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A_RELEVANCIA_DO_PLANEJAMENTO_TRIBUTARIO

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FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ (FAACZ) 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
THAIZ DOS SANTOS AQUINO NEVES 
 
 
 
 
 
 
 
A RELEVÂNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA 
PRIMORDIAL NA GESTÃO EMPRESARIAL 
 
CASO PRÁTICO: TRIBUTAÇÃO NUMA EMPRESA NO RAMO DE COMÉRCIO 
VAREJISTA DE EQUIPAMENTOS INFORMÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARACRUZ/ES 
 2014
3 
THAIZ DOS SANTOS AQUINO NEVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A RELEVÂNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA 
PRIMORDIAL NA GESTÃO EMPRESARIAL 
 
CASO PRÁTICO: TRIBUTAÇÃO NUMA EMPRESA NO RAMO DE COMÉRCIO 
VAREJISTA DE EQUIPAMENTOS INFORMÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, da discente Thaiz 
dos Santos Aquino Neves, do Curso de Ciências 
Contábeis - Faculdades Integradas de Aracruz. 
(FAACZ) 
 
Orientador: Ms. Aldimar Rossi 
 
 
 
 
 
 
ARACRUZ/ES 
2014 
4 
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ (FAACZ) 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
THAIZ DOS SANTOS AQUINO NEVES 
 
Autorização: Decreto n.º 97.770 de 22/05/1989 
Reconhecimento: Portaria n.º 207 de 07/02/1994 
Renovação de Reconhecimento: Portaria n° 110, de 25/06/2012 (publicado em 
28/06/2012) 
 
A RELEVÂNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA 
PRIMORDIAL NA GESTÃO EMPRESARIAL 
 
CASO PRÁTICO: TRIBUTAÇÃO NUMA EMPRESA NO RAMO DE COMÉRCIO 
VAREJISTA DE EQUIPAMENTOS INFORMÁTICA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, do discente Thaiz dos Santos Aquino Neves, do Curso de 
Ciências Contábeis - Faculdades Integradas de Aracruz (FAACZ) como requisito parcial 
para obtenção do título de Bacharel em Contabilidade. 
 
Monografia aprovada em 24 de novembro de 2014. 
COMISSÃO EXAMINADORA: 
 
______________________________ 
Prof.Ms.Aldimar Rossi 
Orientador 
 
______________________________ 
Prof.Ms. Mériton Soares da Silva 
Membro 
 
______________________________ 
Prof. Milton Araújo Junior 
Membro 
5 
AGRADECIMENTO 
 
Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, que me permitiu esta etapa de vida! 
À minha família, principalmente a minha mãe pela compreensão quanto ao 
afastamento da rotina familiar em prol de objetivos e desafios pessoais e ainda pela 
motivação e carinho. Ao meu pai, que mesmo distante está sempre a me apoiar. 
Ao meu noivo, pelo companheirismo e amizade. 
Aos professores que souberam partilhar seus conhecimentos e saberes nesta 
caminhada. 
Aos colegas de sala e de corredor, com os quais tive o privilégio de conhecer e 
conviver dividindo e aprendendo conhecimentos. 
Ao meu orientador, pela dedicação na construção desta pesquisa, pela confiança 
depositada no meu trabalho, pelo incentivo na postura cognitiva e, principalmente 
por me oportunizar o desafio de galgar uma etapa tão grandiosa na busca de 
conhecimento. 
 
6 
DEDICATÓRIA 
A todos aqueles qυе dе alguma forma estiveram е estão próximos dе mim, fazendo 
esta vida valer cada vеz mais а pena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas as 
implicações futuras das decisões presentes. 
Peter Drucker 
8 
Resumo 
 
O estudo da legislação tributária brasileira não é tarefa simples. O grande número de 
leis voltadas à arrecadação e ao controle tributário representa exigências fiscais em 
forma de leis federais, estaduais, distritais e municipais, decretos, resoluções e 
instruções normativas. O planejamento tributário pode levar a dois resultados: 
eliminação da incidência tributária e redução da carga tributária ou postergação da 
incidência tributária e ganho financeiro. Observa-se uma enorme lacuna no 
conhecimento por parte dos empresários frente à legislação tributária, o que acaba 
por causar erros na definição da escolha tributária da empresa. Neste contexto, um 
estudo sobre planejamento tributário, visa promover a difusão de procedimentos 
amparados por lei, que venham a auxiliar os profissionais e ampliar suas 
possibilidades de redução no recolhimento de seus impostos, através de 
informações teóricas confiáveis e finalmente com um modelo aplicado a uma 
situação real, o que irá garantir uma visão do todo, observando assim, possibilidade 
perfeitamente aplicáveis e que mostrarão os benefícios oferecidos pela tributação 
com base no tipo de tributação em que se enquadra a empresa. Todo trabalho está 
pautado na premissa de que o planejamento tributário é uma atividade lícita do 
contribuinte e deve, por isso, ser feita dentro dos parâmetros permitidos por lei, para 
que tenha total segurança nas suas atividades. 
 
 
Palavras- chave: Tributação, Planejamento tributário, Sistema Tributário Brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
LISTA DE QUADROS 
 
QUADRO 01 Principais impostos cobrados no Brasil ........................................ 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 01 Faturamento Acumulado dos 12 (doze) meses mensalmente e 
Faixa de Faturamento do Simples Nacional inerente ao estudo de caso .............. 49 
TABELA 02 Tributos, exceto o ICMS, Incidentes sobre a Receita com Vendas 
de Mercadorias com base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso ........ 50 
TABELA 02.01 ICMS incidente sobre a Receita com Vendas de Mercadorias com 
base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso. ........................................ 51 
TABELA 03 Tributos Incidentes sobre a Receita com Prestação de Serviço com 
base no Simples Nacional..................................................................................... 53 
TABELA 04 Encargos com a Folha de Pagamento com Base no Simples 
Nacional ..................................................................................................... 56 
TABELA 05 Total dos Tributos com Base no Simples Nacional ...................... 58 
TABELA 06 Encargos sobre a Folha de Pagamento com Base no Lucro 
Presumido e no Lucro Real ................................................................................... 61 
TABELA 07 Cálculo do ISS para os Regimes de Tributação do Lucro 
Presumido e do Lucro Real inerente ao estudo de caso ....................................... 64 
TABELA 08 Cálculo do ICMS para os Regimes de Tributação do Lucro 
Presumido e do Lucro Real inerente ao estudo de caso ....................................... 67 
TABELA 09 PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro Presumido inerente ao 
estudo de caso ..................................................................................................... 70 
TABELA 10 IRPJ com base no Lucro Presumido para o Faturamento do 
Comércio inerente ao estudo de caso ................................................................... 72 
TABELA 11 IRPJ com base no Lucro Presumido para o Faturamento com 
Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso ............................................... 73 
TABELA 12 CSLL com base no Lucro Presumido para o Faturamento do 
Comércio inerente ao estudo de caso ................................................................... 74 
TABELA 13 CSLL com base no Lucro Presumido para o Faturamento com 
Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso ............................................... 75 
TABELA 14 Total dos Tributos com Base com base no Lucro Presumido 
inerente ao estudo de ........................................................................................... 77 
TABELA 15 PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro Real inerente ao estudo 
de caso ..................................................................................................... 79 
TABELA 15.01 Apuração de PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro Real 
inerente ao estudo de caso ................................................................................... 80 
11 
TABELA 16 Apuração do IRPJ no Regime de Tributação do Lucro Real 
Trismetral inerente ao estudo decaso .................................................................. 83 
TABELA 17 Apuração da CSLL no Regime de Tributação do Lucro Real 
Trimestral inerente ao estudo de caso .................................................................. 84 
TABELA 18 Total dos Tributos com Base com base no Lucro Real inerente ao 
estudo de caso ..................................................................................................... 86 
TABELA 19 Comparativo entre os Regimes de Tributação do Simples Nacional, 
Lucro Presumido e Lucro Real inerente ao estudo de caso .................................. 88 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
GRÁFICO 01 - Arrecadação Tributária Mensal incidente sobre a Receita com 
Vendas de Mercadorias com base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso.
 .................................................................................................................................. 52 
GRÁFICO 02 - Arrecadação Tributária Mensal incidente sobre a sobre a Receita 
com Prestação de Serviço com base no Simples Nacional inerente ao estudo de 
caso. .......................................................................................................................... 54 
GRÁFICO 03 - Arrecadação Mensal de Encargos com a Folha de Pagamento com 
Base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso. ........................................... 57 
GRÁFICO 04 - Representação de cada tributo no Simples Nacional inerente ao 
estudo de caso. ......................................................................................................... 59 
GRÁFICO 05 - Arrecadação Mensal de Encargos com a Folha de Pagamento com 
Base no Lucro Presumido e no Lucro Real inerente ao estudo de caso. .................. 62 
GRÁFICO 06 - Arrecadação Mensal do ISS para os Regimes de Tributação do Lucro 
Presumido e do Lucro Real inerente ao estudo de caso. .......................................... 65 
GRÁFICO 07 - Arrecadação do ICMS para os Regimes de Tributação do Lucro 
Presumido e do Lucro Real inerente ao estudo de caso. .......................................... 68 
GRÁFICO 08 - Arrecadação Mensal de PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro 
Presumido inerente ao estudo de caso. .................................................................... 71 
GRÁFICO 09 - Arrecadação Trimestral de IRPJ com base no Lucro Presumido para 
o Faturamento do Comércio inerente ao estudo de caso. ......................................... 72 
GRÁFICO 10 - Arrecadação Trimestral de IRPJ com base no Lucro Presumido para 
o Faturamento Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso. ......................... 73 
GRÁFICO 11 - Arrecadação Trimestral de CSLL com base no Lucro Presumido para 
o Faturamento Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso. ......................... 75 
GRÁFICO 12 - Arrecadação Trimestral de CSLL com base no Lucro Presumido para 
o Faturamento Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso. ......................... 76 
GRÁFICO 13 - Representação de cada tributo no Lucro Presumido inerente ao 
estudo de caso. ......................................................................................................... 78 
GRÁFICO 14 - Arrecadação Mensal de PIS/PASEP e COFINS para os Regimes de 
Tributação do Lucro Real inerente ao estudo de caso. ............................................. 81 
GRÁFICO 15 - Arrecadação Trimestral de IRPJ com base no Lucro Real Trimestral 
inerente ao estudo de caso. ...................................................................................... 83 
GRÁFICO 16 - Arrecadação de CSLL com base no Lucro Real Trimestral inerente ao 
estudo de caso. ......................................................................................................... 85 
13 
GRÁFICO 17 - Representação de cada tributo no Lucro Real inerente ao estudo de 
caso. .......................................................................................................................... 87 
GRÁFICO 18 - Arrecadação entre os Regimes de Tributação do Simples Nacional, 
Lucro Presumido e Lucro Real inerente ao estudo de caso. ..................................... 89 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
Art. Artigo 
Arts. Artigos 
CF Constituição Federal 
CGSN Comitê Gestor do Simples Nacional 
COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social 
CPP Contribuição Patronal Previdenciária 
CSLL Contribuição Social Sobre Lucro Líquido 
CTN Código Tributário Nacional 
DARF Documento de Arrecadação de Receitas Federais 
DAS Documento de Arrecadação 
DRE Demonstração do Resultado do Exercício 
EPP Empresas de Pequeno Porte 
FAP Fator Acidentário de Prevenção 
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 
ICMS Imposto sobre Operações Relativas à circulação de 
Mercadorias e Sobre Prestação de Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação 
IN Instrução Normativa 
INCRA Instituto Nacional de colonização e reforma agrária 
INSS Instituto Nacional do Seguro Social 
IOF Imposto sobre Operações Financeiras 
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados 
IPTU Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana 
IPVA Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 
IR Imposto de Renda 
IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica 
15 
ITBI Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos 
ITR Imposto Territorial Rural 
ISS Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza 
LALUR Livro de Apuração do Lucro Real 
LC Lei Complementar 
ME Microempresa 
MEI Microempreendedor Individual 
NCM Nomenclatura Comum do Mercosul 
PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público 
PIB Produto Interno Bruto 
PIS Programa de Integração Social 
RAT Risco de Acidente do Trabalho 
RICMS/ES Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à 
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação do 
Estado do Espírito Santo 
RIR Regulamento do Imposto de Renda 
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
SESI Serviço Social da Indústria 
SRF Secretária da Receita Federal 
TIPI Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos 
Industrializados 
 
