, 3 e 4 C) 3, 4 e 5 D) 2, 3 e 5 04 Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA O Palivizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado para o vírus sincicial respiratório (VSR), principal agente etiológico da Bronquiolite Viral Aguda (BVA). De acordo com o Ministério da Saúde, as indicações para uso do Palivizumabe são: Prematuros até 28 semanas e 6 dias de idade gestacional, menores de um ano de idade; Crianças portadoras de cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica demonstrada até o segundo ano de vida; Crianças portadoras de doença pulmonar crônica da prematuridade, independente da idade gestacional, até o segundo ano de vida. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) preconiza a profilaxia para, além dos grupos contemplados pelo MS, bebês prematuros nascidos entre 29 e 31 semanas e 6 dias de idade gestacional nos primeiros 6 meses de vida. Diretrizes da Academia Americana de Pediatria definem que não há recomendação para o uso do palivizumabe em crianças com fibrose cística ou Síndrome de Down, sem outras condições associadas. Resposta: letra D COMENTÁRIO Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA 05 Síndrome Eletroclínicas fazem parte da Classificação das Epilepsias e algumas são mais comuns na infância. Assinale a alternativa CORRETA: A) A síndrome de West é mais comum em lactente, possui evolução favorável e o ACTH é uma opção terapêutica. B) A epilepsia rolândica atinge seu pico por volta de 9-10 anos e possui evolução favorável. C) A síndrome de Lenox Gastaut é mais comum no lactente, com altas taxas de refratariedade ao tratamento medicamentoso. D) As crises de ausência são mais comuns no sexo masculino e o Eletroencefalograma se caracteriza por espículas/ondas lentas 3Hz. E) Síndrome de Dravet tem caráter genético e costuma se apresentar em crianças maiores de 3 anos. TO, FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, 201802 NEUROPEDIATRIA Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA 06 Não confunda: a síndrome de West acomete lactentes, enquanto a síndrome de Lenox Gastaut acomete pré-escolares. Alternativa A: INCORRETA. A síndrome de West tem prognóstico ruim. As crises são de difícil controle e tipicamente há comprometimento do DNPM. Alternativa B: CORRETA. Epilepsia rolândica também é chamada de epilepsia parcial benigna da infância e possui bom prognóstico (melhora no adulto). Alternativa C: INCORRETA. A síndrome de Lenox Gastaut manifesta-se antes dos 11 anos de idade, mas é incomum no lactente. Alternativa D: INCORRETA. A epilepsia de ausência clássica tem pico de incidência entre os 6 e 7 anos de idade, mais frequente no sexo feminino. Alternativa E: INCORRETA. Síndrome de Dravet é uma forma rara de epilepsia que se manifesta no primeiro ano de vida Resposta: letra B NEUROPEDIATRIA COMENTÁRIO Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA 07 SP, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - SP, 201803 Menino de 10 dias de vida é trazido ao pronto-socorro por sangue nas fezes há 2 dias. Nasceu com idade gestacional de 39 semanas e 2 dias, por via vaginal, com boletim de Apgar 9/10/10. As triagens neonatais indicadas foram realizadas e resultaram normais. Na maternidade, recebeu 1 mg de vitamina K por via intramuscular e as vacinas para Hepatite B e BCG-ID. Permaneceu em alojamento conjunto, com alta da maternidade no terceiro dia de vida, sem intercorrências. Atualmente está em aleitamento misto, com leite materno e fórmula láctea, que a mãe iniciou após a alta da maternidade, pois sentia que tinha pouco leite. A mãe usa carbamazepina, há 6 anos, para controle de epilepsia. No exame clínico, criança em bom estado geral. Semiologia abdominal sem alterações. Não há fissuras ou outras lesões perineais. Mãe traz fralda com presença de sangue (confirmado pelo teste de catalase, que veio positivo). O restante do exame clínico da criança é normal. Também foram examinadas as mamas da mãe, sem fissuras ou quaisquer outras lesões. Qual é a principal hipótese diagnóstica para o sangramento do recém-nascido? Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA 08 A) É compatível com sangramento por deficiência de vitamina K forma tardia, devendo-se administrar uma dose de 2 mg de vitamina K intravenosa, com parada do sangramento esperada em, no máximo, 4 horas. B) É a forma clássica de sangramento por deficiência de vitamina K, devido à baixa quantidade de vitamina K na fórmula derivada do leite de vaca, deve-se administrar 2mg de vitamina K via oral e reforçar o aleitamento materno exclusivo. C) É decorrente do uso de anticonvulsivante, que interfere na absorção intestinal da vitamina K pelo RN, levando a uma coagulopatia, sendo denominado sangramento dependente da deficiência de vitamina K, forma precoce. D) É sugestivo de alergia à proteína do leite de vaca, não podendo ser classificado como sangramento dependente de deficiência de vitamina K, seja nas formas clássica ou tardia. 03 Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA 09 NEUROPEDIATRIANEUROPEDIATRIA Essa questão nos traz um lactente de 10 dias de vida, com sangue nas fezes há 2 dias, que nasceu a termo, todas sorologias normais e recebeu vitamina K IM ao nascer e que atualmente está em aleitamento misto (Materno + Fórmula Láctea). Sempre que tivermos um lactente com sangramento retal, temos que levantar a hipótese de que seja um quadro de Alergia à proteína do Leite de Vaca (APLV), que nesse caso, o recebimento de fórmula infantil corrobora essa suspeita, e muitas vezes o quadro clínico é apenas de sangramento, sem outras alterações evidentes. Nesse caso não iremos pensar que se trata de um sangramento associado à deficiência de vitamina K, pois a forma clássica geralmente ocorre ainda na primeira semana de vida, e é prevenida com o uso da vitamina K ao nascer, enquanto que a forma tardia, apesar de ocorrer após a segunda semana de vida, necessita