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Inflamação aguda

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PROCESSOS 
PATOLÓGICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Identificar a atuação das células e dos mediadores envolvidos no processo 
inflamatório agudo.
 > Esquematizar em etapas a inflamação aguda.
 > Diferenciar os padrões morfológicos da inflamação.
Introdução
A palavra “inflamação” tem origem do latim inflammare, que significa incendiar, 
e do grego phlogos, pegar fogo, e é um evento que desperta interesse desde os 
primórdios da civilização (FERRERO-MILIANI et al., 2007). Diferentemente do que 
se imagina, a resposta inflamatória é um mecanismo benéfico ao nosso corpo, 
por meio do qual o organismo se defende contra infecções ou outras agressões 
e tenta reparar danos teciduais ou perda de função. Assim, é surpreendente 
que esse mecanismo exista para resolver um desequilíbrio da homeostase e 
é necessário para que ocorra reparo tecidual após um dano (KUMAR; ABBAS; 
ASTER, 2016). 
Os sinais clínicos da inflamação consistem em rubor (hiperemia), tumor 
(edema), calor (aumento da temperatura local), dor e perda da função, conforme 
descrito por Cornelius Celsos no início da era cristã. Estão associados a reações 
vasculares e celulares responsáveis pelo processo. Mas o que caracteriza um 
processo inflamatório agudo? Nas reações locais, são observados aumento 
tanto do fluxo quanto da permeabilidade vascular, dilatação das veias e um 
acúmulo de células do processo inflamatório (ETIENNE; VIEGAS; VIEGAS JR., 2021).
Inflamação aguda
Aline Lima de Barros
Neste capítulo, você vai estudar as células e os mediadores e como eles 
participam no processo inflamatório agudo, bem como a organização, ou seja, 
como se dá o processo. Além disso, vai caracterizar os padrões morfológicos 
específicos da inflamação aguda frequentemente encontrados.
Células e mediadores do processo 
inflamatório agudo 
O processo inflamatório envolve vários sistemas fisiológicos, com o sistema 
imunológico desempenhando um papel central (COUSSENS; WERB, 2002; 
GABAY; KUSHNER, 1999). Como veremos adiante, a inflamação conta com alguns 
componentes, sendo a migração de células da circulação para o local da lesão 
o marco dos eventos celulares e de extrema importância para o processo. 
As células envolvidas no processo inflamatório agudo compõem a imuni-
dade inata. Essas células podem estar circulando no tecido, como é o caso 
de neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e células dendríticas, ou 
serem residentes daqueles tecidos, como os mastócitos, as células epiteliais, 
as células endoteliais e os fibroblastos (BRASILEIRO FILHO, 2016). 
Agora vamos entender como os principais tipos de células participam no 
processo inflamatório agudo. Os neutrófilos são as primeiras células que 
migram até o foco inicial da inflamação e atuam secretando substâncias 
citotóxicas inespecíficas, como as espécies reativas de oxigênio (ERO), a 
fim de destruir o agente agressor, porém causando lesão ao tecido (MITTAL 
et al., 2014). O recrutamento ocorre por interação de tais células pelo endo-
télio, mais especificamente com moléculas de adesão celular (MACs), que 
também estimulam a ativação de leucócitos. No infiltrado inflamatório inicial, 
essas células estão em maior quantidade, sendo substituídas em seguida por 
monócitos e macrófagos, já que sua sobrevivência não passa de algumas 
horas (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). 
Outra célula circulante de grande importância é o monócito, que circula 
como tal, mas quando chega ao tecido transforma-se em macrófago, principal 
tipo de célula encontrada no local de inflamação após os neutrófilos terem 
sido esgotados. Assim como os neutrófilos, os macrófagos iniciam e regulam 
o processo inflamatório por meio da liberação de citocinas e, diferentemente 
dos neutrófilos, sobrevivem por longos períodos no local. A limpeza dos 
resíduos celulares e teciduais e o início da reparação tecidual são, também, 
funções dessa célula. 
Inflamação aguda2
Um fato interessante é que, concomitante à ativação dos macrófagos, 
os fibroblastos próximos ao local, bem como células mesenquima-
tosas indiferenciadas, começam a se diferenciar em fibroblastos e mioblastos 
capazes de secretar componentes importantes para o processo de cicatrização 
(PAWLINA, 2016). 