 
 
 
 
16 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO _________________________________________________ 18 
2. O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ______________________________ 21 
2.1 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS .................................................................................. 22 
2.1.2 Taxas ______________________________________________________ 25 
2.1.3 Contribuição de Melhoria _____________________________________ 26 
2.1.4 Empréstimos Compulsórios ___________________________________ 27 
2.1.4 Contribuições Especiais ______________________________________ 28 
3. A TRIBUTAÇÃO DAS EMPRESAS NO BRASIL ______________________ 30 
3.1 SIMPLES NACIONAL.......................................................................................... 30 
3.2 LUCRO PRESUMIDO ......................................................................................... 32 
3.2 LUCRO REAL ..................................................................................................... 34 
3.4 LUCRO ARBITRADO .......................................................................................... 35 
4. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ___________________________________ 37 
4.1 OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO .................................................................... 40 
4.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ............................. 40 
4.3 CLASSIFICAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ..................................... 41 
4.4 PARTICULARIDADES DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO .............................. 42 
5. ESTUDO DE CASO - EMPRESA NO COMÉRCIOVAREJISTA DE 
INFORMÁTICA ___________________________________________________ 47 
5.1 CARACTERIZAÇÕES DA EMPRESA................................................................. 47 
5.2 REGIMES TRIBUTÁRIOS ................................................................................... 48 
5.2.1 Simples Nacional ____________________________________________ 48 
5.2.2 Lucro Presumido X Lucro Real _________________________________ 60 
5.2.3 Apuração dos tributos peculiares no Lucro Presumido ____________ 69 
17 
5.2.4 Apuração dos tributos peculiares no Lucro Real __________________ 78 
5.2.5 Comparativo: Simples Nacional x Lucro Presumido x Lucro Real ____ 88 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________________________ 90 
REFERÊNCIAS __________________________________________________ 92 
ANEXOS ________________________________________________________ 96 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
1. INTRODUÇÃO 
 
 O planejamento tributário visa melhorar os níveis de eficiência e eficácia das 
organizações focando melhores resultados nas empresas, através da manutenção 
preventiva, para isso, são necessárias informações fiscais, comerciais e de 
parâmetros contábeis com veracidade dos fatos contábeis ocorridos. Diminuir a 
carga tributária e pagar menos tributos, dentro da lei, é uma prática lícita, e não deve 
ser confundida com sonegação fiscal (SILVA, 1987). 
 Embora os gestores, tenham elevado espírito empreendedor, muitas vezes 
necessitam de contribuições, informações ou mesmo ferramentas específicas para 
gerir e alavancar seus negócios. Há necessidade de planejamento tributário no 
cenário em que nos encontramos, pois é uma questão de sobrevivência, tendo em 
vista as obrigatoriedades que vem surgindo, bem como a complexidade crescente 
nos negócios. O planejamento tributário no Brasil deverá se profissionalizar ainda 
mais, de forma que somente conhecimentos de cunho jurídico não bastem para a 
planificação tributária (AMARAL, 2007). 
 Para a pessoa jurídica, o planejamento tributário pode conceber a 
sobrevivência no mundo corporativo moderno, no qual a concorrência é acirrada- 
hoje é dever de todo administrador identificar oportunidades para poupar o 
pagamento do tributo, desde que as práticas adotadas não firam nenhum dispositivo 
das normas tributárias (ANDRADE FILHO, 2009). 
 Esta pesquisa origunous-e da importância de tomarmos decisões que 
envolvem tributos. Seja na vida profissional, seja na vida pessoal, como gestor de 
uma empresa ou consumidor, certamente haverá um momento em que nos 
deparamos com uma situação que envolva uma escolha a ser feita, uma decisão a 
ser tomada que muito provavelmente, produzirá no presente ou no futuro, para si 
próprio ou para a entidade que represente algum efeito tributário. 
O planejamento tributário visa reduzir a carga tributária utilizando-se de um 
estudo prévio de acordo com cada atividade empresarial. Sendo assim é 
fundamental expor e responder ao seguinte problema: Qual a relevância do 
planejamento tributário como ferramenta primordial na gestão empresarial? 
19 
 O planejamento pressupõe trabalho, aprimoramento para se chegar a uma 
finalidade, tendo como ferramenta o gerenciamento e acompanhamento para atingir 
as metas. Sendo assim o objetivo geral deste trabalho é identificar o melhor regime 
de tributação de uma empresa através de um comparativo, utilizando o 
planejamento tributário como uma ferramenta primordial na gestão empresarial. 
 Além do objetivo geral é possível: descrever o Sistema Tributário Brasileiro; 
caracterizar as empresas e seus aspectos tributários e destacar a particularidades 
do planejamento tributário. 
 O processo de tomada de decisões tem fundamento nas informações 
legítimas e é para isso que o uso do planejamento se faz indispensável nas 
organizações. O presente estudo torna-se relevante, pois, atualmente no Brasil 
devido à falta de um conhecimento da legislação tributária, muitas empresas deixam 
de atender os fiscos municipais, estaduais e federais de maneira correta e completa. 
 Como metodologia para realização deste trabalho foi utilizada a pesquisa 
bibliográfica que segundo Gil (1996, p. 48) é desenvolvido a partir de material já 
preparado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, e Otani e Fialho 
(2011, p. 38) complementam dizendo que a pesquisa bibliográfica, consiste na 
aquisição de dados através de fontes secundárias, na qual se utiliza com fontes de 
coleta de dados materiais publicados. Também é apresentado um estudo de caso 
que assegura as habilidades desejadas extraindo do caso às informações relevantes 
através de procedimentos fortemente baseados na percepção e na capacidade 
analítica da tributação das empresas. 
 A pesquisa quanto aos objetivos e objeto realizou uma pesquisa bibliográfica 
e um estudo de caso em uma empresa na área de informática, situada no município 
de Aracruz - ES. Para realização do trabalho ainda foram realizadas as seguintes 
etapas: caracterização da empresa de estudo, bem como o perfil tributário; estudo 
transcritivo e transversal realizado por meio de entrevista estrutura com perguntas 
abertas e fechadas aos proprietários da empresa. As entrevistas foram, transcritas e 
posteriormente submetidas à análise; tabulação dos dados coletados através de 
gráficos e tabelas. 
 Foram analisados os dados contábeis da empresa no ano-calendário de 
2013 (Dois mil e treze), a fim de se verificar se o regime tributário que a mesma se 
20 
encontra é o melhor para o seu desempenho. Para isso foram explanados os 
cálculos nos três regimes de tributação: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro 
Real. 
 O presente trabalho de pesquisa pode contribuir com informações para a 
tomada de decisões envolvendo tributos, tendo em vista que a contabilidade, na sua 
essência, tem o objetivo fundamental de produzir informações sobre a tomada de 
decisões e a contabilidade tributária é entendida como um instrumento necessário 
para identificar, mensurar e informar o impacto causado pelos tributos no patrimônio 
das organizações. 
 O trabalho está estruturado em três capítulos. O primeiro capítulo refere-se 
Sistema Tributário Nacional - que é a Lei norteadora, no Brasil, da aplicabilidade dos 
tributos, extensão, alcance, limites, direitos e deveres dos contribuintes, atuação dos 
agentes fiscalizadores e demais normas tributárias. 
 O segundo capítulo aborda a tributação das empresas no Brasil. Enfatiza o 
conceito de Lucro Presumido, Lucro Real, Simples Nacional e Regime Arbitrário. 
 O terceiro capítulo destaca as particularidades do planejamento tributário, 
tendo em vista o sistema tributário brasileiro até o presente ano. 
 O quarto capítulo aborda um estudo de caso em uma Empresa de Pequeno 
Porte do ramo de comércio varejista de equipamentos de informática, bem com a 
prestação de serviço sobre tais equipamentos, comparando os três regimes 
tributários (Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
2. O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
 
