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PROCESSOS PATOLÓGICOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Identificar a atuação das células e dos mediadores envolvidos no processo inflamatório agudo. > Esquematizar em etapas a inflamação aguda. > Diferenciar os padrões morfológicos da inflamação. Introdução A palavra “inflamação” tem origem do latim inflammare, que significa incendiar, e do grego phlogos, pegar fogo, e é um evento que desperta interesse desde os primórdios da civilização (FERRERO-MILIANI et al., 2007). Diferentemente do que se imagina, a resposta inflamatória é um mecanismo benéfico ao nosso corpo, por meio do qual o organismo se defende contra infecções ou outras agressões e tenta reparar danos teciduais ou perda de função. Assim, é surpreendente que esse mecanismo exista para resolver um desequilíbrio da homeostase e é necessário para que ocorra reparo tecidual após um dano (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). Os sinais clínicos da inflamação consistem em rubor (hiperemia), tumor (edema), calor (aumento da temperatura local), dor e perda da função, conforme descrito por Cornelius Celsos no início da era cristã. Estão associados a reações vasculares e celulares responsáveis pelo processo. Mas o que caracteriza um processo inflamatório agudo? Nas reações locais, são observados aumento tanto do fluxo quanto da permeabilidade vascular, dilatação das veias e um acúmulo de células do processo inflamatório (ETIENNE; VIEGAS; VIEGAS JR., 2021). Inflamação aguda Aline Lima de Barros Neste capítulo, você vai estudar as células e os mediadores e como eles participam no processo inflamatório agudo, bem como a organização, ou seja, como se dá o processo. Além disso, vai caracterizar os padrões morfológicos específicos da inflamação aguda frequentemente encontrados. Células e mediadores do processo inflamatório agudo O processo inflamatório envolve vários sistemas fisiológicos, com o sistema imunológico desempenhando um papel central (COUSSENS; WERB, 2002; GABAY; KUSHNER, 1999). Como veremos adiante, a inflamação conta com alguns componentes, sendo a migração de células da circulação para o local da lesão o marco dos eventos celulares e de extrema importância para o processo. As células envolvidas no processo inflamatório agudo compõem a imuni- dade inata. Essas células podem estar circulando no tecido, como é o caso de neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e células dendríticas, ou serem residentes daqueles tecidos, como os mastócitos, as células epiteliais, as células endoteliais e os fibroblastos (BRASILEIRO FILHO, 2016). Agora vamos entender como os principais tipos de células participam no processo inflamatório agudo. Os neutrófilos são as primeiras células que migram até o foco inicial da inflamação e atuam secretando substâncias citotóxicas inespecíficas, como as espécies reativas de oxigênio (ERO), a fim de destruir o agente agressor, porém causando lesão ao tecido (MITTAL et al., 2014). O recrutamento ocorre por interação de tais células pelo endo- télio, mais especificamente com moléculas de adesão celular (MACs), que também estimulam a ativação de leucócitos. No infiltrado inflamatório inicial, essas células estão em maior quantidade, sendo substituídas em seguida por monócitos e macrófagos, já que sua sobrevivência não passa de algumas horas (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). Outra célula circulante de grande importância é o monócito, que circula como tal, mas quando chega ao tecido transforma-se em macrófago, principal tipo de célula encontrada no local de inflamação após os neutrófilos terem sido esgotados. Assim como os neutrófilos, os macrófagos iniciam e regulam o processo inflamatório por meio da liberação de citocinas e, diferentemente dos neutrófilos, sobrevivem por longos períodos no local. A limpeza dos resíduos celulares e teciduais e o início da reparação tecidual são, também, funções dessa célula. Inflamação aguda2 Um fato interessante é que, concomitante à ativação dos macrófagos, os fibroblastos próximos ao local, bem como células mesenquima- tosas indiferenciadas, começam a se diferenciar em fibroblastos e mioblastos capazes de secretar componentes importantes para o processo de cicatrização (PAWLINA, 2016). Ainda que