Ainda que linfócitos, eosinófilos e basófilos participem na inflamação 
aguda, essas células estão mais associadas aos aspectos imunológicos do 
processo, como mostra a Figura 1, sendo os eosinófilos e linfócitos mais 
abundantes em processo inflamatório crônico (BRASILEIRO FILHO, 2016). Não 
podemos deixar de mencionar que os eosinófilos apresentam papel impor-
tante de defesa contra parasitas e reações alérgicas, sendo seu aumento 
encontrado comumente em tais situações no leucograma. Os eosinófilos são 
recrutados para o local da inflamação por uma série de fatores, incluindo 
interleucina (IL) -5, IL-2, IL-16, histamina e algumas proteínas do complemento 
(ZIMMERMANN et al., 2003).
Figura 1. Células do sistema imune. Leucócitos circulantes, macrófagos teciduais e células 
dendríticas são imunócitos do corpo.
Fonte: Silverthorn (2017. p. 760).
Inflamação aguda 3
As plaquetas também têm papel na inflamação, já que são fonte de media-
dores inflamatórios e sintetizam tromboxano A2 e lipoxinas — o primeiro com 
atividade pró-inflamatória e o segundo anti-inflamatória. Além disso, outras 
funções inflamatórias incluem a liberação de espécies reativas de oxigênio, 
que podem contribuir para o dano tecidual, e a produção de mediadores como 
heparina e serotonina, que promovem o estado vasodilatador da resposta 
vascular aguda (GERMOLEC et al., 2018). 
Outro grupo de células que devemos destacar é o das células residentes, 
responsáveis por produzir citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias como 
TNF-α, IL-1 e IL-6 (BRASILEIRO FILHO, 2016). 
Os mastócitos são células do tecido conjuntivo que contêm grânulos cito-
plasmáticos, os quais servem como reservatórios para mediadores solúveis, 
que, por sua vez, funcionam em muitos aspectos da resposta inflamatória. 
Os reagentes de fase inicial liberados dos mastócitos, como os produtos do 
metabolismo do ácido araquidônico (prostaglandinas e leucotrienos) e a 
histamina, medeiam a vasodilatação e aumentam a permeabilidade vascular, 
característica da resposta vascular aguda. A secreção do fator de ativação de 
plaquetas (PAF) por essas células também aumenta a permeabilidade e, ao 
mesmo tempo, estimula a liberação de mediadores de plaquetas, resultando 
na ativação de neutrófilos (GERMOLEC et al., 2018).
Até aqui, foi possível observar que os componentes celulares participam 
da resposta inflamatória por meio, principalmente, da liberação de citocinas 
e outros mediadores inflamatórios. Agora vamos abordar os principais me-
diadores envolvidos na inflamação e como eles participam desse processo. 
O processo inflamatório, na maioria das vezes, é autolimitado. Uma lesão, 
trauma ou infecção desencadeia a ativação de mediadores celulares que 
respondem com a liberações de citocinas. Tais mediadores promovem uma 
ampliação do processo, levando à destruição do patógeno e, ainda, induzindo 
o reparo tecidual (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016).
Imunidade inata ou não específica consiste nos mecanismos de defesa 
capazes de reconhecer agressões e iniciar uma resposta.
Inflamação aguda4
Os mediadores inflamatórios são substâncias liberadas pelas células de 
defesa e proteínas do plasma que atuam iniciando e regulando o processo in-
flamatório. Existem mediadores que se encontram pré-formados em grânulos 
de secreção nos mastócitos e basófilos; alguns estão circulando na forma de 
precursores inativos e outros são formados apenas em resposta a um estímulo. 
Esses mediadores podem ser pró-inflamatórios ou anti-inflamatórios, ou seja, 
alguns mediadores estimulam o processo inflamatório, ao passo que outros 
limitam e terminam o processo (ETIENNE; VIEGAS; VIEGAS JR., 2021). Assim, é 
possível concluir que as lesões provocadas pelo processo estão associadas 
ao balanço dos mecanismos indutores e inibidores.Como mostrado no Quadro 1, os principais mediadores da inflamação 
aguda incluem: aminas vasoativas, prostaglandinas, leucotrienos, citocinas 
(quimiocinas) e os produtos de ativação do complemento.
