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1 POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO DAS CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS EM CAMPANHAS ELEITORAIS 2022 2 APRESENTAÇÃO De acordo com o Calendário Eleitoral (Eleições 2022) estipulado pelo TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE), por meio da RESOLUÇÃO nº 23.674, de 16DEZ21, as eleições para a renovação dos Poderes, Executivo e Legislativo, no âmbito federal e em todos os Estados brasileiros, serão realizadas no mês de outubro, sendo que o 1º turno ocorrerá no dia 02OUT22 e o 2º turno no dia 30OUT22. A Legislação Eleitoral em vigor, visando impedir o uso do aparelho burocrático da administração pública de qualquer esfera de poder (federal, estadual e municipal) por parte dos candidatos e resguardar a igualdade de oportunidades nas campanhas eleitorais, estabelece uma série de condutas vedadas aos agentes públicos durante o período eleitoral. Assim, esta Cartilha tem por escopo orientar os policiais militares, de forma sucinta e objetiva, quanto às condutas a serem observadas em ano eleitoral, em especial quanto às vedações impostas pela legislação correlata. Dessa forma, insta refletir que as transgressões aos assuntos aqui tratados podem repercutir no âmbito eleitoral (multa, perda do mandato, registro ou diplomação), criminal, civil e administrativo. Fixa-se, também, como objetivo desta Cartilha, assegurar que a disputa ao pleito eleitoral ocorra em condições justas e democráticas, reforçando a reprovação a qualquer conduta de favorecimento ou dano a candidato ou partido. Nesse esteio, esperam-se dos agentes públicos seus votos de renovação com a isenção política, em benefício da população e da administração pública. CONCEITO DE AGENTE PÚBLICO Para fins eleitorais, nos moldes do artigo 73, § 1º, da Lei federal nº 9.504, de 30SET97, e do artigo 83, § 1º, da Resolução TSE nº 23.610, de 18DEZ19, alterada pela Resolução TSE nº 23.671, de 14DEZ21, agente 3 público é “...quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta ou fundacional”. As vedações eleitorais, portanto, abrangem todos os policiais militares do Estado de São Paulo. DAS VEDAÇÕES CONSTANTES NA LEGISLAÇÃO ELEITORAL APLICÁVEIS AOS POLICIAIS MILITARES A legislação eleitoral, ao disciplinar as vedações aos agentes públicos, tem por escopo impedir qualquer ato que afete a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais e assim, influenciar o resultado das eleições. Portanto, a interpretação de cada dispositivo que trata sobre vedação deve, necessariamente, permear a perspectiva de se promover a igualdade de oportunidades a todos os candidatos. Importante ainda consignar que o TSE, em precedentes jurisprudenciais, tem indicado que a consumação da prática de conduta vedada independe de dolo ou mesmo da potencialidade lesiva de influenciar o pleito1. Recomenda-se que os princípios da administração pública sejam sempre observados pelos policiais militares quando se deparem com situações dúbias ou não previstas expressamente na legislação. Assim, são aconselhadas soluções que privilegiem a isonomia entre os candidatos, a impessoalidade do agente público, a separação do público e do privado e o livre exercício da cidadania. De modo objetivo, insta observar as seguintes restrições: a) É crime o uso, na propaganda eleitoral (de 16AGO22 a 30OUT22), de símbolos, frases ou imagens associadas ou semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista (artigo 40 da Lei nº 9.504/97). 1 BRASIL. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. Ac.-TSE, de 7.4.2016, no REspe nº 53067: as hipóteses de conduta vedada previstas neste artigo têm natureza objetiva, cabendo ao julgador aplicar as sanções previstas nos §§ 4º e 5º de forma proporcional. 