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Slides de Aula - Unidade III

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Prof. Dr. Mário Caldeira
UNIDADE III
História da Arquitetura
no Brasil
 A construção da nova capital do Brasil foi efetivamente um marco, não apenas pela 
construção em si, mas porque ela se tornou uma referência para as profundas mudanças 
pelas quais o país começou a passar. Vejamos a seguir algumas dessas transformações que 
afetaram a arquitetura e a urbanização no país.
 População: quando Brasília foi construída havia pouco mais de 70 milhões de habitantes no 
país. Ao longo de 60 anos a população triplicou, aumentando para mais de 210 milhões de 
habitantes. Isso representa uma demanda gigantesca por novas construções e espaços, 
principalmente habitações de qualidade.
 Urbanização: desde a década de 1950, a população urbana 
(número de pessoas que residem em cidades) vem crescendo 
em alta velocidade. Naquela época 64% da população total 
vivia no meio rural. Hoje, mais de 82% vive no meio urbano. A 
demanda por espaço urbano e novos programas 
arquitetônicos acompanhou esse forte movimento. 
Contextualização do período pós-Brasília
 Industrialização: até a década de 1950 o Brasil ainda era um país essencialmente rural, em 
lenta transformação nessa área desde a década de 1930. Em 1946, foi inaugurada a 
primeira grande siderúrgica brasileira, a Companhia Siderúrgica Nacional. Em 1953, foi 
criada a Petrobras, principal estatal do setor petroleiro no país. Após a década de 1950 as 
construções para instalações industriais aumentam vertiginosamente. Com isso, amplia-se a 
oferta de materiais para construção civil e os processos de construção modernizam-se na 
arquitetura e na engenharia. Esse processo continua até hoje.
 Financiamento da construção habitacional: o financiamento 
habitacional, público ou privado, tornou-se, a partir de meados 
da década de 1980, um serviço bancário razoavelmente 
acessível para a maioria das faixas de renda, dentro das 
chamadas fases 3 e 4 de transformação desse tema da 
construção habitacional. No entanto, para a população de 
renda muito baixa o acesso a financiamento ainda era e é 
muito limitado.
Contextualização do período pós-Brasília
 Expansão do setor de serviços: após a década de 1960, o setor de serviços começa a se 
ampliar e necessitar de novas construções, principalmente edifícios comerciais, escolas e 
universidades privadas, escritórios de pequeno e de grande porte, construções destinadas à 
saúde, edifícios bancários, redes hoteleiras etc. Isso acontece tanto no setor público quanto 
privado, em forma de ondas. Esses momentos de expansão da construção acompanham a 
evolução da economia do país e continuam até hoje.
 Cursos de Arquitetura e Urbanismo: até a década de 1990, 
havia poucos cursos de arquitetura e urbanismo pelo país, e a 
maioria deles se concentrava na Região Sudeste. A partir de 
então e até a década de 2010, há um grande aumento no 
número de cursos, com destaque para uma participação cada 
vez maior de mulheres na área. Outro aspecto relevante a 
partir dos anos 1990 é uma maior divulgação da profissão em 
um país que, historicamente, os profissionais ligados à 
construção eram geralmente engenheiros. E a partir da 
década de 2010 as mulheres tornaram-se maioria 
na profissão. 
Contextualização do período pós-Brasília
 A expansão do setor de serviços levou à realização de 
inúmeros projetos de edifícios verticais destinados a 
escritórios administrativos de empresas. É nessa época, 
a partir de meados dos anos 1960 e início dos 1970, que 
começa a transformação da Avenida Paulista em centro 
de negócios. E um dos edifícios mais representativos 
desse período é o Edifício Luiz Eulálio Bueno Vidigal 
Filho, sede da Fiesp-Ciesp-Sesi, projeto do arquiteto 
Rino Levi (1901-1965) inaugurado em 1979.
Contextualização do período pós-Brasília
Sede da Fiesp-Ciesp-Sesi na Avenida 
Paulista, São Paulo, SP. É o edifício em 
forma de tronco de pirâmide, e foi 
inaugurado em 1979. Autoria: Rino Levi 
Arquitetos Associados.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/common
s/f/fe/Fiesp2007.JPG. Acesso em: 03 jun. 
2022.
 A Avenida Paulista, desde que começou a se transformar em centro 
de negócios, além de ter sua densidade habitacional aumentada ao 
longo das décadas de 1960 e 1970, teve novas mudanças e a partir 
dos anos 1990 recebeu vários equipamentos culturais. Um dos 
primeiros foi o Centro Cultural Itaú, projetado pelo engenheiro (mas 
que todos consideravam arquiteto pela sua forma de trabalhar) Ernest 
Mange. O edifício também é um dos poucos que usam de forma 
intensa e plástica a estrutura em aço, material ainda pouco usado na 
arquitetura no Brasil quando comparado ao concreto armado.
Contextualização do período pós-Brasília
Centro Cultural Itaú, São Paulo, SP, inaugurado em 1995. 
Autoria: Ernest Robert de Carvalho Mange e equipe do 
Instituto Cultural Itaú.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4e/Building_in_
Avenida_Paulista%2C_Brazil_5.jpg/. Acesso em: 27 maio 2022.
 Como visto anteriormente, a arquitetura moderna aos poucos começa a se inserir pelo país, 
partindo da década de 1920 e se tornando predominante no ensino universitário e nas 
principais obras pelas décadas seguintes. A partir da década de 1960, tem início um 
processo de mudança nos projetos, uma revisão, seja de dentro para fora, seja por 
influências externas, tanto europeias quanto norte-americanas.
 Assim, após a década de 1950 há uma busca intensa por 
novas possibilidades, como visto anteriormente: interpretações 
do brutalismo europeu, a influência do pós-modernismo, o uso 
generalizado do concreto armado aparente etc. Isso é válido 
apenas para alguns projetos maiores, algumas residências e 
prédios públicos. A população em geral tinha pouco acesso a 
profissionais de arquitetura. Nesse contexto é que a partir dos 
anos 1970 surgem arquitetos e arquitetas, individualmente ou 
em grupos, que começam a trilhar novos caminhos.
Arquitetura pós-moderna no Brasil
 É possível afirmar que a arquitetura pós-moderna, seja a de origem europeia ou norte-
americana, foi aplicada no Brasil, mas, como sempre, com uma interpretação tupiniquim 
bastante característica e de acordo com a região do país. Essa linguagem não perdurou 
muito tempo, mas deixou traços interessantes no país.
 Veremos aqui alguns projetos que se destacaram na época, entre 1970 e 1980. É importante 
perceber que a linguagem pós-moderna no Brasil não se consolidou com um léxico único, 
mas muito mais com algumas atitudes formais e construtivas, como o uso de materiais de 
acabamento ao invés do concreto armado aparente, a aplicação de referências pós-
modernas europeias ou releituras de sistemas construtivos e linguagens antigas.
Arquitetura pós-moderna no Brasil
 O projeto do Ginásio de Guarulhos, Santo André, 
SP possui muitas das soluções arquitetônicas que 
foram utilizadas pelos arquitetos e arquitetas que 
seguiram a linha da Escola Paulista em meados do 
século XX. Isso pode ser dito principalmente pelo 
uso do concreto armado, a aplicação de grandes 
vãos e de uma sequência de pórticos equidistantes 
que funcionam como módulo projetual.
Arquitetura pós-moderna no Brasil
Escola Crispiniano Conselheiro 
(antigo Ginásio de Guarulhos), 
Guarulhos, SP, 1960. Acima, planta 
do pavimento principal e abaixo 
vista externa mostrando o desnível 
do terreno. Projeto de João Batista 
Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi. 
Vista externa e planta do 
pavimento.
Fonte: ARTIGAS, R. Vilanova Artigas. 
São Paulo: Terceiro Nome, 2015.
 No projeto da Escola Conceiçãozinha, a estratégia projetual usada é semelhante à da Escola 
31 de Março, mas a linguagem construtiva e formal usando arcos em tijolo e tesouras de 
madeira é uma leitura de sistemas antigos, o que é uma característica da pós-modernidade.