Quadro 1. Ações e fonte dos principais mediadores da inflamação aguda 
Mediador Fonte(s) Principais ações
Derivados de células
Histamina Mastócitos, basófilos, 
plaquetas
Vasodilatação, aumento da 
permeabilidade vascular, 
ativação endotelial
Serotonina Plaquetas Vasoconstrição
Prostaglandinas Mastócitos, leucócitos Vasodilatação, dor, febre
Leucotrienos Mastócitos, leucócitos Aumento da permeabilidade 
vascular, quimiotaxia, adesão 
e ativação de leucócitos
Fator ativador 
plaquetário
Leucócitos, mastócitos Vasodilatação, aumento da 
permeabilidade vascular, 
aderência de leucócitos, 
quimiotaxia, desgranulação, 
explosão oxidativa
Espécies reativas 
do oxigênio
Leucócitos Destruição de micróbios, 
lesão tecidual
Óxido nítrico Endotélio, macrófagos Relaxamento do músculo liso 
vascular, morte de micróbios
(Continua)
Inflamação aguda 5
Mediador Fonte(s) Principais ações
Derivados de células
Citocinas (TNF, 
IL-1, IL-6)
Macrófagos, células 
endoteliais, mastócitos
Local: ativação endotelial 
(expressão de moléculas de 
adesão)
Sistêmica: febre, 
anormalidades metabólicas, 
hipotensão (choque)
Quimiocinas Leucócitos, macrófagos 
ativados
Quimiotaxia, ativação de 
leucócitos
Derivados de proteínas plasmáticas
Complemento Plasma (produzido no 
fígado)
Ativação e quimiotaxia de 
leucócito, opsonização (MAC), 
vasodilatação (estimulação de 
mastócito)
Cininas Plasma (produzido no 
fígado)
Aumento da permeabilidade 
vascular, contração do 
músculo liso, vasodilatação, 
dor
Proteases 
ativadas durante 
a coagulação
Plasma (produzido no 
fígado)
Ativação endotelial, 
recrutamento de leucócitos
IL-1, IL-6: interleucinas 1 e 6; MAC: complexo de ataque à membrana; TNF: fator de necrose 
tumoral.
Fonte: Adaptado de Kumar, Abbas e Aster (2013).
A histamina e serotonina são aminas vasoativas encontradas pré-formadas 
em grânulos citoplasmáticos. Na inflamação, são os primeiros mediadores 
liberados, cuja função é, principalmente, vascular, provocando vasodilatação 
e aumento da permeabilidade vascular. A histamina é liberada principalmente 
pelos mastócitos, basófilos e plaquetas, em resposta a um agente nocivo, 
e a serotonina está presente principalmente nos grânulos plaquetários; sua 
liberação pode ocorrer durante o processo de agregação plaquetária (ETIENNE; 
VIEGAS; VIEGAS JR., 2021; NEMMAR et al., 2003). 
(Continuação)
Inflamação aguda6
As prostaglandinas, os leucotrienos e as lipoxinas, também conhecidos 
por compostos eicosanoides, são produtos oriundos do metabolismo do ácido 
araquidônico, um ácido graxo insaturado com 20 átomos de carbono, que é 
liberado quando um tecido é exposto a diferentes estímulos fisiológicos e 
patológicos (GOLAN et al., 2014). 
Utilizando o exemplo do dano tecidual provocado por um corte, tal estí-
mulo desencadeia a liberação de ácido araquidônico por ação de uma enzima 
chamada fosfolipase A2. A partir do ácido araquidônico, são formadas as 
prostaglandinas, os leucotrienos e as lipoxinas por ação de outras enzimas 
— as cicloxigenases (COX) para as prostaglandinas e as lipoxigenases no caso 
dos leucotrienos e das lipoxinas. Após serem formados, esses mediadores 
interagem com seus receptores em células e medeiam várias etapas do 
processo inflamatório. Aqui, podemos destacar as ações das prostaglandi-
nas e dos leucotrienos, que estimulam as reações vasculares e celulares da 
inflamação aguda; já as lipoxinas diminuem a inflamação pela inibição do 
recrutamento de leucócitos (PRASHER et al., 2019). Outra função das pros-
taglandinas além dos efeitos vasculares é atuar no hipotálamo e induzir a 
febre, como mostrado no Quadro 1.
Os anti-inflamatórios, como diclofenaco, nimesulida e ibuprofeno, vão 
atuar inferindo no metabolismo do ácido araquidônico. A ação ocorre mais 
especificamente por meio da inibição da enzima COX 1 (um subtipo de COX 
amplamente encontrada no corpo) com consequente interferência da formação 
de alguns compostos eicosanoides (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2012). 
Quando se fala em inflamação, as citocinas têm papel-chave no processo. 
Você pode estar se perguntando o que são essas citocinas e quais papéis 
desempenham na inflamação. Pois bem, citocinas nada mais são do que 
proteínas liberadas tanto por células inflamatórias (linfócitos, eosinófilos e 
neutrófilos) quanto por células do próprio tecido (mastócitos, fibroblastos, 
células epiteliais e macrófagos) (BECKER et al., 2003). Entre as funções das 
citocinas, podemos incluir a regulação do crescimento, a ativação celular, 
a quimiotaxia, a inflamação, a imunidade, o reparo tecidual, a fibrose e a 
morfogênese (NUNES et al., 2010).