linfócitos, eosinófilos e basófilos participem na inflamação aguda, essas células estão mais associadas aos aspectos imunológicos do processo, como mostra a Figura 1, sendo os eosinófilos e linfócitos mais abundantes em processo inflamatório crônico (BRASILEIRO FILHO, 2016). Não podemos deixar de mencionar que os eosinófilos apresentam papel impor- tante de defesa contra parasitas e reações alérgicas, sendo seu aumento encontrado comumente em tais situações no leucograma. Os eosinófilos são recrutados para o local da inflamação por uma série de fatores, incluindo interleucina (IL) -5, IL-2, IL-16, histamina e algumas proteínas do complemento (ZIMMERMANN et al., 2003). Figura 1. Células do sistema imune. Leucócitos circulantes, macrófagos teciduais e células dendríticas são imunócitos do corpo. Fonte: Silverthorn (2017. p. 760). Inflamação aguda 3 As plaquetas também têm papel na inflamação, já que são fonte de media- dores inflamatórios e sintetizam tromboxano A2 e lipoxinas — o primeiro com atividade pró-inflamatória e o segundo anti-inflamatória. Além disso, outras funções inflamatórias incluem a liberação de espécies reativas de oxigênio, que podem contribuir para o dano tecidual, e a produção de mediadores como heparina e serotonina, que promovem o estado vasodilatador da resposta vascular aguda (GERMOLEC et al., 2018). Outro grupo de células que devemos destacar é o das células residentes, responsáveis por produzir citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias como TNF-α, IL-1 e IL-6 (BRASILEIRO FILHO, 2016). Os mastócitos são células do tecido conjuntivo que contêm grânulos cito- plasmáticos, os quais servem como reservatórios para mediadores solúveis, que, por sua vez, funcionam em muitos aspectos da resposta inflamatória. Os reagentes de fase inicial liberados dos mastócitos, como os produtos do metabolismo do ácido araquidônico (prostaglandinas e leucotrienos) e a histamina, medeiam a vasodilatação e aumentam a permeabilidade vascular, característica da resposta vascular aguda. A secreção do fator de ativação de plaquetas (PAF) por essas células também aumenta a permeabilidade e, ao mesmo tempo, estimula a liberação de mediadores de plaquetas, resultando na ativação de neutrófilos (GERMOLEC et al., 2018). Até aqui, foi possível observar que os componentes celulares participam da resposta inflamatória por meio, principalmente, da liberação de citocinas e outros mediadores inflamatórios. Agora vamos abordar os principais me- diadores envolvidos na inflamação e como eles participam desse processo. O processo inflamatório, na maioria das vezes, é autolimitado. Uma lesão, trauma ou infecção desencadeia a ativação de mediadores celulares que respondem com a liberações de citocinas. Tais mediadores promovem uma ampliação do processo, levando à destruição do patógeno e, ainda, induzindo o reparo tecidual (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). Imunidade inata ou não específica consiste nos mecanismos de defesa capazes de reconhecer agressões e iniciar uma resposta. Inflamação aguda4 Os mediadores inflamatórios são substâncias liberadas pelas células de defesa e proteínas do plasma que atuam iniciando e regulando o processo in- flamatório. Existem mediadores que se encontram pré-formados em grânulos de secreção nos mastócitos e basófilos; alguns estão circulando na forma de precursores inativos e outros são formados apenas em resposta a um estímulo. Esses mediadores podem ser pró-inflamatórios ou anti-inflamatórios, ou seja, alguns mediadores estimulam o processo inflamatório, ao passo que outros limitam e terminam o processo (ETIENNE; VIEGAS; VIEGAS JR., 2021). Assim, é possível concluir que as lesões provocadas pelo processo estão associadas ao balanço dos mecanismos indutores e inibidores.Como mostrado no Quadro 1, os principais mediadores da inflamação aguda incluem: aminas vasoativas, prostaglandinas, leucotrienos, citocinas (quimiocinas) e os produtos de ativação do complemento. Quadro 1. Ações e fonte dos principais mediadores da inflamação aguda Mediador Fonte(s) Principais ações Derivados de células Histamina Mastócitos, basófilos, plaquetas Vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, ativação endotelial Serotonina Plaquetas Vasoconstrição Prostaglandinas Mastócitos, leucócitos