de algum fator de risco ou doença, como o uso de nutrição parenteral total ou quadros que levem ao comprometimento da absorção da vitamina K. Resposta: letra D COMENTÁRIO Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA 10 Dados disponíveis mostram que a sífilis congênita continua sendo um grande problema de saúde pública, no Brasil é de notificação obrigatória desde 1986. A sífilis congênita pode ser transmitida ao concepto em qualquer fase da gravidez. Pode ser classificada conforme a idade de apresentação clínica em precoce e tardia. Podemos afirmar que as manifestações clínicas mais frequentes encontradas na forma tardia são: A) Hidrocefalia, deformidades ósseas e cardiopatia congênita B) Microcefalia, calcificaçõescerebrais e retardo mental C) Hepatoesplenomegalia, hepatite e exantema crônico D) Hipotireoidismo, autismo e glaucoma E) Surdez, ceratite intersticial e deformidades dentárias PR, SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS, 201504 Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA 11 Questão sobre as manifestações clínicas da sífilis congênita tardia. Vamos analisar as alternativas: Alternativa A: INCORRETA. Apesar de hidrocefalia e deformidades ósseas serem comuns na sífilis congênita tardia, o achado de cardiopatia congênita não é frequente e provavelmente se manifestaria em uma fase mais precoce. Alternativa B: INCORRETA. Algumas manifestações neurológicas são comuns na sífilis congênita tardia, como o retardo mental, porém microcefalia e calcificações cerebrais nos fazem pensar em outras infecções congênitas, como toxoplasmose, citomegalovírus, zika, etc. Alternativa C: INCORRETA. Hepatite e hepatoesplenomegalia são manifestações mais comuns na fase precoce da sífilis congênita, assim como o exantema, porém esse não costuma evoluir com cronicidade Alternativa D: INCORRETA. Hipotireoidismo, autismo e glaucoma não são manifestações comumente associadas à sífilis congênita. Alternativa E: CORRETA. Surdez, ceratite intersticial e deformidades dentárias formam a famosa tríade de Hutchinson, característica da sífilis. Resposta: letra E COMENTÁRIO Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA 12 Em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor normal, qual a idade esperada de uma criança que senta com o mínimo apoio, rola da posição supina para a posição prona, tenta buscar um objetivo que está fora do seu alcance, mas não desenvolveu ainda o movimento de pinça? A) 2 meses B) 4 meses C) 6 meses D) 9 meses E) 1 ano SP, HOSPITAL MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 201005 Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA 13 14 As habilidades descritas estão presentes no lactente de seis meses de idade. A habilidade da pinça é posterior, surgindo somente no terceiro-quarto trimestre de vida. A criança de 9 meses já senta sem qualquer apoio e pode ser capaz de realizar o movimento de pinça e engatinhar. Resposta: letra C NEUROPEDIATRIA COMENTÁRIO Voltar para o índice NEUROPEDIATRIA PEDIATRIA GERAL Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 15 RJ, SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE - RIO DE JANEIRO, 201306 Com relação ao refluxo gastroesofágico, assinale a alternativa INCORRETA: A) A esofagite crônica pode levar ao encurtamento inflamatório do esôfago que pode induzir a hérnia de hiato e piora o refluxo. B) Os lactentes com sintomas mais acentuados, como regurgitação, irritabilidade, recusa alimentar e déficit de crescimento, só terão desaparecimento dos sintomas se for usado inibidores de bomba de prótons por volta dos 24 meses de idade. C) A pHmetria, que documenta os episódios de refluxo ácido quantitativamente não é considerado essencial para o diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico. D) A terapia conservadora inclui normalização do volume e frequência das dietas, evitar alimentos e bebidas ácidas, redução de peso para crianças obesas e elevação da cabeceira da cama. Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 16 O refluxo gastroesofágico (RGE) é caracterizado pelo retorno de conteúdo gástrico para o esôfago, atingindo, algumas vezes, a faringe, a boca e as vias aéreas superiores. O RGE é, em geral, um processo fisiológico normal que ocorre várias vezes por dia em todas as pessoas saudáveis, independentemente da idade. Assim, episódios de RGE ocorrem em indivíduos saudáveis, com duração menor que 3 minutos, principalmente no período pós-prandial. Normalmente não causa incômodo ou repercussão nos hábitos de sono. Entretanto, a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é caracterizada quando o RGE causa manifestações clínicas de gravidade variável associadas ou não a complicações, tais como a esofagite. No lactente, é muito frequente, o RGE fisiológico acompanhar-se de regurgitações ou “golfadas” que não se associam a redução no ganho de peso ou outras manifestações clínicas. Trata-se de um distúrbio funcional gastrintestinal transitório e dependente da imaturidade funcional do aparelho digestivo no primeiro ano de vida. Está incluído entre os distúrbios gastrintestinais funcionais COMENTÁRIO Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 17 Resposta: letra B 18 e são recomendados critérios diagnósticos clínicos específicos nos critérios de Roma (Roma IV). Afeta até 60% de todos os lactentes e inicia-se antes de oito semanas de vida. A frequência de regurgitações é variável (5% dos lactentes têm seis ou mais episódios de regurgitação por dia). Estas regurgitações aumentam em número e volume entre dois e quatro meses e, posteriormente, diminuem progressivamente com o aumento de idade, sendo que 90% a 95% dos casos resolvem até o primeiro ano de vida. COMENTÁRIO Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL Escolar, cinco anos, apresenta ardência ao urinar há uma semana. A mãe relata secreção amarelada com odor ruim nas suas roupas íntimas. Não tem outros sintomas. Exame