As principais citocinas da inflamação aguda incluem o fator de necrose 
tumoral (TNF), as interleucinas (IL) 1, 6, 17 e as quimiocinas (YAO; NARUMIYA, 
2019). A adesão e o recrutamento dos leucócitos são funções do TNF e da IL-1, 
que também promovem a ativação do endotélio (por aumentar a expressão 
de MACs) e produzem uma resposta sistêmica da fase aguda. A IL-6 está 
envolvida em respostas inflamatórias locais e sistêmicas e a IL-17 contribui 
com o recrutamento de neutrófilos (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; 
Inflamação aguda 7
ASTER, 2016). É importante ressaltar que a lista de citocinas envolvidas no 
processo inflamatório é grande, mas as descritas aqui são consideradas as 
principais e mais estudadas. 
Um componente importante do sistema imunológico formado por proteínas 
e que desempenha papel na inflamação aguda é o sistema complemento. Ele 
participa na defesa do organismo contra microrganismos patogênicos por 
meio de quimiotaxia de leucócitos, aumento da permeabilidade vascular, 
opsonização, fagocitose e morte celular (GERMOLEC et al., 2018; KUMAR; 
ABBAS; ASTER, 2016).
As quimiocinas inflamatórias controlam o recrutamento de leucócitos 
em infecção, inflamação, lesão tecidual e tumores. Como parte do processo 
inflamatório, as quimiocinas direcionam a migração celular, ativam macró-
fagos e polimorfonucleares (PMNs) e modulam a cicatrização de feridas por 
meio da promoção da angiogênese e da estimulação de fibrose (GERMOLEC 
et al., 2018; SELL, 2001).
Outro mediador que podemos destacar são as cininas, peptídeos vasoa-
tivos que participam no processo da dor e na inflamação. Esses peptídeos, 
como a bradicinina, são provenientes do sistema calicreína-cininas, que 
podem reproduzir sinais característicos da inflamação, como o calor, o rubor, 
o edema e a dor, por levar à liberação de óxido nítrico (ON) das células endo-
teliais e também a prostaciclina. Tais substâncias vão induzir vasodilatação, 
explicando o calor e o rubor, e promover estimulação endotelial, que carac-
teriza o aumento da permeabilidade capilar, o extravasamento de plasma e 
o consequente edema (FONSECA; DELLALIBERA-JOVILIANO, 2020). 
Na próxima seção abordaremos de forma mais detalhada as etapas en-
volvidas no processo inflamatório agudo.
O sistema calicreína-cininas é formado por um conjunto de proteínas 
e enzimas séricas que desempenha ações importantes no processo 
inflamatório e na sua manutenção, na coagulação sanguínea, na dor, no controle 
da pressão arterial e na captação de glicose.
Para saber mais sobre os mediadores atuantes no processo infla-
matório agudo, leia o artigo “Markers of inflammation” (GERMOLEC 
et al., 2018). 
Inflamação aguda8
O processo inflamatório agudo
Quando as barreiras biológicas são rompidas por danos ou presença de 
patógenos, um conjunto de alterações bioquímicas, vasculares e celulares é 
instalado, caracterizando o processo inflamatório agudo (BRASILEIRO FILHO, 
2016). Como vimos anteriormente, em casos de danos ou presença de agentes 
infecciosos, a inflamação é necessária para o restabelecimento da função 
tecidual e da homeostasia. Além disso, a inflamação é fundamental parao 
estabelecimento da imunidade específica.
Agora vamos compreender as etapas que constituem o processo infla-
matório agudo. 
Você pode estar se questionando se o início da resposta do organismo a 
um dano tecidual ou à presença de uma bactéria, por exemplo, é a mesma. 
Podemos dizer que sim. Geralmente, o processo inflamatório apresenta uma 
sequência pré-determinada que inicia na fase aguda por meio da exposição 
do tecido ao dano/patógeno. 
Segundo Varela et al. (2018), existem diferentes tipos de indutores infla-
matórios. Os indutores inflamatórios exógenos de origem microbiana incluem 
os padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs) e os fatores de 
virulência, enquanto o grupo de indutores exógenos não microbianos é repre-
sentado por substâncias alergênicas, agentes irritantes ou tóxicos e os corpos 
estranhos. Quando o tecido é danificado, ocorre a liberação de substâncias, 
proteínas ou até mesmo partículas celulares que atuam sinalizando a lesão; 
essas moléculas são chamadas de padrões moleculares associados a danos 
(DAMPs) e fazem parte dos indutores endógenos da inflamação. 