Vasodilatação, dor, febre Leucotrienos Mastócitos, leucócitos Aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia, adesão e ativação de leucócitos Fator ativador plaquetário Leucócitos, mastócitos Vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, aderência de leucócitos, quimiotaxia, desgranulação, explosão oxidativa Espécies reativas do oxigênio Leucócitos Destruição de micróbios, lesão tecidual Óxido nítrico Endotélio, macrófagos Relaxamento do músculo liso vascular, morte de micróbios (Continua) Inflamação aguda 5 Mediador Fonte(s) Principais ações Derivados de células Citocinas (TNF, IL-1, IL-6) Macrófagos, células endoteliais, mastócitos Local: ativação endotelial (expressão de moléculas de adesão) Sistêmica: febre, anormalidades metabólicas, hipotensão (choque) Quimiocinas Leucócitos, macrófagos ativados Quimiotaxia, ativação de leucócitos Derivados de proteínas plasmáticas Complemento Plasma (produzido no fígado) Ativação e quimiotaxia de leucócito, opsonização (MAC), vasodilatação (estimulação de mastócito) Cininas Plasma (produzido no fígado) Aumento da permeabilidade vascular, contração do músculo liso, vasodilatação, dor Proteases ativadas durante a coagulação Plasma (produzido no fígado) Ativação endotelial, recrutamento de leucócitos IL-1, IL-6: interleucinas 1 e 6; MAC: complexo de ataque à membrana; TNF: fator de necrose tumoral. Fonte: Adaptado de Kumar, Abbas e Aster (2013). A histamina e serotonina são aminas vasoativas encontradas pré-formadas em grânulos citoplasmáticos. Na inflamação, são os primeiros mediadores liberados, cuja função é, principalmente, vascular, provocando vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. A histamina é liberada principalmente pelos mastócitos, basófilos e plaquetas, em resposta a um agente nocivo, e a serotonina está presente principalmente nos grânulos plaquetários; sua liberação pode ocorrer durante o processo de agregação plaquetária (ETIENNE; VIEGAS; VIEGAS JR., 2021; NEMMAR et al., 2003). (Continuação) Inflamação aguda6 As prostaglandinas, os leucotrienos e as lipoxinas, também conhecidos por compostos eicosanoides, são produtos oriundos do metabolismo do ácido araquidônico, um ácido graxo insaturado com 20 átomos de carbono, que é liberado quando um tecido é exposto a diferentes estímulos fisiológicos e patológicos (GOLAN et al., 2014). Utilizando o exemplo do dano tecidual provocado por um corte, tal estí- mulo desencadeia a liberação de ácido araquidônico por ação de uma enzima chamada fosfolipase A2. A partir do ácido araquidônico, são formadas as prostaglandinas, os leucotrienos e as lipoxinas por ação de outras enzimas — as cicloxigenases (COX) para as prostaglandinas e as lipoxigenases no caso dos leucotrienos e das lipoxinas. Após serem formados, esses mediadores interagem com seus receptores em células e medeiam várias etapas do processo inflamatório. Aqui, podemos destacar as ações das prostaglandi- nas e dos leucotrienos, que estimulam as reações vasculares e celulares da inflamação aguda; já as lipoxinas diminuem a inflamação pela inibição do recrutamento de leucócitos (PRASHER et al., 2019). Outra função das pros- taglandinas além dos efeitos vasculares é atuar no hipotálamo e induzir a febre, como mostrado no Quadro 1. Os anti-inflamatórios, como diclofenaco, nimesulida e ibuprofeno, vão atuar inferindo no metabolismo do ácido araquidônico. A ação ocorre mais especificamente por meio da inibição da enzima COX 1 (um subtipo de COX amplamente encontrada no corpo) com consequente interferência da formação de alguns compostos eicosanoides (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2012). Quando se fala em inflamação, as citocinas têm papel-chave no processo. Você pode estar se perguntando o que são essas citocinas e quais papéis desempenham na inflamação. Pois bem, citocinas nada mais são do que proteínas liberadas tanto por células inflamatórias (linfócitos, eosinófilos e neutrófilos) quanto por células do próprio tecido (mastócitos, fibroblastos, células epiteliais e macrófagos) (BECKER et al., 2003). Entre as funções das citocinas, podemos incluir a regulação do crescimento, a ativação celular, a quimiotaxia, a inflamação, a imunidade, o reparo tecidual, a fibrose e a morfogênese (NUNES et al., 2010). As principais citocinas da inflamação