físico: hiperemia na região vulvar. Para se formular uma hipótese diagnóstica da etiologia específica, neste caso, deve-se inquirir sobre: A) Práticas esportivas B) Higiene perianal C) Agitação noturna D) Produtos químicos RJ, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, 201507 PEDIATRIA GERAL Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 19 Caso clínico típico de vulvovaginite na infância, onde as principais causas são má higiene e verminose, sendo que o sintoma que mais corrobora é a agitação noturna, principalmente nos casos de verminose. Resposta: letra C COMENTÁRIO Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 20 Recém-nascido com uma semana de vida se mostra irritadiço e exibe vários episódios de vômito bilioso depois da alimentação mais recente. Está taquicárdico, porém os outros sinais vitais estão estáveis. O exame físico revela um abdome distendido, porém sem anormalidade acentuada. Qual a conduta MAIS adequada para esse caso? (POLIN RA. Neonatologia Prática - 5ª edição – Editora Elsevier, 2016). A) Avaliar o recém-nascido para o possível refluxo gastroesofágico com uma sonda de pH. B) Realizar estudo contrastado do trato gastrointestinal superior. C) Iniciar o tratamento com um inibidor da bomba de próton. D) Realizar exame ultrassonográfico de piloro. E) Trocar a alimentação oral por fórmula à base de soja. PR, HOSPITAL ANGELINA CARON, 201708 Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 21 Para o diagnóstico de DRGE, além da avaliação clínica, o arsenal propedêutico é grande. O exame ideal deverá documentar a ocorrência de RGE, detectar suas complicações, estabelecer uma relação causa-efeito entre RGE e sintomas. Atualmente nenhum teste isolado preenche todas essas características ao mesmo tempo. Cada exame avalia diferentes aspectos do RGE. Portanto, é compreensível que a correlação entre os diferentes exames complementares seja pobre. Basicamente, a endoscopia identifica claramente esofagites, a pHmetria mede o RGE ácido e a impedanciometria intraluminal (II) detecta todos os tipos de RGE, independentemente do pH. O exame radiológico contrastado de esôfago, estômago e duodeno (RxEED) é importante para diagnosticar anormalidades estruturais anatômicas que podem causar sintomas similares aos da DRGE, como hérnia, estenose e volvo. Pode ser útil na avaliação do esvaziamento gástrico. Portanto, alternativa CORRETA é B. Alternativa A: está INCORRETA, pois a sonda de pH foi considerada como padrão-ouro para o diagnóstico da DRGE, porém nos últimos anos muitos autores COMENTÁRIO PEDIATRIA GERAL Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 22 demonstraram a sua limitação por detectar apenas refluxos ácidos(pH <4), deixando de observar os refluxos fracamente ácidos ou alcalinos. Alternativa B: CORRETA. Alternativa C: está INCORRETA, pois o tratamento farmacológico deve ser reservado aos pacientes com DRGE nos quais os sintomas são mais graves e com dados de difi culdade alimentar, desaceleração do ganho ponderal e/ou com comprovação de esofagite no exame endoscópico, incluindo dados de biópsia. É mais raro, o encontro de esofagite erosiva, em lactentes nos primeiros meses de vida, a não ser nos casos acompanhados de comorbidades, tais como; atresia de esôfago, doenças neuromusculares, fibrose cística ou doença respiratória crônica. Alternativa D: está INCORRETA, pois a ultrassonografia abdominal tem baixa sensibilidade e especificidade para o diagnóstico da DRGE. Avalia apenas o refluxo pós-prandial, sob pressão da parede abdominal, não diferenciando o refluxo fisiológico da DRGE. É útil, principalmente, para o diagnóstico de estenose hipertrófica de piloro e má-rotação intestinal. Alternativa E: está INCORRETA, pois a fórmula a base de soja é reservada para casos de alergia a proteína do leite de vaca. Resposta: letra B Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 23 Lactente, 3 meses, portador de Síndrome de Down, comparece à consulta médica com história de cansaço às mamadas e baixo ganho de peso desde o nascimento. A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA É: A) Hipotonia da síndrome B) Doença do refluxo gastroesofágico C) Cardiopatia congênita D) Dificuldade de aleitamento materno SP, FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP, 201509 PEDIATRIA GERAL Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 24 Resposta: letra C Paciente com Síndrome de Down + Cansaço às mamadas + Baixo ganho ponderal. Diante desse quadro, temos que lembrar da associação dessa cromossomopatia com a maior incidência de CARDIOPATIA CONGÊNITA, onde a principal é o “Defeito do septo atrioventricular” (DSAV). PEDIATRIA GERAL COMENTÁRIO Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 25 A dermatite atópica é a doença cutânea mais frequente na infância, os sintomas têm início nos primeiros 6 meses de vida em 45% dos pacientes, e em 85%, antes dos 5 anos. O diagnóstico é clínico e as lesões têm características diferentes quanto ao aspecto e localização, conforme a faixa etária. Levando em consideração os dados apresentados, assinale a alternativa correta. A) Na fase do lactente, as lesões eczematosas estão localizadas na face e região extensora dos membros, enquanto a região coberta pelas fraldas é poupada. B) Na fase que vai do nascimento até os 6 meses de vida, as lesões são liquenificadas e mais frequentemente localizadas nas pregas cubitais e poplíteas. C) Na fase infantil, as lesões são eritematodescamativas e localizam-se nas pregas axilares e inguinais, e a xerose é menos intensa e associada a prurido. D) Na fase que vai dos 2 anos até a adolescência, as lesões tendem a ser mais liquenificadas e localizam-se na fase extensora de membros. E) As alterações pigmentares pós-inflamatórias, seja com hiperpigmentação, seja com hipopigmentação, são infrequentes na dermatite atópica. PR, HOSPITAL DAS CLÍNICAS DO PARANÁ, 201810 PEDIATRIA