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Apostila Avicultura (Completa)

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Universidade Federal de Lavras 
Departamento de Zootecnia 
Disciplina ZOO 152 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avicultura 
(Notas de Aula) 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Fábio Augusto Gomes 
Prof. Antonio Gilberto Bertechini 
 
 
 
Lavras / MG / Brasil 
2º Semestre / 2008
 2 
SUMÁRIO 
 
 
AVICULTURA DE CORTE 
1 Introdução..................................................................................................................... 3 
2 Origem e características dos frangos de corte......................................................... 4 
3 Evolução e situação atual da avicultura de corte..................................................... 10 
4 Sistemas de produção................................................................................................. 12 
5 Sistemas de criação..................................................................................................... 13 
6 Localização da granja.................................................................................................. 15 
7 Construção do galpão................................................................................................. 16 
8 8 8 Detalhes de construção para minimizar o efeito do calor........................................ 25 
9 Materiais e equipamentos........................................................................................... 
 
26 
10 Manejo da criação...................................................................................................... 38 
11 Programa de luz......................................................................................................... 52 
12 Alimentação dos frangos......................................................................................... 
 
52 
13 Avaliação de desempenho do lote........................................................................... 
 
58 
14 Manejo sanitário......................................................................................................... 63 
15 Principais doenças das aves.................................................................................... 65 
16 Doenças modernas ou doenças de produção........................................................ 68 
17 Vacinas para frangos de corte.................................................................................. 69 
18 Restrição alimentar em frangos de corte................................................................. 72 
19 Criação de frangos com separação de sexo........................................................... 73 
20 Referências bibliográficas.................................................................................. 75 
AVICULTURA DE POSTURA 
1 Introdução.................................................................................................................... 76 
2 As poedeiras comerciais modernas.......................................................................... 78 
3 Manejo geral da granja de postura............................................................................ 87 
 
4 ANEXOS........................................................................................................................ 
 
98 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
AVICULTURA DE CORTE 
(Prof. Fábio Augusto Gomes) 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 O Brasil é o terceiro maior produtor de frangos de corte do mundo e o maior exportador 
de carne de aves atualmente, com perspectivas de manter esta posição nos próximos 10 anos. 
 A importância econômica da atividade avícola é incontestável. Inúmeras atividades hoje 
existentes estão direta ou indiretamente ligadas à avicultura. Pode-se citar neste contexto as 
indústrias de rações e concentrados, as indústrias de equipamentos, os laboratórios de produção 
de vacinas e medicamentos, as indústrias de abate e processamento dos frangos, entre outras. 
Outro setor que tem íntima relação com a avicultura é a agricultura, principalmente relacionada a 
produção de milho e soja. Para ter-se uma idéia, basta citar que mais de 50% da produção 
brasileira de milho é destinada à fabricação de rações para frangos de corte. Também se pode 
citar o setor de construção civil que atua na construção das instalações de granjas, fabrica de 
ração, abatedouros entre outros. 
Estima-se que o setor avícola é responsável por mais de dois milhões de empregos diretos 
e indiretos no país. 
 Apesar de relativamente nova, a avicultura industrial brasileira apresenta hoje os 
melhores resultados do mundo, muitas vezes superiores aos obtidos em países como os Estados 
Unidos, França e Alemanha. Vários fatores têm influência sobre esse ótimo desempenho, entre 
eles pode-se citar o clima adequado para a criação, à extensão de terras apropriadas para 
produção de soja e milho, a disponibilidade de mão-de-obra, entre outros. 
 A necessidade de mão-de-obra especializada faz-se necessária, e cada vez com maior 
intensidade, haja vista a alta tecnologia aplicada atualmente na atividade avícola. Assim, cada 
vez mais Zootecnistas, Agrônomos, Veterinários e técnicos especializados são necessários para 
atender a demanda crescente do setor. 
 A constante atualização dos conhecimentos é pré-requisito básico para ingressar na 
atividade, haja vista a rápida e constante evolução a que é submetido o setor avícola. A cada ano 
surgem novas tecnologias, novas linhagens, novos equipamentos. 
 Atualmente nota-se um crescente interesse pela avicultura alternativa, em que as aves são 
criadas de uma maneira mais natural e abatidas com idade superior, aproximadamente 90 dias, 
no entanto, seu custo é bastante superior ao frango criado nas granjas convencionais, portanto 
trata-se de uma iguaria para um nicho de mercado com consumidores de maior poder aquisitivo. 
As grandes indústrias do setor trataram de reforçar a sua presença no mercado 
internacional nos anos recentes. Os esforços apareceram, pois as exportações crescem a cada ano 
em média de 5-6% , sendo que em 2006, foram exportadas 2.949 mil toneladas. 
 4 
2 ORIGEM E CARACTERÍSTICAS DOS FRANGOS DE CORTE 
 
 As aves, segundo as teorias da evolução de Darwin são descendentes dos répteis, tanto é 
que até hoje todas as aves possuem restos de escamas nas pernas. A origem da galinha data cerca 
de 150 milhões de anos atrás, a partir do Archaeopterix que teria tido seu habitat na região hoje 
conhecida como a Índia. 
 A galinha doméstica (Gallus domesticus) tem origem Asiática ou mais precisamente na 
Índia. As maiores evidências são devido a que lá ainda existem em estado selvagem as aves que 
deram origem à galinha doméstica, O Gallus Bankiva ou Gallus gallus (galinha vermelha da 
floresta). A domesticação da galinha data de pelo menos 3.200 a.C. com a finalidade de adorno e 
briga e os indivíduos que não mais serviam a estes fins eram então abatidos para consumo. Da 
Ásia a galinha passou para a Europa, primeiramente para Grécia e depois para a Itália. No século 
XVI as brigas de galo eram muito difundidas na Europa. Com a era da navegação a galinha foi 
espalhada por todos os continentes do planeta. Para o Brasil a galinha foi trazida pelas primeiras 
navegações após o descobrimento. 
 Em 1849, foram proibidas as brigas de galo na Inglaterra e realizou-se a primeira 
Exposição Avícola. Pode-se dizer que daí nasceu o interesse pela exploração econômica de aves. 
Desta forma podemos dizer que do Archaeopterix ao galo de briga, levou-se 150 milhões de 
anos, e do galo de briga a poedeira atual 150 anos. 
 Até a década de 50, a avicultura era uma atividade desenvolvida de maneira artesanal, 
nos quintais e terreiros das casas, sítios e fazendas. Esta atividade era exercida geralmente pelas 
mulheres e objetivava simplesmente alimentar a própria família. 
Este tipo de avicultura, chamado atualmente de “caipira” ainda existe nos sítios e 
fazendas, porém é cada vezmais rara e pouco representativa do ponto de vista econômico. A 
avicultura como atividade econômica teve início a partir de 1950. 
Atualmente nota-se um crescente interesse pela avicultura alternativa, em que as aves são 
cridas de uma maneira mais natural e abatidas com idade superior, aproximadamente 100 dias, 
no entanto seu custo é bastante superior ao frango criado nas granjas convencionais, portanto 
trata-se de uma iguaria para um nicho de mercado com consumidores de maior poder aquisitivo. 
É importante lembrar que o termo “raça” em avicultura é completamente obsoleto. Não 
se criam raças, mas, sim, “linhagens” ou “marcas comerciais” de frangos. Apesar do termo 
raça não ser mais usado na avicultura moderna, sabe-se que todo o melhoramento genético tem 
origem em raças puras. 
 5 
 
2.1. Classificação biológica da galinha doméstica 
Filo: Chordata 
Sub-filo: Vertebrata (coluna vertebral) 
Classe: Aves (penas) 
Sub-classe: Neornithes (sem dentes) 
Super ordem: Neognathae 
Ordem: Galliformes 
Sub-ordem: Galli 
Familia: Phasianidae 
Sub-família: Phasianinae 
Gênero: Gallus 
Espécie: Domesticus 
 
2.2. Classificação oficial da “American Poultry Association" - "Standart of Perfection”. 
 A primeira exposição avícola, realizada em Boston, em 1849 serviu de motivação para 
melhorar as características dos indivíduos, através de outras exposições e culminou com o 
estabelecimento de padrões de raças e variedades através da fundação da "Americam Poultry 
Association" em 1873 e a publicação da primeira edição do "Standart of perfection” na cidade de 
Búfalo, em 1874. Nesta classificação as aves foram reunidas em 86 linhagens e 235 variedades. 
Hoje estão classificadas 280 variedades (incluindo galinhas, perus, patos, gansos e marrecos). 
 Estas 280 variedades estão agrupadas em 15 classes, no entanto só quatro tem 
importância econômica, conforme a origem geográfica, que são descritas a seguir: 
 
Classe Americana: 
 As raças que pertencem a esta classe tem como características principais à pele amarela, 
brincos vermelhos, ovos vermelhos, tamanho médio e pernas sem penas. Algumas raças desta 
classe são: New Hampshire, Rhode Island Red, Plymouth Rock, Wyandotte e Jersey black giant. 
 
Classe Inglesa: 
 As raças da classe inglesa possuem a pele branca (exceto Cornish - amarela), brincos 
vermelhos, ovos vermelhos (exceto Redcaps e Dorking), tamanho médio ou grande e pernas sem 
penas. Como exemplos desta raça podemos citar a Cornish, Orpington, Australorp, Sussex, 
Dorking e Redcaps. 
 
Classe Mediterrânea: 
 As raças desta classe possuem a pele amarela, brincos de cor branca, ovos brancos, 
tamanho pequeno e pernas sem penas. Alguns exemplos são a Leghorn, Ancona, Minorca e 
Andaluza Azul. 
 
 
 
 6 
Classe Asiática: 
 São raças de pele amarela (exceto Langshan - branco), brincos e ovos vermelhos, 
tamanho grande e pernas recobertas por penas. Exemplos desta classe são a Brahma, Cochin e 
Langshan. 
 
2.3. Linhagens puras e obtenção das “marcas” comerciais: 
 As linhagens puras são fruto do trabalho de melhoristas que criaram “raças” próprias, 
guardadas em segredo pelas empresas que as formaram. 
 
Até a década de 50, a avicultura era uma 
atividade desenvolvida de maneira artesanal, 
nos quintais e terreiros das casas, sítios e 
fazendas. Esta atividade era exercida 
geralmente pelas mulheres e objetivava 
simplesmente alimentar a própria família. O 
frango era considerado um produto de luxo, a 
ser consumido nos finais de semana ou 
destinado às pessoas doentes e mulheres após 
o parto, durante o período de resguardo. 
 