aguda incluem o fator de necrose tumoral (TNF), as interleucinas (IL) 1, 6, 17 e as quimiocinas (YAO; NARUMIYA, 2019). A adesão e o recrutamento dos leucócitos são funções do TNF e da IL-1, que também promovem a ativação do endotélio (por aumentar a expressão de MACs) e produzem uma resposta sistêmica da fase aguda. A IL-6 está envolvida em respostas inflamatórias locais e sistêmicas e a IL-17 contribui com o recrutamento de neutrófilos (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; Inflamação aguda 7 ASTER, 2016). É importante ressaltar que a lista de citocinas envolvidas no processo inflamatório é grande, mas as descritas aqui são consideradas as principais e mais estudadas. Um componente importante do sistema imunológico formado por proteínas e que desempenha papel na inflamação aguda é o sistema complemento. Ele participa na defesa do organismo contra microrganismos patogênicos por meio de quimiotaxia de leucócitos, aumento da permeabilidade vascular, opsonização, fagocitose e morte celular (GERMOLEC et al., 2018; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). As quimiocinas inflamatórias controlam o recrutamento de leucócitos em infecção, inflamação, lesão tecidual e tumores. Como parte do processo inflamatório, as quimiocinas direcionam a migração celular, ativam macró- fagos e polimorfonucleares (PMNs) e modulam a cicatrização de feridas por meio da promoção da angiogênese e da estimulação de fibrose (GERMOLEC et al., 2018; SELL, 2001). Outro mediador que podemos destacar são as cininas, peptídeos vasoa- tivos que participam no processo da dor e na inflamação. Esses peptídeos, como a bradicinina, são provenientes do sistema calicreína-cininas, que podem reproduzir sinais característicos da inflamação, como o calor, o rubor, o edema e a dor, por levar à liberação de óxido nítrico (ON) das células endo- teliais e também a prostaciclina. Tais substâncias vão induzir vasodilatação, explicando o calor e o rubor, e promover estimulação endotelial, que carac- teriza o aumento da permeabilidade capilar, o extravasamento de plasma e o consequente edema (FONSECA; DELLALIBERA-JOVILIANO, 2020). Na próxima seção abordaremos de forma mais detalhada as etapas en- volvidas no processo inflamatório agudo. O sistema calicreína-cininas é formado por um conjunto de proteínas e enzimas séricas que desempenha ações importantes no processo inflamatório e na sua manutenção, na coagulação sanguínea, na dor, no controle da pressão arterial e na captação de glicose. Para saber mais sobre os mediadores atuantes no processo infla- matório agudo, leia o artigo “Markers of inflammation” (GERMOLEC et al., 2018). Inflamação aguda8 O processo inflamatório agudo Quando as barreiras biológicas são rompidas por danos ou presença de patógenos, um conjunto de alterações bioquímicas, vasculares e celulares é instalado, caracterizando o processo inflamatório agudo (BRASILEIRO FILHO, 2016). Como vimos anteriormente, em casos de danos ou presença de agentes infecciosos, a inflamação é necessária para o restabelecimento da função tecidual e da homeostasia. Além disso, a inflamação é fundamental parao estabelecimento da imunidade específica. Agora vamos compreender as etapas que constituem o processo infla- matório agudo. Você pode estar se questionando se o início da resposta do organismo a um dano tecidual ou à presença de uma bactéria, por exemplo, é a mesma. Podemos dizer que sim. Geralmente, o processo inflamatório apresenta uma sequência pré-determinada que inicia na fase aguda por meio da exposição do tecido ao dano/patógeno. Segundo Varela et al. (2018), existem diferentes tipos de indutores infla- matórios. Os indutores inflamatórios exógenos de origem microbiana incluem os padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs) e os fatores de virulência, enquanto o grupo de indutores exógenos não microbianos é repre- sentado por substâncias alergênicas, agentes irritantes ou tóxicos e os corpos estranhos. Quando o tecido é danificado, ocorre a liberação de substâncias, proteínas ou até mesmo partículas celulares que atuam sinalizando a lesão; essas moléculas são chamadas de padrões moleculares associados a danos (DAMPs) e fazem parte dos indutores endógenos da inflamação. Dessa forma, podemos dizer que a primeira etapa do processo inflamatório