Arquitetura pós-moderna no Brasil
Escola Pastor Francisco Paiva de 
Figueiredo (Escola “Conceiçãozinha”), 
Guarujá, SP,1976. Projeto de João Batista 
Vilanova Artigas.
Fonte: ARTIGAS, R. Vilanova Artigas. São 
Paulo: Terceiro Nome, 2015.
 O edifício Terra Brasilis seria, a princípio, apenas mais 
um edifício de escritórios em São Paulo, mas chamou a 
atenção pelo coroamento diferenciado, que usa citações 
arquitetônicas, como as estrelas que formam a 
constelação do Cruzeiro do Sul e os revestimentos 
coloridos em uma movimentada volumetria. Tudo muito 
diferente dos paradigmas da Escola Paulista e do seu 
onipresente concreto armado aparente.
Arquitetura pós-moderna no Brasil
Edifício Terra Brasilis, final da década de 
1980. Projeto de Jorge Königsberger e 
Gianfranco Vannuchi. São Paulo, SP. 
Fonte: Revista Projeto, n. 137, dez. 1990/jan. 
1991, p. 63. Foto: Renata Castello Branco.
 Em Minas Gerais, um grupo de arquitetos opta por realizar projetos com uma linguagem pós-
moderna mais próxima do que era feito no exterior, com uma dose de humor também. Mas 
no projeto do Palácio Arquiepiscopal em Mariana, a pós-modernidade foi manifestada na 
reinterpretação de uma linguagem construtiva e formal das residências coloniais brasileiras. 
Atitude semelhante havia sido feita por outros arquitetos nos projetos de estações do metrô 
em São Paulo, mas com uma vertente mais modernista.
Arquitetura pós-moderna no Brasil
Palácio Arquiepiscopal, Mariana, MG. 
Projeto de Éolo Maia, Jô 
Vasconcellos e Sylvio Emrich de 
Podestá. Projeto de 1982-83.
Fonte: 
https://www.google.com.br/maps/@-
20.3795804,-
43.4173829,231m/data=!3m1!1e3. 
Acesso em: 20 maio 2022.
 Um dos edifícios desse período que até hoje chama muito a atenção (tanto que é conhecido 
como “Rainha da Sucata”) é a atual sede do Museu de Mineralogia, na Praça da Liberdade, 
em Belo Horizonte. Apesar da aparente somatória de formas e materiais desconexos, de fato 
o projeto é uma reunião intencional de vários elementos arquitetônicos encontrados na 
própria praça, uma conjunção de citações e referências.
Arquitetura pós-moderna no Brasil
Centro de Apoio Turístico Tancredo 
Neves, hoje Museu de Mineralogia 
Professor Djalma Guimarães, Praça 
da Liberdade, Belo Horizonte, MG. 
Projeto feito em 1984/85 por Sylvio 
Emrich de Podestá e Éolo Maia 
e equipe.
Fonte: 
https://www.google.com.br/maps/@-
19.9324621,-43.9387752,17z. Acesso 
em: 26 maio 2022.
 O planejamento urbano é uma modalidade que teve muitas mudanças ao longo do tempo no 
Brasil. Mas é possível afirmar que essa disciplina começa no final do século XIX. É 
importante lembrar que havia algum planejamento na ocupação territorial por parte dos 
portugueses, apesar das limitações técnicas e restrições políticas.
 De um modo geral, o planejamento urbano no Brasil pode ser compreendido 
aproximadamente em 4 fases. Vários pesquisadores, como Flávio Villaça e Maria Cristina da 
Silva Leme, têm se debruçado para entender esse processo e como ele afetou e afeta as 
nossas cidades. São elas:
 1ª fase – planos de embelezamento (1875-1930)
 2ª fase – planos de conjunto (1930-1965)
 3ª fase – planos de desenvolvimento integrado (1965-1971)
 4ª fase – planos sem mapas (1971-1992)
 Os planos são os projetos e textos que determinavam o que e 
como deveria ser feito no espaço urbano.
Urbanismo pós-Brasília
1ª fase – planos de embelezamento (1875-1930)
 Nessa fase, os planos eram basicamente cópias do que se fazia na Europa, e consistiam 
basicamente em eliminar ocupações de população de baixa renda, alargar vias nas áreas 
mais centrais, inserir infraestrutura (principalmente saneamento) e criar parques e praças, 
elaborar legislação urbanística, reformar e reurbanizar áreas portuárias. Geralmente as 
intervenções desses planos eram pontuais, na maioria das vezes no centro da cidade.
2ª fase – planos de conjunto (1930-1965)
 Nessa fase, os planos passaram a incluir toda a cidade, 
buscando uma integração entre a área central e os bairros, e 
destes entre si, com a criação de sistemas de vias e de 
transportes. É implantado o zoneamento, como o conhecemos 
hoje, e a legislação urbanística para controle do uso e 
ocupação do solo. Dois dos principais representantes dessa 
fase são Plano de Alfred Agache, para o Rio de Janeiro, e o 
Plano de Avenidas de Prestes Maia, para São Paulo, ambos 
elaborados em 1930.
Urbanismo pós-Brasília
3ª fase – planos de desenvolvimento integrado (1965-1971)
 Os planos elaborados até aqui são unicamente físico-territoriais, e a partir desta fase são 
incorporados aspectos como os econômicos e sociais. Outra característica marcante dessa 
fase é que os planos tinham um caráter técnico-científico na sua elaboração, eram muito 
genéricos e a implementação das suas diretrizes na cidade real era muito difícil ou 
impossível. Essa distância dos planos dessa fase em relação à realidade e a dificuldade da 
sua aplicação tinham relação com a organização do Estado, cada vez maior e mais 
burocrática, e a falta de interesse por parte das classes dominantes. O principal exemplo 
dessa fase é o Plano Doxiadis, para o Rio de Janeiro, em 1965.
Urbanismo pós-Brasília
4ª fase – planos sem mapas (1971-1992)
 Os planos feitos nessa fase parecem ser o resultado da ineficácia dos superplanos feitos na 
terceira fase, e que acabavam esquecidos nas prateleiras da administração pública. No seu 
lugar são feitos planos bem simples, principalmente por técnicos das prefeituras, sem muitos 
desenhos e com levantamentos limitados.
 O período posterior a essas fases ainda é objeto de estudo por 
parte dos pesquisadores, mas é possível afirmar que, com a 
Constituição de 1988 e a legislação que criou o Estatuto da 
Cidade em 2001, o papel do planejamento urbano mudou 
significativamente. Hoje os instrumentos de que um município 
dispõe para gerenciar o espaço urbano são eficientes e úteis, 
quando corretamente aplicados: o Plano Diretor, as Operações 
Urbanas Consorciadas, a forma de financiamento de obras 
públicas, são consequências dessa legislação. Também é 
importante destacar o tratamento dado às ocupações de 
populações de baixa renda e a maneira de intervir na cidade 
de forma mais pontual, menos generalista.
Urbanismo pós-Brasília
 A pedestrianização de ruas centrais na cidade de São Paulo começa em 1976, com mais de 
20 ruas sendo fechadas ao tráfego de veículos. Essa proposta é feita em um contexto de 
profundas mudanças pelas quais a região central da cidade passava desde a década de 
1960. Muitos textos da época, e ainda hoje, falam em “decadência”, “empobrecimento” e 
abandono dessa região. No entanto, por outro lado, assim como outras regiões centrais de 
grandes cidades, é uma área urbana extremamente importante, com grande oferta de 
empregos, serviços, boa infraestrutura e acessibilidade. 
A pedestrianização de áreas centrais
Calçadão no centro de São Paulo, SP. 
A pedestrianização de várias ruas da 
região central da maior cidade do 
Brasil gera debates e muitas 
controvérsias até hoje.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/co
mmons/8/8f/Centro_de_S%C3%A3o_Paul
o_-_%2817122118315%29.jpg. Acesso 
em: 09 maio 2022.
 O Rio-Cidade foi um programa de intervenção urbana feito pela prefeitura do Rio de Janeiro 
entre 1993 e 2007 (hoje seria chamado de urbanismo tático). Sua proposta, assim como 
intervenções feitas em outras cidades, era melhorar o desenho urbano da cidade, em 
propostas pontuais e na escala do pedestre, em vários bairros nobres e de classe média.