 A Constituição Federal (CF/88) dedica 18 de seus artigos (do 145 ao 162 
Título VI, Capítulo I) ao Sistema Tributário Nacional, é definido por vários autores do 
qual se destaca Harada que define o sistema tributário nacional como: 
O conjunto de normas constitucionais de natureza tributária, inserido no 
sistema jurídico global, formado por um conjunto unitário e ordenado de 
normas subordinadas aos princípios fundamentais reciprocamente 
harmônicos, que organiza os elementos constitutivos do Estado, que outra 
coisa não é senão a própria Constituição (HARADA, 2007, p.328) 
 
 A Expressão tributar tem sua gênese na expressão tribuere que significa 
dividir tribos, repartir, distribuir, atribuir. A idéia presente nesta expressão é, portanto, 
a de que o Estado distribuiu entre seus cidadãos o ônus de pagar o tributona 
condição de contribuintes - aqueles que contribuem (AMARO, 2005, p.16). 
 De acordo com Amaro (2005, p.25) [...] “tributo é a Expressão pecuniária não 
sancionatória de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado ou entidades não 
estatais de fins de interesse público”. 
 O Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172 de 1966) conceituou tributo no 
artigo 3º da seguinte forma: 
Art. 3º. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada (LEI n° 5.172, de 25 de outubro de 1966). 
 
 Harada (2005, p.21) destaca que o Sistema Tributário é o conjunto de leis 
constitucionais de natureza tributária, inserido no sistema jurídico global, formado 
por um conjunto único e ordenado de normas subordinadas aos princípios 
fundamentais, mutuamente harmônicos, que organiza os elementos constitutivos do 
Estado, que outra coisa não é senão a própria Constituição. O que existe, portanto, 
é um sistema parcial (sistema constitucional tributário) dentro de um sistema global 
(sistema constitucional). 
 Melo (2007, p.12) não só identifica o sistema constitucional tributário, como 
também observa sua importância destacando que o sistema constitucional tributário 
constituído por princípios e regras específicas, é expressamente disciplinado em 
22 
capítulo próprio da Constituição Federal. Assim, os lineamentos, os contornos, os 
padrões e os limites da tributação encontram-se descritos na Constituição. O exame 
da matéria tributária impõe, necessariamente, a análise e a compreensão dos 
princípios e normas hauridos na Constituição como lei fundamental e suprema do 
Estado, conferindo poderes, concedendo competências e estabelecendo os direitos 
e garantias individuais. 
 Coelho (2006, p.3-4) destaca que o Brasil, ao contrário, de outros países 
inundou a Constituição com princípios e regras atinentes ao direito tributário. Somos 
o país cuja Constituição é a mais extensa e minuciosa em tema de tributação. 
 De acordo Gassen et. al. (2013) a tributação sobre o consumo representa 
hoje a principal fonte de receitas do Estado brasileiro. Atualmente, mais da metade 
da arrecadação tributária advém de alguma forma na cadeia produtiva, sendo 
repassadas, dessa forma, ao consumidor final por intermédio de mecanismos que 
refletem economicamente o ônus fiscal no preço final de bens e serviços. 
 Como consequência calamitosa dessa escolha, acaba-se gerando uma 
matriz tributária altamente regressiva, o que contribui enormemente no 
aprofundamento do abismo social existente em nosso país. Em uma clara violação 
ao princípio da capacidade contributiva, busca-se no Brasil, por meio da tributação 
sobre o consumo, tributar de forma mais dispendiosa as camadas mais pobres da 
população, fazendo com que elas sustentem em grande medida, o Estado brasileiro 
(GASSEN, 2013). 
 Essa realidade alanceia, assim, um pressuposto lógico e óbvio seguido pela 
grande maioria dos países desenvolvidos: onerar conforme a capacidade econômica 
de cada um. Com isso, nega-se à grande parte de nossa população o mínimo 
existencial que afiance seus meios de subsistência, comprometendo a existência 
digna desses cidadãos (GASSEN, 2013). 
 De acordo com Gassen (2013), é necessário debater meios de se reformular 
a matriz tributária, de maneira a melhor distribuir o ônus fiscal em nossa sociedade. 
 
2.1 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
23 
Bastos (1992) destaca que o Sistema Tributário nacional é o conjunto de 
princípios e de normas unificados em torno da idéia de tributo. São cinco as 
espécies de tributo: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos 
compulsórios e contribuições especiais (sociais: previdência social; de intervenção 
do Estado no domínio econômica e referente às categorias profissionais): 
Impostos - não implicam em contraprestação por parte do Estado; são 
tributos não vinculados. 
Taxas - constituem modalidade tributária vinculada à prestação por parte do 
Poder Público, do poder de polícia ou então utilização efetiva ou potencial 
de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou 
postos à sua disposição. 
Contribuição de Melhoria - é modalidade tributária indiretamente 
vinculada, sendo necessário que o Estado realize alguma obra, devendo 
esta obra gerar uma plus valia da propriedade individual. A atual Carta não 
faz estas duas exigências, mas elas continuam a funcionar como 
pressupostos da cobrança. 
Empréstimos Compulsórios - devem ser criados por lei complementar, o 
que representa uma garantia para o contribuinte. Podem ser criados para 
atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, 
guerra externa ou sua iminência, ou então no caso de investimento público 
de caráter urgente de relevante interesse nacional. 
Contribuições Especiais - As diretrizes das contribuições especiais estão 
na Constituição Federal. O artigo 149 da Carta Magna dispõe: Compete 
exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no 
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. 
(BASTOS, 1992, p.35) 
 
Segundo Art. 5º do Código Tributário Nacional (CTN), os tributos são 
impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
Sousa (1981, p.161) aborda seu conceito geral de tributo como sendo: "a 
receita derivada que o Estado arrecada mediante o emprego da sua soberania, nos 
termos fixados em lei, sem contraprestação diretamente equivalente, e cujo produto 
se destina ao custeio das atividades próprias do Estado". 
 De acordo com Silva et al (2013, p.26) não é de hoje que a legislação 
tributária provoca verdadeira insegurança nos contribuintes. Há muito tempo essa 
“cultura” arrecadatória e de fiscalização vem promovendo maior alvoroço em 
cumprimento dessa obrigação, quando exige o preenchimento freqüente de 
formulários, guias fiscais, declarações tributárias, enfim, uma infinidade de ações 
principais e acessórias que certamente frustra tal relação, seja porque sempre muito 
24 
se paga a tal título, seja porque os serviços realizados pelo Estado simplesmente 
não funcionam. 
 Pelo que se pode perceber, esse comportamento fiscal é atemporal. Prova 
disso são as conclusões apresentadas por Becker. 
Se fossem integralmente aplicadas as leis tributárias, todos os contribuintes 
seriam passíveis de sanções, inclusive de cárcere eitos, não tanto em 
virtude de fraude, mas principalmente pela desorientação que o caos da 
legislação tributária provoca no contribuinte. Tão defeituosa costumam ser 
a leis tributárias que o contribuinte nunca está seguro das obrigações a 
cumprir e necessita manter uma dispendiosa equipe de técnicos, 
especialistas, para simplesmente saber quais as exigências do Fisco 
(BECKER, 1998, p.8-9) 
 
 Mesmo embora Bercker tenha tratado do fenômeno da tributação na década 
de 1950, os problemas afetos à arrecadação, à apuração, ao pagamento, ao 
recolhimento e ás outras ações semelhantes continuam atormentando o contribuinte 
nos dias atuais. 
 