é o reconhecimento dos indutores endógenos e exógenos. Nosso organismo reconhece os DAMPs, os PAMPs e as moléculas próprias intactas por meio de receptores localizados na membrana plasmática, nos endossomos e no citosol das células de defesa. Como exemplo de receptores, podemos citar os pertencentes à família dos receptores Toll-like (TLRs), que estão presentes principalmente nas células epiteliais, dendríticas, nos macrófagos e em outros leucócitos. A ativação dos receptores desencadeia a liberação de citocinas inflamatórias, como TNF-α, IL-1 e IL-6, entre outras, que induzem a alterações no endotélio, permitindo a passagem de células imunes através das junções entre células endoteliais (MEDZHITOV, 2010). Inflamação aguda 9 A partir desse momento, começa a próxima etapa da inflamação aguda, caracterizada por alterações vasculares que iniciam imediatamente durante as primeiras horas após o estímulo inflamatório. A liberação principalmente de histamina, pelos mastócitos, e de substância P, pelas terminações nervosas, promove vasodilatação e consequentemente aumento do fluxo sanguíneo no local, explicando a presença de calor e vermelhidão durante o processo (VARELA et al., 2018). Outra alteração vascular resulta do aumento da permeabilidade vascular e da saída de plasma para o interstício. É válido lembrar que, em situações nor- mais, a microcirculação apresenta pequena permeabilidade a macromoléculas, e as proteínas presentes no plasma circulam de maneira muito lenta entre o sangue e os tecidos. Na inflamação, o edema observado é consequência do aumento da permeabilidade da microcirculação a macromoléculas e fluidos vindos do sangue. O que se espera com a perda de plasma para o tecido? As hemácias na circulação estarão em maior concentração, e o fluxo sanguíneo vai se tornando mais lento em decorrência do aumento da viscosidade, ca- racterizando a estase tecidual. É nesse momento que os leucócitos deixam a região central da corrente sanguínea e se aproximam da parede endotelial, evento que será importante para a próxima etapa (BARNES; KUMAR; DAVIS, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). O edema, resultante de alterações vasculares, pode ser responsável pelo aparecimento da dor, uma vez que as terminações nervosas podem sofrer compressão, mas esse sintoma é, também, resultado da sensibilização dos nociceptores por mediadores inflamatórios (citocinas, quimiocinas e pros- taglandinas) liberados em resposta à agressão (ETIENNE; VIEGAS; VIEGAS JR., 2021). A Figura 2 mostra os eventos vasculares associados aos sinais cardinais da inflamação aguda. O próximo passo do processo consiste em recrutamento e ativação dos leucócitos, que fazem parte dos eventos celulares da resposta inflamatória. Aqui, os neutrófilos e macrófagos fagocitam os agentes estranhos e tecidos mortos, além de liberarem citocinas e fatores de crescimento, que vão de- sempenhar função na etapa seguinte (BRASILEIRO FILHO, 2016). Inflamação aguda10 A migração dos leucócitos segue algumas fases, como captura, rolamento pelo endotélio, adesão firme e transmigração, como mostrado na Figura 2. As alterações ocorridas na etapa anterior possibilitam a aproximação dos leucócitos na parede do vaso, e em seguida, por interações frouxas, essas células começam a rolar sob o endotélio, até que aderem firmemente e param por completo (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). Mas qual é o fator responsável pela captura, pelo rolamento e pela adesão firme? A resposta está na interação das células com moléculas de adesão presentes tanto no endotélio como nos leucócitos, em destaque para integri- nas e selectinas. As selectinas são moléculas da superfície celular expressas em leucócitos (L-selectina), células endoteliais (P-selectina, E-selectina) e plaquetas (P-selectina) (ZARBOCK et al., 2011). Em situação normal, sem inflamação, os leucócitos interagem fracamente com as selectinas na superfície das células endoteliais vasculares, permitindo o rolamento dessas células ao longo do endotélio. Na inflamação, as células endoteliais aumentam a expressão das moléculas de adesão em resposta à liberação de mediadores inflamatórios (IL-1, TNF-α, IFN-γ, IL-17 e IL-18). Além de aumentar a expressão, esses mediadores (como histamina e trombina) também estimulam a