Figura 1. Gallus bankiva que deu origem as 
espécies domésticas da galinha. 
 
Este tipo de avicultura, chamado atualmente de “caipira” ainda existe nos sítios e 
fazendas, porém é cada vez mais rara e pouco representativa do ponto de vista econômico. A 
avicultura como atividade econômica teve início a partir de 1950, com os cruzamentos de 
algumas raças entre as quais a Cornish, a New hampshaire e Plymout rock branca. Com isso 
obtinha-se frangos de 1,5 kg com 9 semanas de idade. 
A década de 60, com os conhecimentos de hibridação que já eram aplicados na produção 
de milho, consolidou-se a técnica dos cruzamentos. Assim, o frango de corte atual é na verdade 
um “híbrido duplo” ou seja, é produzido por meio do cruzamento de 4 linhagens diferentes. O 
processo de formação do frango envolve as seguintes etapas: 
 
Linhagens puras: Isolamento das linhagens de determinadas raças, com características 
desejáveis e cruzamentos consangüíneos dentro destas linhagens por várias gerações. 
 
Bisavós: São originadas do acasalamento entre machos e fêmeas de uma linhagem pura. 
 
 
 7 
Avós: São somente os machos ou somente as fêmeas resultantes do acasalamento das bisavós e, 
portanto, representam apenas um dos sexos de cada linhagem pura. 
 
Matrizes: São somente os machos ou somente as fêmeas do cruzamento de um avô proveniente 
de uma linhagem com a avó de outra linhagem. Assim cada matriz é um híbrido. 
 
Frango comercial: São os machos e as fêmeas resultantes do cruzamento das matrizes. Um 
macho híbrido e uma fêmea híbrida, resultando, portanto num “híbrido duplo”. 
 Entre o inicio deste processo de obtenção do frango de corte híbrido até a chegada ao 
pintinho comercial de um dia leva-se 4 anos. 
O progresso genético registrado nos últimos 40 anos no desempenho dos frangos de 
corte é bastante expressivo. Este progresso foi conseguido por meio da seleção de características 
de maior importância econômica. As principais características desejáveis na seleção das 
linhagens resumem-se em: 
- Precocidade: Alcançar o peso desejado em menos tempo; 
- Alta eficiência na conversão de alimento em peso corporal; 
- Boa resistência às doenças; 
- Pele amarela; 
- Boa porcentagem de carnes nobres (coxa e peito); 
- Pouca porcentagem de gordura; 
- Pernas curtas, robustas e perfeitas, 
- Empenamento adequado. 
 
As etapas que envolvem a formação dos frangos de corte atuais podem ser 
esquematizadas conforme esquema abaixo. 
 
 8 
 
Nas Tabelas 1, 2 e 3 estão apresentados dados sobre evolução do desempenho dos 
frangos nas últimas décadas. 
 
Tabela 1. Evolução no tempo de abate, para atingir um mesmo peso. 
ANO Idade para atingir 1,6 kg Conversão Alimentar 
1955 70 dias 2,5 
1965 56 dias 2,25 
1975 49 dias 2,00 
1990 35 dias 1,70 
1996 31 dias 1,67 
 
 
Tabela 2. Evolução no peso de abate, para uma mesma idade. 
 
ANO Peso aos 42 dias (g) Conversão Alimentar 
1969 1.183 1,79 
1987 1.940 1,80 
1989 2.000 1,82 
1992 2.030 1,88 
1996 2.112 1,88 
2002 2,370 1,76 
 
RAÇAS Cornish New Hampshaire Plymont R. branca Plymont R. barrada
Linhagens puras AA BB CC DD
 (avós)
Avós Macho AA x Fêmea BB Macho CC x Fêmea DD
 Matriz Macho AB e Fêmea AB Fêmea CD e Macho CD
 (Híbrido)
Eliminadas Eliminados
 MACHO AB x FÊMEA CD
 Frango de Corte ABCD (machos e Fêmeas)
 (Híbrido duplo)
 
 9 
 
Tabela 3. Evolução no peso, idade e conversão alimentar do frango de corte. 
 
ANO Idade para abate (dias) Peso ao abate(g) Conversão Alimentar 
1930 105 1,50 3,5 
1940 98 1,56 3,0 
1950 70 1,60 2,5 
1960 56 1,60 2,25 
1970 53 1,60 2,0 
1980 50 1,70 2,0 
1990 46 1,94 1,98 
2000 41 2,24 1,78 
2002 42 2,37 1,76 
 
É importante lembrar que o termo “raça” em avicultura é completamente obsoleto. Não 
se criam raças, mas sim, “linhagens” ou “marcas” de frangos. Apesar do termo raça não ser 
mais usado na avicultura moderna, sabe-se que todo o melhoramento genético tem origem em 
raças puras. No caso dos frangos de corte basicamente 4 raçastem participação: Plymout rock 
branca e Plymout rock barrada para formar a linhagem fêmea; Cornish e New hampshaire para 
formar a linhagem macho. 
 
As principais linhagens ou marcas comerciais de frango existentes hoje no mercado são: 
HUBBARD ARBOR-ACRES 
ROSS ISA VEDETE 
HYBRO COBB 
PETTERSON AVIAN FARMS 
 
Estas marcas são geralmente produzidas por empresas que dominam a tecnologia do 
melhoramento genético, e competem entre si para produzir e vender o melhor produto, isto é, as 
aves (avós) que darão origem aos frangos de corte. 
O Brasil, infelizmente, ainda não domina totalmente a tecnologia de 
desenvolvimento do frango de corte, dependendo, portanto da importação, geralmente das avós, 
de outros países tais como os Estados Unidos, França e Alemanha. São gastos anualmente mais 
de 15 milhões de dólares na importação de aves reprodutoras (avós). Algumas entidades 
brasileiras, entre elas a Embrapa/Concórdia, a Universidade Federal de Viçosa e a Escola 
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/Piracicaba) trabalham há anos na tentativa de 
produzir um frango totalmente brasileiro, que possa competir com as linhagem importadas. 
Apesar dos esforços, os frangos até hoje produzidos ainda não conseguem competir e, 
provavelmente levará mais alguns anos para que isso aconteça. 
 
 10 
3 EVOLUÇÃO E SITUAÇÃO ATUAL DA AVICULTURA DE CORTE 
 
 O Brasil é o terceiro maior produtor de frangos de corte do mundo e o maior exportador 
de carne de aves atualmente, com perspectivas de manter esta posição nos próximos 10 anos. 
 A importância econômica da atividade avícola é incontestável. Inúmeras atividades hoje 
existentes estão direta ou indiretamente ligadas à avicultura. Pode-se citar neste contexto as 
indústrias de rações e concentrados, as indústrias de equipamentos, os laboratórios de produção 
de vacinas e medicamentos, as indústrias de abate e processamento dos frangos, entre outras. 
Outro setor que tem íntima relação com a avicultura é a agricultura, principalmente relacionada a 
produção de milho e soja. Para ter-se uma idéia, basta citar que mais de 50% da produção 
brasileira de milho é destinada à fabricação de rações para frangos de corte. Também se pode 
citar o setor de construção civil que atua na construção das instalações de granjas, fabrica de 
ração, abatedouros entre outros. 
Estima-se que o setor avícola é responsável por mais de dois milhões de empregos diretos 
e indiretos no país. 
 Apesar de relativamente nova, a avicultura industrial brasileira apresenta hoje os 
melhores resultados do mundo, muitas vezes superiores aos obtidos em países como os Estados 
Unidos, França e Alemanha. Vários fatores têm influência sobre esse ótimo desempenho, entre 
eles pode-se citar o clima adequado para a criação, à extensão de terras apropriadas para 
produção de soja e milho, a disponibilidade de mão-de-obra, entre outros. 
 A necessidade de mão-de-obra especializada faz-se necessária, e cada vez com maior 
intensidade, haja vista a alta tecnologia aplicada atualmente na atividade avícola. Assim, cada 
vez mais Zootecnistas, Agrônomos, Veterinários e técnicos especializados são necessários para 
atender a demanda crescente do setor. 
 A constante atualização dos conhecimentos é pré-requisito básico para ingressar na 
atividade, haja vista a rápida e constante evolução a que é submetido o setor avícola. A cada ano 
surgem novas tecnologias, novas linhagens, novos equipamentos. 
 Atualmente nota-se um crescente interesse pela avicultura alternativa, em que as aves são 
criadas de uma maneira mais natural e abatidas com idade superior, aproximadamente 90 dias, 
no entanto, seu custo é bastante superior ao frango criado nas granjas convencionais, portanto 
trata-se de uma iguaria para um nicho de mercado com consumidores de maior poder aquisitivo. 
As grandes indústrias do setor trataram de reforçar a sua presença no mercado 
internacional nos anos recentes. Os esforços apareceram, pois as exportações crescem a cada ano 
em média de 5-6% , sendo que em 2006, foram exportadas 2.949 mil toneladas. 
 
 11 
O Estado do Paraná lidera a produção industrial de frangos de corte com 23 % de toda 
produção nacional (Tabela 4). 
 
Tabela 4 Estados brasileiros maiores produtores de frango de corte. 
ESTADO % do Total 
Ano 2005 2006 Crescimento 05/06 
Paraná 22,83 23,00 0,17 
Santa Catarina 19,19 16,24 -2,95 
São Paulo 16,52 14,77 -1,75 
Rio Grande do Sul 16,90 14,42 -2,48 
Minas Gerais 6,12 5,83 -0,29 
Goiás 3,90 4,17 0,27 
Mato Grosso do Sul 2,77 2,35 -0,42 
Mato Grosso 1,53 1,99 0,46 
Bahia 1,16 1,27 0,11 
Distrito Federal 1,38 1,16 -0,22 
Fonte: UBA/2007 
 
A região Sul do Brasil lidera a produção de frangos de corte com 53,4% do total, seguido 
pela região Sudeste com 26,3% e Centro-oeste com 10,6%. Existe tendência em redução da 
produção nas regiões Sul e Sudeste, com incrementos para o Centro-Oeste, principalmente pela 
estratégia de produção de grãos. Dentre os principais fatores responsáveis pela expansão avícola 
no Centro-Oeste brasileiro pode-se citar: 
- Clima favorável (menos frio do que as regiões sul e sudeste); 
- Aumentos constantes na produção de milho e soja; 
- O aumento significativo da população na região, principalmente a partir do meio da 
década de 70; 
- O isolamento da região em relação às outras regiões de criação de frangos, 
consideradas “contaminadas”, tais como o sul e sudeste; 
- O alto custo do frete, tanto para o transporte de matérias primas para as rações (milho, 
farelo de soja) do Centro-Oeste para o Sul e Sudeste, como para transportar os frangos 
produzidos nestas regiões para abastecer o Centro-Oeste e a região Norte do país. 
Na Tabela 05 é apresentada a participação das 10 maiores empresas de abate de frangos 
no ano de 2006. 
 