Dessa forma, podemos dizer que a primeira etapa do processo inflamatório 
é o reconhecimento dos indutores endógenos e exógenos. Nosso organismo 
reconhece os DAMPs, os PAMPs e as moléculas próprias intactas por meio 
de receptores localizados na membrana plasmática, nos endossomos e no 
citosol das células de defesa. Como exemplo de receptores, podemos citar 
os pertencentes à família dos receptores Toll-like (TLRs), que estão presentes 
principalmente nas células epiteliais, dendríticas, nos macrófagos e em outros 
leucócitos. A ativação dos receptores desencadeia a liberação de citocinas 
inflamatórias, como TNF-α, IL-1 e IL-6, entre outras, que induzem a alterações 
no endotélio, permitindo a passagem de células imunes através das junções 
entre células endoteliais (MEDZHITOV, 2010).
Inflamação aguda 9
A partir desse momento, começa a próxima etapa da inflamação aguda, 
caracterizada por alterações vasculares que iniciam imediatamente durante as 
primeiras horas após o estímulo inflamatório. A liberação principalmente de 
histamina, pelos mastócitos, e de substância P, pelas terminações nervosas, 
promove vasodilatação e consequentemente aumento do fluxo sanguíneo 
no local, explicando a presença de calor e vermelhidão durante o processo 
(VARELA et al., 2018). 
Outra alteração vascular resulta do aumento da permeabilidade vascular e 
da saída de plasma para o interstício. É válido lembrar que, em situações nor-
mais, a microcirculação apresenta pequena permeabilidade a macromoléculas, 
e as proteínas presentes no plasma circulam de maneira muito lenta entre o 
sangue e os tecidos. Na inflamação, o edema observado é consequência do 
aumento da permeabilidade da microcirculação a macromoléculas e fluidos 
vindos do sangue. O que se espera com a perda de plasma para o tecido? As 
hemácias na circulação estarão em maior concentração, e o fluxo sanguíneo 
vai se tornando mais lento em decorrência do aumento da viscosidade, ca-
racterizando a estase tecidual. É nesse momento que os leucócitos deixam 
a região central da corrente sanguínea e se aproximam da parede endotelial, 
evento que será importante para a próxima etapa (BARNES; KUMAR; DAVIS, 
2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016).
O edema, resultante de alterações vasculares, pode ser responsável pelo 
aparecimento da dor, uma vez que as terminações nervosas podem sofrer 
compressão, mas esse sintoma é, também, resultado da sensibilização dos 
nociceptores por mediadores inflamatórios (citocinas, quimiocinas e pros-
taglandinas) liberados em resposta à agressão (ETIENNE; VIEGAS; VIEGAS JR., 
2021). A Figura 2 mostra os eventos vasculares associados aos sinais cardinais 
da inflamação aguda.
O próximo passo do processo consiste em recrutamento e ativação dos 
leucócitos, que fazem parte dos eventos celulares da resposta inflamatória. 
Aqui, os neutrófilos e macrófagos fagocitam os agentes estranhos e tecidos 
mortos, além de liberarem citocinas e fatores de crescimento, que vão de-
sempenhar função na etapa seguinte (BRASILEIRO FILHO, 2016).
Inflamação aguda10
A migração dos leucócitos segue algumas fases, como captura, rolamento 
pelo endotélio, adesão firme e transmigração, como mostrado na Figura 2. 
As alterações ocorridas na etapa anterior possibilitam a aproximação dos 
leucócitos na parede do vaso, e em seguida, por interações frouxas, essas 
células começam a rolar sob o endotélio, até que aderem firmemente e param 
por completo (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). 
Mas qual é o fator responsável pela captura, pelo rolamento e pela adesão 
firme? A resposta está na interação das células com moléculas de adesão 
presentes tanto no endotélio como nos leucócitos, em destaque para integri-
nas e selectinas. As selectinas são moléculas da superfície celular expressas 
em leucócitos (L-selectina), células endoteliais (P-selectina, E-selectina) e 
plaquetas (P-selectina) (ZARBOCK et al., 2011). 
Em situação normal, sem inflamação, os leucócitos interagem fracamente 
com as selectinas na superfície das células endoteliais vasculares, permitindo 
o rolamento dessas células ao longo do endotélio. Na inflamação, as células 
endoteliais aumentam a expressão das moléculas de adesão em resposta à 
liberação de mediadores inflamatórios (IL-1, TNF-α, IFN-γ, IL-17 e IL-18). Além 
de aumentar a expressão, esses mediadores (como histamina e trombina) 
também estimulam a redistribuição da P-selectina para a superfície. As 
integrinas, moléculas de adesão de célula vascular-1 (VCAM-1) e moléculas 
de adesão intercelulares (ICAM), participam da interação e da adesão forte 
dos leucócitos ao endotélio (GERMOLEC et al., 2018). 