GERAL Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 26 Do nascimento até o sexto mês de vida é caracterizada por prurido intenso e lesões cutâneas com eritema, pápulas, vesículas e formação de crostas, que se localizam na face e poupam o maciço central. Outros locais como face extensora dos membros e tronco podem ser acometidos. Infecção secundária é comum e caracterizada por exsudação e crostas melicéricas. Os surtos do eczema podem ser desencadeados por infecções respiratórias, alterações climáticas, fatores emocionais e alimentos. Entre os 8 e 10 meses de idade as lesões acometem as regiões extensoras dos membros, provavelmente pela fricção ocasionada pelo ato de engatinhar ou mesmo se arrastar no chão. Os pacientes que nesta fase apresentam eczema generalizado podem melhorar; entretanto, o desaparecimento total da doença é pouco provável. Fase pré-puberal ocorre a partir dos 2 anos e persiste até a puberdade. As lesões localizam-se principalmente nas regiões flexurais dos joelhos e dos cotovelos, pescoço, pulsos e tornozelos. As pápulas eritematosas e vesículas são substituídas gradualmente por liquenificação (espessamento, escurecimento e acentuação dos sulcos da pele). O prurido está sempre presente e pode ser de difícil controle. Portanto, alternativa A é CORRETA. COMENTÁRIO Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 27 Alternativa B: está INCORRETA, pois do nascimento até o sexto mês de vida é caracterizada por prurido intenso e lesões cutâneas com eritema, pápulas, vesículas e formação de crostas, que se localizam na face e poupam o maciço central. Alternativa C: está INCORRETA, pois as lesões localizam-se principalmente nas regiões flexurais dos joelhos e dos cotovelos, pescoço, pulsos e tornozelos. As pápulas eritematosas e vesículas são substituídas gradualmente por liquenificação. Alternativa D: está INCORRETA, pois as lesões localizam-se principalmente nas regiões flexurais dos joelhos e dos cotovelos, pescoço, pulsos e tornozelos. As pápulas eritematosas e vesículas são substituídas gradualmente por liquenificação. Alternativa E: está INCORRETA, pois alterações pigmentares pós-inflamatórias são frequentes. Resposta: letra A Voltar para o índice PEDIATRIA GERAL 28 SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS Voltar para o índice SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS 29 PB, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY, 201611 Paciente de 3 anos, comunicante de mãe portadora de tuberculose em tratamento, realiza teste tuberculínico e RX de tórax sendo, o primeiro não reator e o RX normal. A conduta mais adequada para o caso, é: A) Afastar do convívio para não infectar o menor B) Repetir o teste tuberculínico com 8 semanas C) Repetir o teste tuberculínico e o RX de tórax com 8 semanas D) Iniciar a isoniazida profilática E) Apenas acompanhar clinicamente por 6 meses Voltar para o índice SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS 30 Na investigação de crianças menores de 10 anos de idade contactantes de um caso de tuberculose pulmonar bacilífera, devem ser solicitados dois exames: a prova tuberculínica e a radiografia de tórax. Quando a radiografia de tórax é normal e aprova tuberculínica é reatora, recomenda-se o tratamento de infecção latente com isoniazida. Porém, quando a prova tuberculínica é não reatora, recomenda-se que seja repetida após oito semanas (a infecção pode ter sido recente). Se esta segunda prova for não reatora, a criança não foi infectada e não é necessário tratamento da infecção latente pela tuberculose. Resposta: letra B COMENTÁRIO Voltar para o índice SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS 31 SP, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JUNDIAÍ, 201512 No tratamento inicial de resgate da crise moderada de asma brônquica no Pronto -Socorro Infantil (PSI), é recomendado: A) brometo de ipatrópio e corticoide oral B) beta 2 agonista inalatório e corticoide inalatório C) beta 2 agonista inalatório e corticoide oral D) beta 2 agonista inalatório e brometo de ipatrópio E) beta 2 agonista inalatório e corticoide injetável Voltar para o índice SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS 32 Nas crises de asma, recomenda-se o uso de beta-2-agonista inalatório a cada 10-30 min na primeira hora, constitui a medida inicial de tratamento e corticoide oral reduzem na inflamação, aceleram a recuperação, reduzem recidivas e hospitalizações e diminuem o risco de asma fatal. Portanto, a alternativa C é CORRETA. Alternativa A: está INCORRETA, pois não se usa brometo de ipratrópio durante as crises Alternativa B: está INCORRETA, pois usa-se o corticoide oral crises de asma Alternativa C: CORRETA Alternativa D: está INCORRETA, pois não se usa brometo de ipratrópio duranteas crises Alternativa E: está INCORRETA, pois o corticoide oral é utilizado como tratamento inicial na crise de asma Resposta: letra C COMENTÁRIO Voltar para o índice SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS 33 RJ, INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT, 201513 Criança, quatro anos, após período febril de dois dias, com pródromos respiratórios leves e picos febris de até 39.9°C, apresenta importante desconforto respiratório sem melhora com a mudança de posição no leito. Ouve-se um estridor intenso e rude. Ao ser atendida pelo pediatra, a paciente está em franca insuficiência respiratória aguda, com cianose central e periférica. Este quadro é sugestivo de: A) broncopneumonia B) aumento do volume de adenoides C) crupe D) epiglote aguda E) traqueolaringite viral Voltar para o índice SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS 34 No caso em questão temos uma criança de 4 anos de idade com acometimento do epitélio respiratório. Inicialmente devemos buscar qual a porção desse epitélio que está sendo prejudicada. Para isso buscamos dois sinais de grande importância: estridor e taquipneia. Na presença do