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Ana Laura Octávio - TXXII DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA INTRODUÇÃO Ana Laura Octávio - TXXII PAPILOMA INTRADUCTAL - Tumor benigno papilífero (verruga dentro do ducto). - Origina-se em ducto mamário. - Podem ser solitários ou múltiplos (solitários são mais frequentes). CLÍNICA - Acomete qualquer idade (mais frequente em mulheres de meia idade – 35 – 55 anos). - Localização retroareolar e unilateral. - Apresenta descarga papilar espontâneas em 70 a 80% (serosas ou sanguíneas). - Em 50% dos casos, a descarga papilar é o único sintoma. - Os mais volumosos podem apresentar-se como um tumor ou nódulo próximo á papila e á aréola. - Costumam ser bem delimitados. - Consistência amolecida. - Longo tempo de evolução. - Geralmente, não ultrapassam 1,5 cm de diâmetro. - Retração da papila, aréola ou pele pode, eventualmente, surgir após reação inflamatória no papiloma. DIAGNÓSTICO - Clínico: anamnese e exame físico. - Citologia do derrame papilar (lamínula da secreção). - PAAF (nódulos). OBS.: Sempre que possível, é interessante uma biopsia por agulha grossa. PATOLOGIA – PAPILOMAS SOLITÁRIOS - Sem relação com o carcinoma. - Acometem apenas um ducto (principal). - Tamanho variável. - Proliferação do epitélio ductal que se projeta para o interior do ducto. - Sem atipias células e/ou nucleares. TRATAMENTO - Cirúrgico (exérese): em casos de nódulo palpável. - Cateterização e ressecção do ducto e do tecido mamário em cone (Urban): em casos de secreção sem nódulo palpável. ADENOMA DE PAPILA - Tumor benigno epitelial que se origina nos ductos da papila mamaria, apresentando proliferação intraductal papilífera ou sólida, frequentemente associada a componente tubular, nos estágios mais avançados de sua evolução. CLÍNICA - Pode surgir em qualquer faixa etária (predomina entre os 40 e 50 anos). Ana Laura Octávio - TXXII - 66% dos casos apresentam secreção serosa ou sanguinolenta. - Podem se manifestar através de dor, rubor, edema, nódulo, aumento de volume, erosão, ulceração ou deformidades da papila. DIAGNÓSTICO - Anamnese e exame físico. - US de mama. - Citologia (da descarga papilar). - Raspado da lesão (quando ulcerada). - Biópsia com inclusão em parafina. PATOLOGIA - Proliferação epitelial intraductal, papilífera ou sólida (com variação de forma e tamanho das células). - Extensão para superfície da papila com erosão e descarga – sanguínea ou serosa – podem levar a uma falsa impressão clínica de câncer. - Papilomatose de ductos retroareolares/pamilomatose florida da papila. - Evolução lenta. - Não se limita aos ductos, mas infiltra os tecidos periductais difusamente. FIBROADENOMA - Tumor benigno misto, apresentando proliferação epitelial e conjuntiva. - É o tumor benigno mais frequente (8% de todas as patologias da mama). - Mais comum em mulheres jovens (15 a 30 anos). - Pode ser único ou múltiplos (em geral, múltiplos). - Risco de carcinoma é quase nulo. CLÍNICA - Assintomáticos. - Nódulos palpáveis de superfície lise e uniforme, não aderido as estruturas vizinhas e móvel. - Evoluem lentamente (podem duplicar seu volume entre 6 e 12 semanas). PATOLOGIA Macroscopicamente: - Tumores bem delimitados, lobulados, sem capsula própria. - Consistência firme e elástica. - Superfície de corte branco-acinzentada, com padrão enovelado, formado nódulos mal definidos. Microscopicamente: - Proliferação variável do estroma conjuntivo em torno de ductos e ácinos. - Metaplasia apócrina e escamosa. - Hiperplasia epitelial florida. - Eventualmente pode apresentar infarto. Ana Laura Octávio - TXXII DIAGNÓSTICO - Clínico: anamnese e exame físico. - Mamografia. - US de mama. - PAAF. - Core-biopsy. - Histologia (AP). TRATAMENTO - Cirúrgico (exérese). - Expectante. TUMOR FILÓIDES (Cystossarcoma Phyllodes) - Tumor misto epitelial e conjuntivo, de estrutura básica semelhante à do fibroadenoma, mas que dele difere pelo comportamento clínico e pelo aspecto histológico. - 2 a 33% dos tumores fibroepiteliais de mama. - Celularidade aumentada do estroma conjuntivo. CLÍNICA - Acomete mulheres duas décadas mais velhas que o fibroadenoma (média de 45 anos). - São volumosos e únicos, em geral. - Recidivam com frequência após sua enucleação. - Frequentemente unilateral e na raça negra. - Podem apresentar evolução rápida. DIAGNÓSTICO - Clínico: anamnese e exame físico. - Mamografia e US de mama. - PAAF (inconclusivo). - Core-biopsy. - Biopsia (anatomopatológico). PATOLOGIA Macroscopicamente: - Bocelados, bem delimitados. - Superfície de corte branco-acinzentado e firme, com áreas de necrose, hemorragia e degeneração cística. - Comumente grande. Microscopicamente: - Estroma conjuntivo exibindo celularidade bastante aumentada com frequentes figuras de mitose e atipias, notando-se presença de elementos ductais benignos de permeio. - Podem conter áreas sinusoides, assim como focos de tecidos adiposos, ósseo ou condróide. - Difícil prever o comportamento biológico. - Classificados em benignos, borderline ou malignos. - De acordo com a frequência de mitoses, margens infiltrativas, atipias celulares e celularidade. - A recorrência local é mais frequente que as metástases. TRATAMENTO - Ressecção cirúrgica com margem de segurança. Ana Laura Octávio - TXXII ECTASIA DUCTAL (mastite periductal) - Caracterizada pela dilatação dos grandes ductos, da região retroareolar associada a vários graus de reação inflamatória em torno do ducto e fibrose progressiva. - Clinicamente pode simular um carcinoma. CLÍINCA - Aparece, em geral, na menopausa ou na pós-menopausa. - A secreção acumulada no interior dos ductos pode se apresentar como descarga papilar: amarela, parda, esverdeada ou sanguinolenta. - Pode acometer um ou vários ductos. ETINOPATOGENIA - Inicia com dilatação dos ductos principais por detritos celulares e material lipídico. OBS.: Inicialmente, não apresenta inflamação ou qualquer sinal clínico). - Numa segunda fase, pode apresentar descarga papilar serosa, sanguínea, espessa, com característica de pus. - Fibrose da parede do ducto por processos inflamatórios, já desenvolvidos, encurta o ducto, provocando retração papilar. - Esta inflamação é resultante do processo irritativo das substâncias nele contidas, provocando, muitas vezes, o rompimento do ducto com extravasamento do material lipídico (gordura neutra) para o estroma, provocando reação inflamatória intensa. PRINCIPAIS SINAIS CLÍNICOS - Descarga papilar. - Retração da papila. - Aparecimento de tumor. - Dor ou sensibilidade dolorosa. - Quadro clínico de abscesso ou de carcinoma. TRATAMENTO - Nos casos iniciais em que existe dilatação dos ductos com descarga papilar --> ressecção dos ductos terminais (cirurgia de Urban II). - Nos casos de mastite periductal e fibrose com aspecto de tumor --> após a biopsia, toda a área comprometida deve ser retirada para estudo em parafina. HAMARTOMA - Tecido glandular, gordura e tecido conectivo fibroso. - Macios. - A diferenciação é feita pela histologia. - Tratamento: retirado completa do tumor.
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