A ativação dos leucócitos que estão rolando ocorre por meio da exposição 
do fator de ativação de plaquetas (PAF) e das quimiocinas na membrana 
citoplasmática do endotélio, levando ao reposicionamento de integrinas que 
permite a interação e a ativação de integrinas, para aumentar a adesão às 
ICAM e VCAM e mudanças estruturais dos leucócitos para iniciar a diapedese 
(migração) (KORNILUK et al., 2017).
Inflamação aguda 11
Figura 2. O processo de várias etapas da migração de leucócitos através dos vasos sanguí-
neos, aqui mostrado para os neutrófilos. Os neutrófilos primeiro rolam, depois tornam-se 
ativados e aderem ao endotélio, para, somente então, transmigrar através do endotélio, 
perfurar a membrana basal e migrar em direção a quimiocinas atraentes provenientes da 
fonte da lesão. Diferentes moléculas desempenham papéis predominantes em diferentes 
etapas desse processo: as selectinas no rolamento; as quimiocinas (em geral, aparecendo 
ligadas aos proteoglicanos) na ativação dos neutrófilos, de modo a aumentar a avidez das 
integrinas; as integrinas na adesão forte; e a CD31 (PECAM-1) na transmigração. 
ICAM-1: molécula de adesão intercelular (intercellular adhesion molecule 1); PECAM-1 (CD31): 
molécula de adesão celular endotelial plaquetária (platelet endothelial cell adhesion mole-
cule-1); TNF: fator de necrose tumoral (tumor necrosis factor).
Fonte: Adaptada de Kumar, Abbas e Aster (2016).
Rolamento Ativação da integrinapor quimiocinas Adesão estável
Migração através
do edotélio
Leucócito Glicoproteína Sialyl-Lewis X modificada
Integrina (estado de baixa afinidade)
Integrina (estado de
alta afinidade)
PECAM-1
(CD31)
Selectina-P Selectina-E
Citocinas
(TNF, IL-1)
Macrófago com
microrganismos
Proteoglicano
Microrganismos
Ligante de
integrina (I CAM-1)
Fibrina e 
fibronectina
(matriz extracelular)
Quimiocinas
O movimento orientado dos leucócitos é dependente de substâncias 
quimiotáticas, e o evento é chamado de quimiotaxia ou sinalização química. 
Os mediadores infamatórios liberados localmente, como quimiocinas (IL-8), 
mediadores endógenos como C5a e leucotrieno B4 (LTB4), criam um gradiente 
químico, e consequentes resposta e deslocamento dos leucócitos (KUMAR; 
ABBAS; ASTER, 2016). 
Existe diferença na predominânciacelular no início e no final do processo 
inflamatório agudo. Logo nos estágios iniciais, há predominância de neutró-
filos (entre 6 e 24 horas), ao passo que os monócitos são observados mais 
tardiamente durante a fase aguda (24 e 48 horas), bem como nos processos 
crônicos (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016).
Inflamação aguda12
Após a chegada das células imunes (neutrófilos, macrófagos e outras) ao 
local-alvo, elas precisam ser ativadas e reconhecer o agente agressor para que 
possam executar sua função de fagocitose. Essa ativação ocorre pela presença 
de receptores localizados na superfície dos leucócitos. É a partir daí que os 
outros eventos da fagocitose acontecem, como a ligação da partícula a ser 
ingerida, seguida da ingestão, com posterior formação do vacúolo fagocítico; 
e a morte ou destruição do material ingerido (BRASILEIRO FILHO, 2016). 
Os leucócitos só reconhecem o material a ser fagocitado, aquele que se 
encontra revestido por adaptadores moleculares, chamados de opsoninas 
(imunoglobulina G, produtos de degradação da proteína C3 do complemento 
e colectina), que sinalizam, ou seja, marcam o corpo estranho para essas cé-
lulas. Após o reconhecimento, os fagócitos emitem pseudópodos envolvendo 
o material a ser fagocitado e formam um vacúolo fagocitário, que se funde a 
grânulos lisossômicos, dando origem ao fagolisossoma. A liberação do seu 
conteúdo, em especial enzimas lisossômicas e ERO, será responsável pela 
degradação do material (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2019).