Programa “Rio Cidade”
Projeto de desenho urbano no bairro do Leblon, Rio de 
Janeiro, RJ. Observe o cuidado com o projeto da calçada e a 
relação com a rua.
Fonte: https://www.google.com.br/maps/@-22.9864246,-
43.2290284,3a,75y,163.49h,84.44t/data=!3m6!1e1!3m4!1s1gWfn5
BcStDbf-pLienYBQ!2e0!7i16384!8i8192. Acesso em: 09 maio 2022.
 Com projeto de Jorge Wilheim (1928-2014) e da 
paisagista Rosa Grena Kliass (1932- ), a reurbanização do 
Vale do Anhangabaú foi resultado deum concurso público 
realizado em 1980. Concluída em 1992, foi um tipo de 
reurbanização e intervenção paisagística e urbana de 
grande escala, mas pontual.
Reurbanização do Vale do Anhangabaú – 1980
Reurbanização do Vale do Anhangabaú, São 
Paulo, SP, 1981-1992. Projeto do urbanista 
Jorge Wilheim (1928-2014) e da paisagista 
Rosa Grena Kliass (1932- ), com colaboração 
de Jamil José Kfouri, 
Fonte: KLIASS, R. G. Rosa Kliass: desenhando 
paisagens, moldando uma profissão. São Paulo: 
Editora SENAC São Paulo, 2006. p. 131.
 Em 1995 foi criado o programa Favela Bairro na cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de 
conectar e equiparar as favelas aos bairros formais da cidade, equipando essas áreas 
historicamente negligenciadas, com aprimoramento da infraestrutura e dos serviços urbanos. 
Na 1ª fase foram atendidas 88 favelas, hoje chamadas de comunidades. No entanto, após 
um início com melhora real da qualidade dos serviços e da infraestrutura urbana, tudo voltou 
ao que era antes do programa.
Programa “Favela-bairro”
A 1ª fase do Favela Bairro, 
programa de iniciativa 
municipal no Rio de 
Janeiro, RJ, foi de 1995 a 
2000, a 2ª de 2000 a 2007, a 
3ª de 2010 a 2016 (o 
programa foi substituído 
pelo “Morar CARIOCA”) e a 
4ª de 2017 a 2020.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/b/b8/Pra
%C3%A7a_do_Conheciment
o.jpg. Acesso em: 09 maio 
2022.
 As intervenções pontuais nas grandes cidades substituíram os genéricos e dispersivos 
planejamentos baseados em dados quantitativos. Um exemplo é o Centro Dragão do Mar, 
em Fortaleza, concluído em 1999.
Intervenções pontuais com equipamentos urbanos
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Fortaleza, 
CE. Projeto dos arquitetos Delberg Ponce de Leon 
e Fausto Nilo, foi inaugurado em 1999, na antiga 
área portuária da turística Praia de Iracema.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0b/
Centro_Drag%C3%A3o_do_Mar_de_Arte_e_Cultura_
%284%29.jpg. Acesso em: 08 maio 2022.
 Outro exemplo do uso de intervenções pontuais com equipamentos públicos foram as 
instalações feitas para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, realizados em 2016.
Intervenções pontuais com equipamentos urbanos
Vista geral do Parque Olímpico dos Jogos 
Olímpicos realizados no Brasil em 2016, na 
Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commo
ns/9/92/Parque_Ol%C3%ADmpico_Rio_2016.
jpg. Acesso em: 08 maio 2022.
 Entre o final dos anos 1970 e até os anos 1990, há uma intensa produção arquitetônica e 
urbana em várias regiões do país, com uma característica em comum: a busca de novos 
caminhos para resolver diferentes situações. A partir dessa época já não é mais possível 
falar em escolas ou movimentos unificadores de estilos ou de propostas arquitetônicas.
 Há algumas continuidades do movimento moderno, das escolas carioca e paulista, mas sob 
novas condições técnicas, mudanças de legislação (principalmente as que tratam de 
segurança e acessibilidade), formas diferentes de organizar o espaço e uma valorização da 
atividade profissional como exercício prático. Os projetos mostrados a seguir mostram essa 
variedade de preocupações e interesses, espalhados por um país tão vasto como o nosso.
 É preciso lembrar que os arquitetos que se destacam nessa 
época se formaram ainda sob o grande manto do modernismo 
em suas diversas vertentes, mas já, de alguma maneira, se 
distanciavam dos seus dogmas.
Movimentações no final do século XX
 O Mube – Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia foi o resultado de um concurso ganho 
pelo projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Apesar de várias controvérsias acerca da 
posse do terreno, do financiamento do projeto e da aparência fúnebre da sua arquitetura, o 
edifício se transformou em um ícone da arquitetura na capital paulista e uma referência pela 
sua implantação ousada. Essa implantação repete soluções já consolidadas por arquitetos 
como Oscar Niemeyer, criando áreas planas sobre a qual se destaca um objeto 
arquitetônico.
Movimentações no final do século XX
Museu Brasileiro da Escultura e da 
Ecologia, São Paulo, SP. Projeto de 
1986. Autor: Paulo Archias Mendes 
da Rocha.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/com
mons/4/40/MuBE_2.JPG. Acesso em: 26 
maio 2022.
 Enquanto nas Regiões Sudeste, Sul e Nordeste do país faziam-se arquiteturas baseadas no 
concreto armado, e por vezes no aço, com releituras e críticas superficiais ao modernismo, 
na Região Norte Severiano Porto praticava, quando possível, uma arquitetura baseada no 
uso da madeira e em formas construtivas regionais. Esse movimento não era exatamente 
uma novidade na época (isso estava sendo feito em outros países), mas no Brasil 
construções como o Centro de Proteção Ambiental, em Manaus, eram realmente inovadoras.
Movimentações no final do século XX
Centro de Proteção 
Ambiental Usina 
Hidrelétrica de Balbina, 
Manaus, AM, 1983-1988. 
Autor: Severiano Mario 
Porto (1930-2020).
Fonte: 
https://www.google.com.br
/maps/@-1.9385563,-
59.4224465,3a,75y,96.61h
,98.29t/data=!3m6!1e1!3m
4!1sGJXZJTwKBakQSnj0
MCSd4Q!2e0!7i13312!8i6
656. Acesso em: 26 maio 
2022.
 Raras são as vezes que um arquiteto tem a oportunidade de desenhar um conjunto 
arquitetônico que marque um bairro ou uma via em uma grande cidade. Carlos Bratke, junto 
com a construtora Bratke-Collet fundada pelo seu irmão Roberto em parceria com Francisco 
Collet, tiveram essa oportunidade. Filhos de um reconhecido arquiteto modernista brasileiro, 
Oswaldo Bratke (1907-1997), Carlos e seu irmão tiveram essa oportunidade no 
desenvolvimento urbano de um trecho da zona sul de São Paulo durante os anos 1970 e 
1980 e constituíram um cenário urbano que deu início a uma das regiões que mais tiveram 
investimentos imobiliários na cidade.
 Apesar de ser bastante questionável a qualidade dos espaços 
urbanos da região, a arquitetura das edificações destinadas a 
escritórios trouxe algumas inovações. A mais importante foi a 
estratégia projetual de criar uma planta retangular limpa para a 
colocação dos escritórios, deslocando para a periferia dessa 
planta os elementos que servem ao espaço principal: escadas, 
elevadores, prumadas de instalações e banheiros. Isso gerou 
volumes muito ricos nos edifícios.
Movimentações no final do século XX
Movimentações no final do século XX
Edifício comercial Morumbi 
Plaza, São Paulo, SP, 1980. 
Projeto do arquiteto Carlos 
Bratke.
Fonte: 
https://www.google.com.br/ma
ps/@-23.6190053,-
46.6971613,3a,47.9y,18.53h,1
03.32t/data=!3m6!1e1!3m4!1s
3qxZhlIuLoKjvJzqQV-
8Vw!2e0!7i16384!8i8192. 
Acesso em: 09 maio 2022.
Planta do pavimento tipo do edifício comercial Morumbi Plaza. 
Observe a posição das prumadas de circulação vertical, banheiros e 
dutos verticais posicionados fora da geometria da área destinada 
aos escritórios.
