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MARIANA MARQUES – T29 INTRODUÇÃO CONCEITO: • Consiste no fluxo menstrual difícil, que causa dor pélvica que ocorre antes ou durante o fluxo menstrual (geralmente surge no primeiro dia do período menstrual). EPIDEMIOLOGIA • Alta prevalência em mulheres < 20 anos; • Adolescentes entre 12 e 19 anos - 70% referiram algum grau de dor pélvica no período menstrual; • A intensidade da dor é variável – causam incapacidade em cerca de 10% das mulheres. • É importante causa de absenteísmo escolar e do trabalho; • Compromete a qualidade de vida e o bem-estar geral das portadoras. FISIOPATOLOGIA DIAGNÓSTICO DISMINORREIA PRIMÁRIA: • História Clínica e exame físico são suficientes. • Dor: característica da dor, duração, localização, fatores de melhora e piora, irradiação; • Dor menstrual: tipo cólica, se inicia na pelve e pode irradiar para região lombar e face interna das coxas e sensação de peso no hipogástrio; • Se inicia antes ou nos primeiros dias menstruação, quando é mais intensa e vai melhorando com o passar dos dias. • Em mais de 50% é acompanhada por náuseas, vômitos, cefaléia, diarréia, vertigem, desmaio. • Quadros mais severos podem estar relacionados a menarca precoce, a duração e volume aumentado do fluxo menstrual. • Achados negativos para doenças pélvicas. DISMINORREIA SECUNDÁRIA: • Possui enfermidades associadas as que provocam dor pélvica crônica: doença inflamatória pélvica, endometriose e doenças que acometem o útero. • Suspeitar sempre que uma das anormalidades for encontrada: ➔ Dismenorreia no primeiro ou segundo ciclo depois da menarca (considerar a possibilidade de malformação mulleriana). ➔ Primeira ocorrência de dismenorreia após os 25 anos de idade; ➔ Anormalidades pélvicas durante o exame físico; ➔ Infertilidade; ➔ Fluxo menstrual irregular ou aumentado; ➔ Dispareunia; ➔ Pequena ou nenhuma resposta ao tratamento clínico conservador com anti-inflamatório ou anticoncepcional oral. FATORES DE RISCO • Tabagismo; • Dieta rica em gorduras; • Consumo de álcool. • Estádios 4 de ansiedade e depressão; • Má qualidade de vida decorrente do estresse diário. Dismenorreia MARIANA MARQUES – T29 Observação: a dismenorreia membranosa consiste num quadro raro, geralmente associado ao uso de terapias hormonais, anticoncepcionais, combinados ou isolados com progesteronas, que causam dor associada a sangramento vaginal com eliminação de material elástico ou firme. TRATAMENTO • Deve-se utilizar uma abordagem terapêutica adequada durante as crises e medidas profiláticas nos intervalos. • Tem como objetivo neutralizar a COX que está envolvida na produção de PGs e hipercontratilidade uterina, vômitos e aumento da motilidade intestinal. FARMACOLÓGICO: • Analgésicos: paracetamol ou dipirona; • AINEs - Anti inflamatório não esteroidais; • Anticoncepcionais Combinados Orais (ACO); • SIU - Sistema Intrauterino de Levonorgestrel; • Progestagênios isolados: orais, implantes, injetáveis; • Análogos do GnRH: gestrinona e danazol - efeitos colaterais de hipoestrogenismo (climatério). TERAPIAS ALTERNATIVAS: • Mudanças nos hábitos de vida (atividade física); • Adequação da alimentação (↓ ingestão de gordura) • Alimentação rica em ácidos graxos de vegetais. • Fitoterápicos; • Cirurgia: neurectomia pré-sacral (casos severos). ATENÇÃO: • A primeira opção terapêutica em mulher adulta jovem deve ser a utilização de anticoncepcionais hormonais, independente da via de administração. • Para as que não têm desejo contraceptivo, os anticoncepcionais hormonais devem ser utilizados na ausência de respostas aos AINEs. • A utilização de implantes de levonorgestrel ou etonogestrel deve ser considerada nos casos de dismenorreia refratária ou em casos de anormalidades pélvicas. • Nos casos de dismenorreia secundária, além das medidas gerais, deve ser dada atenção ao tratamento da doença de base.