2.1.1 Imposto 
 
 É de competência privativa, atribuída pela CF/88, ou seja, é exclusivamente 
da União ou dos Estados ou dos Municípios ou do Distrito Federal (arts. 153 a 155 
da CF/88). 
 O imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, é o 
que define o art. 16 do CTN. 
 De acordo com Amaro (2010, p.52), o fato gerador do imposto é uma 
situação (por exemplo, aquisição de renda, prestação de serviços, etc.) que não 
supõe nem se conecta com nenhuma atividade do Estado especificamente dirigida 
ao contribuinte. Ou seja, para exigir imposto de certo indivíduo, não é preciso que o 
Estado lhe preste algo determinado. A atuação do Estado dirigida aprover o bem 
comum beneficia o contribuinte, mas este frui das utilidades que o Estado fornece 
porque é membro da comunidade e não por ser contribuinte. 
25 
QUADRO 01 - Principais impostos cobrados no Brasil 
 
O Brasil tem uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. Atualmente, ela 
corresponde a, aproximadamente, 37,5% do PIB (Produto Interno Bruto). 
FEDERAIS ESTADUAIS MUNICIPAIS 
IR Imposto sobre a renda de 
qualquer natureza. 
ICMS Imposto sobre Circulação 
de Mercadorias e Serviços 
IPTU Imposto sobre 
Propriedade Predial e Territorial 
Urbana 
IPI Imposto sobre Produtos 
Industrializados. 
IPVA Imposto sobre 
Propriedade de Veículos 
Automotores. 
ITBI Imposto sobre 
Transmissão Inter Vivos de 
Bens e Imóveis e de Direitos 
Reais e a eles relativos 
IOF Imposto sobre Operações 
Financeiras. 
 ISS Imposto Sobre Serviços. 
ITR Imposto Territorial Rural. 
FONTE: Portal Tributário. 
 
2.1.2 Taxas 
 
 Os Arts. 77 e 78 do CTN definem as taxas, determina o fato gerador, o 
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço 
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
 Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou 
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à 
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do 
Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos (art. 78). 
26 
 Segundo Amaro (2010, p. 52), “(...) o fato gerador da taxa não é um fato do 
contribuinte, mas um fato do Estado. O Estado exerce determinada atividade e, por 
isso, cobra a taxa da pessoa a quem aproveita aquela atividade.” 
 Sabbag (2010, p. 405), diz que “a taxa é um tributo imediatamente vinculado 
à ação estatal, atrelando-se à atividade pública, e não à ação do particular”. 
 O parágrafo único do art. 77 do CTN, estabelece que a taxa não pode ter 
base de cálculo ou fato gerador idênticos ao imposto, nem ser calculada em função 
do capital das empresas. 
 
2.1.3 Contribuição de Melhoria 
 
 De acordo com Sabbag (2010, p.438), no século XX, a contribuição de 
melhoria, nas suas mais diferentes variações, foi intensamente utilizada, em quase 
todos os países, sob a crença de ser um tributo genuinamente justo, que vinha a 
calhar na necessidade de urbanização (ou reurbanização) das cidades, 
principalmente após as duas grandes guerras. 
 Os arts. 81 e 82 do CTN dispõem que a Contribuição de Melhoria, só pode 
ser cobrada se, em virtude de obra pública, decorrer valorização imobiliária para o 
contribuinte. 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas 
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que 
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada 
e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada 
imóvel beneficiado (LEI nº 5.172, de 25 de outubro de 1966). 
 Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes 
requisitos mínimos: 
 I - publicação prévia dos seguintes elementos: 
 a) memorial descritivo do projeto; 
 b) orçamento do custo da obra; 
 c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela 
contribuição; 
 d) delimitação da zona beneficiada; 
 e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para 
toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; 
 II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação 
pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; 
27 
 III - regulamentação do processo administrativo de instrução e 
julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo 
da sua apreciação judicial. 
 § 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio 
da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos 
imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores 
individuais de valorização. 
 § 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá 
ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu 
pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo (LEI nº 
5.172, de 25 de outubro de 1966). 
 
 A contribuição de melhoria também está prevista no art. 145 da CF/88, 
manifestando-se no poder impositivo de exigir o tributo dos proprietários de bens 
imóveis valorizados com a realização de uma obra pública. 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos: (...) 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas (BRASIL, 1988). 
 
 Segundo Sabbag (2010, p.442), o fato gerador da contribuição de melhoria é 
a valorização imobiliária decorrente de uma obra pública. A valorização imobiliária é 
parte integrante de hipótese de incidência do tributo, sem a qual o fato gerador não 
se completa. 
 
2.1.4 Empréstimos Compulsórios 
 
O art. 148 da Constituição Federal prevê a instituição dos empréstimos 
compulsórios, e o dispões da seguinte forma: 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
 
28 
Este tributo, para alguns, é considerada como coativa e forçada, uma 
vez que sua origem não se dá mediante manifestação de livre vontade das 
partes; entretanto, é instituído por determinação legal, logo que constatada a 
ocorrência do fato gerador; que nada mais é quando resulta a obrigação, de 
um lado, de realizar empréstimo de dinheiro ao Estado; e por outro, de ter o 
seu pagamento adimplido pelo contribuinte. 
O fator marcante do Empréstimo Compulsório é a obrigatoriedade de 
restituição. 
Amaro (2010, p.73), diz que o empréstimo compulsório é um ingresso 
de recursos temporários nos cofres do Estado, pois a arrecadação acarreta 
para o Estado a obrigação de restituir a importância que foi emprestada. Aqui, 
mais uma vez, deparamo-nos com o qualificativo da compulsoriedade, que já 
examinamos ao tratar do conceito de tributo e ao cuidar de taxas de serviços. 
Na locução “empréstimo compulsório” (que a doutrina também costuma 
designar como “empréstimo forçado”), o adjetivo quer expressar que o 
nascimento da obrigação de prestar (a título de empréstimo, embora) é 
determinado (forçado) pela lei, não sendo, pois, fruto da vontade dos sujeitos 
da relação jurídica. 
 
2.1.4 Contribuições Especiais 
 
O art. 149 da Constituição Federal dispõe que: 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas 
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e 
sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a 
que alude o dispositivo. 
 
Sabbag (2012, p.503), define as contribuições como tributos 
destinados ao financiamento de gastos específicos, sobrevindo no contexto 
29 
de intervenção do Estado no campo social e econômico, sempre no 
cumprimento dos ditames da política de governo. 
As contribuições especiais,também conhecidas como contribuições 
parafiscais, são designadas à aplicação de finanças públicas, de objetivos 
extrafiscais, os quais visam arrecadar recursos que custeiem atividades, que 
a princípio não eram de responsabilidade do Estado, mas, no entanto, se 
desenvolvem através de entidades específicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
3. A TRIBUTAÇÃO DAS EMPRESAS NO BRASIL 
 
 De acordo com a legislação federal, a apuração de impostos no Brasil pode 
ser feita das seguintes formas: Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real e 
Lucro Arbitrado. 
 Para conhecer o melhor regime para apuração de impostos a ser adotado 
nas empresas, é importante fazer análises mais profundas de acordo com as 
atividades da empresa e também do montante das despesas que ela desembolsa, 
bem como o a previsão de receitas esperadas. 
 Em seguida será abordada cada uma das formas de tributação citadas. 
 