 12 
 Tabela 5 Abate de frangos no Brasil em 2006 – 10 maiores empresas. 
Empresa Aves abatidas (Cab.) Crescimento 05/06 
(%) 
Participação no Brasil 
(%) 
Sadia 645.111.245 2,58 14,68 
Perdigão 530.850.657 6,27 12,06 
Seara 
Frangosul 
257.320.934 
214.471.190 
7,15 
9,53 
5,86 
4,88 
Dagranja 114.665.884 2,16 2,61 
Aurora 108.743.902 18,42 2,47 
Diplomata 87.636.118 3,44 1,99 
Penabranca 75.173.127 8,50 1,71 
Copacol 70.089.917 2,76 1,59 
Total 47,85 
Fonte: UBA/ABEF/2007 
 
4 SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
 
Existem no Brasil, basicamente 4 sistemas diferentes de produção de frangos de corte, 
cada um com suas características próprias e com suas vantagens e desvantagens. Estes sistemas 
são resumidamente apresentados a seguir: 
 
4.1) Produtor Independente 
 Neste sistema o avicultor assume todos os riscos da criação. Adquire os pintos, ração e 
outros insumos e comercializa os frangos na idade de abate a quem melhor lhe pagar. Está, 
portanto, sujeito às oscilações do mercado, tanto dos insumos como do próprio frango, podendo 
em determinadas épocas ganhar muito, mas em outras perder tudo e abandonar a atividade. Por 
isso, poucos são os avicultores que se arriscam neste tipo de sistema. 
 
4.2) Microempresa avícola 
 Neste sistema o criador abrange todas as fases de criação, até o abate e comercialização. 
Em geral fabrica a sua própria ração. Este tipo de sistema é típico de cidades de médio porte, ou 
em regiões onde não existem grandes integrações, pois as mesmas, por produzir em maior 
quantidade, tem preços mais competitivos do que as microempresas. 
 13 
4.3) Sistema Cooperativo 
 A criação de frangos que geralmente é realizada por pequenos produtores favorece a 
organização em cooperativas avícolas. Neste caso a cooperativa, que é administrada pelos 
associados, adquire e distribui os pintos, adquire as matérias primas e prepara as rações, fornece 
assistência técnica, compra medicamentos e vacinas, além de abater e comercializar osfrangos. 
Desta maneira, os custos de produção são reduzidos, permitindo uma margem de lucro maior na 
produção. Entretanto, em épocas de prejuízos, estes são repassados aos associados. 
 
4.4) Sistema Integrado de Criação 
 É o sistema pelo qual uma empresa denominada integradora assume todas as etapas até 
a produção do pinto de um dia, produz e fornece a ração, fornece assistência técnica e 
veterinária, orienta na construção do galpão, responsabiliza-se pelos transportes (pintos, ração, 
frangos), além de abater, processar e comercializar os frangos. Ao criador, chamado de 
integrado cabe a tarefa da criação do frango responsabilizando-se, portanto na adequação das 
instalações e equipamentos, mão-de-obra, aquecimento, cama, e do manejo diário da criação. 
Assim, ao final da criação o criador recebe um pagamento, de acordo com o rendimento dos 
frangos e, conforme condições especificadas em contrato que é realizado entre as partes. Neste 
contrato são especificados os direitos e obrigações da empresa integradora e do criador. 
Este tipo de sistema apresenta algumas vantagens importantes, entre elas pode-se citar a 
garantia de escoamento da produção, facilidades de crédito sem recorrer ao sistema bancário, 
assistência técnica adequada e garantia de insumos durante a criação. Além disso, o criador fica 
livre dos riscos decorrentes da oscilação dos preços de insumos e dos frangos que ocorrem no 
mercado. Estes riscos são em grande parte absorvidos pela empresa integradora. Como 
inconveniente do sistema pode-se citar a remuneração obtida, que geralmente é considerada 
baixa. Outro inconveniente é que o avicultor se torna dependente da empresa, sem forças para 
opinar ou contestar as decisões tomadas. Entretanto, o sistema de integração, que foi introduzido 
no Brasil na década de 70, é o grande responsável pelo sucesso da avicultura brasileira dos 
últimos 30 anos e, até hoje pelo menos 80% da produção brasileira de frangos de corte é 
realizada através do sistema de integração. 
 
5 SISTEMAS DE CRIAÇÃO 
 
Normalmente os frangos de corte são criados num sistema chamado “all in, all out” ou 
tudo dentro, tudo fora. Este sistema adotado no mundo todo há algumas décadas, obedece 
algumas regras: 
 14 
Entrada dos pintos de uma só vez no galpão e saída também ao mesmo tempo; 
Criação num galpão de aves de uma única idade; 
Limpeza e higienização completa entre a criação de um lote e outro (intervalo de pelo 
menos 12 dias); 
Distância de pelo menos 100 metros entre galpões; 
Isolamento de mão-de-obra. Quem trabalha num galpão não pode trabalhar em outro; 
Isolamento de equipamentos. Cada galpão tem que ter seus próprios equipamentos. 
 
A aplicação deste sistema de criação tem como principal objetivo evitar ou reduzir a 
propagação de doenças. Além disso, o sistema padroniza as operações de manejo com 
aquecimento, cortinas, alimentação, regulagem de equipamentos, etc. 
Este sistema tem como desvantagem à subtilização do galpão e dos equipamentos por 
determinado período, já que a necessidade de espaço das aves no galpão aumenta com a idade. 
Na primeira semana de criação apenas 20% do galpão é ocupado. Nas duas semanas seguintes 
40% da instalação fica desocupada. Apenas após a terceira semana os frangos ocupam e 
necessitam realmente de todo a área do galpão. 
Outros sistemas de criação já foram utilizados no passado ou ainda existem em outros 
países, porém em menor escala. Entre eles pode-se citar: 
 
a) Criação em bateria/gaiola: Neste sistema os frangos são criados em baterias nas primeiras 
semanas em altas densidades que podem chegar a 50 pintos/m
2
. Em seguida os frangos são 
transferidos para gaiolas semelhantes às usadas em galinhas de postura. 
 
b) Criação em bateria/cama: Semelhante ao sistema anterior. Porém a Segunda fase realizada 
em galpões com cama em densidade variando de 10 a 12 frangos/m
2
. 
 
c) Criação em duas etapas em cama: Inicialmente os pintos são alojados em galpões 
apropriados chamados “pinteiros” por duas ou três semanas. Em seguida os frangos são 
transferidos para galpões de criação chamados “frangueiros” em densidade normal de criação. 
As criações em gaiolas e/ou baterias não tiveram total sucesso principalmente no Brasil 
devido a uma série de fatores, entre eles pode-se citar os altos custos iniciais de instalação, 
problemas de “calo de peito”, fragilidade óssea, aquecimento, etc. Estes sistemas são usados em 
outros países como Estados Unidos e Europa, porém também em pequena escala. 
A criação em duas etapas em cama foi abandonada já na década de 70 devido 
principalmente ao estresse causado pela transferência de galpão e o agravamento de algumas 
 15 
doenças principalmente a DCR (doença crônica respiratória), que causou enormes prejuízos à 
avicultura dos anos 70 e 80. 
 
6 LOCALIZAÇÃO DA GRANJA 
 
Na instalação de uma granja avícola, o primeiro passo a ser tomado é a escolha correta do 
local. Deve-se, portanto considerar alguns aspectos importantes: 
 
6.1) Distância dos mercados 
 Deve-se localizar a granja o mais próximo possível das fontes de abastecimento, tais 
como incubatório, fábrica de ração, etc. e também próximo aos pontos de distribuição ou entrega 
dos frangos. Quando o granjeiro produz a sua própria ração é importante também observar a 
distância para obtenção de insumos tais como milho, farelo, etc. 
 
6.2) Estradas de acesso 
 O local da granja deve ter fácil acesso, para evitar problemas futuros com caminhões que 
fazem a entrega de pintinhos, da ração e fazem a retirada dos frangos. 
 
6.3) Água 
 Ponto de fundamental importância, pois se deve preocupar tanto com a qualidade como 
com a quantidade da água fornecida. Em idade próxima ao abate o consumo de água pode chegar 
a 0,4 litros por frango/dia. Isto, se considerarmos um galpão com 15.000 frangos, representa um 
consumo diário de 6.000 litros de água. 
 
 
6.4) Energia elétrica 
 Com a automação das granjas, a energia elétrica tornou-se um fator limitante. Muitos 
equipamentos funcionam com força elétrica e podem comprometer a criação com a sua falta. 
Além disso, para o sucesso da criação há necessidade da execução de programas de luz 
apropriados para cada idade. 
 
6.5) Terreno 
 Deve-se preferir terrenos planos ou levemente inclinados no sentido norte-sul. Terrenos 
planos diminuem os custos de instalação, pois diminuem os trabalhos de terraplanagem. Locais 
 16 
secos e bem drenados são também importantes, pois se deve sempre lembrar que umidade é 
sinônimo de doença. 
 
6.6) Condições climáticas 
 Os frangos desenvolvem-se bem em temperaturas entre 15 e 25 
0
C e umidade relativa 
entre 60 e 70%. A escolha do local pode colaborar com estes índices. Locais bem arejados, 
porém onde não haja incidência de ventos muito fortes são adequados. 
 
6.7) Isolamento 
 O galpão deve ser instalado em local isolado, o mais distante possível de outras granjas, 
de estradas muito movimentadas, de locais onde haja trabalho de pessoas, tratores ou outras 
máquinas, de galinhas caipiras. 
 