estridor, sabemos que a infecção é na região periglótica. O paciente em questão tem história de quadro febril, evoluindo para desconforto respiratório e estridor, ou seja, pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória. Diante desse quadro teríamos três hipóteses diagnósticas: laringite viral, laringotraqueite bacteriana ou epiglotite aguda. Estamos diante de um paciente que evoluiu rapidamente para piora clínica em franca insuficiência respiratória chegando a apresentar cianose central e periférica. Daqueles três diagnósticos possíveis, o mais grave é a epiglotite. Essa patologia é mais comum em pré-escolares, entre os 2 e 5 anos de idade, sendo a forma mais grave de obstrução inflamatória aguda das vias aéreas superiores. Apresenta evolução rápida, com febre alta, dor de garganta, sialorreia importante, dispneia e obstrução respiratória rapidamente progressiva. COMENTÁRIO Voltar para o índice SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS 35 A posição de tripé é patognomônica: a criança acorda no meio da noite com dificuldade respiratória e senta com o tronco para a frente e o pescoço em hiperextensão. O tratamento é de emergência, pois pode haver evolução para obstrução total das vias aéreas e óbito. O paciente deve ser hospitalizado e está indicada a intubação traqueal ou traqueostomia e início imediato de antibioticoterapia endovenosa. Resposta: letra D Voltar para o índice SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS 36 SC, SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SANTA CATARINA, 201014 Em relação à escarlatina, assinale a alternativa incorreta: A) A penicilina é o antibiótico de escolha para tratamento. B) A palidez perioral (sinal de Filatow) é característica da doença. C) A descamação laminar da pele é uma das características da doença. D) O afastamento da escola deve ocorrer até que todas as lesões estejam em fase de crosta. E) Está frequentemente associada à faringoamigdalite estreptocócica. Voltar para o índice SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS 37 A escarlatina é uma doença exantemática causada por cepas de estreptococo beta-hemolítico do grupo A, produtoras de exotoxina pirogênica e cursa com um exantema que caracteristicamente surge após um curto período prodrômico no qual, grande maioria dos casos, se evidencia uma faringoamigdalite pultácea. Este exantema é descrito como micropapular e associa-se à palidez peribucal, sinal de Filatov, altamente sugestivo da doença; desaparece após sete dias, deixando descamação lamelar, incluindo a face a região palmoplantar. O tratamento de escolha deve ser feito com Penicilina G benzatina, sendo os macrolídeos reservados para os quadros de alergia. A transmissão da infecção decorre através de gotículas de saliva e de secreções nasais eliminadas pelo doente. O indivíduo infectado deixa de transmitir a infecção 24 horas após o início do tratamento com antibiótico adequado, não sendo necessário o afastamento escolar por período superior. A formação de crostas para o retorno às aulas deve ocorrer em outra doença exantemática, a varicela. Resposta: letra D COMENTÁRIO Voltar para o índice SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS 38 NEONATOLOGIA Voltar para o índice NEONATOLOGIA 39 PB, SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE JOÃO PESSOA, 201715 As infecções perinatais afetam 0,5 a 2,5% de todos os nascimentos e constituem um grande problema de saúde pública pela elevada morbimortalidade”. - Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatra. Os patógenos mais comuns foram agrupado sob a denominação de TORCHS. Sobre o tratamento dessas infecções perinatais, é correto afirmar: A) Na Toxoplasmose Congênita e na Rubéola Congênita utilizamos Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido Folínico. B) Para a Rubéola Congênita e Herpes simples não há tratamento específico. C) Na Citomegalovirose usamos Espiramicina e na Sífilis Congênita usamos a Penicilina Benzatina. D) Em caso de infecção por Herpes Simples utilizamos o Aciclovir e na Citomegalovirose podemos usar o Ganciclovir. E) Na Sífilis Congênita utilizamos a penicilina Benzatina e na Toxoplasmose Congênita não há tratamento específico. Voltar para o índice NEONATOLOGIA 40 Alternativa A: INCORRETA. O tratamento realizado com Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico é instituído para a toxoplasmose congênita e não para a rubéola congênita. Alternativa B: INCORRETA. No caso da infecção pelo vírus Herpes simples pode ser feito o tratamento com o aciclovir. Alternativa C: INCORRETA. Na citomegalovirose, o ganciclovir é a grande alternativa de tratamento, e não a espiramicina. Alternativa D: CORRETA. O aciclovir é a droga de escolha para a infecção perinatal pelo Herpes simples e o ganciclovir para a citomegalovirose. Alternativa E: INCORRETA. Conforme comentário da alternativa A, a toxoplasmose congênita tem, sim, tratamento específico. Resposta: letra D COMENTÁRIO Voltar para o índice NEONATOLOGIA 41 RJ, SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE - RIO DE JANEIRO, 201316 São fatores de risco para a sepse neonatal precoce, EXCETO: A) Colonização genital pelo Streptococo beta-hemolítico do grupo B B) Ruptura prolongada de membranas (maior que 10 horas) C) Parto prematuro D) Asfixia perinatal Voltar para o índice NEONATOLOGIA 42 Os fatores de risco que devemos buscar na história para pensarmos no diagnóstico de sepse neonatal podem ser divididos em fatores maternos e do RN. Os principais fatores maternos são: a presença de ruptura prolongada das membranas ovulares, a corioamnionite, a infecção do trato urinário e a colonização cervical pelo estreptococo do grupo B (Streptococcus agalactiae). Um tempo de ruptura superior a 18 horas associa-se a um maior risco de infecção. A infecção urinária no terceiro trimestre associa-se tanto ao trabalho de parto prematuro quanto à corioamnionite (infecção