3.1 SIMPLES NACIONAL 
 
 O regime do Simples Nacional abrange a participação de todos os entes 
federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). É administrado por um 
Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita 
Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos 
Municípios (RECEITA FAZENDÁRIA). 
 É uma forma de tributação permitida para empresas que atendam algumas 
especificações exigidas pela legislação, instituída pela Lei nº. 9.317/1996, 
regulamentada por posteriores atos normativos, mas a alteração mais expressiva foi 
dada pela Lei Complementar (LC) nº. 123/2006, que normatizou as Microempresas 
(ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP). Em seguida, a Resolução CGSN 
(Comitê Gestor do Simples Nacional) nº. 58/2009 inseriu no Simples Nacional o 
Microempreendedor Individual (MEI). Pouco depois a LC 123/2006 sofreu alteração 
pela LC 139/2011. 
 A classificação entre ME, EPP e MEI, tem como base a receita bruta anual. 
 O art. 3º. Da LC 123/2006, faz a distinção entre ME e EPP: 
Art. 3 º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se 
microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a 
sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o 
empresário a que se refere o art. 966 da Lei n º 10.406, de 10 de janeiro de 
31 
2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas 
Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, 
desde que: 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta 
igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e 
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, 
receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e 
igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). 
§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, 
o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o 
preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, 
não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais 
concedidos (LEI COMPLEMENTAR nº 123, DE 2006). 
 
 No art. 18-A, § 1º, da LC 123/2006, considera-se MEI o empresário 
individual que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 
60.000,00 (sessenta mil reais), 
Art. 18-A. (...) 
§ 1º Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o 
empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002 (Código Civil), que tenha auferido receita bruta, no ano-
calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), optante pelo 
Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática 
prevista neste artigo (LEI COMPLEMENTAR nº 123, DE 2006). 
 
 O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento 
único de arrecadação, dos seguintes tributos: 
• Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); 
• Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); 
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); 
• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); 
• Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS/Pasep); 
• Contribuição Patronal Previdenciária (CPP); 
• Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre 
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação (ICMS); 
• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). 
32 
 Os tributos devidos, apurados na forma do Simples Nacional, deverão ser 
pagos conforme artigo 21 da LC 123/2006. 
Art. 21. Os tributos devidos, apurados na forma dos arts. 18 a 20 desta Lei 
Complementar, deverão ser pagos: 
I - por meio de documento único de arrecadação, instituído pelo Comitê 
Gestor; 
II - (REVOGADO); 
III - enquanto não regulamentado pelo Comitê Gestor, até o último dia útil da 
primeira quinzena do mês subseqüente àquele a que se referir; 
IV - em banco integrante da rede arrecadadora do Simples Nacional, na 
forma regulamentada pelo Comitê Gestor (LEI COMPLEMENTAR nº 123, 
DE 2006). 
 
 Quando o recolhimento for por intermédio da matriz e na hipótese de a 
empresa possuir filiais, o recolhimento dos tributos do Simples Nacional dar-se-á por 
intermédio da matriz. Caso tenha havido a retenção na fonte do ISS, ele será 
definitivo e deverá ser deduzida a parcela do Simples Nacional a ele 
correspondente, que será apurada tomando-se por base as receitas de prestação de 
serviços que sofreram tal retenção, não sendo o montante recolhido na forma do 
Simples Nacional objeto de partilha com os municípios. 
 A opção no Simples Nacional se dará na forma a ser estabelecida em ato do 
Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-calendário. 
 A opção deverá ser realizada até o último dia útil do mês de janeiro, 
produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção. Em caso de 
empresa recém-constituída, a opção produzirá efeitos a partir da data do início de 
sua atividade, desde que exercida nos termos, nos prazos e nas condições a serem 
estabelecidos no ato do Comitê Gestor. 
 
3.2 LUCRO PRESUMIDO 
 
 Rodrigues et al (2008, p. 292) conceitua que “lucro presumido é uma forma 
de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do imposto de 
renda e da contribuição social das pessoas jurídicas que não estiveram obrigadas no 
ano-calendário, à apuração do lucro real.” 
33 
 Conforme Young (2003, p.36), “lucro presumido é o lucro que se presume 
obtido pela empresa sem escrituração contábil, para efeito do pagamento do 
imposto de renda, calculado por um coeficiente aplicado sobre a receita bruta.” 
 Na tributação de empresas pelo Lucro Presumido não importa 
(tecnicamente) as despesas ou os custos que tenha, haja vista que o lucro é 
determinado por presunção e o Imposto de Renda e a CSLL incidem diretamente 
sobre as Receitas. Assim, mesmo que a empresa tenha prejuízo na sua atividade 
deve pagar o IRPJ e a CSLL nos quatro trimestres do ano em que optou pelo 
presumido. 
 De acordo coma Receita Fazendária o imposto de renda com base no lucro 
presumido é determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 
de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. 
 Destaca-se que não são todas as empresas que podem optar pelo lucro 
presumido. De acordo com o Decreto 3.000/1999, art. 516, “a pessoa jurídica cuja 
receita bruta total, no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 
48.000.000,00 [...] poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro 
presumido.” 
 As empresas que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real poderão 
optar pelo regime de tributação no lucro presumido, conforme a legislação tributária, 
precisamente o Decreto 3.000/1999. 
 Para realizar a opção pelo lucro presumido deve ser feito um estudo 
detalhado sobre a lucratividade, sendo que o lucroda atividade da empresa deve ser 
seguramente maior que o Lucro Presumido pela legislação. A empresa deve ficar 
atenta que os ganhos de capital, receita financeira, descontos obtidos e demais 
receitas não tem redução do percentual da base de cálculo, devendo ser calculado o 
Imposto de Renda sobre a totalidade. A opção pelo Lucro Presumido se dá mediante 
o pagamento da DARF, código Lucro Presumido, sendo que durante o ano-
calendário não pode alterar a opção para o Lucro Real (art.13, Lei 9.718/98). 
 
 
34 
3.2 LUCRO REAL 
 
 De acordo com a Receita Fazendária para fins da legislação do imposto de 
renda, a expressão “lucro real” significa o próprio lucro tributável, e distingue-se do 
lucro líquido apurado contabilmente. De acordo com o art. 247 do RIR/1999, lucro 
real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou 
compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. A determinação do 
lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração 
com observância das leis comerciais. 
 “Lucro Real é o lucro líquido do período, apurado com observância das 
normas das legislações comercial e societária, ajustado pelas adições, exclusões ou 
compensações prescritas pela legislação do Imposto de Renda.” (SILVA, 2006, 
p.01). 
 O art. 14 da lei nº. 9.718 de 1998 determina quais pessoas jurídicas estão 
obrigadas ao lucro real. 
Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: 
I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 
78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número 
de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada 
pela Lei nº 12.814, de 16 de maio de 2013) (Vide parágrafo único do art. 9º, 
da Lei nº 12.814/2013) 
II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, 
bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, 
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades 
corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e 
valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de 
crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de 
previdência privada aberta; 
III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do 
exterior; 
IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios 
fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; 
V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento 
mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2º da Lei nº 9.430, de 
1996; 
VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de 
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção 
e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos 
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de 
serviços (factoring). 
VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, 
financeiros e do agronegócio (LEI nº. 9.718 de 1998). 
35 
 Os impostos Federais incidentes nas empresas optantes pelo Lucro Real 
são o PIS, a COFINS, o IRPJ e a CSLL, sendo os dois primeiros apurados 
mensalmente sobre o faturamento e os dois últimos anualmente ou trimestralmente, 
tendo como base o Lucro Líquido contábil, ajustado pelas adições, exclusões e 
compensações permitidas ou autorizadas pelo Regulamento do Imposto de Renda. 
 A palavra “real” é utilizada em oposição ao termo presumido, com o principal 
objetivo de exprimir o que existe de fato, verdadeiramente, no sentido de ser aceito 
para todos os fins e efeitos de direito. A apuração do lucro real envolve maior 
complexidade na execução das rotinas contábeis e tributárias, para a completa 
escrituração das atividades e posterior apuração do lucro real, que é a base para 
cálculo dos tributos como IRPJ e a CSLL das empresas que não podem ou não 
querem optar pelo lucro presumido. Para que o resultado seja apurado 
corretamente, o contador deve adotar uma série de procedimentos corriqueiros no 
ambiente profissional, como a rigorosa observância aos princípios contábeis, 
constituição de provisões necessárias, completa escrituração fiscal e contábil, 
preparação das demonstrações contábeis e livros obrigatórios pela legislação. 
 