7 CONSTRUÇÃO DO GALPÃO 
 
Após a escolha adequada do local, o passo seguinte será a construção do galpão. Uma 
série de fatores deverão ser levados em conta na hora de construir, entre eles as condições 
climáticas da região, a origem e/ou disponibilidade de recursos, as exigências das empresas 
integradoras, o tipo e a disponibilidade dos materiais de construção da região, entre outros. 
Em resumo, a construção do galpão visa atender duas condições básicas: a zootécnica e a 
econômica. Assim, atualmente procura-se aplicar a chamada solução ABC, ou seja, Aviários de 
Baixo Custo, principalmente no Brasil, onde os avicultores geralmente são pequenos produtores, 
via de regra, de baixo poder aquisitivo. 
Aviário de baixo custo não significa construí-lo de qualquer maneira. Deve-se sempre Ter 
em conta que o local da criação deve permitir o máximo de conforto ao frango,para que o 
mesmo expresse todo o seu potencial de produção. Assim, dentro da solução ABC, mas sem 
deixar de lado o conforto da ave, deve-se seguir algumas características básicas que serão 
tratadas a seguir: 
 
7.1) Terraplanagem 
No local da construção o terreno deve ser plano, utilizando-se para isso máquinas moto-
niveladoras. É importante que o galpão seja construído acima do nível normal do terreno, pelo 
menos uns 20 ou 30 cm, para facilitar o escoamento da água da chuva nas laterais. 
 
 17 
7.2) Canais de drenagem 
Devem ser construídos quando o terreno é de difícil drenagem. Tem por objetivo desviar 
e drenar as águas da chuva, rebaixando o lençol freático do terreno. Quando necessário, poderá 
ser construído da seguinte maneira: 
Distância do galpão: 3 metros. Os Escoamentos direcionados à parte mais baixa do 
terreno; 
Profundidade: 1 metro; 
Largura: 0,8 metros; 
Preencher com pedras irregulares e na parte superior com uma camada de 15 a 20 cm de 
terra. Os detalhes estão ilustrados na figura 4: 
 
Figura 4. Detalhes da construção de canais de drenagem. 
 
7.3) Orientação do galpão 
O galpão deve sempre ser construído no alinhamento leste-oeste. Desta maneira a 
trajetória do sol coincide com a cumieira do galpão, evitando a incidência do sol sobre as aves 
em qualquer horário do dia. 
 
 0,80 m
3 m
Pedras
Irregulares
 (80 cm)
Galpão
Terra (20 cm)
 
 18 
Figura 5. Orientação correta para construção de galpão para frangos de corte. 
 
7.4) Dimensões do galpão 
 
a) Largura: 
 A largura mais adequada para o galpão é de 12 metros. Larguras maiores não devem ser 
usadas, pois dificultam a renovação de ar dentro do galpão. Larguras menores do que 12 metros 
aumentam o custo do galpão. Em regiões muito quentes pode-se adotar a largura de 10 metros, 
para melhorar a ventilação interna, mesmo sabendo-se do seu custo maior. 
 
b) Comprimento: 
 O comprimento do galpão vai variar em função do número de aves que se deseja alojar. 
Para o cálculo do tamanho do galpão recomenda-se utilizar 12 frangos/m
2
. Esta densidade pode 
variar em função de alguns fatores que serão vistos em outro capítulo. Serão mostrados a seguir 
dois exemplos para calcular o tamanho e a capacidade de lotação de um galpão. As empresas 
integradoras normalmente utilizam galpões com 50 metros de comprimento, quando os 
equipamentos utilizados são manuais, e galpões de 100 ou 120 metros para galpões com 
equipamentos automáticos, uma vez que desta forma é possível otimizar a utilização destes 
equipamentos. 
 
Exemplo 1: 
Deseja-se construir um galpão para criar 6.000 frangos. Como dimensioná-lo? 
Largura: 12 metros (constante) 
Área necessária: A recomendação é 10 frangos/m
2
. Portanto 6.000  12 = 500 m2 de área 
Comprimento: Área = largura x comprimento 
 19 
 Comprimento = área  largura 
 = 500  12 
 = 41,6 metros  42 metros; 
 ou 
 = 500  10 m de largura = 50 metros 
 
Resposta: Necessitamos de um galpão com 12 m de largura e 42 m de comprimento; ou 
 10 metros de largura e 50 metros de comprimento 
 
Exemplo 2: 
Um galpão mede 11 metros de largura e 23 m de comprimento. Qual a sua capacidade de 
lotação? 
Área = Largura x comprimento 
A = L x C 
A = 11 x 23 
A = 253 m
2
 
Recomendação: 12 frangos ----------- 1 m
2
 
 X ------------- 253 m
2
 
Resposta: 3036  3.000 frangos 
 
c) Aviário Padrão 
 Na avicultura moderna adota-se um tamanho considerado padrão para aviários de frango 
de corte, medindo 12 metros de largura por 100 a 120 metros de comprimento, com capacidade 
para alojar de 12.000 a 14.400 frangos. Este tamanho parece adequado tanto para atender o lado 
econômico como o lado zootécnico da criação. Este tipo de galpão geralmente é adotado pelas 
empresas integradoras e cooperativas. As indústrias tais como de comedouros, nebulizadores, 
etc., já projetam seus equipamentos adequando-os a este tipo de galpão. Aviários maiores do que 
120 metros tornam-se zootecnicamente inviáveis. 
 
7.5) Altura do pé-direito 
A altura do pé-direito nunca deve ser inferior a 2,8 metros. Deve haver uma relação direta 
com a largura do galpão, ou seja, quanto maior a largura, maior deve ser a altura do pé-direito, 
para que a ventilação natural dentro do galpão não seja comprometida. A relação entre altura e 
largura pode ser a seguinte: 
 20 
 
Tabela 6. Relação entre largura do galpão e altura do pé direito. 
Largura do Galpão (m) Altura do pé-direito 
(m) 
 
 
8,0 
 
9,0 
 
10,0 
 
11,0 
 
12 
 
2,8 
 
2,9 
 
3,0 
 
3,1 
 
3,2 
 
 
 
Esta recomendação parece ser adequada para regiões de clima ameno tais como a região 
sul e sudeste do país. Para regiões mais quentes como a centro-oeste pode-se recomendar uma 
altura de 3,5 metros ou mais para galpões com 12 metros de largura. Entretanto, alturas muito 
maiores não são recomendadas devido à dificuldade e/ou economia na construção. 
 
7.6) Paredes laterais e frontais 
As paredes frontais do galpão devem ser totalmente fechadas. Nestas paredes são 
construídos os portões para a entrada de caminhões e tratores para o carregamento dos frangos e 
da cama. Devem medir 4,0 metros de largura e 3,5 metros de altura. Estes portões, em dias muito 
quentes, podem ser abertos para facilitar a ventilação. Deve-se também, em cada parede frontal, 
prever uma porta de 1,0 metro de largura para entrada e saída de pessoas. 
As paredes laterais serão sempre de tela com uma pequena mureta. A mureta tem por 
finalidade proteger os frangos da incidência direta do vento, dos respingos de chuva e da entrada 
de animais. A altura da mureta pode variar de 20 a 40 cm, conforme as condições climáticas da 
região. A tela tem por finalidade proteger a cortina, regular a temperatura e não permitir a 
entrada de pássaros no interior do galpão. Para isso recomenda-se tela com malha de 30 mm e fio 
n
0
 16. Nas paredes laterais serão instaladas lonas plásticas (cortinas) que serão manejadas 
conforme a necessidade de calor e ventilação dentro do galpão. 
 
2,8 a
3,2 m
 0,4 m
8 a 12 m 
 21 
7.7) Piso 
O piso do galpão pode ser de cimento ou simplesmente de “chão batido”. O piso de 
cimento tem como vantagem à facilidade da desinfecção após a retirada dos frangos. Entretanto, 
o custo elevado, contrariando a solução ABC, tem levado avicultores a optar por piso de chão 
batido. O piso de chão batido não representa custos ao criador e tem mostrado não haver 
diferença de desempenho dos frangos em relação ao piso de cimento. Há inclusive, que prefira o 
piso de chão batido sob a alegação de haver melhor infiltração da umidade das fezes e urina dos 
frangos e da água que é derramada dos bebedouros, mantendo assim a cama mais seca. Em 
aviários de chão batido deve-se tomar cuidado, principalmente em épocas de muita chuva, pois 
pode “brotar” água do chão, prejudicando a criação. Neste caso é recomendado construir canais 
de drenagem dentro do galpão, semelhantes aos canais externos. 
 
7.8) Calçadas 
São importantes para proteger as laterais do galpão. A largura deve ser de 1,0 a 1,2 
metros. Atualmente, visando economia, muitas vezes não é construída e em seu lugar coloca-se 
uma camada de brita. 
 
7.9) Cobertura 
O tipo de cobertura utilizado tem importante função na manutenção do conforto térmico 
dos frangos. O calor produzido pelos raios solares penetra no galpão através da cobertura 
irradiando calor sobre os frangos e esta irradiação vai ser maior ou menor conforme o material 
utilizado. Portanto, o material usado deve ser o mais isolante possível e que ao mesmo tempo 
não seja muito caro. Assim, este assunto tem gerado inúmeras pesquisas visandoencontrar o tipo 
de material que tenha alta refletividade na parte superior e baixa condutividade térmica na parte 
inferior. A seguir são apresentados alguns materiais, fruto de diversas pesquisas, classificados do 
melhor para o pior, que poderão servir de cobertura em um aviário. 
 
a) Isopor entre duas lâminas de alumínio: É o melhor isolante, porém seu custo é 
extremamente alto, inviabilizando sua utilização, pelo menos na maioria das granjas brasileiras. 
 
b) Cimento amianto + poliuretano: Ainda está em pesquisa. É um ótimo isolante, mas muito 
caro. 
 
c) Sapé: É ótimo isolante. Não é muito usado devido ao perigo de fogo, aparecimento de pragas 
e dificuldade para realizar as desinfecções necessárias. Além disso, tem baixa durabilidade. 
 22 
 
d) Cimento amianto + maderit: Também apresenta o problema do custo, dificultando a 
utilização. 
 
e) Alumínio simples: Tem o inconveniente do barulho causado pela chuva e granizo. Ao 
envelhecer perde a cor inicial devido à oxidação, perdendo a capacidade de refletir os raios 
solares. 
 
f) Telha de barro: É melhor do que comento amianto e do alumínio envelhecido. Tem uma 
vantagem de apresentar frestas entre as telhas que permitem uma pequena ventilação. É o tipo de 
cobertura mais usado nos galpões atuais, pois é o que mais equilibra a parte econômica com o 
desempenho zootécnico dos frangos. 
 
g) Cimento amianto: É de fácil construção, porém esquenta muito e pioram com o 
envelhecimento, quando ficam mais escuros. 
 