Durante a fagocitose, os leucócitos liberam componentes lesivos a células 
e tecido normais. Em reações exacerbadas ou inapropriadas contra células 
hospedeiras, seu acúmulo, por si só, é o agressor e se torna a causa de muitas 
doenças inflamatórias (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). 
A última etapa do processo inflamatório consiste na resolução do processo, 
no qual ocorrem reparo do tecido e restabelecimento da homeostasia, eventos 
finais da resposta inflamatória aguda. A resolução envolve a neutralização e 
a eliminação do agente agressor e dos mediadores químicos, normalizando 
a permeabilidade vascular e interrompendo a infiltração celular. Os neutró-
filos presentes no sítio sofrem apoptose, e os corpos apoptóticos e resíduos 
celulares são fagocitados por macrófagos. Essa etapa da inflamação é um 
processo ativo que conta com a participação de vários mediadores anti-
-inflamatórios e pró-resolutivos que são sintetizados durante o processo, como 
as ciclopentenonas, as lipoxinas, resolvinas, anexina I, NF-kB e mediadores 
da apoptose (FEEHAN; GILROY, 2019).
Inflamação aguda 13
Figura 3. Alterações vasculares e teciduais durante um evento inflamatório local; os cinco 
sinais cardinais da inflamação estão destacados em vermelho.
DAMPs: padrões moleculares associados a danos; PAMPs: padrões moleculares associados 
a patógenos; ERO: espécies reativas de oxigênio.
Fonte: Adaptada de Varela et al. (2018). 
O que acontece quando o agente agressor não consegue ser removido por 
esse mecanismo de defesa? Nesse caso, a inflamação aguda progride para 
inflamação crônica (KORNILUK et al., 2017).
Aspectos morfológicos da inflamação aguda
Até o momento, vimos os protagonistas do processo inflamatório agudo e as 
etapas que caracterizam esse processo. Agora você deve estar se perguntando: 
o processo inflamatório segue etapas pré-estabelecidas, mas será que seus 
aspectos macro e microscópico são sempre os mesmos? A resposta é não. 
Existem diferenças morfológicas específicas, que dependem da causa, da 
gravidade e do local da lesão e do tipo de tecido acometido. Assim, é possível 
classificar a inflamação aguda em serosa, fibrinosa, supurativa e úlcera, como 
mostra o Quadro 2.
Inflamação aguda14
Quadro 2. Características dos padrões morfológicos da inflamação aguda 
Características Tipos
Serosa Fibrinosa Supurativa Úlcera
Localização Cavidades, 
peritoneal, 
pleural e 
pericárdica
Revestimento 
de cavidades
Variável, 
podendo 
ser local ou 
difusa
Epitélio de 
revestimento
Aspecto Fluido 
límpido
Presença de 
fibrina
Cremoso e 
amarelado
Variável
Células Pobre em 
células
Tipos 
celulares 
variáveis
Rica em 
PMNs
Variável
Subtipos Sim Não Sim Não
As inflamações agudas que apresentam predomínio de exsudação plas-
mática em serosas (cavidades peritoneal, pleural e pericárdica), com aspecto 
fluido, límpido parecendo com soro, não infectado e pobre em células, são 
chamadas de serosas. O acúmulo de líquido nessas cavidades recebe o nome 
de efusão. Esse tipo de inflamação pode ser subdividido em vesícula e bolha. 
Ambas são caracterizadas por inflamação da superfície de revestimento, com 
acúmulo seroso e com elevação da superfície, como mostrado na Figura 4, 
diferenciando entre elas apenas o diâmetro da elevação, sendo maior na 
bolha (superior a 5 mm) (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016).
A inflamação fibrinosa, por outro lado, caracteriza-se em exsudato fi-
lamentoso, rico em fibrina, com tipos celulares variáveis, e acomete princi-
palmente revestimentos de cavidades como meninges, pleura e pericárdio. 
A passagem dessas grandes moléculas ocorre por um maior aumento da 
permeabilidade vascular em decorrência de lesões mais severas. A fibrina 
pode sofrer degradação, entretanto, quando não é completamente removida 
do local, a cicatrização ocorre, podendo interferir na função daquele tecido 
e resultar em consequências clínicas significativas (BRASILEIRO FILHO, 2016; 
KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). 
Inflamação aguda 15
Figura 4. Microscopia de um corte transversal em pequeno aumento de uma bolha cutânea 
mostrando a epiderme separada da derme pela presença de efusão serosa.
Fonte: Kumar, Abbas e Aster (2016, p. 180).