Fonte: BASTOS, M. A. J.; ZEIN, R. V. Brasil: arquiteturas após 1950. São 
Paulo: Perspectiva, 2010. p. 271. Com adaptações.
Movimentações no final do século XX
Edifício de escritórios Brasilinterpart, São 
Paulo, SP. Projeto de 1982, construído em 
1987, com autoria do arquiteto Carlos Bratke.
Fonte: “O aproveitamento estético das formas 
geométricas”, in Revista Projeto, ed. 103, 
setembro 1987, p. 109-110.
Planta do pavimento tipo do 
edifício de escritórios 
Brasilinterpart, São Paulo, SP.
Fonte: “O aproveitamento 
estético das formas geométricas”, 
in Revista Projeto, ed. 103, 
setembro 1987, p. 109-110.
 Enquanto alguns arquitetos ainda se preocupavam com questões ideológicas mais do que 
com a realidade construída e outros ainda debatiam se os dogmas do modernismo eram 
válidos, Fernando Peixoto fazia uma arquitetura na Bahia que pode-se dizer no mínimo 
colorida e sem regras preestabelecidas. A aparente desvinculação do desenho das fachadas 
de alguns prédios que ele projeta nos anos 1990 cria um plástica única.Movimentações no final do século XX
Centro Empresarial Previnor, Salvador, 
BA, 1993. Autoria: Fernando Peixoto.
Fonte:
https://www.google.com.br/maps/@-
12.9799495,-
38.4503208,3a,90y,252.41h,108.5t/data=!
3m6!1e1!3m4!1sNW8C_sOBk60Tvh9ChF
OgWQ!2e0!7i16384!8i8192. Acesso em: 
26 maio 2022.
 Assim como em vários países, a construção de uma instituição ligada à arte (neste caso o 
Museu de Arte Contemporânea de Niterói) colocou em destaque regional e mundial uma 
cidade pouco conhecida. Niterói, no Rio de Janeiro, ganhou destaque com o projeto, feito em 
1991 por Oscar Niemeyer. Sua localização e maneira como o volume aproveita a 
implantação impressionam de imediato. Niemeyer recebera em Chicago, EUA, o Prêmio 
Pritzker de 1988, dividindo-o com o arquiteto Gordon Bunshaft.
Movimentações no final do século XX
Museu de Arte 
Contemporânea de 
Niterói, Niterói, RJ. 
Inaugurado em 
1996. Autor: Oscar 
Niemeyer.
Fonte:
https://pixabay.com/pt
/photos/oscar-
niemeyer-rio-de-
janeiro-1087668/. 
Acesso em: 26 maio 
2022.
 A terceira fase (1986-1997) dos tipos de financiamento da produção de habitação coletiva 
começa com a extinção do BNH, em 1986, e a busca de novas soluções por parte de 
estados e municípios para a construção de moradias financeiramente mais acessíveis. A 
iniciativa privada começa a ampliar sua atuação no mercado imobiliário, em um mercado 
com diversos problemas jurídicos, financeiros, de inadimplência e incapaz de atender 
plenamente ao mercado. Esse período se encerra com a falência da Encol, uma das maiores 
construtoras do país. Por causa desse evento, a legislação sobre os financiamentos 
imobiliários e o comportamento das construtoras, incorporadoras, investidores e o próprio 
poder público mudaram sua maneira de atuar.
A arquitetura e a habitação coletiva
 Os apartamentos para grupos de maior renda tinham uma característica em comum: eram 
grandes e repetiam uma distribuição espacial interna de cômodos que buscavam se 
assemelhar a uma residência. Essa foi uma estratégia para atrair esse tipo de morador.
 O apartamento para investimento imobiliário era em geral o que chamamos hoje de flat, mas 
era originalmente apelidado de kitchenette: era essencialmente uma grande sala, com uma 
pequena cozinha e um banheiro.
 E para a população de renda mais baixa sobrava a opção de morar em favelas (hoje 
chamadas de comunidades) ou em edificações encortiçadas. Até a década de 1940, 
aproximadamente, o tratamento dado pelo Estado a esse grupo social, quando se tratava de 
planejamento urbano, era a simples remoção. Essa prática só foi considerada inadequada a 
partir da década de 1980. Após a década de 1960 
começam a surgir conjuntos habitacionais para faixas de 
renda mais baixa. Essas iniciativas sempre foram 
caracterizadas pela falta de qualidade urbana na 
implantação, descontinuidade de programas habitacionais 
públicos e incapacidade de atender à demanda.
A arquitetura e a habitação coletiva
 Uma das formas de morar que surgiu na primeira metade do século XX e se expandiu com 
força nas grandes cidades foi o apartamento. Desde os edifícios com poucos andares e sem 
elevador, até os grandes condomínios verticais, o apartamento foi disseminado de forma 
contínua. No início, essa modalidade de morar enfrentou dificuldades de aceitação, em um 
país acostumado a residências unifamiliares. Mas é possível afirmar que essa situação 
mudou de forma relativamente rápida. Nas quatro primeiras décadas do século XX houve 
três manifestações arquitetônicas desse conceito de morar coletivo: o apartamento para 
grupos sociais de maior renda, o apartamento para investimento imobiliário e o apartamento 
para classes médias produzido pelo Estado. Sobre este último já foi falado na Unidade II.
 Pode-se afirmar, de um modo geral, que é a partir dos anos 
1980 que o poder público começa a usar a modalidade de 
apartamentos para tentar solucionar a moradia para 
populações de baixíssima renda (e que não têm acesso a 
financiamento imobiliário).
A arquitetura e a habitação coletiva
 As intervenções realizadas nas favelas brasileiras não são tecnicamente nem 
arquitetonicamente homogêneas, tampouco são uma unanimidade em termos de solução 
para o problema da habitação para populações de baixa renda. Um exemplo é a favela Nova 
Jaguaré, em São Paulo, que teve diversas intervenções públicas, urbanas e arquitetônicas, 
com remoções parciais de moradores, problemas de descontinuidade de programas etc.
A arquitetura e a habitação coletiva
Urbanização da favela Nova 
Jaguaré, no distrito do Jaguaré, 
São Paulo, SP. Essa 
comunidade teve diversas 
intervenções: entre 1995 e 2006, 
por exemplo, houve o PROVER, 
o Programa Bairro Legal e o 
Programa de Urbanização de 
Favelas. Nenhum solucionou 
plenamente a situação das 
pessoas naquela área.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipe
dia/commons/4/48/Jaguar%C3%A
9_-
_Conjunto_Habitacional_2.JPG. 
Acesso em: 08 maio 2022.
 Os apartamentos, no início do século XX, começam com plantas de grande área, simulando 
o espaço de uma casa unifamiliar térrea. Mesmo as kitchenettes e apartamentos destinados 
às classes médias tinham áreas consideradas muito grandes segundo os padrões atuais.
 Ao longo do século XX os apartamentos foram diminuindo de 
tamanho, sua compartimentação acentuada e a hierarquização 
das áreas e cômodos e o programa modificados 
progressivamente. Segundo dados do Secovi-SP, os 
apartamentos maiores foram os que mais diminuíram, 
proporcionalmente. Exemplo: em 1981, um apartamento de 
luxo com mais de três dormitórios tinha em torno de 500 m2. 
Quinze anos mais tarde, o mesmo programa era colocado em 
407 m2 (redução de 20%). Em 2006, um programa com quatro 
suítes e duas salas de estar, e demais cômodos da 
modalidade, são frequentemente projetados dentro de 150 m2. 
Os apartamentos menores encolheram menos: os de dois 
dormitórios perderam 11% da área e os de um quarto ou 
kitchenettes ficaram 17% menores.
A arquitetura e a habitação coletiva
 Há um aspecto pouco citado na historiografia da arquitetura residencial do final do século XX 
no Brasil, que é a influência do marketing imobiliário no projeto de apartamentos. Até os anos 
1980, as propagandas para divulgação de prédios de apartamentos (as de residências eram 
quase inexistentes) eram muito limitadas, pode-se dizer excessivamente técnicas. Essa 
situação muda radicalmente nos anos 1990 e se mantém até o momento. A partir dessa 
época, o marketing imobiliário consolida-se como disciplina dentro da construção civil ao 
mesmo tempo que o perfil dos prédios de apartamento muda, transformando-se em 
condomínio clube.