Outro fator importante, relativo ao telhado, é a sua declividade. Teoricamente, quanto 
maior a declividade melhor, pois as telhas que irradiam calor, estariam mais distantes dos 
frangos e isso permite uma maior dissipação do calor produzido sob o telhado. Recomenda-se 
que o telhado tenha 35% de declividade. Declividades maiores tornam a construção 
antieconômica. 
 
7.10) Lanternim 
Os frangos, no interior do galpão, poluem o ar direta e indiretamente. Diretamente através 
principalmente do calor produzido pelo seu corpo e do gás carbônico e vapor d‟água 
provenientes da respiração. Indiretamente através da cama que libera calor, umidade e gases (gás 
carbônico, gás sulfídrico e amônia). Todos estes produtos precisam ser eliminados do interior do 
galpão. Grande parte é eliminada pelas laterais, porém, o lanternim pode funcionar como sifão, 
permitindo uma ventilação contínua mais eficiente. Isso ocorre devido o ar quente Ter uma 
tendência a subir e, sairá pelas aberturas mais próximas ao teto, permitindo a penetração do ar 
externo nas aberturas mais baixas. Assim, embora de custo relativamente alto, o lanternim é 
extremamente importante para melhorar a qualidade do ar no interior do galpão. 
O lanternim deve ser construído seguindo-se a seguinte recomendação: 
Altura: 50 cm; 
Largura da abertura: 10% da largura total do telhado; 
Declividade: a mesma do telhado do galpão; 
 23 
Para evitar a penetração de água da chuva, as pontas do telhado do lanternim devem 
coincidir com uma linha imaginária que passa pelas pontas do telhado do galpão. 
 
 A figura 6 é um exemplo de um lanternim em galpão com 12 metros de largura e 1,2 m 
de abas. 
 
Figura 6. Detalhes para construção de lanternim. 
 
7.11) Iluminação Interna 
A iluminação artificial é um recurso utilizado para aumentar o tempo de alimentação dos 
frangos bem como permitir que esta alimentação seja realizada nas horas mais frescas, ou seja, à 
noite e de madrugada. 
Na instalação das lâmpadas deve-se seguir algumas recomendações: 
a) A distribuição deve ser uniforme. A primeira fileira de lâmpadas deve ficar a uma distância da 
tela igual ou menor a altura do pé direito do galpão. A distância entre fileiras deve ser igual ou 
menor do que o dobro da altura do pé direito; 
b) A distância entre lâmpadas na fileira será em função do tipo e do número de watts das 
lâmpadas a serem instaladas; 
c) As lâmpadas fluorescentes são mais caras na instalação, porém duram mais e são menos 
prejudiciais aos frangos (causam menos estresse); 
d) A intensidade de luz é um fator importante. Luz muito fraca dificulta a alimentação. Luz 
muito forte incomoda os frangos, aumentando o estresse, além de gastar mais energia. Portanto, 
 
14,4 m
12 m
1,2 m1,2 m
14,4 m
1,44 m
0,50 m
linha imaginária
 24 
recomenda-se uma intensidade de 22 lúmens/m
2
 de galpão. Na Tabela 11 está e relação entre 
número de lúmens e número de watts das lâmpadas mais usadas. 
 
Tabela 7: Relação entre lúmens e watts de lâmpadas fluorescentes e incandescentes e a área de 
galpão para uma lâmpada. 
 
Incandescente Fluorescente 
N
0
 
De Watts 
N
0
 
de Lúmens 
Uma Lâmpada 
para: 
N
0
 
de Watts 
N
0
 
De Lúmens 
Uma lâmpada 
para: 
25 225 10 m
2
 15 500 23 m
2
 
40 430 19 m
2
 20 800 36 m
2
 
60 810 37 m
2
 40 2.000 91 m
2
 
100 1.600 73 m
2
 75 4.000 182 m
2
 
150 2.500 114 m
2
 200 10.000 454 m
2
 
200 3.500 159 m
2
 - - 
 
EXEMPLO: 
Num galpão com 1.200 m
2
 (12 x 100 m), deseja-se instalar lâmpadas de 60 watts, para 
que o galpão fique com iluminação adequada para a criação de frangos. 
Necessidade de lúmens para todo o galpão: 1200 x 22 = 26.400 lúmens 
1 lâmpada de 60 watts  810 lúmens 
26.400  810 = 32,5  32 lâmpadas 
Distribuição: 2 fileiras, distantes 3 metros da tela e 6 metros entre si. Como são 2 fileiras, instala-
se 16 lâmpadas por fileira. A distância entre lâmpadas na mesma fileira será de 6,25 m 
(100 16). 
 
7.12) Água 
A instalação de água deve adequar-se ao tipo de galpão, ou seja, o tipo de bebedouros que 
serão instalados, a utilização ou não de nebulizadores, etc. 
Recomenda-se uma caixa d‟água externa que tenha capacidade de pelo menos abastecer 
os frangos durante 3 dias no período de maior consumo. Além da caixa externa, faz-se necessário 
à instalação de uma caixa interna de 250 ou 500 litros para eventuais tratamentos ou vacinações 
nos frangos. 
Deve-se instalar torneiras externas para lavagem de equipamentos durante a criação. 
 
 25 
7.13) Outras instalações 
Silo: Podem ser instalados interna ou externamente e no centro ou numa extremidade do galpão, 
dependendo da automatização ou não dos comedouros. 
 
Fossa séptica: Local para depósito de aves mortas (normalmente 4 a 6 % dos frangos morrem 
durante a criação). A fossa consiste num buraco feito na terra e fechado com pranchões de 
madeira ou concreto, deixando-se apenas uma pequena abertura para jogar as aves. Evita-se 
assim o mau cheiro e a contaminação das demais aves, pois, se jogadas ao ar livre, as aves 
mortas podem transmitir doenças às aves do galpão através de moscas, mosquitos e do próprio 
vento. Outro destino das aves mortas pode ser a incineração. Para isso existem incineradores 
apropriados que são fabricados e vendidos por empresas especializadas do ramo. 
 
8 DETALHES DE CONSTRUÇÃO PARA MINIMIZAR O EFEITO DO 
CALOR 
 
O Brasil, país de clima tropical, tem o calor como um fator que pode limitar ou 
comprometer a produção de frangos. Sabe-se que o calor causa enormes prejuízos nas aves, 
principalmente quando estas estão confinadas em galpões em altas concentrações por m
2
. Este 
problema é muito mais grave em regiões como a centro-oeste onde o calor atinge níveis 
incompatíveis a criação de frangos durante quase todo o ano. Na construção do galpão e durante 
a criação alguns detalhes podem ajudar a amenizar tal problema e, portanto, sempre que possível, 
devem ser observados, para evitar um futuro comprometimento da criação. Algumas destas 
medidas são enumeradas a seguir. 
 
a) Localização: Preferir locais mais altos e secos, com boa ventilação. 
 
b) Orientação: Sempre no sentido leste-oeste, para o sol não incidir sobre os frangos, 
principalmente no verão. 
 
c) Distância entre construções: Deve-se evitar que outras construções sirvam de barreira para 
uma boa ventilação natural. Assim recomenda-se que à distância entre uma construçãoe outra 
seja 5 vezes a sua altura máxima: 
D = 5 x H D = distância recomendada 
 H = Altura máxima da construção 
 
 26 
d) Tipo de telha: detalhe já citado anteriormente 
 
e) Lanternim: detalhe já citado anteriormente 
 
f) Pintura do telhado: A pintura de cor branca reflete os raios solares e, portanto, seria ideal na 
face superior do telhado. Na face inferior pode-se pintar de preto, pois, a cor preta absorve o 
calor, reduzindo-o sobre as aves. 
 
g) Caixa d’água: Cobrir com telha de barro. Os canos que conduzem a água ao galpão devem 
ser sempre enterrados. 
 
h) Cobertura do solo: O solo em volta do galpão, quando sem nenhuma vegetação reflete calor 
para dentro do galpão. Por isso o ideal é que o terreno em volta seja todo gramado. O plantio de 
árvores também é de extrema importância, pois servem de “quebra vento”, ou seja, reduzem a 
ação dos ventos muito fortes ou muito frios. Além disso, os quebra ventos reduzem a transmissão 
de doenças entre criações. 
 
i) Aspersão de água sobre o telhado: Ajuda a diminuir a temperatura interna do galpão. Neste 
caso deve-se equipar o galpão com calhas no beiral para reaproveitamento da água. 
 
j) Uso de equipamentos: Ventiladores, nebulizadores ou sistemas acoplados de ventilação e 
umidificação. O dimensionamento correto de cada equipamento depende das orientações do 
fabricante. 
 
9 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 
 
9.1) Círculos de Proteção 
São pequenos cercados em forma de círculo, necessários no início das criações. Utilizam-
se folhas de eucatex, compensado ou outro material similar. Para cada círculo de 500 pintos 
necessita-se de 5 folhas de eucatex de 2 metros de comprimento por 0,40 m de altura. Na figura 
7 você observa detalhes de construção de círculos de proteção construídos com folhas de 
eucatex. 
 
 
 27 
 
Figura 7. Detalhes de círculos de proteção com aquecedores a gás infravermelhos com sensores 
automáticos de temperatura. 
 
9.2) Aquecedores 
Os pintos, nos primeiros dias, devem ser aquecidos artificialmente. Estes aquecedores 
podem ser: 
 
a) Aquecedores elétricos 
 São lâmpadas especiais (infravermelhas) de 200 ou 250 watts, com refletor. São de custo 
elevado e não fornecem um bom aquecimento. Só são utilizadas em pequenas criações. 
Normalmente uma lâmpada é suficiente para cada 50 pintos. 
 
b) Campânulas a lenha 
 Caracteriza-se por utilizar lenha como combustível. São mais eficientes no aquecimento 
do ambiente interno do galpão como um todo. Apresentam como desvantagem o excesso de 
fumaça e gases (CO2) prejudiciais aos frangos e o alto custo da lenha. É um sistema ainda usado 
no sul do país, para complementar o aquecimento das campânulas a gás, nos dias rigorosamente 
frios de inverno. 
 
c) Aquecedores a gás 
 
 
São os mais utilizados na avicultura 
industrial, apresentando um menor custo 
para a geração do calor. Existem no 
mercado inúmeros modelos de 
aquecedores a gás, com capacidade de 
aquecimento variando de 500 a 2500 
pintos, possuindo um ou vários 
queimadores. 
Figura 8. Aquecedor tipo campânula. 
 