4 Vale observar que a qualquer tempo é vedado o uso do nome alheio em propaganda comercial, incorrendo em crime quem falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. b) Em qualquer data, é vedada a veiculação de propaganda eleitoral na internet, em sítios de pessoas jurídicas e sítios oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (artigo 57-C, § 1º, da Lei nº 9.504/97). Note que ainda configura violação o fato de constar apenas o link do sítio pessoal do candidato. c) É vedado, em qualquer data, permitir ou ceder o uso, em favor de candidata, candidato, partido político, federação ou coligação, de bens públicos imóveis ou móveis (inclusive recursos financeiros), exceto para a realização de convenção partidária (artigo 73, inciso I, da Lei nº 9.504/97 c.c. artigo 83, inciso I, da Resolução TSE nº 23.610/19). É igualmente vedada a propaganda eleitoral de qualquer natureza (artigo 37 da Lei nº 9.504/97) veiculada nos bens públicos (como viaturas, por exemplo) e nos bens sujeitos à cessão ou permissão pelo Poder Público. Nesse sentido, também é proibido, por exemplo, o uso dos equipamentos de propriedade da Polícia Militar em benefício de candidata, candidato, coligação, federação ou partido político, tais como telefones fixos ou celulares, computadores, conta de e-mail institucional e listas internas de correio eletrônico, como também a utilização de transporte oficial para locomoção a evento eleitoral. Não pode o policial militar, por exemplo, fazer uso do telefone de uma OPM ou do e-mail institucional para convocar ou informar sobre reunião de cunho político. Também a título de ilustração, é proibida a utilização de impressoras do quartel para confecção de material de campanha, mesmo que o papel seja adquirido pelo próprio policial ou candidato (a). d) É vedado, em qualquer data, usar materiais ou serviços, custeados pelos governos ou casas legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e nas normas dos órgãos que integram - abuso de prerrogativa. (artigo 73, inciso II, da Lei nº 9.504/97). 5 É também vedado o uso eleitoral dos materiais e serviços custeados pela Administração Pública a qualquer tempo (Recurso Especial nº 35546/2011). e) É vedado, em qualquer data, ceder pessoa servidora pública ou empregada para comitês de campanha eleitoral de candidata, candidato, partido político, federação ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se pessoa servidora pública ou empregada estiver licenciada. (artigo 73, inciso III, da Lei nº 9.504/97 c.c. artigo 83, inciso III, da Resolução TSE nº 23.610/19). O policial militar, durante seu horário de trabalho, está proibido de participar de atividade político-partidária, tais como comparecer ao comitê eleitoral de qualquer candidato, partido político ou coligação, ir a comícios ou participar de campanha eleitoral. Entretanto, se estiver de licença, férias, ou fora de seu horário de trabalho, poderá exercer plenamente sua cidadania e comparecer a ato político-partidário, desde que não se beneficie da função ou cargo que exerça, obedecidas as restrições inerentes à situação de militar da ativa, principalmente aquelas disciplinadas no Regulamento Disciplinar da PM. f) É vedado, em qualquer data, fazer distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social, custeados ou subvencionados pelo Poder Público, em favor de candidata, candidato, partido político, federação ou coligação, ou permitir a estes o uso promocional dessa ação (artigo 73, inciso IV, da Lei nº 9.504/97 c.c.artigo, 83, IV, da Resolução TSE nº 23.610/19). g) É vedada, entre 02JUL22 a 30OUT22, a distribuição gratuita (isto é, sem contrapartida; não se confunde com convênio) de bens, valores ou benefícios, exceto nos casos de (I) calamidade pública ou estado de emergência (assim declarados pelo Chefe do Poder Executivo) e de (II) programas sociais autorizados por lei específica (isto é, não basta apenas a lei orçamentária) e em execução orçamentária desde 2021 (artigo 73, inciso VI, alíneas “a” e “b” e § 3º, da Lei nº 9.504/97). A distribuição, todavia, não poderá, em hipótese nenhuma, beneficiar entidade nominalmente vinculada à candidata, candidato ou por esta mantida. h) É vedado, entre 02JUL22 a 30OUT22, fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito. 6 Exceção: matérias urgentes, relevantes e características das funções de governo, a critério da Justiça Eleitoral (artigo 73, inciso VI, alínea “c”, e § 3º, da Lei nº 9.504/97). i) É vedado, entre 02JUL22 a 30OUT22, realizar shows artísticos pagos com recursos públicos em inaugurações (artigo 75 da Lei nº 9.504/97). j) É vedado, entre 02JUL22 a 30OUT22, o comparecimento de candidata ou candidato a inaugurações de obras públicas (artigo 77 da Lei nº 9.504/97). Cumpre ressaltar que, mesmo sem discursar ou subir em palanque, a simples presença física do (a) candidato (a) em inauguração de obra financiada com recursos públicos pode ser enquadrada na vedação estabelecida na Lei eleitoral. l) O TSE firmou entendimento de que “os agentes públicos