 Os agentes que praticam o marketing imobiliário, dentre os 
quais inúmeros arquitetos e arquitetas criam um padrão de 
divulgação que inclui a divulgação em várias mídias, com 
imagens realísticas do projeto, cadernos muito bem 
ilustrados, grandes maquetes e o mock-up das unidades 
residenciais, chamado de “modelo decorado”. Mas o 
marketing imobiliário vai além e influencia também as 
decisões arquitetônicas. A aparência e o conceito do projeto 
passam a ter um forte vínculo com o marketing.
O marketing imobiliário e o novo ecletismo
 Ao mesmo tempo que o marketing imobiliário modificava a maneira de vender, e por vezes 
de fazer, arquitetura residencial vertical, ressurgia uma valorização do tratamento plástico da 
volumetria e das fachadas desse tipo de edifício. As casas unifamiliares e outros programas, 
como escritórios, também foram afetados por essa nova onda que durou, a grosso modo, 
entre os anos 1990 e 2010. O termo novo ecletismo pode ser usado porque essas 
arquiteturas eram denominadas de neoclássico, romântico, e até mesmo art déco e 
art nouveau.
 É importante lembrar que internamente a lógica da distribuição 
dos espaços dentro dos apartamentos seguia sua própria 
história, já inicialmente narradana Unidade II e continuada 
nesta Unidade.
O marketing imobiliário e o novo ecletismo
 Ao lado, um exemplo de conjunto de prédios denominados de neoclássicos na cidade de 
São Paulo. Apesar da fachada procurar referências em uma arquitetura distante no tempo, o 
interior desses edifícios é totalmente contemporâneo e com uma organização típica do início 
do século XXI, com amplas varandas sendo usadas como espaços internos. Essa maneira 
de construir fachadas durou aproximadamente duas décadas.
O marketing imobiliário e o novo ecletismo
Torres de apartamentos com fachadas 
chamadas de neoclássicas, início do 
século XXI, São Paulo, SP. Esse estilo, ao 
final da década de 2010, começou a ser 
recusado pelos compradores e escritórios 
de arquitetura.
Fonte:
https://www.google.com.br/maps/@-
23.5923427,-
46.6679748,3a,90y,226.85h,113.01t/data=!3m
6!1e1!3m4!1sJqsRd72BwTdDnc_dLT6HZA!2
e0!7i16384!8i8192. Acesso em: 06 jun. 2022.
Quais das características arquitetônicas abaixo indicadas fazem parte da estratégia projetual 
adotada pelo arquiteto Carlos Bratke na criação de edifícios de escritórios na região sul da 
cidade de São Paulo nas décadas de 1970 e 1980?
I. A criação de uma planta retangular interna limpa, para inserção do leiaute dos escritórios.
II. O uso de teto-jardim, para aliviar a incidência de raios solares na cobertura.
III. O deslocamento das prumadas de circulação vertical para a parte externa da planta dos 
escritórios.
IV. A criação de volumes muito simples, semelhantes às torres do Estilo Universal.
a) Afirmativas III e IV.
b) Afirmativas I e III.
c) Afirmativas I e II.
d) Afirmativas I e IV.
e) Afirmativas II e III.
Interatividade
Quais das características arquitetônicas abaixo indicadas fazem parte da estratégia projetual 
adotada pelo arquiteto Carlos Bratke na criação de edifícios de escritórios na região sul da 
cidade de São Paulo nas décadas de 1970 e 1980?
I. A criação de uma planta retangular interna limpa, para inserção do leiaute dos escritórios.
II. O uso de teto-jardim, para aliviar a incidência de raios solares na cobertura.
III. O deslocamento das prumadas de circulação vertical para a parte externa da planta dos 
escritórios.
IV. A criação de volumes muito simples, semelhantes às torres do Estilo Universal.
a) Afirmativas III e IV.
b) Afirmativas I e III.
c) Afirmativas I e II.
d) Afirmativas I e IV.
e) Afirmativas II e III.
Resposta
 Na terceira e início da quarta fase do financiamento imobiliário no Brasil, quando a população 
brasileira passou de 135 para 170 milhões de pessoas, foram construídas 4 milhões de 
casas. Em nenhuma dessas fases do financiamento da construção habitacional conseguiu-se 
efetivamente atender à demanda do país por moradias de qualidade.
 A quarta fase (1997- dias atuais) foi caracterizada por um 
aumento da regulação do setor imobiliário e por uma mudança 
radical na forma de se construir habitações dentro e fora da 
área urbana. Essa mudança radical é formada por dois tipos de 
ocupação habitacional. Um são os condomínios verticais com 
instalações de clube e o outro são os condomínios horizontais 
fechados – para classes altas e médias – e loteamentos 
populares – em geral para classes médias e baixas –
localizados na periferia das grandes cidades e 
capitais brasileiras.
A arquitetura e a habitação coletiva
 Outro dado importante é que, apesar da expansão dos condomínios horizontais e 
loteamentos, o país está cada vez mais verticalizado. Em um levantamento histórico feito 
com base nas edições anuais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 
Contínua, produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou-se 
que o número de prédios de apartamentos no Brasil cresceu 321% de 1984 a 2019.
 Isso significa que, em 35 anos, foram construídos 
aproximadamente 7,8 milhões de novos apartamentos nas 
cidades brasileiras. É importante observar que apesar do 
aumento da verticalização urbana, não houve um aumento 
significativo da densidade populacional urbana nas cidades 
brasileiras. Estas ainda são, de forma geral e até a década de 
2010, cidades de densidade baixa e média em sua maioria. 
Esse quadro pode estar mudando, mas só o tempo 
demonstrará em qual direção estamos caminhando.
A arquitetura e a habitação coletiva
 Um dos projetos precursores da restauração de grandes complexos arquitetônicos no país, o 
Solar do Unhão, em Salvador, BA, foi restaurado pela arquiteta Lina bo Bardi e sua equipe 
em 1962-1963. Esse grande conjunto foi sendo formado entre os séculos XVI e XIX, e 
tombado no século XX.
O reúso de edificações
Conjunto arquitetônico do Solar do Unhão, 
Salvador, BA. Foi restaurado pela equipe da 
arquiteta Lina bo Bardi, entre 1962-63.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/
b4/Museu_de_Arte_Moderna_da_Bahia--
Solar_do_Unh%C3%A3o_Aerial_View_2021-
0958.jpg. Acesso em: 08 maio 2022.
O reúso de edificações
Projeto e vista da Praça do Forte, 1999, Macapá, AP. Autoria: Rosa Grena Kliass. A intervenção foi 
feita em um bem tombado, a Fortaleza de São José, e reintegrou esse espaço à cidade.
Fonte (desenho geral do projeto): FARAH, I; SCHLEE, M. B.; TARDIN, R. Arquitetura paisagística 
contemporânea no Brasil. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2010. p. 194.
Vista disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4c/Parque_do_Forte_-
_panoramio.jpg. Acesso em: 28 maio 2022.
 Localizado na Praça Mauá, o MAR – Museu de Arte do Rio é mais um importante projeto que 
reutilizou uma edificação antiga. A própria Praça Mauá, de frente para a Baía de Guanabara, 
também foi objeto de recuperação urbana como parte do projeto Porto Maravilha, tendo sido 
concluída em 2009.
O reúso de edificações
MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, 
RJ. Situado na Praça Mauá, ao lado do Museu 
do Amanhã, é um exemplo típico da 
reutilização de uma antiga edificação.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/
4/46/Pra%C3%A7a_Mau%C3%A1_11_2015_Rio
_708.JPG. Acesso em: 08 maio 2022.
 Ao longo de sua carreira, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, ganhador do Prêmio Pritzker 
de 2006, sempre falava da arquitetura como manifestação da inventividade humana aplicada 
sobre a natureza. Curiosamente, os seus últimos projetos são essencialmente intervenções 
sobre preexistências (reformas, ampliações ou reúsos), como o Sesc 24 de Maio, em São 
Paulo, feito em 2017.