Entre os aquecedores a gás pode-se citar os tipo campânula simples (Figura 8), as 
campânulas com placa cerâmica e aquecedores tipo infravermelhos (Figura 9). Os 
aquecedores podem ser controlados manualmente ou automaticamente, através de um 
termostato instalado próximo aos pintos, que registra a temperatura, ligando e desligando 
conforme programação prévia (Figura 7 e 9). Em galpões mais sofisticados o controle de 
temperatura pode ser feito através de comandos eletrônicos que, além das campânulas, 
podem acionar os ventiladores, os nebulizadores, as cortinas, os comedouros, a iluminação 
artificial, etc. 
 
Figura 9. Aquecedores a gás com placa de cerâmica, infravermelho com controle manual, 
infravermelho com sensor de temperatura e comandos eletrônicos. 
 
 
 29 
d) Aquecimento no piso: 
 É realizado através de placas pré moldadas, com resistência elétrica. Estas placas 
formam o piso do círculo de proteção, sobre as quais coloca-se a cama. A vantagem deste 
sistema é que o aquecimento é feito de baixo para cima, diminuindo a perda de calor, já que 
o ar mais quente tende a subir. É um sistema novo, e, portanto ainda não usado em granjas 
comerciais. 
 
e) Aquecimento por estufa: 
 Também é um sistema novo. Neste sistema utiliza-se as campânulas a gás normais, 
porém uma parte do galpão (25%) é totalmente fechado com lonas até o teto, permitindo 
um melhor isolamento com o meio externo. A economia de gás pode chegar a 80%, em 
relação ao sistema normal de campânulas. 
 
 
9.3) Bebedouros 
Basicamente são necessários dois tipos de bebedouros para a criação: bebedouros 
infantis para pintos até 5 a 6 dias de idade e bebedouros para frangos dos 6 dias até a idade 
de abate. 
 
Bebedouros infantis 
 Os mais usados são o tipo “copo de pressão”. Podem ser de plástico ou alumínio e 
tem capacidade de 4 a 5 litros de água. Os bebedouros infantis podem ser também do tipo 
automáticos, ou seja, são interligados uns aos outros, e abastecidos automaticamente, 
conforme a água é consumida. Recomenda-se um bebedouro infantil para cada 80 
pintos. 
Existem alguns modelos de bebedouros para frangos, que adequam-se para os pintos 
desde o primeiro dia de idade. 
 
 
 30 
 
Figura 10. Modelos de bebedouros infantis: A) Tipo copo de pressão; B) Tipo copo de 
pressão com rosca; C) automático infantil; D) Bebedouro para frangos adequado para 
utilização desde o primeiro dia de idade. 
 
 
Bebedouros para frangos 
 
a) Bebedouro tipo calha 
 São cochos de alumínio em forma de “V” com 2,5 ou 3,0 metros, com bóia 
reguladora em uma das extremidades. Para este tipo de bebedouro calcula-se que cada ave 
necessite de 2,5 cm de espaço de acesso ao bebedouro. Considerando que o acesso pode ser 
feito dos dois lados da calha, podemos afirmar que um metro de calha é suficiente para 
80 frangos. Este tipo de calha praticamente não é mais usado, porém ainda existe em 
algumas granjas mais antigas. 
 
A B 
D C 
 31 
 
b) Bebedouro automático pendular 
 São bebedouros que funcionam 
automaticamente, através de válvulas 
controladoras do fluxo de água, pelo 
próprio peso da água dentro do bebedouro. 
Tem como vantagem à economia de água. 
Recomenda-se um bebedouro para cada 
80 a 100 frangos. São os mais usados 
atualmente. 
 
 
 
c) Bebedouro tipo Nipple 
 É cada vez maior a utilização de bebedouros “nipple” em frangos de corte. É 
possível que em alguns anos todos os aviários estejam equipados com esse tipo de 
bebedouro. Suas principais vantagens são: 
Não há necessidade de mão-de-obra para lavagens periódicas; 
Pode ser usado desde o primeiro dia de vida das aves; 
Não ocupa espaço no galpão, permitindo uma melhor circulação das aves; 
Evita a transmissão horizontal de doenças através da água; 
Evita derramamento de água na cama, mantendo-a mais seca. 
 
 
 
 
 
 
Figura 11. Bebedouro pendular 
 
 32 
 
Figura 12. Bebedouros tipo “nipple”. Adequados para uso desde o primeiro dia de vida. 
 
Ainda há dúvidas com relação ao benefício final dos bebedouros tipo “nipple” pois 
há citações de que ocorre uma pequena redução no ganho de peso, variando de 50 a 100 g 
por frango em relação aos frangos criados com bebedouros pendulares, isso em função de 
uma maior dificuldade da ave de beber água, pois a vazão é pequena. 
 
Para a instalação de bebedouro “nipple” deve-se observar algumas condições: 
Os bebedouros entopem com facilidade. Portanto deve-se instalar um filtro antes das linhas 
de abastecimento; 
A pressão da água é fator importante para evitar vazamentos e ao mesmo tempo fornecer 
água suficiente para todas as aves. Cada “marca” de bebedouro tem uma recomendação 
técnica de vazão. Esta vazão pode variar de 0,4 mL/seg. (baixo fluxo) a 2,5 mL/seg. (alto 
fluxo). 
Existemvárias marcas de bebedouros, algumas de boa e outras de qualidade inferior. Em 
aviários grandes normalmente os “nipple” são adquiridos de empresas que fazem inclusive 
a sua montagem e prestam assistência técnica posterior. 
 
 33 
Recomenda-se de 15 a 20 frangos por bico de nipple. No início da criação pode-
se utilizar um bico para até 30 pintos. 
 
9.4) Comedouros 
 
Comedouros para pintos 
 
São usados até os 8 a 10 dias de idade. 
Existem vários modelos tais como: tubular 
infantil, tipo bandeja, tipo copo de pressão, 
etc. Os comedouros tipo bandeja podem ser 
de plástico, madeira ou alumínio, medindo 
aproximadamente 50 cm X 50 cm X 5 cm de 
altura. Os comedouros tubulares infantis e os 
bebedouros tipo copo de pressão também 
podem ser de plástico ou alumínio. 
Recomenda-se um comedouro infantil 
para cada 80 pintos. 
Figura 13. Comedouro tipo bandeja 
 
Comedouros para frangos 
 São usados após 8 a 10 dias de idade. Podem ser de 3 tipos: 
 
a) Comedouros tubulares 
 Tem capacidade para 10 a 15 kg de ração. São chamados também de “semi-
automáticos” pois a ração desce para o prato conforme ocorre o consumo pelos frangos. 
Podem ser de plástico ou de chapa galvanizada. Os mais comuns têm o prato com 
circunferência de 110 a 120 cm. Recomenda-se um comedouro tubular para cada 30 
frangos. 
 
 
 
 
 34 
b) Comedouro automático de corrente 
 Foram muito usados antes do surgimento dos comedouros automáticos atuais 
(tuboflex). Hoje existem somente em granjas mais antigas. Este tipo de comedouro consiste 
numa calha em forma de “U” que percorre o galpão em linha de ida e volta. Dentro da calha 
há uma corrente (esteira) movida por um motor que fica na extremidade do galpão, junto ao 
depósito de ração. Esta corrente, ao ser ligada, passa pelo depósito e carrega-se de ração que 
será distribuída por toda a extensão da linha. O comedouro pode ser acionado manualmente ou 
programado para ligar a cada determinado tempo (ex: 5 min a cada hora). É importante 
ressaltar que se necessita de 5,0 cm de acesso ao comedouro por frango. Considerando-se 
os dois lados da calha, conclui-se que 1 metro de calha é suficiente para 40 frangos. 
 
c) Comedouros automáticos de prato (tuboflex) 
 Apresentam um cano com uma rosca rígida “sem fim” no seu interior, movida por um 
motor na extremidade da linha. Acoplado ao cano estão os “pratos”, que serão abastecidos de 
ração. Cada prato é suficiente para atender de 30 a 40 frangos. Todo o sistema funciona 
automaticamente através de dispositivos instalados no último prato da linha (prato controle) 
que liga e desliga conforme a quantidade de ração depositada neste prato. O sistema é ainda 
composto por dispositivos que ligam o abastecimento de ração do silo para os depósitos 
internos e um sistema de roldanas para regular a altura das linhas, conforme o tamanho dos 
frangos. Atualmente são os comedouros mais usados em granjas comerciais, existindo vários 
modelos (plástico, chapa galvanizada) com vários tipos de regulagem, para controlar a 
quantidade de ração depositada em cada prato. São mais caros do que os comedouros 
tubulares, porém elimina a necessidade de distribuição de ração manualmente, o que no final 
das contas, pode ser vantajoso. 
 
 
 
 35 
 
 
 
 
Figura 14. Comedouro automático de prato adequado para ser utilizado desde o primeiro dia 
de idade. No detalhe, cano com rosca rígida para o transporte da ração. 
 
 
Figura 15. Modelos de comedouros: A) Comedouro automático de corrente; B) Comedouro 
automático de prato (tuboflex); C) Comedouro pendular infantil; D) comedouros 
pendulares para frangos. 
 
 36 
9.5) Cortinas 
Embora não seja um equipamento, as cortinas são incluídas aqui, pois exigem a 
instalação de um equipamento que permita um manejo fácil e rápido. Assim, as cortinas são 
instaladas com roldanas e catracas ou outros sistemas que permitem abrir e fechar a lateral do 
galpão em alguns segundos. Atualmente, em galpões sofisticados, existem sistemas 
automáticos que regulam o funcionamento das cortinas conforme dados climáticos registrados 
no interior do galpão (temperatura, umidade e velocidade do ar). A cor da cortina deve ser 
clara (amarela, azul) para não necessitar de luz artificial durante o dia e também porque a cor 
clara absorve menos calor do que as cores escuras. 
 
9.6) Ventiladores 
Existem vários modelos de ventiladores para aviários, exigindo conhecimento técnico 
para sua instalação. Geralmente recomenda-se um ventilador para cada 20 metros de 
galpão. Entretanto, existem outras maneiras de instalação de ventiladores, que proporcione 
ventilação negativa de ar. 
 
Figura 16. Modelos de ventiladores para aviário: 3, 6 e 8 pás. 
 