devem zelar pelo conteúdo a ser divulgado em sítio institucional, ainda que já tenham proibido a veiculação por meio de ofício a outros responsáveis, e tomar todas as providências para que não haja descumprimento da proibição legal”2. m) Oportuno registrar que, nos termos do § 1º do artigo 37 da Constituição Federal, “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. n) Sob a perspectiva de ferramentas tecnológicas, cabe registrar que é vedada: a utilização de computador ou notebook profissional para atos voltados para eleição; o uso do e-mail ou celular profissional para questões de campanha ou propaganda eleitoral; o compartilhamento ou aproveitamento de listas de e-mails ou endereços formados ou obtidos na atividade pública para fins eleitorais; a alimentação de páginas eletrônicas, “twitter” ou quaisquer redes sociais com material de cunho político; e promover a busca e coleta de informações em bancos de dados internos do Poder Público para obtenção de informações para uso contra adversário das eleições. Por fim, acrescenta-se que a Instituição, por meio da Diretriz PM3- 6/02/21, de 27DEZ21, disciplinou o uso de mídias sociais e aplicativos mensageiros por policiais militares. 2 BRASIL. TSE. AgR-REspe nº 35.590, Acórdão de 29/04/2010, relator Ministro Arnaldo Versiani Leite Soares. 7 PERGUNTAS E RESPOSTAS 1) Quais as restrições em relação à publicidade institucional e à participação em programas e pronunciamentos em rádio e TV, por parte dos policiais militares? As vedações constantes do artigo 73, inciso VI, “b” e “c”, da Lei nº 9.504/97 aplicam-se a todos os agentes públicos, conforme o artigo 73, § 3º, da mesma Lei 9.504/97 c.c. o artigo 83, § 3º, da Resolução nº 23.610, de 18DEZ19, a partir de 02JUL22 até 30OUT22. Dessa forma, os pronunciamentos dos policiais militares, no exercício de suas atribuições institucionais, devem se restringir às questões de natureza administrativa ou informativas (informações jornalísticas), estando vedada qualquer espécie de menção a questões eleitorais. Da mesma forma, na publicidade institucional de atos, programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos estaduais, inclusive entidades da administração indireta, devem ser retiradas todas as menções referentes à administração federal e estadual, já que a vedação abrange toda a publicidade institucional, produzida por ele próprio ou por terceiros. Registra-se que, segundo o TSE, “entende-se como ato de propaganda eleitoral aquele que leva ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo que apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício de função pública”3. De outra parte, a publicação de atos oficiais, tais como leis e decretos, não caracteriza publicidade institucional, conforme já reconhecido pelo TSE4. 2) Quem está abrangido pela proibição de inauguração de obras públicas em período eleitoral? Tal recomendação encontra-se apoiada no artigo 77 da Lei nº 9.504/97 c.c. a Resolução nº 23.610/19, que estabelece ser vedado a qualquer 3 RECURSO ESPECIAL ELEITORAL - RESPE nº 16.183, Rel. Min. Eduardo Alckmin, j. 17/02/2000. 4 RESPE nº 25.748 AgR/SP, Rel. Min. Carlos Eduardo Caputo Bastos, j. 07/11/2006, DJ 30/11/2006. 8 candidata ou candidato comparecer a inaugurações de obras públicas, a partir de 02JUL22 até 30OUT22. A legislação visa evitar que o ato de inauguração seja utilizado em favor de qualquer candidato (a), transformando-se em palanque político. A inauguração de obra não deve ser caracterizada como festividade, mesmo que esteja incorporada ao calendário turístico-cultural tradicional. Nota-se que a simples presença física do (a) candidato (a), bem como a participação de representantes, assessores emissários ou mandatários, em inauguração de obra financiada com recursos públicos, implica vedação estabelecida na Lei Eleitoral e poderá implicar a cassação do registro do (a) candidato (a). 3) O policial militar, de férias ou de licença, pode comparecer a eventos políticos (de campanha)? Sim, pode comparecer. A restrição existe apenas em relação aos policiais militares da ativa, impedidos de se manifestar coletivamente sobre temas de cunho político-partidário, sujeitando-se as manifestações de caráter individual aos preceitos do RDPM. Se o policial estiver de licença, férias, ou fora de seu horário de expediente, poderá exercer plenamente sua cidadania e participar de ato político-partidário (comparecer a comitê eleitoral, ir a comícios ou comparecer aos atos da campanha), desde que não se beneficie da função ou do cargo que exerce. Vale ressaltar que o artigo 13, parágrafo único, do RDPM, prevê algumas transgressões disciplinares relacionadas ao tema5. 