redistribuição da P-selectina para a superfície. As integrinas, moléculas de adesão de célula vascular-1 (VCAM-1) e moléculas de adesão intercelulares (ICAM), participam da interação e da adesão forte dos leucócitos ao endotélio (GERMOLEC et al., 2018). A ativação dos leucócitos que estão rolando ocorre por meio da exposição do fator de ativação de plaquetas (PAF) e das quimiocinas na membrana citoplasmática do endotélio, levando ao reposicionamento de integrinas que permite a interação e a ativação de integrinas, para aumentar a adesão às ICAM e VCAM e mudanças estruturais dos leucócitos para iniciar a diapedese (migração) (KORNILUK et al., 2017). Inflamação aguda 11 Figura 2. O processo de várias etapas da migração de leucócitos através dos vasos sanguí- neos, aqui mostrado para os neutrófilos. Os neutrófilos primeiro rolam, depois tornam-se ativados e aderem ao endotélio, para, somente então, transmigrar através do endotélio, perfurar a membrana basal e migrar em direção a quimiocinas atraentes provenientes da fonte da lesão. Diferentes moléculas desempenham papéis predominantes em diferentes etapas desse processo: as selectinas no rolamento; as quimiocinas (em geral, aparecendo ligadas aos proteoglicanos) na ativação dos neutrófilos, de modo a aumentar a avidez das integrinas; as integrinas na adesão forte; e a CD31 (PECAM-1) na transmigração. ICAM-1: molécula de adesão intercelular (intercellular adhesion molecule 1); PECAM-1 (CD31): molécula de adesão celular endotelial plaquetária (platelet endothelial cell adhesion mole- cule-1); TNF: fator de necrose tumoral (tumor necrosis factor). Fonte: Adaptada de Kumar, Abbas e Aster (2016). Rolamento Ativação da integrinapor quimiocinas Adesão estável Migração através do edotélio Leucócito Glicoproteína Sialyl-Lewis X modificada Integrina (estado de baixa afinidade) Integrina (estado de alta afinidade) PECAM-1 (CD31) Selectina-P Selectina-E Citocinas (TNF, IL-1) Macrófago com microrganismos Proteoglicano Microrganismos Ligante de integrina (I CAM-1) Fibrina e fibronectina (matriz extracelular) Quimiocinas O movimento orientado dos leucócitos é dependente de substâncias quimiotáticas, e o evento é chamado de quimiotaxia ou sinalização química. Os mediadores infamatórios liberados localmente, como quimiocinas (IL-8), mediadores endógenos como C5a e leucotrieno B4 (LTB4), criam um gradiente químico, e consequentes resposta e deslocamento dos leucócitos (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). Existe diferença na predominânciacelular no início e no final do processo inflamatório agudo. Logo nos estágios iniciais, há predominância de neutró- filos (entre 6 e 24 horas), ao passo que os monócitos são observados mais tardiamente durante a fase aguda (24 e 48 horas), bem como nos processos crônicos (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). Inflamação aguda12 Após a chegada das células imunes (neutrófilos, macrófagos e outras) ao local-alvo, elas precisam ser ativadas e reconhecer o agente agressor para que possam executar sua função de fagocitose. Essa ativação ocorre pela presença de receptores localizados na superfície dos leucócitos. É a partir daí que os outros eventos da fagocitose acontecem, como a ligação da partícula a ser ingerida, seguida da ingestão, com posterior formação do vacúolo fagocítico; e a morte ou destruição do material ingerido (BRASILEIRO FILHO, 2016). Os leucócitos só reconhecem o material a ser fagocitado, aquele que se encontra revestido por adaptadores moleculares, chamados de opsoninas (imunoglobulina G, produtos de degradação da proteína C3 do complemento e colectina), que sinalizam, ou seja, marcam o corpo estranho para essas cé- lulas. Após o reconhecimento, os fagócitos emitem pseudópodos envolvendo o material a ser fagocitado e formam um vacúolo fagocitário, que se funde a grânulos lisossômicos, dando origem ao fagolisossoma. A liberação do seu conteúdo, em especial enzimas lisossômicas e ERO, será responsável pela degradação do material (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2019). Durante a fagocitose, os leucócitos liberam componentes lesivos a células e tecido normais. Em reações exacerbadas ou inapropriadas contra células hospedeiras, seu acúmulo, por si só, é o agressor e se torna a causa de muitas doenças