Quando temos a formação de pus no local, nos deparamos com uma in-
flamação purulenta, caracterizada por um aspecto “cremoso”, com coloração 
amarelo-esverdeado, rico em leucócitos polimorfonucleares vivos e mortos 
e em células necróticas. Esse tipo de inflamação, cuja causa é bacteriana, 
recebe denominações distintas de acordo com o aspecto que adquire, como 
pústula, abscesso, furúnculo e fleimão (BRASILEIRO FILHO, 2016). 
Na pústula, o exsudato está localizado em uma pequena área da pele, 
formando uma pequena elevação. O abcesso caracteriza-se por inflamação 
localizada em cavidades neoformadas, com uma região central de células 
necróticas (o pus) e envolvida por uma camada de neutrófilos preservados. 
É importante destacar que a eliminação por meio da absorção ou da drenagem 
do pus é necessária para que ocorra a cicatrização do local. O furúnculo nada 
mais é que um abscesso na derme ou hipoderme, normalmente associado 
a infecções por Staphylococcus aureus que afetam o folículo. As inflama-
ções purulentas descritas até aqui caracterizam-se por serem localizadas, 
diferentemente do fleimão, que é uma inflamação difusa e infiltrativa do 
tecido conjuntivo, causada geralmente por estreptococos beta-hemolíticos 
(BRASILEIRO FILHO, 2016). 
Por fim, temos a úlcera, “um defeito local ou escavação da superfície de 
um órgão ou tecido, que é produzida por perda (desprendimento) de tecido 
necrótico inflamado” (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016, p. 181). Ocorre pela pre-
sença de material necrótico exsudativo e infiltrado inflamatório localizado 
superficialmente ou próximo a ela. Um exemplo bem conhecido desse tipo 
de inflamação é a úlcera péptica e duodenal.
Inflamação aguda16
Em uma queimadura da pele, como aquela que acontece ao encostar 
a mão em uma panela quente, o dano tecidual provocado pelo calor 
leva à ativação de células residentes do local, como os neutrófilos, macrófagos 
que passam a liberar mediadores inflamatórios (prostaglandinas, bradicinina, 
histamina, substância P, TNF, IL-1 e IL-6, entre outras). Esses mediadores atuam 
causando vasodilatação, aumentando a permeabilidade vascular e consequentes 
captura, rolamento, adesão firme e migração de neutrófilos e monócitos da 
circulação para o local da queimadura por quimiotaxia. No local, as células de 
defesa desempenhamseu papel de fagocitose, eliminando o agente agressor, 
caso exista a presença de agente infeccioso, e promovendo remoção de resí-
duos celulares de células lesadas com o evento. A inflamação terá fim após a 
neutralização do agente agressor e a eliminação dos mediadores inflamatórios, 
restabelecendo o equilíbrio novamente. O aspecto macroscópico nesse exemplo 
de queimadura é o aparecimento de uma bolha cutânea, devido à efusão serosa 
presente entre a derme e a epiderme, caracterizando uma inflamação serosa.
A fim de melhor compreender o processo inflamatório agudo, imagine 
que em sua casa há um sistema de segurança contra roubos e incêndios, 
com câmeras e alarmes, que são monitorados por empresas de segurança 
24 horas. Na presença de roubo ou incêndio, os alarmes detectam tal evento 
e acionam uma sirene, além de acionar a empresa responsável pela vigilância. 
Em poucos minutos, a equipe de segurança está presente no local e aciona 
a segurança pública (polícia ou bombeiro) para a cobertura do incidente. 
Associando essa situação com o processo inflamatório agudo, as câmeras 
e alarmes seriam as células residentes no local; quando um dano ou agente 
agressor estiver presente nesse local, essas células serão responsáveis por 
detectá-lo, sendo a sirene os mediadores inflamatórios liberados por tais 
células. Os mediadores liberados irão ativar outras células que ali circulam, 
o que poderia corresponder ao “alerta” da vizinhança do local. Além disso, 
os mediadores também irão recrutar outras células da circulação, como os 
neutrófilos e monócitos, o que corresponderia, no caso da situação hipoté-
tica, à empresa de segurança e segurança pública, na tentativa de eliminar 
ou destruir o agente agressor e reparar os danos teciduais, restabelecendo, 
por fim, a homeostasia. 
Por mais que os sinais e sintomas de uma inflamação aguda não sejam 
agradáveis para quem está passando por ela, esse processo é necessário 
para que o organismo possa eliminar o agente agressor e restabelecer o 
equilíbrio e a função corporal. Entretanto, o evento precisa ser ordenado e 
Inflamação aguda 17
controlado a fim de evitar reações exageradas e inapropriadas que possam 
induzir lesões teciduais e consequentemente desenvolvimento de doenças.
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