9.7) Nebulizador 
Os nebulizadores consistem basicamente de uma bomba de alta pressão, com 
tubulações de pvc (1/2 “) e bicos aspersores instalados a cada 3 metros, ao longo da tubulação. 
Estes bicos pulverizam a água, em partículas finíssimas, de tal maneira que permanecem 
suspensas no ar, aumentando a umidade e diminuindo o calor no interior do galpão. 
 
 
 37 
9.8) Botijões de gás 
Depende do tipo de aquecimento que será utilizado. Nos sistemas convencionais, ou 
seja, campânulas a gás, deve-se providenciar 2 botijões para cada campânula. Pode-se também 
instalar o gás de tal maneira que um botijão abasteça 2 campânulas. O importante é que se 
deve possuir um número de botijões de reserva igual ao número que esteja sendo usado. 
 
9.9) Outros equipamentos 
Pulverizador costal; 
Carrinho de mão; 
Lança chamas (flambador); 
Termômetros, etc. 
 
9.10) Quantidade de equipamentos necessários para a criação 
A quantidade de equipamentos necessários para uma criação vai depender do tamanho 
da criação. Assim na Tabela 9, é apresentada a quantidade para um aviário padrão de 1200 m
2
. 
Para outros tamanhos de criação basta fazer os cálculos adequados. 
 
Tabela 8. Equipamentos básicos para um aviário padrão (1200 m
2
) 
Equipamento Recomendação Quantidade necessária 
Chapas de eucatex para círculos (2,0 x 0,4 m) 5 para 500 pintos 120 
Campânulas a gás 1 para 500 pintos 24 
Botijões de gás 1 para 500 pintos 24 
Comedouros para pintos 6 para 500 pintos 144 
Bebedouros para pintos 6 para 500 pintos 144 
Comedouros tubulares 1 para 30 frangos 400 
Bebedouros pendulares 1 para 100 frangos 120 
Ventiladores 1 para 20 metros 5 
Pulverizador costal - 1 
Carrinho de mão - 1 
Sistema nebulizador - 1 
Lança-chamas - 1 
Termômetros - 3 
 
 38 
10 MANEJO DA CRIAÇÃO 
 
10.1) Cama 
A primeira atividade de manejo de um galpão, visando a criação de frangos, diz 
respeito à “cama”. A cama é um material absorvente distribuído sobre o piso do galpão e tem 
por objetivo absorver a umidade produzida pelas fezes, urina e vazamentos dos bebedouros e 
isolar o piso de cimento ou terra. O material para servir como cama deve possuir algumas 
características: 
- Ser um material leve e absorvente; 
- Possuir partículas de tamanho médio; 
- Ser macio e que não se compacte (ter boa capacidade de amortecimento); 
- Ser isolante térmico; 
- Ser livre de substâncias estranhas (plásticos, pregos, madeiras); 
- Não possuir substancias tóxicas; 
- Ser disponível e de baixo custo. 
 
Dentre os materiais que podem ser usados como cama pode-se citar a maravalha 
(cepilho de madeira), casca de arroz, casca de café, casca de amendoim, sabugo de milho 
triturado, bagaço de cana, capins secos e picados (napier, braquiária). 
 
Considerações: 
- Alguns materiais podem apresentar problemas de fungos tais como bagaço de cana, casca de 
café e casca de amendoim; 
- A maravalha quando proveniente de madeiras tratadas pode ser tóxica aos frangos; 
- A casca de arroz pode ser perigosa devido o perigo na ingestão das partículas. Uma 
alternativa, neste caso, seria moer a casca de arroz. A casca de arroz moída elimina o perigo 
pela ingestão, além de diminuirconsideravelmente a sujeira nos comedouros e bebedouros nos 
primeiros dias da criação e pode melhorar a qualidade da cama na alimentação de bovinos. 
- A utilização de camas na alimentação de bovinos acrescenta a exigência de que o material 
usado tenha bom valor nutritivo. Neste caso os melhores são o sabugo de milho e os capins 
picados. 
 39 
- Apesar da diferenças entre camas, o tipo a ser utilizado dependerá sempre da sua 
disponibilidade na região. 
- Com a escassez de materiais nas regiões produtoras de frangos, é provável que no futuro as 
camas tenham duas origens: fabricação de maravalha (máquina apropriada), utilizando 
madeiras provenientes de reflorestamento ou plantio de capins próximo ao aviário para 
posteriormente cortá-lo, secá-lo e triturá-lo para o fim específico de produção de cama. 
A cama deve se espalhada em todo o galpão numa altura de 5 a 6 cm. Assim, 1 m
3
 de 
cama é suficiente para espalhar em 20 m
2
 de galpão. Alturas maiores não beneficiam a criação 
e podem até prejudicar, devido ao maior perigo de fermentação no seu interior, produzindo 
gases tóxicos aos frangos (amônia). 
 
10.2) Preparo dos círculos de proteção 
Os círculos de proteção tem a função de: 
- Proteger os pintos contra correntes de ar; 
- Limitar a área disponível, para que os pintos fiquem próximos do alimento, da água e da 
fonte de calor; 
- Concentrar o calor numa pequena área, economizando o gasto com aquecimento 
- Evitar a concentração de pintos em cantos, quando estes estão com frio ou por falta de 
energia elétrica. 
A montagem dos círculos de proteção pode variar de acordo com o tipo e capacidade 
da campânula usada e também em função do clima da região e época do ano (inverno/verão). 
Dois modelos de preparo do círculo de proteção são apresentados a seguir: 
 
 40 
Figura 17. Modelos de círculos de proteção para inverno e verão; detalhes da distribuição dos 
equipamentos dentro do círculo. 
Figura 18. Galpão com círculos de proteção para 500 pintos e detalhe de círculo para 500 
pintos com campânula a gás no centro do círculo. 
 
Um círculo de proteção para 500 pintos deve ter aproximadamente 7,0 m
2
. 
Isso equivale a um círculo de 3,0 metros de diâmetro (1,5 m de raio). 
 
Quando as campânulas utilizadas forem para capacidade diferente (ex: 1000 ou 2500 
pintos) deve-se proceder o cálculo para saber qual o tamanho ideal do círculo: 
 
 
 
 
 41 
Ex: Utilizando-se campânulas para 1000 pintos. Qual o tamanho do círculo? 
 
500 pintos -------- 7,0 m
2
 
1000 pintos -------14,0 m
2
 
a = . R
2
 
14 = 3,14. R
2
 
R
2 
= 14  3,14 = 4,458 
R =  , 
R = 2,11 m 
 
 
 
Considerações: 
- Círculos muito grandes dificultam o manejo e podem provocar uma maior “concorrência” 
dentro do círculo, podendo aumentar os problemas de desuniformidade do lote; 
- A campânula deve sempre ser instalada no centro do círculo; 
- Os comedouros e bebedouros devem sempre ser dispostos alternadamente. Nunca devem 
ficar encostados ao cercado do círculo e nem em baixo da campânula. 
- Quando possível deve-se forrar o piso dos círculos com papel, geralmente jornais velhos. 
Esta prática tem como objetivo evitar que os pintos sujem os comedouros e bebedouros e 
diminuir a perda de calor pelo piso. Atualmente, por medidas de economia de mão-de-obra, 
muitos avicultores tem abandonado esta prática. 
 
Aviários sem círculo de proteção 
Com a modernização dos aviários, tem sido introduzido o bebedouro tipo “nipple” que 
são utilizados desde o primeiro dia da criação. Como estes bebedouros são distribuídos no 
galpão em linhas longitudinais, torna-se difícil à montagem dos círculos de proteção. Assim, 
embora não seja o mais recomendado, avicultores tem substituído os círculos normais por 
grandes cercados no sentido longitudinal do galpão até aproximadamente 1/3 deste, deixando-
se um corredor central para circulação e colocando-se algumas divisórias no sentido 
transversal do galpão. 
 
2,11 m
 
 42 
 Quando o avicultor utilizar-se desta prática, deve redobrar os cuidados, pois há um 
maior perigo de amontoamento dos pintinhos, principalmente na falta de energia elétrica ou 
uma queda repentina de temperatura. 
 
10.3) Manejo na chegada dos pintos 
Os preparativos para a chegada dos pintos devem ser iniciados com alguma 
antecedência. 
- A cama deve estar espalhada em todo o galpão; 
- As cortinas em bom estado e funcionando; 
- Todas as lâmpadas funcionando. Antes de cada criação deve-se limpá-las; 
- Círculos de proteção preparados; 
- Campânulas instaladas e testadas com antecedência; 
- As campânulas devem ser ligadas com 1 a 2 horas antes da chegada, para que a temperatura 
esteja, na hora da chegada, em 30 a 32 
0
C dentro do círculo. 
Na chegada dos pintos, estes devem ser colocados cuidadosamente no círculo de 
proteção. Quando não for possível contá-los, deve-se pelo menos fazer uma amostragem, 
contando algumas caixas. Deve-se também fazer uma média de peso dos pintos. O ideal é que 
os pintos pesem pelo menos 42 g. Pesos menores certamente comprometerão o desempenho 
da criação. Além de bom peso os pintos devem te uniformidade de peso. Considera-se 
uniforme um lote de pintos com intervalo de peso 5 % abaixo ou acima do peso médio. 
Deve-se observar se os pintos estão sadios. Para isso estes devem apresentar as 
seguintes características: 
- Apresentar penugem seca e macia; 
- Ter olhos brilhantes e arredondados; 
- O umbigo deve estar cicatrizado; 
- O abdômen deve estar firme; 
- Canelas brilhantes, enceradas; 
- Cloaca seca. 
 
Deve-se descartar todos os pintos defeituosos, com pernas tortas, bico 
cruzado e raquíticos. 
 
 43 
No momento da chegada, os bebedouros já devem ter sido colocados nos círculos. 
Pode-se adicionar a água, 2 a 3 % de açúcar. O açúcar (glicose) é um alimento prontamente 
absorvido e, portanto importante para repor as energias e diminuir o estresse dos pintos, 
principalmente quando estes são provenientes de incubatórios distantes. 
Se possível, ao serem soltos no círculo, pelo menos alguns pintos devem ser colocados 
com o bico na água, para que a encontrem mais rapidamente. 
Deve-se iniciar o controle zootécnico do lote. Para isso deve-se preparar uma ficha, 
onde se registre os seguintes dados: data de chegada; quantidade; marca dos pintos; 
procedência; vacinações efetuadas; peso médio dos pintos; uniformidade dos pintos, 
porcentagem de pintos descartados, etc. 
 