urinária no parto tem ainda maior risco). Já os fatores do RN incluem a prematuridade e o baixo peso ao nascer, o sexo masculino (por motivos pouco esclarecidos), primeiro gemelar, taquicardia fetal e a presença de asfixia (apgar no quinto minuto menor que 7). Alternativa A: CORRETA. De acordo com o comentário do autor. Alternativa B: INCORRETA. O maior risco está relacionado quando há rotura de membranas por mais de 18 horas. (continua na próxima página) COMENTÁRIO Voltar para o índice NEONATOLOGIA 43 Alternativa C: CORRETA. A prematuridade é um importante fator de risco para a sepse neonatal. Alternativa D: CORRETA. A asfixia surge como um fator de risco quando consideramos o Apgar no quinto minuto menor que 7 visto que a própria presença de asfixia pode nos indicar que a criança está nascendo com um quadro infeccioso. Resposta: letra A NEONATOLOGIA Voltar parao índice NEONATOLOGIA 44 RJ, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, 201717 Recém nascido com toxoplasmose congênita é considerado normal no período perinatal. A possibilidade de envolvimento ocular: A) Ocorre em menos da metade destas crianças B) Estará relacionada á gravidade dos achados que possam vir a surgir C) É descartada quando a criança é normal ao nascer D) É grande, já que nestes casos a maioria das crianças irá apresentá-lo Voltar para o índice NEONATOLOGIA 45 Devemos estar atentos e lembrar que, mesmo os recém-nascidos assintomáticos, com diagnóstico de toxoplasmose congênita, deverão ser tratados, pois o risco de desenvolvimento de manifestação oculares é alto com o passar o tempo. Aceita- se que mais de 50% dos recém-nascidos sejam assintomáticos, mas praticamente todos irão desenvolver as alterações. Resposta: letra D COMENTÁRIO Voltar para o índice NEONATOLOGIA 46 PR, ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ, 201518 No atendimento na sala de parto de um recém-nascido a termo, saudável e com boa vitalidade ao nascer, está chorando, com tônus em flexão, sem líquido amniótico meconial, e não necessita de nenhuma manobra de reanimação. Com base nesses dados, avalie as afirmações a seguir. Recomenda-se que o clampeamento do cordão umbilical seja efetuado em um a três minutos após a extração do concepto do útero materno. Porque o clampeamento tardio do cordão é benéfico com relação aos índices hematológicos na idade de 3 a 6 meses, embora possa elevar a necessidade de fototerapia por hiperbilirrubinemia indireta na primeira semana de vida. Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção CORRETA: A) As duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda é falsa. D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é verdadeira. E) As duas asserções são proposições falsas. Voltar para o índice NEONATOLOGIA 47 Estamos diante de um recém-nascido com boa vitalidade ao nascimento e que não requer manobras de reanimação no atendimento na sala de parto. Nesses casos, o clampeamento do cordão umbilical deve ser realizado entre um a três minutos após a extração do concepto do útero e a primeira assertiva é correta. A segunda assertiva, por sua vez, está correta e justifica a primeira. O clampeamento é feito desse modo pois demonstrou-se que resulta em efeitos benéficos nos índices hematimétricos entre os 3 e 6 meses de vida. Entretanto, tal conduta também leva a um aumento na necessidade de fototerapia por hiperbulirrubinemia indireta na primeira semana de vida. Resposta: letra A COMENTÁRIO Voltar para o índice NEONATOLOGIA 48 TO, FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, 201719 As infecções congênitas causadas pelo grupo das TORCHS manifestam-se clinicamente de forma semelhante porém algumas manifestações são muito características de cada uma delas. Diante disso, é INCORRETO afirmar que: A) A catarata/glaucoma congênitos, doença cardíaca congênita, comprometimento auditivo e retinopatia pigmentar são características da rubéola congênita. B) A toxoplasmose pode se manifestar classicamente com hidrocefalia, coriorretinite, calcificações intracranianas, retardo mental, perda auditiva importante em grande parte dos casos. C) RN com citomegalovírus congênito pode nascer assintomático com baixas taxas de mortalidade mas ao longo do desenvolvimento pode apresentar perda auditiva, retardo mental, espasticidade motora e microcefalia. D) RN portador de herpes simples podem apresentar um quadro de doença neurológica isolada, com microcefalia, cegueira e cistos porencefálicos. E) A infecção neonatal por Herpes simples funciona como uma verdadeira ameaça a vida podendo se manifestar com quadro de sepse neonatal precoce acometendo vários órgãos com anemia, manifestações hemorrágicas e distúrbios respiratórios/ circulatórios. Voltar para o índice NEONATOLOGIA 49 TORCHS é uma sigla que representa importantes infecções congênitas: Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus, Herpes Simples e Sífilis. A maioria dos recém-nascidos infectados é assintomático. A apresentação clássica da toxoplasmose é a tríade clássica de Sabin: coriorretinite, calcificações intracranianas grosseias e hidrocefalia do tipo obstrutiva. Outros sintomas possíveis são prematuridade, restrição ao crescimento intrauterino, anemia, trombocitopenia, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, icterícia, exantemas, dermatite esfoliativa, miocardite, entre outros. A Rubéola congênita tem como manifestação mais comum a surdez bilateral ou isolada. Alterações oculares (catarata) e cardíacas (malformações diversas, principalmente PCA) também caracterizam a doença. Na citomegalovirose o quadro clínico mais comum é o neurológico, representado por microcefalia e calcificações intracranianas periventriculares. O paciente ainda pode cursar com coriorretinite, perda auditiva neurossensorial, petéquias e trombocitopenia. A infecção pelo Herpes Simplex pode apresentar forma COMENTÁRIO Voltar para o índice NEONATOLOGIA 50 Resposta: letra B