5 Artigo 13 - [...] Parágrafo único - As transgressões disciplinares são: [...] 124 - comparecer, uniformizado, a manifestações ou reuniões de caráter político-partidário, salvo por motivo de serviço (M); [...] 126 - autorizar, promover ou participar de petições ou manifestações de caráter reivindicatório, de cunho político-partidário, religioso, de crítica ou de apoio a ato de superior, para tratar de assuntos de natureza policial-militar, ressalvados os de natureza técnica ou científica havidos em razão do exercício da função policial (M); [...] 128 - discutir ou provocar discussão, por qualquer veículo de comunicação, sobre assuntos políticos, militares ou policiais, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, quando devidamente autorizado (L); 9 4) Em que situações é permitido aos policiais militares comparecerem a eventos de natureza eleitoral? É permitido aos agentes públicos estaduais (incluindo os integrantes da Polícia Militar do Estado de São Paulo) o comparecimento em eventos de campanhas eleitorais de qualquer candidato, o que se constitui emdireito de todo e qualquer cidadão, desde que tal comparecimento se dê fora do horário de trabalho, do ambiente funcional e sem se utilizar do fardamento característico da Polícia Militar, bem como sejam observadas as demais restrições legais abordadas nesta Cartilha. 5) O policial militar pode comparecer em quartéis ou em outra repartição pública fazendo uso de vestimenta, adesivos ou broches que identifiquem candidatos ou possuam natureza eleitoral? É proibido aos agentes públicos o uso de materiais publicitários ou de natureza eleitoral que representem propaganda de candidato (a) ou partido político no âmbito das repartições públicas durante o trabalho. Tal vedação abrange o uso de camisetas de campanha, adesivos, broches, botons etc., inclusive bens e materiais no recinto de trabalho (artigos 19 e 20 da Resolução TSE nº 23.610/19). Contudo, é permitido o ingresso no interior de quartel de veículo com adesivos microperfurados até a extensão total do para-brisa traseiro e, em outras posições, adesivos que não excedam a 0,5m² (meio metro quadrado) (Lei n° 9.504/1997 - artigo 37, § 2º, II, e artigo 38, § 4º; e Resolução TSE nº 23.610/19 - artigo 20, § 3º). Nesse mesmo sentido, é terminantemente proibido o trabalho do policial militar (fardado ou civilmente trajado) utilizando-se de vestimenta alusiva a algum candidato. 6) A proibição de utilização de material político no âmbito do quartel ou da repartição pública abrange o usuário dos serviços públicos? Não. A vedação abrange somente os agentes públicos (categoria na qual estão incluídos os policiais militares), contudo, é proibida qualquer espécie http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9504.htm#art37 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9504.htm#art38 10 de manifestação, no âmbito das repartições públicas estaduais, que possa ter conotação eleitoral. 7) Há alguma restrição para o uso de e-mails oficiais pelos policiais militares? Sim. Tal veículo de comunicação deve ser utilizado apenas para fins institucionais, não devendo ser utilizado para divulgação de material de campanha eleitoral, para convocação de reunião de cunho político ou para qualquer finalidade correlata (vide as Instruções para Utilização das Ferramentas Eletrônicas de Comunicação na Polícia Militar - I-31-PM). Do mesmo modo, a restrição se aplica ao uso de telefone (fixo ou celular), custeado pelo erário, cotas de correspondência e reprografia, não podendo, pois, o agente público valer-se da prerrogativa do exercício da função para utilizar materiais e serviços em benefício de candidatura própria ou de outrem. 8) É permitida a realização de reunião política nas sedes das OPM, auditórios ou salas de aula? E nos pátios das OPM? Não. É expressamente proibida a cessão e o uso de bens móveis ou imóveis em benefício de candidato (a), partido político, federação ou coligação, ressalvada para realização de convenção partidária (artigo 73, inciso I, da Lei nº 9.504/97 c.c. o artigo 83, inciso I, da Resolução TSE nº 23.610, de 18DEZ19). 