inflamatórias (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). A última etapa do processo inflamatório consiste na resolução do processo, no qual ocorrem reparo do tecido e restabelecimento da homeostasia, eventos finais da resposta inflamatória aguda. A resolução envolve a neutralização e a eliminação do agente agressor e dos mediadores químicos, normalizando a permeabilidade vascular e interrompendo a infiltração celular. Os neutró- filos presentes no sítio sofrem apoptose, e os corpos apoptóticos e resíduos celulares são fagocitados por macrófagos. Essa etapa da inflamação é um processo ativo que conta com a participação de vários mediadores anti- -inflamatórios e pró-resolutivos que são sintetizados durante o processo, como as ciclopentenonas, as lipoxinas, resolvinas, anexina I, NF-kB e mediadores da apoptose (FEEHAN; GILROY, 2019). Inflamação aguda 13 Figura 3. Alterações vasculares e teciduais durante um evento inflamatório local; os cinco sinais cardinais da inflamação estão destacados em vermelho. DAMPs: padrões moleculares associados a danos; PAMPs: padrões moleculares associados a patógenos; ERO: espécies reativas de oxigênio. Fonte: Adaptada de Varela et al. (2018). O que acontece quando o agente agressor não consegue ser removido por esse mecanismo de defesa? Nesse caso, a inflamação aguda progride para inflamação crônica (KORNILUK et al., 2017). Aspectos morfológicos da inflamação aguda Até o momento, vimos os protagonistas do processo inflamatório agudo e as etapas que caracterizam esse processo. Agora você deve estar se perguntando: o processo inflamatório segue etapas pré-estabelecidas, mas será que seus aspectos macro e microscópico são sempre os mesmos? A resposta é não. Existem diferenças morfológicas específicas, que dependem da causa, da gravidade e do local da lesão e do tipo de tecido acometido. Assim, é possível classificar a inflamação aguda em serosa, fibrinosa, supurativa e úlcera, como mostra o Quadro 2. Inflamação aguda14 Quadro 2. Características dos padrões morfológicos da inflamação aguda Características Tipos Serosa Fibrinosa Supurativa Úlcera Localização Cavidades, peritoneal, pleural e pericárdica Revestimento de cavidades Variável, podendo ser local ou difusa Epitélio de revestimento Aspecto Fluido límpido Presença de fibrina Cremoso e amarelado Variável Células Pobre em células Tipos celulares variáveis Rica em PMNs Variável Subtipos Sim Não Sim Não As inflamações agudas que apresentam predomínio de exsudação plas- mática em serosas (cavidades peritoneal, pleural e pericárdica), com aspecto fluido, límpido parecendo com soro, não infectado e pobre em células, são chamadas de serosas. O acúmulo de líquido nessas cavidades recebe o nome de efusão. Esse tipo de inflamação pode ser subdividido em vesícula e bolha. Ambas são caracterizadas por inflamação da superfície de revestimento, com acúmulo seroso e com elevação da superfície, como mostrado na Figura 4, diferenciando entre elas apenas o diâmetro da elevação, sendo maior na bolha (superior a 5 mm) (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). A inflamação fibrinosa, por outro lado, caracteriza-se em exsudato fi- lamentoso, rico em fibrina, com tipos celulares variáveis, e acomete princi- palmente revestimentos de cavidades como meninges, pleura e pericárdio. A passagem dessas grandes moléculas ocorre por um maior aumento da permeabilidade vascular em decorrência de lesões mais severas. A fibrina pode sofrer degradação, entretanto, quando não é completamente removida do local, a cicatrização ocorre, podendo interferir na função daquele tecido e resultar em consequências clínicas significativas (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). Inflamação aguda 15 Figura 4. Microscopia de um corte transversal em pequeno aumento de uma bolha cutânea mostrando a epiderme separada da derme pela presença de efusão serosa. Fonte: Kumar, Abbas e Aster (2016, p. 180). Quando temos a formação de pus no local, nos deparamos com uma in- flamação purulenta, caracterizada por um aspecto “cremoso”, com coloração amarelo-esverdeado, rico em leucócitos polimorfonucleares vivos e mortos e em células necróticas. Esse tipo de inflamação, cuja causa é bacteriana, recebe denominações distintas de acordo com o aspecto que adquire, como