3.4 LUCRO ARBITRADO 
 
 Segundo Murphy (2010) o arbitramento do lucro é um dos três métodos de 
apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda previstos no art. 44 do CTN. 
É uma medida excepcional; não pode ser utilizado pelo fisco a seu livre critério. Só 
pode será dotado naquelas hipóteses estritamente previstas em lei, com base em 
provas. Isto significa dizer que não basta ao fisco alegar que a pessoa jurídica 
incorreu em uma das hipóteses de arbitramento do lucro. É preciso que se 
fundamente em provas que assim o demonstrem. 
 Murphy (2010) ainda destaca que disciplinam, atualmente, o arbitramento do 
lucro da pessoa jurídica a Lei n.º 8.981, de 1995, com as alterações introduzidas 
pela Lei n.º 9.065, de 1995, artigo 1.º, a Lei n.º 9.249, de 1995, artigos 2.º, 3.º, 16 e 
24; a Lei n.º 9.430, de 1996, artigos 1.º, 4.º, 27, 48 e 51 a 54 e a Lei n.º 9.779, de 
36 
1999, artigo 22, dispositivos esses regulamentados pelo Decreto n.º 3.000, de 1999 
(RIR/1999), artigos 529 a 539. 
 O parágrafo 1.º do artigo 47 da Lei n.º 8.981, de 1995, faculta à própria 
pessoa jurídica proceder ao autoarbitramento, quando conhecida a receita bruta. 
 Nem sempre foi assim. Nos anos-calendário de 1992 a 1994, o arbitramento 
do lucro recebeu o seguinte tratamento: 
a) ano de 1992 - revogada a possibilidade do autoarbitramento; a iniciativa do 
arbitramento passou a ser exclusivamente da autoridade fiscal (Lei nº 8.383, de 
1991, art.41); 
b) anos de 1993 e 1994 - permaneceu como regra geral a exclusividade da iniciativa 
da autoridade fiscal, sendo dada, por exceção, a possibilidade de o contribuinte 
poder arbitrar seu lucro nos casos fortuitos ou de força maior, como definido na Lei 
Civil (Lei n.º 8.383, de 1991, art. 41 c/c Lei n.º 8.541, de 1992, art. 21). 
 A legislação que atualmente rege o arbitramento do lucro da pessoa jurídica 
prevê a sua aplicação nas hipóteses prescritas no artigo 47 da Lei n.º 8.981, de 
1995: 
Art. 47. O lucro da pessoa jurídica será arbitrado quando: 
I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real ou submetido 
ao regime de tributação de que trata o Decreto-Lei nº 2.397, de 1987 não 
mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de 
elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; 
II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes 
indícios de fraude ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem 
imprestável para: 
a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou 
b) determinar o lucro real. 
III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e 
documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o livro Caixa, na hipótese 
de que trata o art. 45, parágrafo único197; 
IV - o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro 
presumido; 
V - o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de 
cumprir o disposto no § 1º do art. 76 da Lei nº 3.470, de 28 de novembro de 
1958 (LEI n.º 8.981, de 1995) 
 
 
 
37 
4. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
O Brasil sofre com a alta carga tributária, visto que é uma das mais elevadas 
do mundo. O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam 
atenuar o pagamento de tributos e surgiu como ferramenta para que o contribuinte 
possa diminuir o exagerado valor pago de tributos e aumentar seu lucro. Sabe-se 
que os tributos (impostos, taxas e contribuições) representam importante parcela 
dos custos das empresas, senão a maior. Com a globalização daeconomia, tornou-
se questão de sobrevivência empresarial a correta administração do ônus tributário 
(SILVA, 2012). 
O Planejamento Tributário aborda a forma de se planejar a redução de 
impostos em uma empresa, o que deverá refletir positivamente ou negativamente 
nos resultados. É uma ferramenta muito importante e que se faz necessária em 
nossos dias devida à extrema competitividade que atinge os empreendimentos 
(SILVA, 2012). 
O Planejamento Tributário é afirmado como: 
Atividade empresarial que, desenvolvendo-se de forma estritamente 
preventiva, projeta os atos e fatos administrativos com o objetivo de 
informar quais os ônus tributários em cada uma das opções legais 
disponíveis, cuidando de implementar aquela menos onerosa, formando um 
conjunto de condutas, comissivas, da pessoa física ou jurídica, realizadas 
antes ou depois da ocorrência do fato gerador, destinadas a reduzir, mitigar, 
transferir ou postergar legalmente os ônus dos tributos (DOMINGUES,2000, 
p. 112, apud SILVA, 2012). 
 
O planejamento tributário é conhecido também por "engenharia tributária" e se 
constitui de uma série de procedimentos como formas de economia de impostos, 
baseado na premissa, segundo Malkowski (2000, p.41-42), de que: ninguém é 
obrigado a escolher condutas tributadas (ou mais severamente tributadas), quando 
tenha possibilidade de ordenar suas atividades, seus negócios – sua vida, enfim – 
percorrendo caminhos livres de tributação (ou com tributação mais branda), é aceita, 
de modo generalizado, pelos autores. 
Andrade Filho (2006) entende que uma das maneiras de se estabelecer as 
bases de um bom planejamento nas empresas é instituir uma plataforma 
denominada de "inteligência tributária", por meio de um departamento próprio de 
38 
análise e criação. Tal departamento poderia então viabilizar estudos relacionados ao 
impacto dos tributos sobre as operações da empresa, bem como do setor em que 
ela atua, com proposição de alternativas lícitas de redução da carga tributária. 
A competitividade nos negócios requer cada vez mais esforços criativos, 
inovadores e dinâmicos de estratégia das empresas. É sob este aspecto que o 
planejamento tributário deve ser visto pelos empresários e gestores de negócios, 
cabendo ao empresário, auxiliado pelo seu advogado, administrador e contador, 
observar as limitações previstas na legislação tributária e delinear as estruturas e 
formas legítimas para suas operações industriais e mercantis (MACHADO, 2006). 
A ausência de planejamento tributário geralmente acarreta desvantagem no 
campo da competitividade do mercado. Quando uma empresa prima por tal 
planejamento surge forte perspectiva de ganhos significativos em relação aos seus 
concorrentes. Não é compensador, portanto, o fato de determinada empresa 
apresentar uma grande receita, se esta ficar comprometida por uma alta carga 
tributária, vindo em conseqüência prejudicar o lucro líquido. Surge daí a 
possibilidade de menor custo tributário, de forma a planejar com melhor capacidade 
sua estratégia de atuação. 
Com a redução das obrigações mediante o sucesso no planejamento 
tributário, a empresa poderá aumentar sua liquidez e diminuir as necessidades de 
recursos em curto prazo, tornando possível obter vantagem na formação do preço 
final do produto ou mercadoria (MACHADO, 2006). 
A necessidade de administrar dezenas de impostos, taxas e contribuições 
leva à constatação de que cada vez mais as empresas devem concentrar seus 
esforços na melhor forma de gerenciar seus tributos. 
A evolução tecnológica e econômica vem exigindo cada vez mais de seus 
profissionais a minimização de gastos e despesas e consequentemente a 
maximização dos lucros. O planejamento tributário caracteriza-se como um dos 
principais agentes para o sucesso ou não de uma empresa, pois a complexa e 
elevada carga tributária no Brasil, dificulta e interpretação dos empresários e 
contadores assim como as inúmeras alterações dificultam também de se 
atualizarem. Aos profissionais da Contabilidade cabe contribuir com sua participação 
na geração de informações que possam dar apoio aos administradores nas tomadas 
39 
de decisões, na continuidade dos empreendimentos, pois conhecendo a legislação 
tributária, o cenário fiscal e a natureza do negócio, deve promover ações que 
permitam validamente reduzir ou até eliminar tributos, e dessa forma proteger e 
desencaixe das empresas (SILVA, 2012). 
Andrade Filho (2006) entende que para o perfil do profissional dotado de 
"inteligência tributária" são necessários, pelo menos, conhecimentos específicos de 
caráter jurídico e negocial. Não basta conhecer a legislação tributária, é 
especialmente necessário o domínio das categorias jurídicas do direito privado 
empresarial (sobre contabilidade, inclusive) e das normas de direito público que 
regem certas atividades; enfim, é requerida deste profissional formação jurídica 
multidisciplinar. É necessário que o profissional conheça o funcionamento do 
mercado (conhecer como as operações são formatadas economicamente e 
juridicamente) e que possua aptidão para criar e desenvolver formas jurídicas novas 
que se adaptem às necessidades da empresa e que atendam às leis vigentes. 
Com base em tudo o que foi descrito anteriormente, torna-se notória a 
percepção de que se trata o planejamento tributário, de direito particular do 
contribuinte, involuntariamente do porte da empresa, podendo e devendo dele se 
utilizar, ressaltando sua importância e necessidade para a manutenção da 
viabilidade econômica e financeira de suas atividades profissionais: 
O planejamento da carga tributária deve fazer parte da rotina de qualquer 
empreendimento, na medida da imposição legal ao administrador do dever 
de empregar todos os recursos que estiverem ao seu alcance, no sentido de 
lograr os fins e no interesse da empresa (MALKOWSKI 2000, p. 19 apud. 
MACHADO et.al., 2013) 
 
Enfim, para uma empresa obter sucesso, é de fundamental importância ter 
uma contabilidade bem feita e um bom planejamento tributário. 
De acordo com Machado (2013), o planejamento tributário, além de 
fundamentado juridicamente, deve ser elaborado vinculado ao planejamento 
financeiro da empresa, estando intimamente relacionado ao controle do seu fluxo de 
caixa, à apuração dos custos e à formação do preço de venda dos bens ou dos 
serviços relacionados às atividades próprias do empreendimento. 
 