O reúso de edificações
Vista da piscina na cobertura do SESC 24 de Maio. Projeto do 
arquiteto Paulo Mendes da Rocha em parceria com o escritório 
MMBB Arquitetos, essa unidade do Sesc situa-se no centro da 
cidade de São Paulo e parte do projeto reutilizou um edifício 
existente.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2a/SESC_24_de_Mai
o_%2801%29.jpg. Acesso em: 08 maio 2022.
 O reúso de edificações tornou-se uma prática comum até para a inserção de equipamentos 
de alta qualidade, como a sala de concertos do Centro Cultural Júlio Prestes, em São Paulo, 
inaugurada em 1999, com o nome de Sala São Paulo. Originalmente o edifício era uma 
grande estação de trem.
O reúso de edificações
Vista da Sala São Paulo, dentro do Centro Cultural Júlio Prestes, São 
Paulo, SP. O edifício era uma estação de trem e o local onde hoje 
está a sala de concertos era um átrio a céu aberto. Inaugurado em 
1999, o projeto é do arquiteto Nelson Dupré em parceria com a 
arquiteta Luizette Davini e o consultor acústico José Augusto 
Nepomuceno.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3c/Sala_S%C3%A3o_
Paulo_2018_07.jpg. Acesso em: 08 maio 2022.
 Desde o final do século XX, a maneira de gerar os documentos técnicos necessários para 
desenvolver um projeto arquitetônico e construí-lo tem se modificado radicalmente. De 
desenhos (tanto técnicos quanto ilustrativos) feitos a mão com lápis e nanquim em folhas de 
papel, passou-se a fazer os mesmosdesenhos usando computadores e aplicativos cada vez 
mais poderosos. Mas isso foi apenas o início do processo.
 Tudo começou com os programas de desenhos feitos em 
computador (CAD, Computer Aided Design), que apenas 
representam o projeto a ser construído, utilizando desenhos e 
textos, seja bidimensionalmente ou tridimensionalmente. Em 
seguida veio o BIM (Building Information Modeling ou Building 
Information Model), que é um sistema orientado por objeto, 
em que todas as informações necessárias à arquitetura e à 
execução da obra estão vinculadas ao projeto. Isso significa 
que quando o arquiteto projeta o edifício, é criado um modelo 
arquitetônico virtual, utilizando ferramentas tridimensionais 
(aplicativos de projeto arquitetônico).
Os novos meios de projetar arquiteturas
Outra inovação ocorreu nas imagens de caráter ilustrativo, que eram feitas essencialmente em 
processos totalmente manuais. Elas passaram a ser feitas em computadores, mas não tinham 
a mesma qualidade gráfica se comparadas ao trabalho de um bom desenhista. Já no século 
XXI, essas imagens melhoraram muito e podem ser feitas de várias maneiras. 
Vejamos algumas:
 Modelos tridimensionais simples, que são facilmente gerados em computadores, e 
complexos, renderizados com qualidade fotográfica;
 Uso de realidade virtual para perceber o espaço tridimensionalmente;
 Uso da realidade aumentada (augmented reality), para facilitar o entendimento do projeto.
 A questão que se coloca há algum tempo é que há fortes 
indícios de que os sistemas informatizados de projeto 
modificaram a forma de se criar espaços.
Os novos meios de projetar arquiteturas: as imagens
 A presença de arquitetos profissionais de outros países no Brasil após a nossa declaração 
de independência de Portugal é uma constante. Em geral há duas principais maneiras de se 
verificar como os arquitetos e arquitetas estrangeiras atuaram e atuam no país: uma é a 
imigração e a outra é por meio da atuação de empresas de arquitetura a partir de seus 
países de origem. Desde Auguste Grandjean de Montigny, Pierre Joseph Pézerat, Antonio 
José Landi e muitos outros no século XIX, passando por Victor Dubugras (1868-1936), 
Gregori Warchavchik (1896-1972), Jacques Pilon (1905-1962), Gian Carlo Gasperini (1925-
2020), Lina Bo Bardi (1914-1992) no século XX, a atuação e as contribuições dessa 
presença estrangeira no país por imigração têm sido fundamentais.
 Outra maneira de arquitetos estrangeiros atuarem no país é 
trabalhando a partir de seus países de origem, por vezes 
abrindo filiais por aqui. Mais recentemente essa atuação tem 
sido muito mais presente e visível, como veremos nos 
projetos mostrados a seguir.
Empresas de arquitetura estrangeiras no Brasil
 O edifício de escritórios Birmann 21 foi projetado pela empresa de 
arquitetura Skidmore, Owings and Merrill, com sede em Nova 
Iorque, EUA e o projeto foi adaptado pela empresa Kogan 
Arquitetos Associados, de São Paulo. Foi entregue em 1995 e 
localiza-se na capital paulista.
Empresas de arquitetura estrangeiras no Brasil
Birmann 21, São Paulo, SP. Arquitetura: 
SOM - Skidmore, Owins & Merril e Kogan 
Arquitetos Associados, 1995.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/comm
ons/8/87/BIRMANN_21.JPG. Acesso em: 29 
maio 2022.
 A sede da Fundação Iberê Camargo, localizada em Porto Alegre, RS, foi projetada pelo 
arquiteto português Álvaro Siza e equipe entre 2000 e 2001 e foi concluída em 2008.
Empresas de arquitetura estrangeiras no Brasil
Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, 
2008. Autoria: Álvaro Siza e equipe.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e
c/FundacaoIbereCamargo.JPG. Acesso em: 29 maio 
2022. Com adaptações.
 O Museu do Amanhã foi projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava e localiza-se 
no Pier Mauá, na Baía de Guanabara. O museu está inserido no Projeto Porto Maravilha, 
uma Operação Urbana Consorciada (OUC) criada em 2009 e que tem por objetivo a 
revitalização urbana da Região Portuária do Rio de Janeiro. Nesse projeto, aletas na 
cobertura se movimentam de acordo com a necessidade de controle da insolação.
Empresas de arquitetura estrangeiras no Brasil
Museu do Amanhã, Rio de Janeiro, RJ, inaugurado em 2015. 
Autoria: Santiago Calatrava.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/58/Museu_do_
Amanh%C3%A3_05.JPG. Acesso em: 28 maio 2022. Com 
adaptações.
Empresas de arquitetura estrangeiras no Brasil
 O edifício de escritórios Infinity Tower foi projetado pela 
empresa de arquitetura Kohn Pedersen Fox Associates, 
com sede em Nova Iorque, EUA e o projeto foi adaptado 
pela empresa Aflalo & Gasperini Arquitetos em conjunto 
com construtoras brasileiras. Foi concluído em 2012 e 
localiza-se na capital paulista. A estratégia projetual
usada aqui cria um volume curvo e que se amplia de 
baixo para cima, com os espaços que servem situados no 
centro da torre.
Infinity Tower, São Paulo, SP. Projeto de KPF 
– Kohn Pedersen Fox Associates, e Aflalo & 
Gasperini Arquitetos, 2012.
Fonte: https://www.google.com.br/maps/@-
23.5877438,-46.6793171,76m/data=!3m1!1e3. 
Acesso em: 28 maio 2022.
 O Centro Corporativo de Pesquisa e Inovação da L'Oréal, situado no Rio de Janeiro, RJ, foi 
projetado pela empresa de arquitetura norte-americana Perkins & Will, que possui filial em 
São Paulo, SP, com colaboração de RAF Arquitetura, do Rio de Janeiro, RJ. Foi entregue em 
2016 e localiza-se na Ilha do Fundão, com a fachada de vidro voltada para a Baía 
de Guanabara.
Empresas de arquitetura estrangeiras no Brasil
Centro Corporativo de Pesquisa e Inovação da 
L'Oréal, Rio de Janeiro, RJ, 2016. Arquitetura: 
Perkins & Will.
Fonte: https://www.google.com.br/maps/@-
22.8601684,43.2154592,3a,90y,307.55h,87.42t/data
=!3m6!1e1!3m4!1s8d3SPAxvC0pmoBXc5TZ8kQ!2e0
!7i16384!8i8192 . Acesso em: 29 maio 2022.
