Buscar

13 Teníase e Cisticercose T solium e T saginata

Prévia do material em texto

Disciplina: Parasitologia Humana								Izael Xavier
Teníase e Cisticercose – T. solium e T. saginata 
Introdução
A teníase é uma parasitose intestinal ocasionada pela forma adulta da tênia (Taenia solium e Teania saginata). 
Sua transmissão se dá pela ingestão de carnes cruas ou mal cozidas de porco (T. solium) ou de boi (T. saginata) contaminadas com larvas ou cisticercos. 
Didaticamente, a teníase e a cisticercose são duas entidades mórbidas diferentes, mas ocasionadas pela mesma espécie em diferentes fases de vida. 
Morfologia
Verme adulto 
Ambas as espécies apresentam o corpo achatado, dorsalmente em forma de fita. 
· Escólex (cabeça): funciona como o órgão de fixação do cestódeo à mucosa do intestino delgado humano;
· Colo (pescoço): é a zona de crescimento do parasito ou formação das proglotes; 
· Estróbilo (corpo): conforme o colo cresce, ocorre a delimitação das proglotes e cada uma delas inicia a formação dos seus órgãos.
· Proglote jovem: mais curtas e apresentam desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos previamente ao feminino;
· Proglote madura: já apresenta os órgãos de ambos os sexos desenvolvidos e aptos para fecundação;
· Proglote gravídica: sofrem involução enquanto o útero se ramifica, ficando repleta de ovos. Desprende-se do corpo e, comumente são liberadas nas fezes juntas aos ovos. 
Ovos
Os ovos são constituídos por uma casca protetora denominada embrióforo que lhe confere resistência no ambiente. 
Cisticerco ou larva
Ambas as espécies apresentam o cisticerco constituído de uma vesícula translucida com liquido claro, contendo no interior um escólex com quatro ventosas e colo.
A diferença se dá quando o cisticerco da T. solium possui um rostelo e o da T. saginata, não. 
Ciclo biológico 
Transmissão 
· Teníase: o homem infecta-se ao ingerir carne suína ou bovina, crua ou malcozida, parasitada com cada espécie de Taenia.
· Cisticercose: adquirida pela ingestão acidental de ovos viáveis da T. solium, estes eliminados nas fezes de portadores de teníase. 
· Autoinfecção externa: quando o individuo leva as mãos contaminadas a boca ou por condições de coprofagia;
· Autoinfecção interna: pode ocorrer durante vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino; 
· Heteroinfecção: através de ingestão de alimentos ou água contaminados com os ovos viáveis disseminados no ambiente. 
Cisticercose Humana 
É obtida a partir da ingestão do ovo T. solium presente na carne de porco ou até mesmo alimentos. É uma doença de caráter pleomórfica devido a possibilidade de o cisticerco alojar-se em diversas partes do organismo. 
Patogenia 
Acontece lesões graves ao organismo humano. Os ovos, ao serem ingeridos e chegarem ao estômago, tem o embrióforo fragilizado, liberando a oncosfera.
A oncosfera passa pouco tempo no intestino até alcançar a circulação geral, sendo então distribuída a um órgão alvo.
Manifestações Clínicas 
As manifestações dependem de fatores, como número, tamanho e localização dos cisticercos.
· Muscular ou subcutânea: provoca pouca alteração e, em geral, é de forma assintomática. Em razão da morte do parasito, pode ocorrer a calcificação. Se for numerosa a quantidade de cisticercos nos músculos esqueléticos, podem provocar dor, fadiga e cãibras;
· Cardíaca: pode culminar em palpitações e ruídos anormais ou dispneia quando os cisticercos se instalam nas válvulas. Em geral, ocorre alterações na função das válvulas e debito cardíaco;
· Ocular: se o cisticerco alcança o globo ocular, instala-se na retina e, dependendo da extensão, promovem a perda parcial ou total da visão;
· SNC: pode acontecer em razão da presença do cisticerco no parênquima cerebral, pelo processo inflamatório decorrente ou pela formação de fibroses, granulomas e calcificações. Em geral, ocorre mal estar, cefalia, dificuldade motora, ataques epileptiformes e loucura. 
Diagnóstico
· Parasitológico: é feito pela pesquisa de proglotes, e raramente, pelos ovos de tênia nas fezes pelos métodos rotineiros ou pelo método de fita gomada;
· Clínico: tem como base aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. O diagnostico laboratorial tem como base a pesquisa do parasito;
· Imunológico: O ELISA é recomendado devido apresentar qualidade no preparo de antígenos; 
· Neuroimagens: A TC e a RNM do cérebro são métodos sensíveis para o diagnostico de neurocisticercose. 
Tratamento 
Teníase: utiliza-se niclosamida ou praziquantel;
Neurocisticercose: utiliza-se o albendazol.

Continue navegando