 
40 
4.1 OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO 
 
O Planejamento tributário, em tese, está diretamente ligado à lucratividade e 
ao fato proporcionado pela possível redução de impostos, no entanto, há o 
entendimento de que os procedimentos legais que proporcionem uma menor carga 
tributária influenciam na formação do preço de venda de mercadorias. 
Os objetivos do planejamento tributário estão evidenciados para: 
a) Evitar a incidência do tributo – nesse caso adotam de procedimentos 
com o fim de evitar a ocorrência do fato gerador. 
b) Reduzir o montante do tributo – as providências serão no sentido de 
reduzir a base de cálculo ou alíquota do tributo; 
c) Retardar o pagamento do tributo – o contribuinte adota medidas que têm 
por fim postergar o pagamento do tributo, sem ocorrência da multa (SILVA, 
2012) 
 
O objetivo primordial do planejamento visa à redução ou transferência do 
ônus econômico dos tributos, podendo igualmente ocorrer situações em que o ônus 
não provém espontaneamente da obrigação tributária principal, e sim dos deveres 
fiscais acessórios, a manutenção de escrituração contábil, a apresentação de 
documentos (SILVA, 2012). 
 
4.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
Amaral (2001) apud Oliveira (2005, p.182) entende que a economia de 
impostos desenvolvida por meio do planejamento tributário pode ser 
operacionalizada sob a autorização e/ou averbação de três áreas, conforme segue: 
- No âmbito da própria empresa, por meio de medidas gerenciais que 
possibilitem a não ocorrênciado fato gerador do tributo, que diminua o montante 
devido ou que adie seu vencimento. Por exemplo, para possibilitar o adiamento do 
tributo na prestação de serviços, o contrato deve estabelecer o momento da 
realização da receita; 
- No âmbito da esfera administrativa que arrecada o tributo, buscando a 
utilização dos meios previstos em lei que lhe garantam uma diminuição legal do 
41 
ônus tributário. Por exemplo, para possibilitar o enquadramento de um produto em 
uma alíquota menor do IPI, a empresa deve adequá-lo tecnicamente e requerer a 
nova classificação da Receita Federal; 
- No âmbito do Poder Judiciário, pela adoção de medidas judiciais, com o fim 
de suspender o pagamento, diminuição da base de cálculo ou alíquotas e 
contestação quanto à legalidade da cobrança. Por exemplo, como a ânsia do Poder 
Público em arrecadar é imensa, nem sempre o legislador toma as cautelas devidas, 
instituindo a quantidade de normas tributárias, ocorrendo, muitas vezes, contradição 
entre elas. No direito tributário, vige o princípio da dúvida em favor do contribuinte; 
assim, compete a ele descobrir essas condições. 
Para o referido autor, quando se adota um sistema de economia de tributos é 
necessário sempre analisar os seguintes aspectos: 
a) Análise econômico-financeira - adotar procedimentos que visem a 
maximizar o resultado do planejamento. Por exemplo: na maioria das vezes o 
depósito judicial é prejudicial à empresa, pois, além do desencaixe do valor, a 
empresa não poderá deduzir como despesas operacionais; entretanto, o rendimento 
produzido pelo depósito deverá ser contabilizado como receitas financeiras, que 
servirão de base de cálculo do PIS/COFINS; 
b) Análise jurídica - deve existir sempre um fundamento jurídico a ser 
alegado, pois o CTN estabelece que somente se pode operar compensação de 
imposto após o trânsito em julgado da ação; 
c) Análise fiscal - é preciso que as obrigações acessórias estejam cumpridas 
em ordem, para não desencadear processo de fiscalização; 
d) Análise fisco-contábil - adotar procedimentos que permitam a economia de 
outros tributos, buscando a maximização do lucro e a minimização do risco. 
 
4.3 CLASSIFICAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
Segundo Oliveira (2009), a classificação do planejamento tributário depende 
do ponto de vista do observador e de critérios pré-estabelecidos. Portanto, toda 
42 
classificação pode ter falhas, mas dentro desse contexto, pode-se classificar o 
planejamento tributário obedecendo aos seguintes critérios: 
Considerando o objetivo, ele pode ser: 
a) Anulatório – empregando-se estruturas e formas jurídicas a fim de 
impedir a concretização da hipótese de incidência da norma; 
b) Omissivo ou Evasão imprópria – a simples abstinência da realização da 
hipótese de incidência; por exemplo: importação proibitiva de mercadorias 
com altas alíquotas, como carros importados; 
c) Induzido – quando a própria lei favorece, por razões extrafiscais, a 
escolha de uma forma de tributação, por intermédio de incentivos e 
isenções, por exemplo: a compra de mercadorias importadas por meio da 
Zona Franca de Manaus; 
d) Optativo – elegendo-se a melhor fórmula elisiva entre as opções dadas 
pelo legislador, por exemplo: opção entre a tributação do IR pelo lucro real 
ou presumido; 
e) Interpretativo ou Lacunar – em que o agente se utiliza das lacunas e 
imprevisões do legislador, por exemplo: não incidência do ISS sobre 
transportes intermunicipais; e 
f) Metamórfico ou Transformativo – forma atípica que se utiliza da 
transformação ou mudança dos caracteres do negócio jurídico, a fim de 
alterar o tributo incidente ou aproveitar-se de um benefício legal; por 
exemplo, a transformação da sociedade comercial em cooperativa (menor 
ônus tributário no regime jurídico pátrio). (OLIVEIRA, 2009) 
 
Oliveira (2009) aborda que essa classificação não abrange todas as formas 
de planejamento tributário, pois elas são limitadas somente pela lei e pelos 
expedientes imaginativos do tributarista. O planejamento pode e, em geral, é o que 
ocorre não se ater só a uma fórmula ou conduta, mas se utilizar de vários métodos 
interligados. 
O planejamento pode ser desenvolvido em qualquer empresa, desde que esta 
seja compatível com o tipo de operações, tamanho das receitas, incentivos fiscais, 
pagamentos de juros sobre capital, arrendamento mercantil, etc. 
 
4.4 PARTICULARIDADES DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
Segundo Oliveira (2009), o planejamento tributário pode abranger as 
atividades de quaisquer empresas, desde uma lanchonete de pequeno porte, 
estabelecida em uma pequena cidade do interior brasileiro até uma empresa de 
grande porte, com filiais em todo o mundo, do ponto de vista empresarial, ou seja, 
43 
avaliando seus efeitos na estrutura gerencial e contábil-financeira, o planejamento 
tributário pode ser: 
a) Operacional – refere-se aos procedimentos formais prescritos pelas 
normas ou pelo costume, ou seja, na forma específica de contabilizar 
determinadas operações e transações, sem alterar suas características 
básicas; e 
b) Estratégico – implica mudança de algumas características estratégicas 
da empresa, tais como: estrutura de capital, localização, tipos de 
empréstimos, contratação de mão de obra, etc. 
Segundo Oliveira (2009), na visão jurídica, em que se consideram 
exclusivamente os efeitos fiscais no tempo, existe três tipos de 
planejamento tributário: 
a) Preventivo: desenvolvem-se continuamente por intermédio de 
orientações, manuais de procedimentos e reuniões e abrange, sobretudo, 
as atividades de cumprimento da legislação tributária nas obrigações 
principais e acessórias; 
b) Corretivo: detectada determinada anormalidade, procede-se ao estudo, e 
alternativas de correção da anomalia são indicadas; normalmente, não deve 
existir o tipo corretivo em uma empresa que adote o tipo preventivo; e 
c) Especial: surge em função de determinado fato como, por exemplo, 
abertura de filiais, lançamento de novos produtos, aquisição e ou alienação 
da empresa, processos societários de reestruturação (cisão, fusão, 
incorporação, associação, etc). Consideradas a complexidade e a 
importância de cada caso, demandam dedicação exclusiva e conclusões 
precisas (OLIVEIRA, 2009). 
 