localizada, forma neurológica ou forma disseminada. A forma localizada se caracteriza por ceratoconjuntivite, coriorretinite, úlcera de córnea, catarata e atrofia óptica além de lesões cutâneas vesiculares. Na forma neurológica o paciente pode apresentar letargia, irritabilidade, convulsões, crises de apneia e febre alta. A forma disseminada é a mais grave uma vez que encontramos acometimento do SNC e diseminação visceral. As manifestações clínicas incluem vômitos, anorexia, irritabilidade, desconforto respiratório, convulsões, icterícia, hepatoesplenomegalia e petéquias. O comprometimento neurológico se caracteriza por uma meningoencefalite grave, podendo levar à necrose hemorrágica do lobo temporal. Voltar para o índice NEONATOLOGIA 51 Em relação à Displasia de Desenvolvimento do Quadril (DDQ), considere as afirmativas abaixo: 1. São considerados fatores de risco o sexo masculino, história familiar de DDQ, a apresentação pélvica e o oligodrâmnio. 2. A DDQ deve ser pesquisada utilzando-se a manobra de Ortolani, a ser realizada nos dois primeiros dias de vida, enquanto o recém-nascido permanecer hospitalizado e, mais tarde, no ambulatório de seguimento de puericultura, até os 6 meses de idade. 3. A Manobra de Barlow permite verificar se a cabeça do fêmur é ou não luxável. 4. A assimetria de pregas glúteas, denominada sinal de Peter Bade, pode ser um sinal indireto de DDQ, porém 30% das crianças normais apresentam tal assimetria. 5. A radiografia de articulação coxo-femoral é o exame de escolha até o 4º mês de vida para confirmação do diagnóstico de DDQ. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras B) Somente as afirmativas 3 e 5 são verdadeiras C) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras D) Somente as afirmativas 3, 4 e 5 são verdadeiras E) Somente as afirmativas 1,3, 4 e 5 são verdadeiras PR, HOSPITAL DAS CLÍNICAS DO PARANÁ, 201620 Voltar para o índice NEONATOLOGIA 52 Os fatores de risco para a DDQ incluem: sexo feminino, raça branca, primiparidade, mãe jovem, apresentação pélvica ao nascimento, história familiar, oligohidrâmnio, recém-nascido com maiores peso e altura e com deformidades nos pés ou na coluna vertebral. A radiografia convencional tem um valor limitado na confirmação diagnóstica da DDQ nos recém-nascidos, pois as epífises femorais proximais (cabeças dos fêmures) não estão ossificadas até os quatro a seis meses de vida. Por outro lado, a ultrassonografiado quadril do neonato tem um potencial óbvio nas crianças desta faixa etária, pois evidenciará claramente as estruturas cartilaginosas que são precariamente delineadas pela radiografia simples. As afirmativas 2, 3 e 4 estão totalmente corretas. Resposta: letra C COMENTÁRIO Voltar para o índice NEONATOLOGIA 53 CARDIOPEDIATRIA Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 54 SP, ASSOCIAÇÃO DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE OURINHOS, 201821 Um médico está cuidando de um paciente de 9 meses de idade, que foi intubado por desconforto respiratório e desenvolveu parada cardiorrespiratória. A reanimação foi iniciada e o monitor cardíaco mostra imagem de assistolia. A criança está sem acesso venoso, e já foram feitas várias tentativas de acesso periférico. Qual é a conduta mais adequada? A) Administração de atropina por via intraóssea B) Ventilação com bolsa valva e máscara C) Administração de epinefrina no tubo traqueal D) Tentativa de desfibrilação elétrica Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 55 Alternativa A: INCORRETA. A atropina é recomendada no tratamento de bradicardia sintomática causada por bloqueio atrioventricular ou aumento da atividade vagal (durante a intubação). A dose recomendada de 0,02mg/kg e dose máxima de 0,5mg para crianças e 1mg para adolescentes. Quando a via endovenosa não foi disponível, a via traqueal pode ser utilizada. Alternativa B: INCORRETA. A criança já encontra-se com via área definitiva. Alternativa C: CORRETA. Os ritmos mais comuns que necessitam de RCP em crianças são a assistolia e a bradicardia. Na criança com bradicardia sintomática, que não responde com ventilação efetiva e suplementação de oxigênio, a epinefrina pode ser usada na dose 0,01mg/kg (0,1ml/kg da solução 1:10.000) via endovenosa e intraóssea ou, na ausência de acesso vascular, 0,1mg/kg (0,1mL/kg da solução 1:1.000) por via traqueal. Alternativa D: INCORRETA. A assistolia é um ritmo que não responde ao choque elétrico, ou seja, ritmo não chocável. Resposta: letra C COMENTÁRIO Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 56 RJ, FUNDAÇÃO JOÃO GOULART - HOSPITAIS MUNICIPAIS, 201822 Menino, filho de pais analfabetos que vieram do interior, foi examinado pela 1ª vez aos 4 meses quando seus pais chegaram ao Rio de Janeiro. Mãe relata que seu filho nasceu em casa e que desde então ele ficava cansadinho e arroxeado ao chorar, mamar e quando fazia força para evacuar. Ao exame, constatou-se tinha sopro cardíaco à ausculta e o ecocardiograma confirmou Tetralogia de Fallot. Nessa cardiopatia congênita pode-se encontrar a seguinte alteração: A) Estenose tricúspide B) Insuficiência pulmonar C) Comunicação interatrial D) Hipertrofia ventricular direita Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 57 A tetralogia de Fallot é uma das cardiopatias congênitas cianóticas cujo defeito primário é um desvio anterior do septo infundibular. As consequências deste desvio são: 1) obstrução à saída do ventrículo direito (estenose pulmonar), 2) defeito do septo ventricular (CIV), 3) dextroposição da aorta com substituição do septo ventricular, e 4) hipertrofia ventricular direita. Resposta: letra D COMENTÁRIO Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 58 PA, H.U. BETTINA FERRO DE SOUZA/JOÃO BARROS BARRETO, 201823 Adolescente de 17 anos, grávida de gêmeos, com diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico desde os sete anos de idade, durante o seu pré-natal houve suspeita de cardiopatia