 Traçar panoramas históricos e construir narrativas sobre o tempo presente ou sobre eventos 
muito recentes na arquitetura e no urbanismo não é tarefa fácil, pois não há aquela distância 
que nos permite ver com mais clareza o objeto analisado. No entanto, é possível indicar 
caminhos e análises, buscando relativizar a permanência dessas observações.
 Os projetos apresentados a seguir estão dentro dessa perspectiva exploratória. Não se trata 
de dizer que a partir de agora a arquitetura e o urbanismo no Brasil seguirão por esses 
caminhos, pois como já foi observado durante esta disciplina, ainda existem as persistências, 
os desaparecimentos, os retornos e as inovações.
 Nesta explicação da história recente da arquitetura e do 
urbanismo no Brasil usaremos a palavra “diversidade”, pois ela 
reflete uma multiplicidade de maneiras diferentes de ocupar o 
espaço. Sempre considerando que no caso da arquitetura e do 
urbanismo a história vai além da descrição e análise do 
passado, pois ela também é um repositório de referências que 
podem ser usadas a qualquer momento no exercício 
dessa profissão.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: a diversidade
 A partir dos anos 1990 começa a se difundir a ideia de que a arquitetura e o urbanismo têm 
papel relevante no problema da ocupação territorial do planeta e das consequências de 
como essa ocupação é feita. É fundamental lembrar que a primeira Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento foi realizada no Brasil, na cidade do Rio de 
Janeiro em 1992, a ECO-92. Mas é no século XXI que essa consciência se amplia e começa 
a repercutir nas tomadas de decisões arquitetônicas e urbanas.
 Apesar da questão ambiental fazer parte da agenda da 
arquitetura e das cidades e estar presente na formação dos 
arquitetos e arquitetas do país, não é ainda uma prática 
corriqueira. O desperdício nas obras, as especificações de 
sistemas construtivos inadequados, a pouca oferta de 
soluções técnicas ambientais etc. são situações que revelam 
quão longe aindaestamos de gerar espaços urbanos e 
construções que ajudem a preservar ou pelo menos diminuir o 
impacto de nossas ações sobre o planeta. Mas há projetos 
que revelam caminhos possíveis e aqui no Brasil temos 
bons exemplos.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: a questão ambiental
 O Memorial da Imigração Japonesa no Brasil foi projetado pelo arquiteto Gustavo Penna e 
equipe em 2007, e concluído em 2009, com um conjunto de referências simbólicas que 
homenageiam e relembram a saga da imigração de japoneses. O projeto consiste em um 
volume circular do qual se estendem duas lâminas que sustentam a construção sobre um 
espelho d’água.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: arquitetura
Memorial da Imigração Japonesa no Brasil, 
Belo Horizonte, MG, 2007-2009. Projeto de 
Gustavo Penna Arquiteto e Associados.
Fonte: https://www.google.com.br/maps/@-19.853085,-
43.9973123,3a,61.5y,48.6h,90.89t/data=!3m6!1e1!3m4!1sY
5_VWYX9xbBNRor_c01wuA!2e0!7i13312!8i6656. Acesso 
em: 04 jun. 2022.
 O trabalho do arquiteto José Afonso Botura Portocarrero é caracterizado pela releitura e 
interpretação criativa de tecnologias construtivas de comunidades indígenas. Ele utilizou seu 
conhecimento sobre as habitações Yawalapiti e Kamairurá, situadas no Xingu, região da 
Amazônia mato-grossense, no projeto do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS) em 
Cuiabá. Esse edifício foi eleito o Melhor Edifício Sustentável das Américas pelo Breeam 
Awards em 2018, da Inglaterra.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: arquitetura
Centro Sebrae de Sustentabilidade, Cuiabá, MT, vista do salão 
principal. A cobertura dupla com duas cascas em concreto, com 
aberturas na parte inferior e superior na casca externa, não elimina, 
mas diminui consideravelmente o uso do ar-condicionado. Projeto 
de José Portocarrero, inaugurado em 2010.
Fonte: 
https://www.google.com.br/maps/
place/Centro+Sebrae+de+Sustent
abilidade/@-15.5683162,-
56.0695966,3a,75y,235.51h,87.72
t/data=!3m6!1e1!3m4!. Acesso 
em: 04 jun. 2022.
 A sede paulista do Instituto Moreira Salles foi projetada 
por Andrade Morettin Arquitetos, a partir de um 
concurso vencido por essa empresa em 2011. O prédio 
foi inaugurado em 2017. A maior parte da estrutura é 
metálica e o núcleo rígido é em concreto armado. Uma 
das soluções marcantes no projeto é a criação de uma 
praça no meio do edifício, conectada diretamente à rua 
por escadas rolantes.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: arquitetura
Instituto Moreira Salles, São Paulo SP, 
2017. Projeto de Andrade Morettin 
Arquitetos.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/com
mons/6/6f/Cerim%C3%B4nia_de_inaugura
%C3%A7%C3%A3o_do_novo_Centro_Cul
tural_IMS_Paulista._%2836720548633%29
.jpg. Acesso em: 01 jun. 2022.
 Um importante caminho que transparece em 
vários projetos pelo país são as releituras da 
arquitetura moderna feita dos anos 1930 até os 
1960. Esse caminho consiste na revisão de 
propostas e estratégias projetuais antigas como: 
volumes soltos com linhas retas e limpas, amplas 
coberturas com grandes vãos, materiais 
estruturais aparentes, a ausência de 
ornamentações históricas, entre outras.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: arquitetura
Centro de Educação e Artes, 
Guarulhos, SP. Projeto iniciado 
em 2008 e obras concluídas em 
2010. Projeto de Biselli e 
Katchborian Arquitetos 
Associados. Acima, implantação 
e abaixo vistas das salas 
multiuso.
Fonte: “Edificação materializa debate 
arquitetônico próprio de sua época”, in
Revista Projeto Design, n. 367, setembro 
2010, pp. 60-71.
Implantação
1. Praça de acesso
2. Estacionamento de visitantes
3. Estacionamento de professores
4. Piscina
5. Quadra
N
0 10 20 50 100
 O trabalho do arquiteto Roberto Moita tem sido pautado, quando intervém em áreas com 
vegetação, pelo cuidado na realização da obra, evitando ao máximo o desmatamento. 
Quando realizou a casa sede do Sítio Passarim, em Manaus, ele apelidou em tom de 
brincadeira seu estilo de “caboclo high tech”, e que faz sentido pela mistura de tecnologias 
tradicionais e contemporâneas no projeto.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: arquitetura
Sede de empresa de arquitetura, 
Manaus, AM, década de 2010. 
Projeto de Roberto Moita 
Arquitetos.
Fonte: 
https://www.google.com.br/maps/@-
3.1082256,-
60.0218982,3a,75y,96.81h,89.57t/da
ta=!3m6!1e1!3m4!1suVP_Y2sMCz3
56ivYg6yLaA!2e0!7i16384!8i8192. 
Acesso em: 04 jun. 2022.
 A renovação da ladeira da Barroquinha, com a 
consequente valorização e qualificação do passeio 
público e de um eixo visual para a igreja, foi um 
projeto de desenho urbano feito pelo Metro 
Arquitetos Associados. Uma das principais 
medidas adotadas foi a retirada de ambulantes e o 
redesenho da escadaria da ladeira, tornando-a 
mais acessível.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: desenho urbano
Ladeira da Barroquinha, Salvador, BA, 
2013. Autoria: Metro Arquitetos 
Associados. Ao lado e acima: vista da 
Igreja de Nossa Senhora da Barroquinha.
Fonte: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/comm
ons/0/05/Igreja_de_Nossa_Senhora_da_Barr
oquinha_Salvador-3834.jpg. Acesso em: 02 
jun. 2022.
Ladeira da Barroquinha, Salvador, BA, 
2013. Ao lado, abaixo: vista superior, 
mostrando a ladeira e arredores.
Fonte: https://www.google.com.br/maps/@-
12.97749,-38.5142919,104m/data=!3m1!1e3. 
Acesso em: 02 jun. 2022.
 Tanto a madeira quanto o aço estrutural sempre tiveram dificuldade em serem aceitos como 
materiais construtivos na maior parte do país. Há exceções, mas elas são restritas a algumas 
regiões e a certos grupos sociais. Desde a década de 2010 a madeira está passando por um 
processo aparentemente contínuo de aceitação como material construtivo.