Estabelecer, a divisão entre o lícito e o ilícito na órbita do planejamento 
tributário, ou seja, elisão ou evasão em termos objetivos deve basear-se em 
considerações dessas características. 
Segundo entendimento dominante entre os juristas, elisão compreende a 
prática de atos lícitos ocorridos antes da incidência tributária, de maneira a se obter 
legítima economia de tributos, quer seja impedindo-se a ocorrência do fato gerador, 
quer seja excluindo-se o contribuinte do âmbito de abrangência da norma tributária 
ou reduzindo o tributo a ser recolhido pelo contribuinte. 
Segundo Machado (2013) o planejamento tributário tem por finalidade obter a 
maior economia fiscal possível reduzindo a carga tributária de forma lícita perante a 
legislação conforme direciona a Constituição Federal. 
Para tanto o contador tem que estar sempre atualizado na legislação fiscal 
para encontrar soluções que possibilitem redução da carga tributária apoiada ao 
abrigo da elisão fiscal, ficando fora da sonegação e fraude. Para Fabretti (2003, 
p.133) “[...] a elisão fiscal é lícita, pois é alcançada por escolha feita de acordo com o 
44 
ordenamento jurídico, adotando-se a alternativa legal menos onerosa ou utilizando-
se de lacunas na lei.”, sem um bom planejamento tributário e com a crescente e 
difícil concorrência no mercado globalizado, as empresas têm que buscarem reduzir 
os custos mantendo sua permanência no mercado e garantindo um bom retorno para o 
capital investido. 
Segundo Oliveira (2009), a elisão fiscal é um proceder legalmente autorizado, 
que ajuda a lei tributária a atingir sua finalidade extrafiscal, quando presente. 
Diferentes da evasão fiscal são utilizados meioslegais na busca da 
descaracterização do fato gerador do tributo. Implica a licitude do comportamento do 
contribuinte, sendo uma forma correta de evitar a submissão a uma hipótese 
tributária desfavorável. 
Finalizando, Machado et. al (2013) relata que a elisão fiscal representa um 
conjunto de sistemas legais, cujo objetivo é a redução, postergação e, até mesmo, a 
eliminação do recolhimento de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar seu 
negócio da melhor maneira que lhe pareça, procurando reduzir os custos 
empresariais. Se a forma adotada é jurídica e lícita, cabe a Fazenda Pública 
respeitá-la. 
 Em se tratando de evasão, a prática dos atos ocorre concomitante ou 
posteriormente à incidência tributária, na qual são utilizados meios ilícitos (fraude, 
sonegação, simulação) para fugir dos pagamentos de tributos. Desta forma, pode-se 
dizer que a evasão ocorre quando o ato é ilegítimo e as operações são consideradas 
simuladas no sentido enganoso ou doloso de evitar a tributação. 
Machado et al. (2013) diz que ao contrário da elisão fiscal, a evasão consiste 
na prática contraria a lei, geralmente é cometida após a ocorrência do fato gerador 
da obrigação tributária objetivando reduzir ou mesmo ocultar a carga tributária. 
Fabretti (2003) apud Machado et. al (2013), diz que a evasão fiscal está 
prevista na Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributária Econômica e Contra Relação 
de Consumo (Lei 8.137/90) conforme algumas condutas ilegais, entre elas: 
I - omitir informações ou prestar declaração falsa a Receita federal; 
II - fraudar fiscalização tributária inserindo ou omitindo operações de 
natureza em livro ou documento exigido pela Lei fiscal; e 
III - falsificar ou alterar nota fiscal (LEI nº 8.137/90) 
 
45 
Segundo Oliveira (2009), o conceito corrente na doutrina brasileira de evasão 
fiscal obedece ao agente (contribuinte) que, por meios ilícitos, visa a eliminar, 
diminuir ou retardar o recolhimento de um tributo, já devido pela ocorrência do fato 
gerador. 
Como a expressão evasão é oriunda das finanças, se torna difícil sua 
conceituação, como é possível constatar: 
A dificuldade de se conceituar o termo evasão fiscal, pois evasão de tributos 
é uma terminologia oriunda da ciência das finanças, fato quer explica sua 
contaminação com um significado econômico. A origem econômica da 
expressão é causa de uma determinada incerteza que se nota todas as 
vezes que os autores pretendem analisá-la, baseados em conseqüências 
eminentemente jurídicas (HUCK,1997) apud OLIVEIRA ,2009). 
 
Oliveira (2009) relata que a conceituação genérica, centralizada apenas no 
não recolhimento do tributo admite que alguns autores, ainda que de forma 
imprecisa, admitam a existência de uma evasão legal quando o não pagamento do 
imposto tenha sido obtido por meios e formas, pelos menos aparentemente legais. O 
procedimento é chamado de elisão, embora alguns autores concordem com a 
expressão evasão legal, uma corrente majoritária, porém, a considera como 
contradição terminológica, já que uma classe não pode ser legal e ilegal ao mesmo 
tempo, não havendo possibilidade de se falar em fraude fraudulenta e fraude não 
fraudulenta. 
Moreira (2010) esclarece que a evasão é caracterizada pelas seguintes 
práticas: 
- sonegação: ocultação de rendimentos na declaração de imposto de renda, 
que leva ao pagamento de tributo a menor; 
- fraude: corresponde a atos tais como adulteração ou falsificação de 
documentos, através dos quais o contribuinte furta-se ao pagamento de tributo 
devido por lei; 
- simulação: pode ser absoluta (finge-se o que não existe) ou relativa (sob o 
ato ou negócio praticado jaz outro negócio, oculto, que corresponde à real vontade 
das partes). 
Apesar de se dispor de vários dispositivos legais que coíbem atividades que 
lesem o Erário Público, ainda assim esses eventos indesejáveis continuam 
46 
ocorrendo. Por fim, entende que é necessário possuir normas jurídicas 
criteriosamente elaboradas e de acordo com a ocorrência dos casos concretos, 
fundadas em princípios constitucionais tributários. 
Portanto, o aspecto temporal é o que melhor traduz a cisma entre o legal e o 
ilegal no âmbito do planejamento tributário, vale dizer, a ação preventiva do agente 
econômico deve ser trabalhado de modo a evitar o fato gerador do tributo a tipificar a 
elisão, na consecução da licitude do ato jurídico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
5. ESTUDO DE CASO - EMPRESA NO COMÉRCIO VAREJISTA DE 
INFORMÁTICA 
 
Segundo Gil (1996, p. 59) “a maior utilidade do estudo de caso é verificada 
nas pesquisas exploratórias, mas também se aplica com pertinência a situação em 
que o objeto de estudo já é suficientemente conhecido aponto de ser enquadrado 
em determinado tipo ideal”. 
Nas últimas décadas diversos aspectos de nossa vida têm sofrido grandes 
transformações e, sem dúvida, os computadores e a moderna tecnologia da 
informática cumpre um papel decisivo nessas transformações. Atualmente pode-se 
constatar o avanço tecnológico em diversas áreas como: medicina, 
telecomunicações, transportes, educação etc. Sem dúvida, esta tecnologia que tem 
nos acompanhado e avançará cada vez mais nos próximos anos, permitirá que 
novos progressos venham a ser conquistados, em prazos cada vez mais curtos, 
alterando ainda mais nossos hábitos e organização social, transformando o futuro 
em presente. Tendo percebido a amplitude da informática no mercado atual, uma 
empresa nesta área foi escolhida para o estudo de caso. 
 
5.1 CARACTERIZAÇÕES DA EMPRESA 
 
Esta pesquisa será realizada em uma empresa de pequeno porte, cuja 
atividade principal é comércio varejista especializado de equipamentos e 
suprimentos de informática situada no município de Aracruz/ES. A empresa foi 
fundada em 14 de junho de 2000, e atualmente tem um faturamento médio anual de 
R$ 2.247.854,64. O quadro de funcionários da empresa é composto por 10 (Dez) 
colaboradores e a média salarial varia de R$ 815,00 (Oitocentos e quinze reais) a 
R$ 1.500,00 (Hum mil e quinhentos reais). 
A empresa objeto desse estudo, atualmente enquadrada no Simples 
Nacional, opta corretamente por esse regime, pois não há nenhum impedimento 
legal que não permita o enquadramento da mesma. 
48 
Com o intuito de recolher o máximo de informações possíveis para a 
avaliação e conclusão das sugestões e recomendações sobre a análise tributária, 
tomou-se como base a coleta de valores dos relatórios contábeis e demonstrações 
acessórias, tais como: Livros de Entradas e Saídas, Balancetes, Balanços e DR 
(Demonstração do Resultado). 
Esses dados são essenciais para um bom Planejamento Tributário, as 
informações devem ser confiáveis e analisadas por profissionais contábeis 
realmente sérios e competentes, que possam demonstrar ao empresário qual o 
melhor caminho a ser seguido, e que é possível sim, reduzir custos e despesas 
através de alternativas legais. 
Com isso, pode-se ter uma análise clara e precisa sobre o conceito de 
Planejamento Tributário, sua importância dentro das organizações e como ele 
influência diretamente na permanência de uma empresa no mercado de trabalho. 
 
5.2 REGIMES TRIBUTÁRIOS 
 
5.2.1 Simples Nacional 
 
Para apuração dos impostos a serem arrecadados no documento de 
arrecadação (DAS), foi levado em conta faturamento do comércio para o 
enquadramento da empresa no anexo I da Lei Complementar 123 de 14 de 
dezembro de 2006, bem como o faturamento da atividade de prestação de serviços 
para o enquadramento da empresa no anexo III da lei em questão. A lei mencionada 
apresenta as alíquotas dos tributos: IRPJ, CSLL, COFINS, PIS/PASEP, CPP, ICMS 
e ISS que serão aplicadas sobre a receita líquida de cada mês. As alíquotas são 
identificadas a partir do faturamento acumulado dos últimos 12 (Doze) meses. 
Em 2012 (Dois mil e doze) e 2013 (Dois mil e treze) a empresa apresentou o 
seguinte faturamento

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