em um dos fetos. Após o nascimento de dois meninos com 35 semanas de idade gestacional, o pediatra reconheceu uma cardiopatia congênita em um dos neonatos depois de realizar exame físico, eletrocardiograma e ecocardiograma. A cardiopatia observada foi: A) Coarctação de aorta B) Tetralogia de Fallot C) Anomalia de Ebstein D) Cardiomiopatia hipertrófica E) Bloqueio atrioventricular total congênito Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 59 BAV total congênito: Lupus neonatal, devido a anticorpos maternos (anti-Ro e Anti-La) que cruzam a placenta, é responsável por 60 a 90% dos casos de BAV total congÊnito. Outras causas incluem miocardite e outro vários tipo de defeitos congênitos como, transposição das grandes artérias, discordância átrio-venricular e outros. Também pode ocorre BAVT congênito, em determinadas famílias, como traço autossômico dominante. BAV total adquirido: causas compreendem miocardite, doença de Lyme, febre reumática aguda, infarto miocárdico, trauma dano cirúrgico e cardiomiopatia. Resposta: letra E COMENTÁRIO Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 60 RJ, INSTITUTO NACIONAL DE TRAUMATOLOGIA E ORTOPEDIA, 201624 Qual das cardiopatias congênitas abaixo é acianótica? A) Tetralogia de Fallot B) Anomalia de Ebstein C) Transposição dos grandes vasos D) Atresia da artéria pulmonar E) Comunicação interventricular (CIV) 61 Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA Alternativa A: INCORRETA. A Tetralogia de Fallot é a cardiopatia congênita cianótica mais comum da infância, caracterizada por quatro achados típicos: estenose pulmonar, comunicação interventricular perimembranoso, dextroposição da aorta e hipertrofia ventricular direita. Alternativa B: INCORRETA. A Anomalia de Ebstein trata-se de uma alteração na valva tricúspide, com deslocamento intraventricular dos folhetos septal e posterior, com consequente atrialização de parte da cavidade ventricular direita. Nos recém- nascidos, ocorre insuficiência cardíaca com importante cardiomegalia e cianose central. Alternativa C: INCORRETA. A Transposição dos grandes vasos caracteriza-se por uma relação anormal entre as artérias e os ventrículos, de modo que a aorta nasce do ventrículo direito, enquanto a artéria pulmonar emerge do ventrículo esquerdo, acarretando cianose. Alternativa D: INCORRETA. Na atresia pulmonar não existe comunicação entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar, sendo o canal arterial a única forma de suprimento sanguíneo pulmonar. Quase a totalidade do sangue venoso que COMENTÁRIO Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 62 chega ao átrio direito é desviada para o átrio esquerdo, seguindo para o ventrículo esquerdo e a aorta, levando à cianose. Alternativa E: CORRETA. A comunicação interventricular caracteriza-se pela comunicação entre os ventrículos, com desvio do sangue das cavidades de maior pressão (esquerda) para as cavidades de menor pressão (direita), aumentando o shunt conforme diminui a resistência vascular pulmonar, provocando hiperfluxo pulmonar. O paciente comumente apresenta taquipneia, dispneia aos esforços e interrupção das mamadas, sendo o quadro clínico muito dependente da magnitude do shunt. Resposta: letra E Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 63 MA, SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO MARANHÃO, 201725 O teste do coraçãozinho de um recém-nascido a termo, 39 semanas de idade gestacional, sexo feminino, foi realizado com 32 horas de vida: saturação do MSD (mão direita), 95% e MID (pé direito), 96%. Recebeu alta do berçário, clinicamente bem. Com 2 meses de idade, na consulta de puericultura, a pediatra solicitou exames que confirmaram a existência de uma cardiopatia congênita. Qual o diagnóstico mais provável? A) Comunicação interventricular grande. B) Atresia tricúspide. C) Atresia pulmonar. D) Síndrome de hipoplasia do coração esquerdo. E) Transposição de grandes vasos (transposição de grandes artérias). Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 64 O \”teste do coraçãozinho\” ou teste da oximetria de pulso é uma avaliação que faz parte da triagem neonatal obrigatória e tem como objetivo permitir a identificação precoce de algumas cardiopatias congênitas críticas (condições que poderão evoluir com grave deterioração clínica quando começar a ocorrer o fechamento docanal arterial). O teste é realizado entre 24 e 48 horas e consiste na avaliação do oximetria do membro superior direito (que sempre informa a saturação pré-ductal) e de um dos membros inferiores (que sempre informa a saturação pós-ductal). O teste é considerado normal quando a saturação em ambas as medidas é maior ou igual a 95% e a diferença entre os membros é menor do que 3%. Quando é encontrada alguma alteração, a primeira conduta é repetir o teste após uma hora. Caso a alteração se mantenha, a conduta é realizar um ecocardiograma em até 24 horas. As cardiopatias indicadas nas alternativas B, C, D e E são exemplos de situações COMENTÁRIO Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 65 Resposta: letra A as quais pode haver grave deterioração clínica no momento do fechamento do canal arterial e, em todas elas, o fluxo pulmonar ou o fluxo sistêmico são dependentes da presença de um shunt através do canal arterial. Já a comunicação interventricular , que é a cardiopatia congênita mais comum, não é detectada por essa alteração. Vale lembrar que não haveria a indicação para a solicitação rotineira de quaisquer exames radiológicos em uma criança de dois meses. Tais exames devem ter sido solicitados pela identificação de alguma alteração na anamnese ou no exame físico da criança. Voltar para o índice CARDIOPEDIATRIA 66 MATERIAIS RELACIONADOS Voltar para o índice MATERIAIS RELACIONADOS 67 Se você gostou deste E-Book, então acreditamos que você também irá gostar do App Sanar Residência Médica. 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