9) É permitida a realização de licitações para a aquisição de bens e contratação de obras e serviços durante o período eleitoral? Sim. Não há qualquer restrição à realização de licitações para compras, obras e serviços em virtude do período eleitoral (inclusive a assinatura de contratos), desde que exista dotação orçamentária e se observe a legislação pertinente. 10) Quais as consequências decorrentes do descumprimento das vedações/impedimentos contidos na legislação eleitoral? O descumprimento das normas eleitorais sujeita o agente público a 11 diversas penalidades, inclusive responsabilização criminal. Em alguns casos a sanção limita-se à fixação de multa pecuniária, em valor gradativo a depender da gravidade da infração, mas também pode resultar na cassação do registro ou diploma do candidato ou caracterizar, ainda, ato de improbidade administrativa, acarretando a aplicação das penalidades previstas na Lei federal nº 8.429/92, de 02JUN92, sem prejuízo de eventual responsabilização na esfera disciplinar. 11) Pode ser distribuído santinho, chaveiro ou qualquer outro material de cunho político-partidário dentro dos quartéis? Não. A legislação é taxativa no sentido de proibir o uso das instalações públicas para essa finalidade (artigos 19 e 20 da Resolução TSE nº 23.610/19). 12) Podem ser afixados adesivos em computadores ou paredes, ou utilizar outros materiais (como caneta, por exemplo) que façam referência a propaganda eleitoral nos bens móveis e imóveis do quartel? Não. A norma eleitoral veda expressamente a utilização de qualquer material de cunho político-partidário em local sujeito à administração pública (artigos 19 e 20 da Resolução TSE nº 23.610/19). 13) O candidato pode comparecer em quartéis? Sim. As regras eleitorais não vedam o comparecimento em solenidades públicas militares ou a visitação em quartéis, desde que, como já esclarecido na pergunta nº 8, não haja reunião política e que o candidato não faça propaganda eleitoral, discurso e nem esteja em posição de destaque em palanque. 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E LEGISLAÇÃO APLICADA Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm; Brasil. Lei n.º 9.504, de 30 de setembro de 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9504.htm; São Paulo. Lei Complementar nº 893, de 9 de março de 2001. Institui o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar. Disponível em https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei.complementar/2001/lei.compl ementar-893-09.03.2001.html; Tribunal Superior Eleitoral. Resolução nº 23.610, de 18 de dezembro de 2019. Dispõe sobre propaganda eleitoral, utilização e geração do horário gratuito e condutas ilícitas em campanha eleitoral. Disponível em: https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2019/resolucao-no-23-610-de- 18-de-dezembro-de-2019?texto=compilado; Tribunal Superior Eleitoral. Resolução nº 23.674, de 16 de dezembro de 2021. Calendário Eleitoral (Eleições 2022). Disponível em: https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2021/resolucao-no-23-674-de- 16-de-dezembro-de-2021; Tribunal Superior Eleitoral. Resolução nº 23.671, de 14 de dezembro de 2021. Altera a Resolução TSE nº 23.610, de 18 de dezembro de 2019, que dispõe sobre propaganda eleitoral, utilização e geração do horário gratuito e condutas ilícitas em campanha eleitoral. Disponível em: https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2021/resolucao-no-23-671-de- 14-de-dezembro-de-2021. https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei.complementar/2001/lei.complementar-893-09.03.2001.html https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei.complementar/2001/lei.complementar-893-09.03.2001.html https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2019/resolucao-no-23-610-de-18-de-dezembro-de-2019?texto=compilado https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2019/resolucao-no-23-610-de-18-de-dezembro-de-2019?texto=compilado https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2021/resolucao-no-23-674-de-16-de-dezembro-de-2021 https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2021/resolucao-no-23-674-de-16-de-dezembro-de-2021 https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2021/resolucao-no-23-671-de-14-de-dezembro-de-2021 https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2021/resolucao-no-23-671-de-14-de-dezembro-de-2021
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