pústula, abscesso, furúnculo e fleimão (BRASILEIRO FILHO, 2016). Na pústula, o exsudato está localizado em uma pequena área da pele, formando uma pequena elevação. O abcesso caracteriza-se por inflamação localizada em cavidades neoformadas, com uma região central de células necróticas (o pus) e envolvida por uma camada de neutrófilos preservados. É importante destacar que a eliminação por meio da absorção ou da drenagem do pus é necessária para que ocorra a cicatrização do local. O furúnculo nada mais é que um abscesso na derme ou hipoderme, normalmente associado a infecções por Staphylococcus aureus que afetam o folículo. As inflama- ções purulentas descritas até aqui caracterizam-se por serem localizadas, diferentemente do fleimão, que é uma inflamação difusa e infiltrativa do tecido conjuntivo, causada geralmente por estreptococos beta-hemolíticos (BRASILEIRO FILHO, 2016). Por fim, temos a úlcera, “um defeito local ou escavação da superfície de um órgão ou tecido, que é produzida por perda (desprendimento) de tecido necrótico inflamado” (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016, p. 181). Ocorre pela pre- sença de material necrótico exsudativo e infiltrado inflamatório localizado superficialmente ou próximo a ela. Um exemplo bem conhecido desse tipo de inflamação é a úlcera péptica e duodenal. Inflamação aguda16 Em uma queimadura da pele, como aquela que acontece ao encostar a mão em uma panela quente, o dano tecidual provocado pelo calor leva à ativação de células residentes do local, como os neutrófilos, macrófagos que passam a liberar mediadores inflamatórios (prostaglandinas, bradicinina, histamina, substância P, TNF, IL-1 e IL-6, entre outras). Esses mediadores atuam causando vasodilatação, aumentando a permeabilidade vascular e consequentes captura, rolamento, adesão firme e migração de neutrófilos e monócitos da circulação para o local da queimadura por quimiotaxia. No local, as células de defesa desempenhamseu papel de fagocitose, eliminando o agente agressor, caso exista a presença de agente infeccioso, e promovendo remoção de resí- duos celulares de células lesadas com o evento. A inflamação terá fim após a neutralização do agente agressor e a eliminação dos mediadores inflamatórios, restabelecendo o equilíbrio novamente. O aspecto macroscópico nesse exemplo de queimadura é o aparecimento de uma bolha cutânea, devido à efusão serosa presente entre a derme e a epiderme, caracterizando uma inflamação serosa. A fim de melhor compreender o processo inflamatório agudo, imagine que em sua casa há um sistema de segurança contra roubos e incêndios, com câmeras e alarmes, que são monitorados por empresas de segurança 24 horas. Na presença de roubo ou incêndio, os alarmes detectam tal evento e acionam uma sirene, além de acionar a empresa responsável pela vigilância. Em poucos minutos, a equipe de segurança está presente no local e aciona a segurança pública (polícia ou bombeiro) para a cobertura do incidente. Associando essa situação com o processo inflamatório agudo, as câmeras e alarmes seriam as células residentes no local; quando um dano ou agente agressor estiver presente nesse local, essas células serão responsáveis por detectá-lo, sendo a sirene os mediadores inflamatórios liberados por tais células. Os mediadores liberados irão ativar outras células que ali circulam, o que poderia corresponder ao “alerta” da vizinhança do local. Além disso, os mediadores também irão recrutar outras células da circulação, como os neutrófilos e monócitos, o que corresponderia, no caso da situação hipoté- tica, à empresa de segurança e segurança pública, na tentativa de eliminar ou destruir o agente agressor e reparar os danos teciduais, restabelecendo, por fim, a homeostasia. Por mais que os sinais e sintomas de uma inflamação aguda não sejam agradáveis para quem está passando por ela, esse processo é necessário para que o organismo possa eliminar o agente agressor e restabelecer o equilíbrio e a função corporal. Entretanto, o evento precisa ser ordenado e Inflamação aguda 17 controlado a fim de evitar reações exageradas e inapropriadas que possam induzir lesões teciduais e consequentemente desenvolvimento de doenças. Referências ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. 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