 É importante lembrar que a madeira é usada de duas 
maneiras distintas no Brasil. Nos estados do sul, ela é parte 
integrante da arquitetura popular em inúmeras cidades. No 
restante do país, com poucas exceções, além de ficar 
segregada às estruturas que sustentam os telhados, é 
carregada de preconceito, pois muitas vezes é associada a 
construções pobres e inseguras. Mas vários fatores estão 
contribuindo para uma maior aceitação do uso da madeira na 
construção civil. Uma delas é a madeira engenheirada, que 
entre outras coisas evita o desmatamento de florestas 
naturais, e outra é um maior interesse por parte de arquitetos 
e arquitetas em fazer projetos usando esse material.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: a madeira
 A residência do engenheiro Hélio Olga, especialista no uso da madeira em estruturas, é uma 
das mais importantes referências nesse material. Nesse projeto foi usada madeira nativa, 
mas atualmente em construções como essa, ou maiores, só se usa madeira engenheirada.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: a madeira
Residência Hélio Olga, São Paulo, SP. Projeto de 
Marcos Acayaba Arquitetos, 1987.
Fonte: SEGAWA, H.; KATINSKY, J. R.; WISNIK, G. 
Marcos Acayaba. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
 O projeto de moradias estudantis da Escola Fazenda Canuanã usou como material 
construtivo principal a madeira engenheirada, e foi concluído em 2017. Os autores do projeto 
buscaram um alto índice de sustentabilidade e de conforto ambiental para as crianças que 
vão morar nos dois blocos executados em Madeira Lamelada Colada (MLC) e fechamentos 
de alvenaria cerâmica. Em 2018, o edifício foi premiado como o melhor edifício do mundo, 
com o prêmio internacional Royal Institute of British Architects (Riba). Esse projeto 
demonstra a evolução do uso de madeiras nativas para as engenheiradas.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: a madeira
Moradia estudantil da escola da 
Fazenda Canuanã, Formoso do 
Araguaia, TO. Projeto feito em 
2015 por Marcelo Rosenbaum e 
Adriana Benguela, em parceria 
com Gustavo Utrabo e Pedro 
Duschenes, do escritório 
Aleph Zero.
Fonte: Mario H. C. Caldeira, 2019.
Uma das consequências inesperadas da pandemia da covid-19 foi o fechamento de vários 
hotéis pelo país, que não suportaram o fechamento por período tão longo. Muitos desses 
edifícios foram transformados em unidades residenciais com apartamentos, após um 
processo de retrofit. Um exemplo disso é o Hotel Aymoré, inaugurado em 1910 no Rio de 
Janeiro e fechado pela falta de clientes devido à pandemia.
Algumas espacialidades no Brasil século XXI: a pandemia da covid-19
Hotel Aymoré, aberto em 1910 na Praça da Cruz Vermelha, Rio de 
Janeiro, RJ. A Prefeitura do Rio de Janeiro ofereceu incentivos para 
a conversão de edifícios como esse para aumentar a oferta de 
moradia no centro da cidade.
Fonte: 
https://www.google.com.br/ma
ps/@-22.9113143,-
43.1882818,3a,90y,257.07h,1
15.05t/data=!3m6!1e1!3m4!1s
TYHilyvhWMHaY8WAe2uxfg!
2e0!7i16384!8i8192. Acesso 
em: 08 maio 2022. Com 
adaptações.
 Outra consequência da pandemia foi a mudança radical na maneira de trabalhar. Centenas 
de milhares, e talvez milhões, de trabalhadores e trabalhadoras brasileiras tiveram que 
transformar a sua residência, seja casa unifamiliar ou apartamento, em local de trabalho e/ou 
de estudo. Os anos de 2020 e 2021 apresentaram um crescimento na quantidade de 
reformas e ampliações de residências talvez nunca visto antes. O volume de projetos feitos 
por arquitetos para esse tipo de situação foi tão importante que fez os preços dos materiais 
de construção aumentarem devido ao aumento da procura.
 Essa situação, inusitada para dizer o mínimo, demonstrou o 
quanto a arquitetura e o urbanismo estão nas nossas vidas e 
podem ajudar a resolver problemas e indicar novos caminhos.
A pandemia da covid-19 e a arquitetura
 A história está sendo sempre reescrita, e não é diferente com a história da arquitetura no 
Brasil. No entanto, como dito anteriormente, no caso da arquitetura e do urbanismo, a 
história não se limita a uma narrativa sobre o passado. Ela também é um importantíssimo 
instrumento de criação projetual. É a partir dela que criamos o nosso repertório arquitetônico, 
nome dado às arquiteturas e espaços urbanos que usamos como referência quando estamos 
criando e desenvolvendo projetos. Nessa história conseguimos identificar soluções 
conhecidas e testadas, estratégias projetuais mais adequadas para certos programas, 
formas que traduzem melhor o que o projeto pode vir a ser. Não se trata de mera cópia do 
que já foi feito, mas sim de usar uma referência e a partir dela galgar novas possibilidades.
 Conhecer a história da arquitetura e das cidades no nosso 
país é identificar, conhecer e construir para a nossa cultura. 
A história da arquitetura no Brasil
Após a década de 1990, a história da arquitetura no Brasil não consegue mais definir uma linha 
teórica única capaz de explicar todos os projetos inovadores realizados no país. No entanto é 
possível identificar alguns traços resultantes desse processo, desde o fim do século XX até as 
duas primeiras décadas do século XXI. Quais das afirmativas abaixo são traços dessa história 
recente?
I. A diversidade de caminhos, estratégias projetuais e técnicas construtivas.
II. O aumento significativo da presença de mulheres atuando como arquitetas urbanistas.
III. A implantação de novas formas de morar em condomínios.
IV. O uso de padrões nacionais de arquitetura para a maioria dos programas arquitetônicos.
a) Afirmativas II, III e IV.
b) Afirmativas I e III.
c) Afirmativas I, II e III.
d) Afirmativas I, II e IV.
e) Afirmativas II e III.
Interatividade
Após a década de 1990, a história da arquitetura no Brasil não consegue mais definir uma linha 
teórica única capaz de explicar todos os projetos inovadores realizados no país. No entanto é 
possível identificar alguns traços resultantes desse processo, desde o fim do século XX até as 
duas primeiras décadas do século XXI. Quais das afirmativas abaixo são traços dessa história 
recente?
I. A diversidade de caminhos, estratégias projetuais e técnicas construtivas.
II. O aumento significativo da presença de mulheres atuando como arquitetas urbanistas.
III. A implantação de novas formas de morar em condomínios.
IV. O uso de padrões nacionais de arquitetura para a maioria dos programas arquitetônicos.
a) Afirmativas II, III e IV.
b) Afirmativas I e III.
c) Afirmativas I, II e III.
d) Afirmativas I, II e IV.
e) Afirmativas II e III.
Resposta
BASTOS, M. A. J.; ZEIN, R. V. Brasil: arquiteturas após 1950. São Paulo: Perspectiva, 2010.
CASTILHO, A. L. H.; VARGAS, H. C. Intervenções em centro urbanos. Barueri, SP: 
Manole, 2009.
DIAS, L. A. M. Edificações de aço no Brasil. São Paulo, Zigurate Editora, 1999.
FARAH, I; SCHLEE, M. B.; TARDIN, R. Arquitetura paisagística contemporânea no Brasil. São 
Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2010.
KLIASS, R. G. Rosa Kliass: desenhando paisagens, moldando 
uma profissão. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2006.
Referências
LEME, M. C. S. A formação do pensamento urbanístico no Brasil: 1895-1965. In: LEME, M. C. 
S.; FERNANDES, A.; GOMES, M. A. F. (orgs.). Urbanismo no Brasil 1895-1965. São Paulo: 
Studio Nobel/FAUUSP/FUPAM, 1999.
VILLAÇA, F. Uma contribuição para a história do planejamento urbano no Brasil. In: DÉAK, C.; 
SCHIFFER, S. R. (orgs.). O processo de urbanização no Brasil. São Paulo: Fupam/Edusp, 
1999. pp. 169-243.
Referências
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