10.4) Temperatura 
 A temperatura é, sem dúvida, o fator de maior preocupação no manejo da criação de 
frangos. Na fase inicial deparamo-nos com o problema do frio. Na fase adulta, invertem-se os 
papéis e todo o cuidado é com os problemas causados pelo calor. 
 Os ovos são incubados a uma temperatura de 38,5
o 
C
.
 Os pintos nascem com uma 
temperatura corporal de 39,8
o 
C e atingem em uma semana a temperatura de 41,8
o 
C. 
 Ao nascer o centro de termorregulação dos pintos não está desenvolvido. Isso faz com 
que tenham um comportamento idêntico aos animais “pescilotérmicos”, ou seja, variam a 
temperatura corporal conforme varia a temperatura ambiente. O centro de termorregulação só 
fica completamente desenvolvido após a 2
a 
 semana de vida. Além disso, os pintos nascem 
desprovidos de penas e tem uma grande relação área/volume que diminui a capacidade de 
perda de calor. O pintinho até os 8 a 10 dias de idade sofre influência direta da temperatura do 
meio ambiente, pois não consegue manter a sua temperatura corporal. Assim torna-se de 
extrema importância o controle de temperatura na fase inicial. Na Tabela 12 é apresentada a 
temperatura ideal para o bom desempenho dos frangos de acordo com a idade. 
 
 
 
 
 
 44 
Tabela 9. Temperatura ideal para os frangos segundo a idade. 
 
Idade (dias) Temperatura no círculo Temperatura no interior do galpão 
1 - 7 31 - 33 28 
7 - 14 29 - 31 28 
14 - 21 _ 24 – 26 
21 - 42 _22 – 24 
 
COMPORTAMENTO DOS PINTOS NO CÍRCULO DE PROTEÇÃO 
 
 Os pintos, quando em situação de desconforto térmico, adotam comportamentos que 
são facilmente identificáveis pelo criador. A figura 19 e a Tabela 13 apresentam os diferentes 
comportamentos dentro dos círculos de proteção. 
 
Tabela 10. Indicativos sobre comportamento dos pintos. 
Frio Quente Normal 
- Piando 
- Aglomerado no centro 
- Reduz alimentação 
- Problema respiratórios 
- Congestão pulmonar 
- Atraso no crescimento 
- Empenamento fraco 
- Alta mortalidade 
- Piando, bico e asas 
- Fuga para a periferia 
- Respiração ofegante 
- Diarréia 
- Reduz alimentação 
- Emplastamento da cloaca 
- Atraso no crescimento 
- Empenamento fraco 
- Alta mortalidade 
- Silenciosos 
- Bem distribuídos 
- Alimentação normal 
- Saudáveis 
- Sem diarréia 
- Sem emplastamento 
- Crescimento normal 
- Empenamento normal 
- Baixa mortalidade 
 
 45 
 
Figura 19. Comportamento dos pintinhos dentro do círculo, conforme a temperatura. 
 
10.5) Manejo na 1
a 
e 2
a 
 semanas 
 
 O manejo na 1
a 
semana abrange alguns itens importantes: 
 
a) Temperatura: Controle rígido da temperatura através do manejo das campânulas e 
cortinas. 
 
b) Abertura de espaço: Os pintos têm uma taxa de crescimento muito rápida. Em apenas 4 
dias já estão pesando o dobro do seu peso. Com 7 dias o seu peso é 3 vezes maior do que o 
 
 46 
peso inicial. Portanto, o espaço inicialmente fornecido torna-se insuficiente. Um esquema 
proposto é o seguinte: 
 Aos 3 dias: aumentar a área dos círculos juntando-os de 2 em dois. 
 Aos 6 - 7 dias: juntar os cercados maiores de 2 em dois, de modo que junte os pintos que 
inicialmente pertenciam a 4 círculos. 
 Aos 10 - 12 dias: retirar os círculos de proteção, deixando-se apenas uma separação no 
galpão de tal maneira que os pintos ocupem ½ da área total do galpão. 
 De 12 a 18 dias: aumentar gradativamente o espaço, de 2 em 2 dias de tal maneira que aos 
18 dias os frangos ocupem todo o galpão. 
 
Esquema para aumento dos círculos de proteção 
 
 
Este esquema proposto pode variar, principalmente em função do clima da região, e 
também em função da época do ano. 
 
c) Bebedouros: Devem ser lavados várias vezes ao dia (pelo menos 2). 
 1 a 3 dias 3 a 6
dias
 6 a 10 dias 10 a 18
dias
 47 
 A troca dos bebedouros deve ser iniciada aos 3 ou 4 dias de idade. Deve-se fazer a 
substituição gradativa. Ex: substituir 25% dos bebedouros diariamente. Assim com 6 a 7 dias 
todos os bebedouros infantis já foram substituídos. 
Obs: Existem bebedouros pendulares que já são usados desde o 1
o 
dia. Neste caso não há 
substituição. Os bebedouros tipo “nipple” também são usados desde o primeiro dia. 
 
d) Comedouros: Sempre que possível (pelo menos 1 vez ao dia) a ração deve ser peneirada, 
principalmente quando a cama for de material leve (ex: casca de arroz). 
 A substituição também deve ser gradativa e ser iniciada aos 4 a 5 dias. 
 Quando os comedouros para frangos forem do tipo tuboflex, a „linha” deve ser baixada 
aos 4 a 5 dias e a partir daí faz-se à retirada gradativa dos comedouros infantis. 
 
e) Vacinação: Devido a seu curto ciclo de vida, na maioria das regiões, nenhuma vacina é 
aplicada aos frangos após estarem na granja. 
 
 Entretanto em algumas regiões, onde já ocorreram problemas, vacina-se os pintos 
contra a doença de Newcastle, aos 7 a 10 dias. A vacinação pode ser realizada individualmente 
pingando-se uma gota no olho ou na narina ou realizada simultaneamente no lote todo através 
da água de bebida ou por nebulização. 
Obs: É obrigatória a vacinação dos pintos, no incubatório, contra a doença de Marek. Esta 
vacina é de responsabilidade do produtor de pintinhos. 
 
10.6) Manejo da 3
a 
 semana ao abate 
 
A partir da 3
a 
semana, o manejo dos frangos se torna mais fácil, em relação a fase inicial. 
 
a) Cama 
 O manejo da cama tem como objetivo mantê-la com umidade adequada. Para isso 
deve-se revolvê-la 1 a 2 vezes por semana para permitir a aeração e amaciamento. Sempre que 
houver partes molhadas ou placas, deve fazer a substituição por cama nova. 
 48 
 O revolvimento semanal da cama, por causar estresse e acelerar a liberação de amônia, 
não é utilizado por muitos criadores. Portanto, deve-se sempre que possível, evitar as causas 
de umedecimento da cama para evitar a necessidade de revolvimento. Assim é importante: 
 Escolher um material adequado para cama; 
 Evitar vazamentos; 
 Regular corretamente a altura do bebedouro e a quantidade de água no seu interior; 
 Permitir ventilação adequada; 
 Retirar e substituir imediatamente cama de locais que ocorreram vazamentos. 
 
b) Ventilação 
 A ventilação adequada é fator importante para: fornecer oxigênio; remover gás 
carbônico; remover gás amoniacal e regular a temperatura ambiente levando o ar quente e 
trazendo ar fresco para o interior do galpão. Para isso o manejo adequado das cortinas é 
importante. Entretanto, não existem regras fixas para este manejo, dependendo exclusivamente 
do bom senso e da capacidade de observação do criador. 
 A ventilação artificial (ventiladores) visa complementar a ventilação natural, 
principalmente em dias muito quentes. 
 
c) Bebedouros 
 Devem estar distribuídos uniformemente no galpão; 
 Devem ser lavados uma a duas vezes ao dia; 
 Devem ser regulados a cada 2 ou 3 dias, de modo que a altura do bebedouro fique na altura 
da cabeça ou 5 cm acima do dorso. 
 A quantidade de água dentro do bebedouro deve ser de 1/3 da altura da sua borda. 
 A figura 20 mostra como deve ser a altura do bebedouro. 
 Quando da utilização de bebedouros tipo “nipple” a regulagem deve seguir o mostrado na 
Figura 12, ou seja, para os pintinhos nos primeiros dias o bico do “nipple” fica na altura do 
olho, enquanto que para os frangos maiores o bico do “nipple” fica 5 cm acima da cabeça do 
frango para que o mesmo beba água com o pescoço bem esticado. 
 
 
 49 
Figura 20. Altura adequada para bebedouros pendulares. 
 
 Quantidade de água que os frangos bebem: 
 Uma série de fatores influenciam a ingestão de água pelos frangos. A idade e a 
temperatura são os principais (Tabela 14). Esta informação é importante para que o avicultor 
não cometa erros no dimensionamento das caixas d‟água ou no abastecimento diário destas 
caixas. 
 
Tabela 11. Consumo de água pelos frangos de acordo com a idade e temperatura 
IDADE Temperatura (
0
 C) 
(semanas) 21,1 26,7 32,2 37,8 
 Consumo em mL por dia por frango 
1 23 23 26 30 
2 61 72 102 163 
3 91 129 208 360 
4 121 174 273 462 
5 155 216 333 553 
6 185 254 390 613 
7 216 288 428 613 
8 235 295 450 693 
Fonte: Bampi (1994) 
 
 50 
d) Comedouros 
 Devem ser regulados a cada 2 ou 3 dias; 
 A altura da borda superior deve ficar na altura do dorso dos frangos. (figura 21) 
 
 
Figura 21. Altura adequada para comedouros tubulares ou automáticos de prato. 
 
 A quantidade de ração dentro do comedouro deve ser no máximo de 1/3 da altura da borda. 
 Pesquisam mostram que em comedouros muito cheios há desperdício de ração que 
pode chegar a 20%. Este desperdício é tanto menor quanto menor for a quantidade de ração 
dentro do comedouro (tabela 15). 
 
Tabela 12. Desperdício de ração em função do enchimento do comedouro 
Quantidade de Ração % de desperdício 
Totalmente cheio 15-20% 
3/4 com ração 
1/2 com ração 
1/3 com ração 
8-10% 
4-5% 
2-3% 
 
 Há recomendações atuais de que se obtém melhor desempenho dos frangos quando a 
altura do comedouro for abaixo da altura do dorso. Deve-se, entretanto tomar cuidado para que 
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os frangos não se alimentem “sentados” pois ocorrem “problemas de pernas” e “calo de 
peito”, que levam a condenação da carcaça no abatedouro. 
 
e) Avaliações

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